Luz e Trevas: a Salvação de Rasheman escrita por lunnafianna


Capítulo 3
Capítulo 3 - OS SENTIMENTOS DE RINDARIEL




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Após o desjejum Desidéria foi para o jardim orar um pouco. Não demorou muito tempo e ela pode ouvir o sino do portão anunciando a chegada de alguém, logo Stuart veio até ela acompanhado de Rindariel. Ao velo foi tomada de uma euforia irregular, mas para não deixa-los perceberem, controlou-se.

Como esta Desidéria? - Perguntou com um sorriso radiante Rindariel.

Bem e você?

Muito bem também, mas vim buscá-la para o festival das flores, lembra-se?

Sim, claro que me lembro.

Então, já esta pronta?

Sim, vamos.

Rindariel ofereceu-lhe o braço em sinal de cavalheirismo. Desidéria sentiu um formigamento da cabeça aos pés ao imaginar-lo tocando sua pele e enrubeceu. No entanto, quando lhe aceitou a cortesia o sino no portão tocou novamente. Não demorou muito para que Stuart viesse com um pergaminho nas mãos e entregou a ele dizendo:

Quem trouxe foi um soldado da guarda de Silverymoon deve ser algo importante.

Era uma convocação para que ela comparecesse a prisão e resolve-se uma pendência. Imediatamente veio em sua mente Mardislak, ela se perguntou o que deveria ter ocorrido. Desidéria olhou para Rindariel preocupada e disse:

Infelizmente não poderei acompanhá-lo agora.

Por que, o que aconteceu? – Perguntou preocupado ao observar a ruga de preocupação que se formavam na face de Desidéria.

Considero que caiu sobre mim o manto dos zuikires.

O que?

Veja isso.-Disse entregando a ele o pergaminho

Mas e uma convocação da guarda de Silverymoon.

Sei disso, deve ter acontecido algo com Mardislak.

Ao ver a preocupação estampada no rosto de Desidéria ele colocou as mãos sobre os ombros dela e declarou:

Eu irei com você.

Obrigada, Rindariel, mas irei sozinha. Não quero que se envolva nisso.

Lá não é um lugar seguro para uma mulher ir sozinha e se não quiser minha intercessão nesse assunto, compreendo. Porém não deixarei que vá sozinha, somente irei para acompanhá-la e nada mais. – Disse com firmeza Rindariel.

Até você acha que não sou capaz de resolver meus problemas. – disse irritando-se com a insistência do elfo.

Não é isso, somente estou zelando por sua segurança e tens minha palavra que não vou interferir nos assuntos que ira resolver.

Esta bem pode vir. – disse Desidéria, pois sabia muito bem que o Avariel não desistiria da idéia.

Ao chegar no local Desidéria pode constatar que Rindariel estava certo, e ficou feliz por ele ter insistido tanto em vir, apesar de se manter empertigada para que ele não notasse. Apresentou-se ao responsável pelo local.

O homem que os recebeu era um soldado quase da altura de Keldon, mais ou menos 1,80m , de rosto anguloso e de olhos pequenos , possuía um hálito forte com cheiro de fumo.

Bom dia, sou Desidéria Gennar, da Still Brother Hood e estou aqui por causa da...

Não deixando que ela conclui-se a frase foi falando como se comandasse um exercito:

Sei quem és e por que motivo veio aqui. Sou o capitão Vildan Norton.

Sem perder o ar orgulhoso Desidéria indagou secamente:

Bom se já sabe quem sou e o motivo, então poderia me por a par da pendência que eu teria que resolver.

Então me siga.

Ele apontou para a entrada do cárcere. Desidéria olhou intrigada rapidamente para Rindariel e foi em direção a porta. Quando Rindariel ia segui-la foi barrado pelo Capitão Vildan que disse:

Somente ela tem permissão de entrar.

Como assim, eu a estou acompanhando. – proferiu indignado.

O que você não entendeu elfo, eu disse que somente ela tem permissão. – disse olhando diretamente nos olhos de Rindariel.

Ante que Rindariel falasse qualquer coisa Desidéria interveio, tranqüilizando:

Não se preocupe Rindariel estarei bem, me aguarde, voltarei logo.

Mas...

Não se preocupe estarei bem. – disse com um sorriso confortante.

Rindariel bufou irritado e conformou-se.

Enquanto adentrou naquela masmorra, Desidéria podia sentir a umidade do ar e o cheiro fétido de fezes no ambiente. Nos corredores estreitos e mal iluminados ecoavam vozes que murmuravam apelos de ajuda, outras escarneavam a quem passasse pelo corredor.

Andaram durante alguns minutos até chegar a uma ante-sala , onde uma imensa porta de madeira espessa bem aferrolhada dava acesso a uma outra Camara. O capitão Vildan pegou um molho de chaves para abrir o grande cadeado que trancava a porta.

Um som surdo seguido de um rangido esgrissado denuncia a abertura da porta. Vildan foi à frente segurando uma tocha que depositou num archote. Desidéria o seguiu de perto, na sala pode ver cinco homens acorrentados.

Ela procurou Mardislak e não demorou em encontrá-lo. Estava mais para o fundo da cela e tinha os braços e o pescoço preso por grilhões. Desidéria ao velo daquela maneira, nunca imaginou uma humilhação maior para um berseker como esta daquele jeito amarrado como um animal.

Quando foi aproximar-se dele, Vildan a impediu segurando-a fortemente por um dos braços e perguntou:

O conhece?

Sim, o nome dele é Mardislak Blood Hair Vok Urgraul Fiend Slayer.- disse libertando seu braço num puxão.

Este arruaceiro destruiu propriedade privada e agrediu dois oficiais. – mostrando indiferença pelo que Desidéria havia dito.

Qual foi o motivo que o levou a isso?- friamente.

Estava embriagado e incitou uma briga dentro do estabelecimento, após isso resistiu à prisão puxando a espada para dois oficiais e acabou ferindo-os.

Posso falar com ele, agora?

Tome cuidado ele pode te atacar. – disse com sarcasmo.

Desidéria ignorou o comentário do capitão Vildan e segui em direção ao local que Mardislak estava preso. Ao chegar perto dele viu que estava muito machucado e que sua respiração ainda estava ofegante, denunciando que sua raiva inda não passara de todo.

Agachou-se próximo a ele e com as pontas dos dedos ergueu seu rosto perguntando em Rasheme:

“Mardislak , como esta?”

“ Ageron Desidéria, não deverias estar aqui.”

“Claro que deveria, não iria deixar meu protetor e amigo com problemas, sem auxilio.”

“Posso resolver meu problema sozinho, não preciso de uma mulher para me ajudar. ”

‘Como? Por que esta falando desta maneira comigo?” – disse com tranqüilidade e firmeza.

Ele não lhe respondeu nada e desviou os seus olhos dos dela. Ela meneou a cabeça e esfregou suas têmporas com os dedos a fim de tentar entender o que havia ocorrido com Mardislak.

“Eu não sei o que esta acontecendo contigo, pois esta falando como Keldon.”

“Agueron! Ageron Desidéria!”

Desidéria ouviu uma voz vinda do outro lado da cela onde um homem largo como Mardislak, porém mais velho clamava por ela em Rasheme. Ela o olhou intrigada e ele disse:

“Eu posso lhe responder o que ocorreu com o jovem berseker.”

“Não se meta nisso Gwyn.”- esbravejou Mardislak.

“Cale-se Mardislak quero ouvi-lo, não adito que me desrespeite entendeu.” -disse imperativa para Mardislak e este sabendo da ofensa que cometer silenciou-se e ela permitiu continuar – “Diga então o que ocorreu .”

“Ageron Desidéria, me chamo Gwyn Ap Cyrnain, sou de Rashemem. Sei como é muito difícil que os outros compreendam nossas tradições e costumes. Sendo assim, algum por não entender zombam e não imaginam a ofensa que podem estar cometendo.” – Disse Gwyn em tom solene.

“Sei disso, porém não me explicou o motivo que o levou a estar desta maneira deplorável.”

“Ele quis apenas defender nossas tradições, e para ser, mas sincero a vossa honra, Ageron ,e a dele. Pois nenhum homem gosta que o comparem a uma mulher e para um berseker de Rashemem não existe pior ofensa que julgarem que sua senhora seja considerada... se me perdoa a expressão uma leviana, ou uma mulher de não aprecia o contato mais intimo com um homem.”

Agora Desidéria compreendera o que ocorrera e fizera Mardislak perder o controle. Ela mesmo a pouco tempo atrás também perdera , não podia julga-lo mal por isso. Voltando-se para Mardislak disse:

“Estou satisfeita por tentares me defender, mas sabes que não nos compreendem Mardislak..”.- Ela fez uma pausa e o olhou nos olhos-“... um berseker não pode se deixa levar por palavras, de um covarde, que usa sua língua ferina para enervercer o guerreiro e assim enfraquece-los, para que não consigam calcular suas estratégias de combate. Kelliara o abençoou para que cumprisse uma missão e por esse motivo não deveis sentir se envergonhado por servir as Bruxas...”- Fez uma nova pausa e depois perseguiu deixando que as palavras fluíssem de dentro de seu coração –“...Sabes muito bem como é imprescindível o trabalho em conjuntos dos berseker e das bruxas. Muitos destes patifes que zombam de nós, não imaginam o que e viver batalhando em prol da defesa do seu povo. Somos um povo, que apesar de tudo que passamos temos força, porque estamos unidos por nosso costumes e tradições e não importa o quanto digam que somos fracos ou medíocres, sabemos que a verdade é outra. Eles não sabe o que é enfrentar ataques incessantes de Thay e até hoje resistimos. Se realmente fossemos fracos ou covardes como dizem, já teríamos nos tornado uma colônia de escravos dos Zukires.”

Desidéria viu o brilho de orgulho reacender nos olhos de Mardislak.

“Vós sois sabia, Agueron, perdoe-me por insultá-la.”

“És jovem ainda tens muito a aprender, pois somente o tempo nos ensina.”

“Assim seja e assim se faça Ageron.”

“O tirarei daqui meu amigo, aguarde.”- disse afagando o rosto de Mardislak.

Levantou-se orgulhosamente e foi em direção à porta e deteve-se à frente do velho Gwyn dizendo:

“Velho suas palavras foram coerentes tentarei auxilia-lo também”

“Vós sois benevolente, Ageron Desidéria. Serei eternamente agradecido.”

Desidéria ao sair da cela assustou-se quando o Capitão Vildan bateu a porta de acesso atrás dela, mas ela manteve-se fria não demostrando que se abalara.

Então, já falou com seu bárbaro? – Indagando ironicamente.

Desidéria devolveu a resposta em um tom seco:

Já falei com “Mardislak” e quero saber quanto é afiança para liberta-lo, pois me responsabilizo pelos atos dele e os do homem chama Gwyn.

Vildan coçou o queixo e disse em tom solene:

O crime que eles cometeram foi muito grave.

Eles mataram alguém? Pelo que me dissestes ele somente feriram dois soldados e destrui parte da taverna.

Não, mas graças a eles meus homens vão ficar impossibilitados de lutar por um bom tempo e o taberneiro sofreu um grande prejuízo, não sei se conseguira dinheiro suficiente para esta fiança.

Desidéria incrédula com o que o soldado dizia meneou a cabeça e perguntou:

Você disse que seus homens ficaram impossibilitados de lutar, por que Mardislak arrancou algum dos membros deles?

Não, mas quebraram lhes os narizes e algumas costelas. Isso os impossibilita de atuarem na defesa de Silverymoon.

Creio que esta equivocado, Capitão. Um bom clérigo os colocaria em pé em um ou dois dias.- afirmou Desidéria.

Desidéria estava ficando irritada, pois Vildan falava com como se ela não entendesse os procedimentos de ferimentos de batalha:

Creio que esta equivocada, não conhece os ferimentos de um soldado.

Conheço mais do que imaginas, capitão Vildan, pois afinal de contas luto lado a lado com um clérigo de Tempus. E, além disso, também sou uma clériga e posso muito bem curar seus homens, caso não tenha conhecimento de nenhum clérigo na cidade. Respondeu ironicamente Desidéria.

Vildan a fuzilou com o olhar e percebeu que não se tratava de uma mulher leiga. Desidéria andou até o meio da ante-sala e perguntou com tom solene:

E o outro, o que fez?

Nada, somente o ajudou.

Então não há nada contra ele, certo?

Não é bem assim, ainda existe a pendência da taverna, o pobre homem não poderá reabri-la, a menos que todos os prejuízos sejam pagos. Fora isso existe a quebra do regulamento de Silverymoon por desacato a autoridade da guarda.

E de quanto seria o prejuízo mencionado pelo taberneiro?

Fazendo se pensativo como estivesse calculando, Vildan disse:

Segundo ele seria de quatro mil peças de ouro por dia fechado. Como ela esta praticamente há dois dias sem funcionar.

Incrédula com os cálculos do homem, Desidéria ergueu uma das mãos e levando a testa tentando entender exclamou:

Como a dois dias? Isso ocorreu ontem e por acaso esta taverna era feita de ouro?-

Sim, mas à noite o faturamento é maior segundo o dono do estabelecimento. E contando que já é quase metade do dia, o homem já teve um grande prejuízo, não achas?- disse naturalmente.

E quanto à punição, dada nestes casos?- pergunto pseudo conformada com o argumento sem nexo que o soldado dera lhe e tentando resolver logo o problema.

Um mês de prisão e trabalhos para a comunidade, mas como eles resistiram isso será estendido para um ano ou mais.

Como assim um ano ou mais?- Mas uma vez ela exclama quase que irritada com o comentário final do soldado.

Com um olhar de predador, Vildan mediu lhe as curvas e com uma voz quase casual proferiu:

É a lei, mas posso libertá-los em troca de alguns favores.

O que quer dizer com isso homem?- Desidéria fingiu não entender.

Dando alguns passos em direção da Bruxa, Vildan a encurralou num canto da ante-sala. E aproximando-se mais dela tocou-lhe a face com a mão calejada.

Você é muito bonita. Às vezes um soldado cansado precisa de um pouco de atenção feminina.

Desidéria com as costas de sua mão bateu lhe no braço tirando o contado com sua pele e com o olhar furioso tentando sair de perto dele, dizendo:

Então vá procurar uma prostituta, creio que ela lhe prestara essa atenção que necessita em troca de algumas moedas.

Para que, você mesmo serve. - Bloqueando lhe a passagem como um dos braços.

Como ousa me comparar a uma meretriz.- Desidéria gritou furiosa tentou passar pelo outro lado.

Vildan e a seguro trazendo-a para junto de si.

Mulher, todos sabem que a Irmandade a que pertence é um pardieiro, freqüentado somente por meretrizes. E que as mulheres que lá residem não são diferentes.

Ao final dessas palavras Vildan a beijou. Desidéria sentia asco devido aquele contato e debatia-se tentando libertar-se de seu captor. Este por sua vez mantendo-a presa com uma mão com a outra tentava explorar seu corpo.

Desidéria consegui interrompeu o beijo mordendo-lhe a boca. E disse aos berros, furiosa:

Solte-me, pois eu juro que se não me soltar Lady Alustriel ficara sabendo desse ocorrido.

Vildan , puxando-a para mais perto dele disse antes de voltar a beija-la.

Lady Alustriel tem problemas mais sérios a resolver do que dar ouvidos a uma vadia como você.

Desidéria sentiu que ele tentara levantar a saia do seu vestido, ela tentava se livrar dele, mas não conseguia era muito forte. Hyak que entrará sorrateiramente na masmorra viu que sua ama estava em perigo e mais do que rapidamente voou sobre a cabeça do captor cravando lhe as garras.

Vildan ao sentir a dor libertou Desidéria, que correu em direção a porta que dava acesso para fora da prisão. Não demorou muito para Hyak a alcançá-la. Vildan vinha correndo atrás dos dois como um ogro em fúria.

Desidéria conseguiu chegar onde Rindariel a aguardava. Este quando a viu pálida e exaltadas, foi em sua direção perguntando afoito:

- O que ouve, Desidéria? Por que esta desse jeito?

Logo em seguida chegou Vildar e ao ver Rindariel gritou acusando Hyak que havia empoleirado nos braços de Desidéria.

Este demônio me atacou.

Rindariel tomou a frente e com voz branda tentou apaziguar os ânimos.

Porque o tressyn o atacaria capitão.

Por que é louco assim como a Bruxa.

Os olhos de Desidéria ficaram mais escuros e selvagens do que Rindariel estava acostumado a ver, sua expressão chegou a amedrontá-lo, assim como ao Capitão Vildan, que receoso chegou a dar dois passos para trás.

Como ousa dizer que sou louca, seu...

Antecipando-se Vildan disse tentando disfarçar o temor:

Sim...l-louca, como pode dizer que ia recorrer a Lady Alustriel, duvido que realmente a conheça.

Na verdade ela não somente conhece, como já lhe prestou diversos serviços e, além disso, é aprendiz de Lady Felinara que é amiga muito próxima de Lady Alustriel.

Quando ouviu a explanação de Rindariel, o rosto Vildan ficou transtornado e rapidamente apressou-se em desculpar-se com Desidéria pelos seus atos anteriores.

Perdoe-me, Milady pelos procedimentos que tive para com sua pessoa.

Rindariel reparou que os olhos de Desidéria não mudaram a expressão, mesmo após o pedido de desculpas do soldado. Ele sabia que deveria ter ocorrido algo mais sério, mas preferiu não entrar em detalhes, pois havia prometido a ela que a deixaria resolver tudo sozinha.

Desidéria ainda estava furiosa pela impertinência daquele homem, em seu íntimo desejava transforma-lo em geléia de Oose. Pois a humilhara mais que Keldon, comparando-a a uma meretriz, mas respirando profundamente disse:

O seu procedimento para comigo foi muito mais que ofensivo, porém quero resolver logo a pendência com Mardislak e Gwyn.

Não precisa se preocupar, Milady ele somente permaneceram aqui até o entardecer, pois ficaram confinados para curar a bebedeira da madrugada.

Desidéria desacreditava no que acabara de ouvir.

E quanto crime de desacato?

Isso é relevante, pois não foi nada grave somente um dos meus homens teve o nariz quebrado, mas já foi curado. No entanto somente terão que prestar alguns serviços para a cidade realizando pequenas obras por uma semana e pagar os prejuízos do taberneiro.

Desidéria não conseguia esconder a fúria pela humilhação que passara, e mesmo assim perguntou entre os dentes sem esconder a irritação.

Quero saber o nome do taberneiro e da taverna em questão, pois pagarei diretamente os estrago a ele.

O nome da taverna é Caneca Quebrada e o dono é conhecido como Jonas Caolho.

Ficaram discutindo os procedimentos para libertar Mardislak e Gwyn. Após isso Rindariel e Desidéria partiram em direção ao bosque de Silvanus para o Festival. Ela mantinha-se em um silencio quase sepulcral.

Rindariel sabia que havia algo de errado, mais conhecia bem a teimosia da Bruxa. Seu orgulho jamais permitiria admitir que precisava de ajuda e que as coisas teriam fugido de seu controle. Utilizando um pouco de diplomacia tentou convence-la a contar o ocorrido.

Desidéria, porque mencionou o nome de Lady Alustriel? Até agora você não me explicou o porque daquela afobação com que chegara no pátio da prisão?

Desidéria continuou calada.

Porque não quer fala sobre o que aconteceu? Eu nunca a vi ficar tão irritada assim.

Ela queria esquecer que quase foi violentada, tinha náuseas ao pensar que aquele homem asqueroso a beijara. Ela ainda podia sentir o paladar o fumo em seus lábios. Rindariel reparou que ele fechara mais o senho e disse:

É Desidéria, você reclamou que Keldon não confiou em ti e agora faz a mesma coisa comigo.

Desidéria ao ouvir esse argumento parou um pouco mais à frente e virando nos calcanhares voltou-se na direção de Rindariel dizendo irritada:

O que quer que eu diga, Rindariel? Que os homens da Still Brother Hood não houve meus argumentos, considerando-os absurdos demais, pois ferem sua masculinidade.

Desculpa-me, mas eu não estou entendendo. – disse brandamente.

Quantas vezes tentei avisar que a casa estava tornando-se um bordel, com todas aquelas mulheres entrando bêbadas e saindo ao amanhecer.

Eu havia reparado no dia que fui visita-la.

Por esse motivo que estou irritada.

Pelo motivo deu ir visita-la ou das mulheres saírem de lá ao amanhecer?

Das mulheres... das mulheres, pois esta correndo a boca pequena que a casa é um pardieiro somente freqüentado por mulheres promiscuas e logo...- Desidéria fez uma pausa desviando o olhar de Rindariel.

Logo pensaram que você fosse uma leviana, estou certo?

Desidéria permaneceu em silencio, porém num ato de proteger-se ela abraçou-se a si mesma com força. Rindariel segurando-a pelos ombros e encarando-a diretamente nos olhos perguntou incisivamente:

Aquele soldado lhe fez algo? Diga!

O que ocorreu, já passou e tudo foi resolvido. O resto eu quero esquecer.

Desidéria... - Rindariel respirou profundamente para tentar não perder a calma, mas a teimosia dela era muito grande-...Se eu não souber o que esta acontecendo contigo como poderei te ajudar?

Diga-me Rindariel, por que esta preocupação tão grande comigo? Sei que somos amigos, mas porque esse excesso de zelo para comigo? – perguntou tentando desviar a conversa.

Rindariel abaixou a cabeça por alguns instantes e como tomado por uma corrente elétrica, pego-a pela mão e puxou-a, para próximo as margens da floresta num local mais isolado. Quando pararam, ela furiosa inquiriu-o:

Então após ter me puxado por quase toda a cidade, qual sua resposta?

Rindariel a encarou por alguns segundos e a envolvendo em seus braços a beijou logo em seguida. Ela foi tomada de surpresa o que a deixou estática, mas logo seu corpo pareceu perder o controle e assim passara a corresponder ao beijo. E que acontecera a pouco parecia não ter mais importância.

Inicialmente suaves e languidos os lábios do Elfo aos poucos se tornaram exigentes e possessivos. Desidéria sentia o corpo incendiar e sua mente dar voltas, quando ele a libertou ambos tinham a respiração descompassada.

Ela pesou em pronunciar alguma coisa, mas Rindariel a calou, pousando suavemente seus dedos sobre seus lábios. Seu olhar não escondia seu desejo por ela e dizendo com voz rouca:

Não, você já falou o que tinha para falar, agora o tempo de falar é meu.

Desidéria sentia seu coração palpitar acelerado como se fosse explodir de seu peito, sentia a respiração deficiente como se houvesse corrido por toda a Faerum.

Há muito tempo que sinto algo especial por você, assim como se meu espirito e o seu estivessem unidos. Quando retornei da morte uma das primeiras lembranças que tive foi de sua face, seu sorriso e principalmente de seu olhar.

Desidéria corou.

É incrível que cada dia que passa e eu penso te conhecer melhor, vem você e me surpreende mostrando-se um mistério ainda maior de solucionar. Tão selvagem quanto a própria floresta, às vezes é como se o mundo inteiro estivesse dentro de seus olhos e isso me encanta.

Ele acariciou-lhe a face com carinho e prosseguiu:

Sei que não deveria ter tais sentimentos, mas diversas vezes cheguei a invejar Arthur, Keldon e Yanguera por estarem constantemente contigo, sem terem consciência da jóia preciosa que és.

Desidéria sentiu uma emoção que jamais imaginara sentir. Tudo que havia ocorrido naquele dia parecia ter ficado distante, pois agora só existia o dois.

Quase enlouqueci de ciúmes quando Mardislak apareceu,e principalmente quando me contou daquele bardo, por Labelas. Como o odiei por ousar se aproximar de você e por imaginar que ele poderia tela...Envolvido.

Ele encostou sua fronte na dela e com os olhos semicerrados e a respiração arfante concluiu:

Desidéria, se a um motivo pelo qual me interesso pelo seu bem estar é porque eu te amo muito, minha doce amiga.

Desidéria não tinha palavras ou argumento para responder-lhe, mas o seu instinto falou mais alto. Erguendo-se na ponta dos pés, ela enlaçou-lhe o pescoço com os braços e beijo-o ardorosamente com todo seu espirito.

Para Rindariel foi a melhor resposta que ela ter lhe dado, a felicidade tomara conta dele.

Com suas mãos hábeis afagaram seus cabelos livrando-os das tiras de couro que os mantinham presos em gomos. Deixando em poucos instantes a manta negra e sedosa livre. Desidéria comprimiu seu corpo mais próximo ao dele e ele por sua vez sentidos os músculos tencionarem, murmurou no ouvido da moça:

Não sabes como eu esperei por isso Desidéria. Mas melhor nos controlarmos, pois o lugar não é apropriado.

Desidéria afastou-se um pouco tentando controlar as sensações que invadiram seu corpo e arfando disse:

Você esta certo...Por Kelliara...Acho que perdia um pouco a razão.

Rindariel sorriu enquanto delineava o rosto da amada com a ponta dos dedos.

Existe o tempo para que a razão impere e o tempo para que nos deixamos levar pelas emoções, doce amiga.

Acho que fui uma tola.

Porquê?

Algumas vezes o observei não somente como um amigo, más como...- era interrompeu o que ia fala pousando o rosto sobre o ombro de Rindariel.

Ele ergueu o rosto dela para que ela o fitasse diretamente nos olhos e com um ar malicioso perguntou:

Como o que?

Ao dizer isso ele deslizou os dedos pelo pescoço descendo ate quase o decote de seu vestido. O contato suave da pele dele com a dele, a fez estremecer.

Acho melhor irmos, senão perderemos o festival.

E ela tentou afastar dele, no entanto sem sucesso.

Não permitirei que se vá sem que termine o que estava dizendo.

Às vezes você é um pouco chato, sabia?

São anos de pratica, mas agora termine o que estava dizendo.- disse em tom divertido.

Esta bem, eu pensei em você como alguém mais intimo.- declarou tímida.

Ela umedeceu os lábios inseguros. O Avariel considerou um ato muito sedutor e voltou-lhe a beijar a boca rosada

Vamos senão não resistirei à vontade de continuar te beijando.


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