Ainda era um pouco cedo. Pedro e Alice ainda estavam dormindo, abraçados. Eles estavam um de frente pro outro. Alice estava com uma perna em cima de Pedro e ele estava com o braço em volta dela, abraçando-a.

Pedro acordou e bocejou. Ele olhou para o lado e viu Alice deitada ao seu lado, dormindo como um anjo. Automaticamente abriu um sorriso. Era tão bom dormir e acordar todo dia ao lado da pessoa que você ama. Ele tocou o rosto dela com as pontas dos dedos, acariciando-o. Era incrível poder tocar a pele aveludada dela, sentir o cheiro que emanava de seus longos cabelos loiros, ter o corpo dela colado ao seu...

Alice se mexeu um pouco, sentindo o toque de Pedro em seu rosto. Ela se espreguiçou, retirando a perna de cima dele e sorriu.

–Bom dia meu amor... – Ela sussurrou, ainda de olhos fechados.

–Bom dia minha branquinha. – Pedro sussurrou de volta. Ele se aproximou do rosto dela e lhe deu um selinho e depois um cheiro no pescoço dela.

–Vamos levantar? – Pedro perguntou e deu um beijo na testa dela.

–Ahhh, eu queria ficar mais um pouco deitadinha aqui com você... – Ela fez beicinho. Alice deitou a cabeça no peitoral de Pedro e passou o braço em volta dele.

–Mas a gente tem que levar a Clarisse e o Matheus na casa da minha mãe. Lembra que a gente combinou que eles iam passar o dia todo lá?

–Lembro. Mas ainda é cedo, ainda dá tempo de ficar mais um pouquinho... – Ela dizia, toda manhosa.

–Mas como é preguiçosa! – Pedro brincou e eles riram. – Anda, vamos levantar e aproveitar o dia.

–Como você consegue ter toda essa animação de manhã?

–Simples. Uma boa noite de sono ao lado da minha branquinha, linda, maravilhosa, cheirosa... – Ele se virou sobre ela e fazia cócegas e distribuía beijos nela, enquanto ela gargalhava e se contorcia de rir.

–Para, para! – Ela dizia entre gargalhadas. – Eu me rendo, vou me levantar...

Ela se sentou na cama, ainda rindo. Pedro também se sentou e deu um beijo rápido nela. Alice ajeitava os cabelos que estavam uma bagunça.

Eles se levantaram, fizeram a higiene matinal e foram tomar café. Eles comeram tranquilamente e sem pressa. Quando Pedro terminou, foi acordar seu filho, Matheus. Alice tinha ido se arrumar pra depois saírem.

–Ei, acorda filhão... – Pedro balançava levemente os ombros de Matheus, tentando acordá-lo.

Ele gemeu e se virou, ficando de costas para o pai. Pedro suspirou.

–Anda filho, acorda. Hoje você vai ficar o dia todo com a sua vó, lembra? Ela disse que ia fazer um bolo de chocolate só pra você... – Pedro tocou no ponto fraco dele: chocolate. Matheus era definitivamente um chocolover.

–Chocolate? – Ele logo se sentou na cama, ainda sonolento. Ele esfregou os olhinhos, tentando despertar.

–Aham. E seu tio Raul também disse que sente falta de jogar bola com você. – Matheus logo abriu um sorrisinho sapeca. Adorava jogar bola com seu pai e o tio. - Então, vamos levantar, escovar os dentes, tomar um banho, comer seu café da manhã e aí a gente vai, ok?

Matheus assentiu, sorrindo. Ele se espreguiçou e retirou a coberta de cima do seu corpo, e levantou. Pedro bagunçou os cabelos negros dele e sorriu.

Os dois saíram do quarto de Matheus e foram para o banheiro.

Depois que Alice terminou de se arrumar, ela foi acordar Clarisse e depois a arrumou. Preparou uma pequena bolsa com tudo que ela e Matheus precisariam pra passar o dia lá. Mudas de roupas, chupetas e mamadeira pra Clarisse, alguns brinquedos de Matheus e outras coisinhas. Ela terminou de arrumar tudo e foi para a sala, carregando Clarisse. Quando chegou lá, riu da cena que via. Pedro carregava Matheus nas costas. Matheus tinha os braços ao redor do pescoço de Pedro e as pernas ao redor das costas dele. Matheus ria enquanto brincava de “cavalinho” com o pai.

–Mamãe! Mamãe! Olha só! – Matheus chamava quando percebeu que a mãe o olhava. Alice riu e foi até ele.

–Só cuidado pra não cair tá bom? – Alice deu um beijinho na cabeça dele e sorriu.

–Tá todo mundo pronto, a gente já pode ir? – Pedro perguntou. Ele ainda carregava Matheus nas costas... como um macaquinho.

–Aham, a gente já pode ir. – Alice confirmou. Ela tentava acalmar Clarisse, que tentava descer de seu colo pra ir pro chão.

–Espera mamãe! Vou pegar meu boneco! – Matheus se mexeu e Pedro o colocou no chão. Ele correu até seu quarto e voltou com seu Max Steel nas mãos. – Me carrega de novo papai?

–Sobe aí. – Pedro se abaixou e Matheus subiu em suas costas de novo.

Eles desceram e foram até o estacionamento. Alice colocou Clarisse na cadeirinha no banco de trás e Matheus sentou do lado dela. Alice foi para o banco do carona na frente, ao lado de Pedro. Ele ligou o carro e eles foram.

Matheus e Clarisse foram o caminho todo rindo e brincando com os pais. Já estavam quase chagando na Vila Lene.

–Amor, me leva no hospital? Queria visitar o Tomás. – Alice perguntou.

–Claro linda. – Pedro disse e sorriu. – Mas não acha melhor ver ele em casa? Ele vai ter alta hoje mesmo...

–Pode ser, mas é que podia aproveitar que a gente já está por perto e visitar ele no hospital mesmo.

–Tudo bem. É só a gente levar as crianças pra casa da minha mãe que depois a gente vai pra lá.

Eles foram o resto caminho quietos. Apenas Matheus e Clarisse que brincavam um pouco no banco de trás. O transito estava bom, pelo menos para o horário, então eles chegaram rápido.

Depois que chegaram, eles foram para a casa de Beth. Alice e Pedro ainda ficaram um pouco por lá, mas logo iriam embora. Eles se despediram dos filhos e de Beth, depois voltaram pro carro e seguiram para o hospital.

Chegando lá no hospital, eles entraram e foram logo para a recepção. Fizeram a ficha e subiram para o quarto em que Tomás estava. Eles entraram e encontraram Tomás ainda dormindo, mas Carla já estava acordada. Carla foi até a “cantina” do hospital e Alice e Pedro também. Carla estava tomando seu café da manhã, Alice e Pedro estavam apenas a acompanhado, não comeram nada. Eles conversavam e riam. Alice logo percebeu que Carla estava com um humor ótimo, alguma coisa tinha acontecido entre ela e Tomás. Ela com certeza iria perguntar o que tinha acontecido, mas preferia que as duas estivessem sozinhas.

Quando Carla terminou de comer, os três voltaram pro quarto, onde Tomás já estava acordado.

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