A floresta densa dava a noite aquele tom sombrio que somente nós mulheres podemos entender, um homem nunca veria beleza em uma flor desabrochando em plena lua cheia, mas nós mulheres vemos beleza até mesmo em uma borboleta descansando sobre um galho seco e morto.

A lua no céu estava mais do que linda, era perfeita, sexta feira com uma das luas mais lindas já vistas pelos olhos humanos. Meu nome? Meredith. Sou loira e tenho os olhos azuis, okay, você não está entendendo o sentido desse diário, mas eu vou explicar. Meus pais moram no sul da Austrália e minha família visando um futuro melhor me mandou para cá, Los Angeles, Califórnia. Lugar lindo esse, mas não vou falar nada que não precise. Eu tinha tomado a estrada quando meu carro quebrou, isso sempre acontece, é um defeito meu, o azar. Ao entrar para a floresta avistei duas garotas correndo rapidamente, morenas de pele perfeita, pareciam estar fugindo de algo, mas não sabia no que eu estava me metendo. As garotas estavam com aquele jeito de que estavam preocupadas e eu não sabia por que mas quando eu me aproximei mais delas meu coração parava de bater, na verdade batia tão rápido que eu não sentia mais ele bater de tão forte que estava. Atrás de mim eu podia sentir um hálito gelado em minha nuca, nunca mais me esquecerei daquele toque, daquela noite. Atrás das garotas outras duas pessoas apareceram e as agarraram pelos cabelos. Uma era mais baixinha a outra tinha traços latinos. Nós três, iríamos morrer aquela noite. Senti minha garganta ser rasgada fortemente e logo eu desfaleci naqueles braços gélidos. Luzes viajavam pelos meus olhos e varias coisas vinham em minha cabeça.

Uma luz intensa fez meus olhos doerem e logo coloquei a mão sobre a testa olhando em volta percebendo que estava em uma maca cirúrgica, não entendia o que estava acontecendo, devia ter sido um sonho e eu teria batido o carro. Virei meu rosto e um frio subiu pela minha espinha, as duas garotas estavam em duas macas ao meu lado e um rapaz lindo estava na nossa frente com um sorriso grande olhando para um monitor enquanto acenava para mim.

– Olha quem acordou, Jeremy.
Falou o maior enquanto colocava a outra luva e se aproximava de mim olhando em meu pescoço e dando um sorriso.

– Ela já se recuperou, acho que está na hora de levá-la ao centro de treinamento.

– Mas, Dr. Hoffman, ela vai fazer parte do novo grupo, temos que treinar as três juntas.

– Você está certo, Jeremy. Vou sedá-la novamente.

E assim uma seringa completou o que eu já sabia que ia acontecer, eu dormi. Meus olhos ficaram pesados e tudo que eu podia sentir era um frio que corria em minha veias, meu sangue parecia ter esfriado e agora eu não sabia mais quem eu era, eu sabia mas parecia que eu era outra pessoa.

Minutos se passaram e eu acordei com os olhos pesados e surpresa, não estava mais em uma maca, mas sim em um grande quarto com uma porta de madeira que levava para um banheiro, certo, eu estava ficando louca mas era o que estava acontecendo era o que eu via. Merda. Logo que virei meu rosto novamente me dei conta que estava em um quarto dividido, pelas outras duas garotas como se fossemos irmãs gêmeas ou prisioneiras de um crime que fizemos juntas. Suspirei e olhei em volta me levantando da cama e sentando na mesma, estava com uma calça de algodão branca e camisa também branca. Minha pele estava um pouco pálida mas isso devia ser do acidente ou de algo que tinha acontecido. Fui até o banheiro e quando me olhei no espelho não me reconheci. Eu estava linda, eu era totalmente deslumbrante com um corpo perfeito e com o rosto desenhado perfeitamente como se tivesse passado por uma cirurgia do futuro onde eu tivesse ficado mais linda. Virei meu pescoço e pude ver uma gaze no local e assim que tirei a mesma uma marca de mordida estava estampada na minha pele. Eu tinha sido atacada por algum animal, mas esse animal era humano. Três homens vestidos de preto entraram no quarto e assim que eles bateram o pé no chão e como reverencia se agacharam eu fiquei mais assustada ainda. Logo as duas outras garotas abriram os olhos e me viram, uma delas gritou alto, mas logo ficou calada pela dor que sentia no pescoço. A outra me olhou e depois olhou os homens começando a chorar. Eu era a única que parecia mais calma. Aproximei-me das meninas e fiquei olhando para os três homens que sorriram e sussurravam individualmente como se estivessem ligados a cada uma de nós. Um moreno alto estava olhando para mim enquanto movia os lábios lentamente e falava que estava ali somente para nos servir que era para nós ficarmos calmas e que iriam explicar as coisas assim que tudo se acalmasse. Eu confiava naquele rapaz, era como se o mesmo estivesse. O nome dele era Abaddon, eu já tinha ouvido esse nome e não era em um lugar legal, era o nome de um demônio, mas não iria ligar para aquilo, o rapaz me dava confiança. Afirmei com a cabeça e olhei para as garotas e me levantei indo até o rapaz e olhando nos olhos do mesmo que deu um sorriso e levou aos meus lábios seu pulso, eu não entendi mas ele fez um sim com a cabeça e eu segurei com força aquele braço musculoso e mordi com toda força, o sangue do maior encheu minha boca e a cada segundo com o pulso do mesmo em meus lábios meu corpo parecia brilhar. Logo as outras duas meninas se juntaram a mim ficando cada uma de um lado mordendo o pulso de seu guardião. Estava tão delicioso que meus olhos se fecharam e um gemido de prazer surgiu de minha boca. Olhei em direção ao rosto do maior e vi que o mesmo também parecia gostar do que estava acontecendo. Mas logo eu parei passando a língua sobre a mordida sabendo que era o que eu devia fazer, o veneno que brotava de meus caninos e minha língua começou a agir imediatamente e como se fosse acido curou aquela mordida rapidamente deixando a pele somente com uma marca vermelha. Eu era uma vampira, e a partir daquele momento, Abaddon era meu servo para toda eternidade. Meredith Stanford.