Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 68
Capítulo 68 - Bem-Vindos ao Mundo & Adeus


Notas iniciais do capítulo

Pronto... Mais um cap.
-x-x-
Fiquei com medo, pq me disseram que vcs estavam tendo "filhos pela boca" de tanto nervosismo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk' ~medo~
Boa Leitura.



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Shelly’s P.O.V.


– Aonde a senhora vai, Madame Shelly? – perguntou Rita, minha secretária, correndo atrás de mim enquanto eu saía de meu apartamento.

– Eu preciso ajudá-la, você sabe disso – rosnei.

– Mas a senhora vai fazer o que? – ela puxou meu braço, encarando-me.

– O que for preciso para que ela e os bebês sobrevivam – falei, decidida.

Rita apenas me olhou com pesar, sabia que eu falava sério.

– Boa sorte – ela sussurrou, soltando-me.

Eu já sabia meu destino, tinha tudo que precisava para o que iria fazer. Eu não sabia se funcionaria, mas tinha que tentar.

Eu precisava ajudar Layla, ela não podia pagar por coisas que aconteceram em outras vidas, outros tempos, vinganças bobas. Brendon não desistiria, mas ele precisava aceitar a minha “proposta”, ele não teria escolha, eu sabia a promessa dele, o que ele havia pedido às forças maiores, sabia que ele não teria opções, já que não havia sido específico ao pedir a alma de Layla para ele.

Ele devia aceitar.

Estacionei o carro em frente aos portões de bronze do grande cemitério, ativei o alarme do carro e fui em direção à entrada. Estava começando a chover, ouvia-se trovões ao longe, o céu estava escurecendo mesmo que ainda não passasse do meio-dia. Tudo estava ligado, eu sabia disso.

Caminhei entre os túmulos, havia alguns violados, uma pena que isso ainda acontecesse hoje em dia. Uma brisa fria atingiu meu rosto, fazendo-me sentir um arrepio. Abracei meus braços e continuei a caminhar, estava sozinha naquele lugar, apenas ouvia o vento e meus próprios passos esmagando as pedrinhas no chão.

Enfim cheguei ao grande túmulo de mármore, com uma grande cruz do mesmo material. Havia uma escrita que dizia: “Descanse em paz... Todos pecam no mundo, todos têm o perdão em um momento certo. Encontraremo-nos um dia, em um lugar melhor, onde tudo que acontecera, tudo que você fizera, terá sido apagado. Com amor, família Urie.”.

– Nem tudo pode ser apagado, principalmente quando o causador não quer ser perdoado – murmurei, como em resposta à mensagem sobre o túmulo de Brendon.

Provavelmente, se eu fosse pega fazendo o que pretendia, seria presa. Não importava, eles não poderiam me prender se tudo desse certo.

Eu sabia as consequências daquilo, mas eu não tinha coisas a perder. Nunca tivera filhos, era viúva desde meus vinte e cinco anos e nunca mais me casara, já Layla tinha uma família inteira, uma vida que precisava continuar.

Acendi as velas que trouxera, disse as palavras de invocação, logo senti o vento soprar forte, mas mesmo assim as velas não apagaram.

Respirei fundo, eu estava entrando no mundo dele.

Lentamente meu corpo caiu sobre o mármore do túmulo de Brendon, adormeci.


*


Layla’s P.O.V.


Eu sentia leves toques em minha barriga, mas nada além disso, sabia que estavam cortando-me, mas nada sentia referente a isso. Estava sendo melhor do que eu esperava.

Eu não conseguia contar o tempo, mas creio que já havia se passado mais de trinta minutos desde que entrara na sala de cirurgia até este momento.

Gerard conversava comigo, mantendo-me distraída.

– Então... – ele sorria. – Eu não gosto dessas agulhas em você.

Sorri levemente, estava um pouco grogue.

– Eu muito menos – disse. – Estou inteira da cintura para baixo?

Gerard olhou pelo canto dos olhos, evitando a cena – provavelmente ensanguentada de mais para o másculo Gerard Way.

– Está – ele respondeu depois. – Pelo menos as pernas ainda estão lá – ele brincou.

– Tomara que ainda sirvam para alguma coisa – brinquei também.

Havia algo de estranho comigo, como se minha cabeça estivesse leve de mais.

– Essa anestesia era local, não era? – perguntei a Gerard.

– Sim.

– Então por que eu estou me sentindo um pouco tonta? – estava confusa.

– Eu... não sei – ele pensou.

Gerard chamou a enfermeira rapidamente, informando de meu mal-estar.

– Dr. Thomas – chamou a enfermeira, chegando os aparelhos. – Acho que estamos tendo uma queda de pressão drástica na paciente.

Enquanto eles conversavam sobre isso, um tanto nervosos, eu ia caindo em confusão, era como se meu cérebro estivesse adormecendo lentamente, deixando as vozes ao fundo, concentrando-se apenas na escuridão.

– Dr. Thomas! A paciente está ficando desacordada! – disse, um tanto nervosa, outra enfermeira.

Ela aplicou algo em meu braço, a dor não me incomodou.

– Layla – Gerard chamava, apreensivo ao meu lado. – Faça-me o favor de não dormir, Layla!

Não conseguia me concentrar em sua voz, e isso me irritou.

De repente, ouvi um barulho estranho que invadiu meus ouvidos. Um... choro?

Abri meus olhos rapidamente, mesmo não conseguindo pensar direito eu sabia que precisava ver, precisava examinar o autor daquele choro fino, mas mesmo assim, escandaloso.

Olhei para Gerard, ele olhava em outra direção, acho que para Dr. Thomas, sorrindo – ele ainda estava de máscara, mas eu podia ver em seus olhos que ele sorria. Ah, seus olhos, estavam cheios de lágrimas, mas não lágrimas tristes; lágrimas de felicidade.

Segui seu olhar, era de onde vinha o choro. Pude ver Dr. Thomas entregar algo enrolado em um pequeno cobertor rosa para uma das enfermeiras, que caminhou até ao lado de Gerard, abaixando-se para ficar à minha altura.

– Digam olá à sua filha – ela disse.

A mulher entregou a pequena pessoinha nos braços de Gerard, que se abaixou ao meu lado para que eu pudesse olhar para o rostinho dela.

– É... a nossa filha – ele disse, fungando, estava chorando realmente agora.

Sorri, nossa filha.

– Helena... – sussurrei, acariciando o pequeno rostinho dela.

– Helena? – ele olhou-me, confuso. – Mas, seria Sophie...

– Não, vai ser Helena, Gee... – falei, derramando uma lágrima. – Helena Lee Way.

Gerard sorriu, eu sabia como esse nome lhe era importante.

Ela não chorava mais, mas ainda mantinha o lábio inferior esticado, como se fosse desatar um berreiro há qualquer momento. Helena era pequena, branquinha, tinha cabelos negros, mesmo que não fossem muitos. Ela abriu os olhinhos rapidamente, eram iguais aos de Alice quando a vi no hospital, todo bebê nascia com olhos levemente azulados.

Gerard acariciou a pequena bochechinha de Helena, logo depois olhando para mim, secando uma de suas lágrimas.

– Ela parece com você – ele disse.

– Mentira... – sorri. – Ela tem o seu queixo... e acho que o seu nariz também...

Ele riu disso, por que era verdade, se ela parecia com um de nós, era com Gerard.

– Precisamos levá-la – disse a enfermeira a nós. – Ela precisa fazer alguns exames padrão e tomar um banhinho.

Gerard deu um beijo na testa de Helena e entregou-a para a mulher, que se encaminhou com ela até a porta.

– Eu te amo – disse a Gerard.

– Eu também te amo – ele respondeu, acariciando minha bochecha.

– Eu estou um pouco tonta... – falei.

– Já medicaram você, logo vai passar – ele tentou me tranqüilizar.

– Não... está piorando – fui sincera.

– A pressão da paciente continua a cair – disse a enfermeira ao médico, como que para confirmar o que eu dizia.

Fechei meus olhos, tentando me concentrar apenas na voz de Gerard, mas logo outro choro interrompeu minha concentração, fazendo-me abrir os olhos de novo.

Olhei para Gerard, sorria igual a antes, olhando para o pequeno ser que vinha enrolado em um cobertorzinho azul nos braços da enfermeira.

– Parabéns – ela disse, entregando-o para Gerard.

– Diga oi à mamãe – Gerard falou ao pequeno Arthur Joseph Way, colocando-o ao meu lado.

– Olá Arth! – sorri, acariciando sua bochecha. – É bom respirar agora?

A enfermeira logo o levou, começaria a sutura agora.

Mas eu estava piorando, eu sentia minha cabeça flutuar, como e estivesse voando sem nem mesmo ter saído da maca.

– Dr. Thomas, estamos tendo uma parada cardíaca! – uma das enfermeiras gritou.

De repente todos os sons começaram a ficar distantes, eu ouvia a voz de Gerard me chamar, mas como eu responderia? Não tinha mais controle de nada em meu corpo.



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Notas finais do capítulo

O.O OQ SERÁ Q VAI ACONTECER??
REVIEEEEEWS??
BEIJOS'