Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 56
Capítulo 56 - Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Vamos acabar com o mistério uahsuhaus'
Boa Leitura...



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 - Gerard... Layla – ele chamou. – Estão vendo essa forma aqui – ele disse, apontando na tela – atrás do bebê?

 - Sim – respondemos juntos, sem entender.

 Visualizei a pequena forma atrás do borrão que era o meu bebê. A forma também era um borrão, mas estava atrás. Logo entendi o que era.

 - Oh – arfei.

 Gerard ainda estava confuso, Dr. Thomas sorria.

 - Bem, parabéns em dobro papai – disse o médico. – São gêmeos!

 Gerard arregalou os olhos, não parecia acreditar.

 - Mas, como é possível? – perguntei.

 - Pelo o que parece – ele começou – ele estava escondido atrás do primeiro bebê – ele explicou. – Isso é um pouco comum em gêmeos bi-vitelinos, e parece que esse é o caso deles.

 - Bi-vitelinos? – perguntou Gerard, ainda em estado de choque.

 Eu já havia estudado sobre isso na escola.

 - É, gêmeos gerados por óvulos diferentes. Todo mês apenas um óvulo é liberado por Layla, mas algumas vezes pode acontecer de dois serem liberados, e foi o que aconteceu – explicou Dr. Thomas. – Esses gêmeos, na maioria das vezes, não nascem idênticos como os outros, já que são gerados por óvulos e espermatozóides diferentes, o que acaba mudando um pouco a DNA deles.

 Gerard estava boquiaberto, fitava a tela do computador, vendo os nossos dois bebês, apoiado sobre a cama em que eu estava deitada.

 - Então... teremos dois filhos? – perguntei, ainda não acreditava.

 - Sim – sorriu Dr. Thomas.

 De repente vi o corpo de Gerard escorregar, seus olhos ficaram vagos. Gerard desmaiou.

 - Gerard! – gritei, levantando-me rapidamente, nem ligando para minha dor nas costas.

 Dr. Thomas correu até a porta e chamou a enfermeira.

* * *

Gerard’s P.O.V.

 - Então... teremos dois filhos? – perguntou Layla, estava tão surpresa quando eu.

 - Sim – disse Dr. Thomas, sorrindo.

 Meu cérebro gritou “Informações de mais, Gerard! Erro no servidor!”. Senti meu corpo amolecendo, minha visão escureceu, caí no chão.

 - Gerard! – ouvi Layla gritar, depois tudo apagou.

* * *

 - Gee... – uma voz doce e feminina chamava. – Gerard... Acorde...

 Abri meus olhos, minha visão turva. Layla encarava-me, seu rosto tinha uma mistura de felicidade e preocupação.

 - Layla – falei. – Eu tive um sonho... engraçado – ri.

 - E como era o sonho? – ela perguntou, estava rindo por algum motivo.

 - Você tinha caído, e a gente foi no médico... – comecei.

 - Isso é engraçado? – ela perguntou, fazendo uma careta.

 - Não... o engraçado é que, depois, o médico disse que a gente ia ter dois filhos – eu ria, como um idiota, será que eu havia usado drogas? – e que o segundo estava escondido atrás do primeiro, alguma coisa assim...

 - Nossa, Gee – ela riu. – Que sonho, hein?

 Eu estava louco ou havia algum tipo de ironia em sua voz?

 - Por que está falando assim? – perguntei.

 - Gerard... – ela ria, divertida. – Não foi sonho... É real! Vamos ter dois bebês!

 Fiquei sem expressão, o que ela estava falando? Não era sonho? Como assim? Era real? Dois filhos? De uma vez só?

 - Ah, entendi – falei, rindo. – Eu ainda estou sonhando!

 Fechei os olhos, forte, pensando em outras coisas.

 - O que está fazendo? – ela perguntou, rindo.

 - Tentando acordar – expliquei.

 - Você já está acordado – ela disse, mexendo em meu cabelo. – E era eu quem devia ter desmaiado, Gerard! Depois, quando digo que você é afeminado, você briga...

 - Dois filhos? – perguntei novamente.

 - Uhum – ela sorriu.

 - Tem certeza? – confirmei.

 - Sim – ela revirou os olhos.

 - Duas crianças... chorando ao mesmo tempo durante a noite – repeti as palavras dela, ela havia dito isso quando conversamos sobre gêmeos uma vez.

 - Pois é... – ela fez uma careta.

 Pensei sobre isso rapidamente.

 - E você gostou da notícia? – perguntei, apenas para ter certeza.

 - Sim – ela sorriu, achando graça em minha pergunta.

 Pensei por mais alguns instantes. Sempre quis ter gêmeos, eram tão fofinhos, iguaizinhos, e tinham uma ligação um com o outro. Havia esquecido essa ideia pois Layla nunca se interessou muito sobre ter mais de um bebê de uma vez, mas agora, que ela estava feliz com isso, eu podia explodir de felicidade.

 - São dois! – gritei, sentando na cama.

 Espera aí, cama? Droga, eu havia desmaiado! Estava deitado sobre a mesma maca em que Layla estava há poucos minutos – ou muitos, não fazia ideia de quanto tempo passei desacordado ali.

 Abracei Layla rapidamente, com força, ela pareceu esquivar-se um pouco, lembrei então de sua dor nas costas.

 - Oh, desculpe – disse rapidamente.

 - Tudo bem! – ela disse, abraçando-me novamente. – Gerard! Dois bebês! Dois filhos!

 - Isso é tão incrível! – ri.

 De repente, ouvi ela chorar. Olhei rapidamente para ela, aquilo não parecia choro de felicidade.

 - Vai doer em dobro pra nascer, Gee – ela chorou. – E eu vou engordar em dobro!

 Pensei no assunto, logo outras coisas vieram em minha cabeça. Lágrimas vieram aos meus olhos, chorei um pouco também.

 - Insônia em dobro – falei, secando uma lágrima. – Choro em dobro! Cólica em dobro!

 - Pára, Gerard! – ela gritou. – Está me fazendo chorar mais ainda!

 - Desculpe – disse, secando minhas lágrimas e as dela. – Vamos pensar nas coisas boas...

 - Quais? – ela desesperou-se.

 - Ah... As covinhas! – falei, sem pensar. – Pense, aqueles sorrisinhos lindos, aquelas risadinhas fofas, aquelas fofurinhas...

 - É... – ela concordou. – Tem razão... Acho que vamos ter que adiar a viagem.

 - Sim – concordei. – Ela tem validade longa, remarco para quando os bebês nascerem – tranquilizei-a.

 Fiquei pensando nos bebês cheios de covinhas, dobrinhas... gêmeos... Não dava para ser mais perfeito.

***

Layla’s P.O.V.

 Depois de Gerard se recuperar, continuamos o ultra-som, Dr. Thomas disse que já havia visto um caso parecido, mas mesmo assim era raro.

 Eu teria que ficar em repouso, nada de carregar pesos ou sair andando pela neve escorregadia novamente, Dr. Thomas disse que tive sorte de não ter acontecido nada com nenhum dos bebês, e que eu poderia não ter essa sorte novamente.

 Assim que chegamos a nosso apartamento, fui tomar banho, quando saí Gerard falava no telefone com alguém.

 - Quem é? – sussurrei, curiosa.

 - Jessica – ele disse, rapidamente tirando o celular do ouvido.

 Encarei-o sem reação, como ele ainda falava com ela? Na minha frente? Com essa tranquilidade toda?

 - O que ela queria? – perguntei, após ele desligar, ele havia mandando “abraços” para ela.

 - Queria saber se você estava bem – ele disse, como que quisesse me fazer sentir culpada por julgá-la assim.

 - Nossa, agradeça ela pela preocupação – ironizei. – Sabemos muito bem que ela não quer apenas notícias minhas, Gerard!

 - Okay – ele desistiu. – Ela também queria marcar para tomarmos um café.

 - Ela, você e eu, certo? – perguntei, já sabendo que a resposta não seria essa.

 - Bem... – ele começou.

 - Chega, eu sei que os planos não me incluíam – falei, meu tom de voz estava estável.

 Gerard ficou em silêncio. Encarei-o.

 - Gerard! E aí, o que mais? – quase gritei, irritada.

 - Mais nada – ele ficou assustado.

 - Você aceitou ou não?

 Ele encarou-me, parecia fugir de alguma coisa.

 - Oh, Gerard, mais que droga! – gritei, irritada.

 - Layla... vai ser só uma horinha, coisa de amigo – ele disse, desculpando-se.

 - Para você pode até ser, mas ela quer mais que isso! – gritei.

 - Calma, Layla, não pode se exaltar – ele disse, segurando meus ombros.

 - Como você quer que eu fique tranquila sabendo que meu marido vai tomar um café com a amiga dele? – rosnei.

 - Não fale assim, irônica, ela é só uma amiga e vai ser só um café – ele choramingou.

 - Vão fazer o que? Por que ela quer tomar um café com você? – perguntei.

 - Sei lá... – ele começou.

 - Pára! – interrompi. – Eu até aceitaria se fosse alguma coisa profissional ou algo do tipo, mas não, você nem sabe o motivo disso... Na verdade, você sabe, sim... Eu também sei... Ela também sabe... – disse, maliciosamente.

 - Não vamos fazer nada! – ele insistiu.

 - Como você tem certeza? – explodi. – Ela pode agarrar você, alguém pode bater uma foto, e depois vão me chamar de... de... chifruda!

 Ele revirou os olhos, comecei a chorar.

 - Vamos dormir, conversamos sobre isso amanhã – ele disse, vindo me abraçar.

 - Vamos sim – disse. – Eu, na cama; você, no sofá – esquivei-me de seu abraço.

 - Mas... – ele começou novamente.

 - Não! – interrompi.

 Fui até o quarto, peguei o seu travesseiro, um cobertor e um lençol, jogando sobre o sofá para que ele arrumasse a sua mais nova cama.

 - Layla... Por favor – ele disse, estendendo uma mão para me tocar.

 - Vai à merda! – falei, indo novamente até o quarto e batendo a porta.

 Dormi sozinha naquela noite, Gerard ficou no sofá, eu podia ouvir a televisão alta na sala.

 - Idiota – resmunguei antes de adormecer.


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Notas finais do capítulo

YEAH! ELES BRIGAM DE MAIS! KKKKK'
Reviews?????? :)
Beijos.