A Vilã Morre No Final . escrita por Liz03


Capítulo 25
24) Não deixe o cimento em um lugar úmido


Notas iniciais do capítulo

capítulo curtinho



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Ponho a camisa por dentro da calça. Penteio o cabelo, aperto o frasco de  gel e espalho o conteúdo entre as mãos, passando no cabelo para mantê-lo voltado para trás. Checo os cadarços da bota, tudo OK. Vou descendo as escadas e andando em direção ao refeitório, pelo caminho encontro Tolói.

- Ê-êi - diz e me cumprimenta com um tapinha nas costas- Aproveitou o fim de semana , ein?

Olho para o japa e percebo um sorriso incriminador  em sua boca.

- Sabe como é - digo enfim - Dizem que faz bem para saúde

Ele ri e continua com aquela risadinha do tipo : “ Huuuuum, eu sei o que você aprontou safadeeenho , e quer saber? Eu fico orgulhoso de mim mesmo. Não me critique, isso se chama orgulho masculino. Ah sim. Ganho mais tapinhas nas costas. He, he, sou um garanhão, dááá-lhe Tomááás.

Pegamos nossas bandejas e nos servimos ,então vamos até uma mesa. Conversamos um pouco sobre quem deixamos no Brasil. Tenho falado com minha mãe e com Sofia no mínimo uma vez por dia (salvo quando sou raptado para uma ilha deserta sem sinal ).

- Bom dia gajos, será que eu poderia sentar-me com vocês? - diz ela com os cabelos presos num coque rigoroso

- Claro - eu e Tolói respondemos em uníssono

- Obrigada queridos - diz e senta-se já bebendo um gole de suco de laranja e logo depois passando o guardanapo com delicadeza pelos lábios

Bem, esse é aquele momento que você e seu amigo conversavam e chega uma terceira pessoa, não dá para continuar a conversa no mesmo tom, e ao mesmo tempo é muito constrangedor ficar sem falar nada. Sendo assim, decido puxar assunto.

- Desculpe não ter ido naquele dia- faço um aceno de cabeça e volto a morder meu misto quente ( péssima coisa para se fazer enquanto se tenta conversar, porque o queijo estica e parece infinito)

- Ai não - ela sorri inclinando um pouco a cabeça para o lado - Não tem problema- bebe um gole de suco e volta a passar o guardanapo pela boca - Além do mais foi bom você não ter podido ir

- Foi? - me ajeito na cadeira. Ora, geralmente quando se convida alguém para uma festa você quer que a pessoa vá, ou não?

- Claro que foi! - ela ri e pisca para Tolói anunciando uma piada, ajeita a gola da minha camisa e diz baixinho (o suficiente para o japa ouvir e poder rir depois) - Agora você me deve uma. Na próxima vez que eu convidá-lo você terá que ir, se não vou achar que é pessoal....e não é. Ou é?

- Não! Claro que não - ouço as risadinhas do meu amigo

Alex termina primeiro que nós dois e sai da mesa nos dizendo com aquele sotaque português de sempre : “Thauzinho, gajos” .

- Acho que nunca entenderei as mulheres - digo com uma pontada de desespero e talvez uma de decepção- Acho que nenhum homem nunca entendeu, nem que tenha dedicado a vida a isso - enfio um pedaço de pão na boca e falo de boca cheia mesmo - É mais fácil o cara descobrir para onde nós vamos ou como transformar estrume em ouro do que entender uma vírgula dita por uma mulher, aaargh!

Primeiro Tolói ri um pouco, claro um amigo mangar de você faz parte, mas diz finalmente : - O que? Você acha que ela está flertando com você? - E não é isso? - Phuff! Mas é só domar uma fera que o cara acha que pode domar todas . A Alex é noiva caso você queira saber.  Quer dizer que uma rapariga não pode nem falar com o garanhão aí que ele já estende as garras?

Certo essa imitação de sotaque português e a gargalhada no final não diminuíram a vermelhidão das minhas bochechas. Eu achei que a mulher tava me dando mole, e ela só estava tentando ser gentil. Agora me sinto um tarado pervertido.

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- Pelo menos deu resultado?

- Sim

- Três meses?

- Provavelmente

- Quero que faça algo para mim, então passará uma semana fora – diz e ajeita a gravata de modo indiferente

- Algo?

- Um encarregado falhou em seu último serviço, você sabe, precisa servir de exemplo

- Já estou nesse caso, peça a outro agente

- Eu pediria, se fosse um pedido, mas é uma ordem

Respiro fundo. Prometo a mim mesma que o meu último serviço vai ser esse velho asqueroso desgraçado. Aceno com a cabeça. Ele e seu séquito de seguranças saem em direção a um carro preto estacionado do outro lado da rua. A minha vontade é levantar e esmurrar a primeira coisa que eu olhar. Respiro um pouco mais e fecho os olhos fecho a mão com força até os dedos doerem. Abro os olhos chamo o garçom.

-Uma garrafa de vodka gorbatschow

- Um copo?

Encaro o rapaz por um momento. Se ele soubesse como os meus nervos estão evitaria até respirar o mesmo ar que eu, mas ele não sabe. Então repito arrastando bem a palavra para que , dessa vez, ele entenda.

- Uma garrafa


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Notas finais do capítulo

Então? Como está? E as frases, estão gostando? E a fic? Eu tenho uma fic agora de poesias, passem lá para ler alguma, é bem rapidinho .
ps: se alguém quiser recomendar essa fic eu deixo viu? aushauhs
Bjao