Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 123
Capítulo 123 - É Possível Ser Verdade?


Notas iniciais do capítulo

Olá =)
Boa Leitura...



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 Fui rapidamente até o corredor, mas não havia nada ali, estava tudo vazio. Andei até a sala, procurando por algum sinal do que teria causado aquele barulho – parecido com algo se quebrando.

 Rapidamente avistei, próximo ao sofá, um dos pequenos vasos que ficavam sobre a mesinha de centro, agora quebrado em milhares de pesados no chão.

 - Mas... – tentei raciocinar, como ele havia saído de cima da mesinha e se quebrado próximo ao sofá?

 Olhei em volta, um tanto confuso. Tudo parecia normal, mas havia algo errado ali. Também pude ver as chaves de minha casa caídas próximo à porta.

 De repente ouvi um estrondo vindo do corredor, como se uma porta acabasse de ter sido batida.

 - Tem alguém aí? – chamei, enquanto andava lentamente em direção ao final do corredor.

 A porta de meu quarto permanecia aberta, exatamente como eu a deixara. A porta do banheiro estava fechada, não lembrava-me se ela já estava assim quando passei por ali, então resolvi conferir se havia algo – ou alguém – ali dentro. Abri a porta devagar, olhando com cuidado cada canto do banheiro, mas estava vazio, nada de estranho havia ali.

 Mas eu tinha certeza de que alguma porta havia sido batida ali. Então só sobrara...

 Virei-me imediatamente na direção da porta do quarto de meus filhos, se alguma porta havia sido batida ali só podia ter sido esta.

 Estendi minha mão até a maçaneta, girando-a muito lentamente, estava um tanto receoso sobre o que iria encontrar ali.

 Conforme a porta ia se abrindo, eu podia ver a decoração do quarto, aos poucos minha visão se ampliava, tudo parecia normal naquele quarto, exatamente como antes até que a porta se abriu por completo, exibindo a imagem completa do cômodo, permitindo-me ver os dois berços onde meus filhos dormiam, e entre eles...

***

Layla’s P.O.V.

 - Está estranha... – disse Leticia enquanto estávamos comendo um hambúrguer em uma lanchonete próxima às lojas que visitamos e outras que ainda iríamos visitar.

 - Eu? – questionei, saindo de meu transe.

 - Sim... Parece pensativa – ela comentou.

 - Impressão sua – dei de ombros, dando um leve sorriso.

 - Também percebi algo de diferente... – Diana completou. – Tem certeza que está bem? Podemos voltar...

 Senti uma grande vontade de aceitar essa proposta e pedir que levassem-me novamente para casa, mas não o fiz, era besteira minha tudo isso, provavelmente por eu não ter afastado-me muito dos bebês e de Gerard depois dos últimos acontecimentos nos meses anteriores.

 - Não, eu estou bem – sorri largamente para tranquilizá-las.

 Eu estava mentindo, eu não estava nem um pouco bem. Sentia como se meu coração fosse pular por minha boca a qualquer momento, continha o impulso de pegar meu celular e ligar para Gerard, apenas para ter a certeza de que não acontecera nada e que todos estavam bem.

 Sim, era idiotice minha, afinal... O que poderia acontecer em apenas algumas horas em que eu me encontrava longe de casa?

***

Gerard’s P.O.V.

 O chão sumiu de meus pés quando vi aquela cena... Ela estava ali, entre meus dois filhos, com a cabeça baixa encarando o chão seriamente.

 - Não... Não é possível – gaguejei, sem acreditar.

 Vi os olhos dela levantarem lentamente até encontrarem os meus.

 - Feche a porta – ela disse, dura.

 Lentamente fiz o que ela pediu, estava um tanto confuso e surpreso.

 - Você... está morta – sussurrei.

 Malu riu, mas sem achar graça.

 - Eu pareço morta? – ela me encarou.

 Ela estava diferente. Seus cabelos, antes negros, agora estavam com uma coloração mais avermelhada, sua pele parecia mais pálida e seus olhos estavam de um azul exageradamente claro – fazendo-me perguntar se ela estava realmente ali ou era apenas um delírio meu.

 Malu usava uma blusa preta de alças finas, uma calça jeans básica e um tênis preto.

 - Acredito que você esteja surpreso em me ver – ela sorriu, olhando para o chão novamente.

 - Como você fez isso, Malu? – queria entender como ela conseguira enganar a todos e forjar a própria morte.

 - As pessoas são burras... – ele riu, debochada. – Você coloca algo seu em algum lugar, queima junto de um corpo, e logo pensam que aquele corpo era seu... Mal fizeram exames para ter certeza se aquele cadáver carbonizado junto de minha moto era realmente meu! Apenas precisei fazer algumas mudanças carga dentária daquela pobre garota... Até que foi fácil... Fiz obturações nos dentes dela e nos meus também – ela fez uma careta de dor com a lembrança – para poder implantá-los nela... Mas já os substituí por novos – ela sorriu largamente. – Nem parece que não são meus – Malu apontou-me os dentes traseiros de sua boca. – Depois que encontraram o corpo e fizeram os exames dentários, chegaram a conclusão de que era eu ali e me deram como morta... Enfim pude retomar meus planos – agora ela me encarava.

 - Veio me matar? – perguntei.

 - Não exatamente... – ela parecia pensativa. – Primeiro quero falar sobre minhas peripécias enquanto pensavam que eu estava morta – Malu riu.

 Okay, ela estava ali para me contar sobre o seu dia a dia enquanto pensavam que ela havia morrido?

 - Depois de tudo isso, mudei-me para o Canadá – ela soltou um longo suspiro. – Se eu não necessitasse voltar, teria ficado lá para sempre... Um lindo lugar! Enfim... Fiz algumas mudanças em meu visual, e mudei meu nome... Se quiser pode chamar-me de Clara agora.

 Mantive-me em silêncio, não estava interessado em saber o que ela fizera nesse tempo todo, queria apenas que ela saísse logo dali.

 - Okay, alguém acordou com o pé esquerdo hoje – ela foi irônica. – Continuando... Minha vida foi muito emocionante durante esses meses, principalmente os momentos em que eu estava planejando como voltaria para cá e encararia vocês. Tudo fora inútil, já que decidi o que fazer exatamente apenas há dois dias.

 Eu não entendia o que ela estava insinuando.

 - Vigiei vocês durante duas semanas... – ela disse aleatoriamente. – Até que hoje vi Layla sair sozinha, como nunca mais fizera... Era a minha chance! – ela parecia realmente entusiasmada.

 - De quem era o corpo encontrado na moto? – eu precisava saber disso.

 - Ah, uma garota idiota que morava na mesma rua onde ficava o meu esconderijo antes de tudo aquilo... Ela era uma drogada qualquer, aposto que nunca ninguém sentiu a falta dela depois disso... Talvez eu tenha até feito um bem a ela – Malu falava sobre isso com uma naturalidade que realmente me assustava.

 - O que você quer aqui? – perguntei, sério. – Terminar seu serviço?

 - De certa forma... Sim – ela sorriu. – Não gosto de deixar coisas incompletas.

 - Então... Suponho que tenha vindo me matar... Já que deixou bem claro que não queria vir quando Layla estivesse – raciocinei em voz alta.

 - Hum... Seu pensamento é intrigante... Talvez eu devesse fazer isso – ela sorriu largamente. – Mas... Eu não sei se conseguiria atirar em você.

 Não entendi isso muito bem.

 - Naquela vez... Fora um acidente, eu não fiz de propósito... Provavelmente eu não teria atirado em você se quisesse realmente – ela explicou.

 - Porque acha isso? – questionei.

 Malu perdeu seu sorriso, ficando novamente séria.

 - Layla sempre tivera as coisas que eu queria... – ela disse. – Primeiro Brendon... Meu namorado, que só tinha olhos para ela! Depois... Um casamento! Eu sempre quis me casar e ter uma família, mas como eu disse... Brendon só tinha olhos para ela! Mas eu até que estava me acostumando a conviver com isso... Até que ela o matou – seu olhar ficou vazio. – Uma parte de mim morreu com ele, Gerard! Eu estava me sentindo morta até que... Eu conheci você.

 Silêncio pairou no ambiente, ela estava se declarando para mim?

 - Mas, para variar, você era dela! – ela quase gritava. – Layla tinha tudo o que eu mais queria! Uma vida legal, com um marido que a amava e filhos lindos... Eu não aguentava ver isso! Não aguentava pensar que eu não pudera ter isso com Brendon por culpa dela! Então, decidi somar toda a minha raiva por Layla, todos os motivos para que eu a odiasse, e atacá-la das piores formas...

 - Sequestrando nossos filhos – completei.

 - Matando-os na verdade – ela sorriu, corrigindo-me. – Mas vocês atrapalharam meus planos... E eu acabei atirando em você – mais um momento de silêncio. – Sabia que isso doeu em mim? Senti quase que a mesma dor de quando Brendon morreu...

 - Porque está me dizendo tudo isso? – eu queria acabar com tudo aquilo logo.

 - Eu não aguento mais ver a felicidade de Layla – ela disse, sem emoção. – Não entendo o porquê de ela ter tudo e eu viver assim... Sem nada!

 Nesse momento vi Arthur se movimentar em seu berço, logo ele começou a chorar. Malu olhou imediatamente para ele, esboçando um sorriso fraco e torto.

 - Você já pensou em como seria viver sem eles? – ela perguntou-me.

 - Já... – admiti. – Quando você os levou.

 Ela voltou seu olhar novamente a mim.

 - E o que sentiu? – perguntou.

 - Como se uma parte de mim morresse – falei.

 - Então entende parcialmente o que eu sinto – ela suspirou, esticando-se na direção de Arth e o pegando em seus braços.

 - Não – disse sem pensar, indo em sua direção.

 - Não ouse se aproximar – ela advertiu, retirando um revólver prata de trás de suas costas e o mirando para mim. – Eu já atirei em você uma vez, posso atirar novamente.

 - Você mesma disse que não conseguiria – lembrei-a, parando imediatamente.

 Ela pensou brevemente.

 - Mas atiraria nele – ela apontou o revólver para Arthur em seu colo. – Seria lindo ver Layla sofrer.

 Ela era fria... Provocava em mim uma mistura de raiva e pena, não conseguia identificar seus verdadeiros sentimentos, era como se em um momento ela fosse a Malu que sofre pela perda de um amor, e em outro, ela era a Malu sem escrúpulos, capaz de matar um pobre bebê para ver outra pessoa sofrer.

 - Não faça isso – quase implorei, um grande desespero passou por mim. – Se você quer vê-la sofrer, me mate... Ela também irá sofrer com isso!

 - Não! Você não entende! – ela gritou, com raiva. – Esses bebês não deviam existir, porque Layla devia estar morta!

 Isso lembrava-me algo, mas eu não conseguia saber o que.

 - Eu não suporto mais ver a felicidade de vocês – ela rosnou, pronunciando cada palavra lentamente.

 Malu colocou Arth em seu berço novamente, mas continuou com o revólver apontado para ele.

 - Pense bem no que você irá fazer, por favor – falei, queria poder convencê-la a não fazer nenhuma besteira.

 - Já pensei, e tomei minha decisão – ela sorriu.

 - Não faça nenhuma besteira – continuei.

 - Me beije – ela disse, sem pensar.

 - O que? – fiquei confuso.

 - Eu prometo sair da vida de vocês para sempre... Apenas me beije – ela se aproximou lentamente de mim, mantendo sua arma apontada para o berço de Arthur.

 Eu precisava pensar... Beijar Malu? Ela tentara me matar e estava ameaçando atirar em meu filho, isso não estava certo!

 Mas e se ela estivesse falando a verdade? E se ela realmente fosse cumprir o prometido?

 Eu precisava arriscar...

 Assim que Malu se aproximou de mim, colocou sua mão livre em meu rosto, afagando minha bochecha e aproximando seus lábios dos meus.

 - Ela não te merece – ela sussurrou, selando nossos lábios.

 Fiquei rígido, não me sentia confortável estando beijando uma assassina. Mas seus lábios eram macios e doces, fizeram-me lembrar brevemente de que ela era apenas uma garota também, que passara por momentos ruins em sua vida. Talvez ela pudesse realmente estar falando a verdade, talvez ela pudesse mudar e decidir sair de nossas vidas para sempre.

 De repente, ouvi um estrondo alto. Um tiro, e tudo no que eu pensei virou pó e o desespero atacou meu corpo novamente.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *U* Please?
O QUE SERÁ QUE ACONTECEU? O.O
AI DELS...
Ta Feliz agora, Malu? U.u' LOL
Eu queria falara uma coisa aqui... Mas esqueci O.O
Ah, lembrei... Queria dizer que a fic ta no fim ~agora é VERDADE~, mas que no mesmo dia em que eu postar o último cap. dessa temporada, eu já posto o primeiro da segunda ~isso ficou confuso LOL~
Enfim...
Beijoos =)