Sentada sobre o leito de minha mãe, perdia-me nas orações por sua alma. Devia ser encaminhada em breve para o convento, pois decidi que não me casaria com homem algum. Pois se a perdi por amar um homem, desde então decidi que os homens não eram dignos do amor.

-Noite...

Levantei me assustada. A procura de quem falara comigo. Rubens não poderia ser. Ninguém sabia de minhas fugas ao longo da noite, para o leito escondido de minha mãe.

-Quem ousa me vigiar... – Disse a bom tom para as paredes e a escuridão.

-Não ousaria vigiá-la, mas uma dama não devia estar em seus aposentos neste momento.

-Onde eu deveria estar não lhe diz respeito. Mostre se...

-Temerias...

-Se és tu que estas a se esconder...

O cavalheiro surgiu da penumbra da noite. Poderia dizer que a própria neblina se materializou em minha frente na figura masculina que agora olhava, mas como percebi seus passos, não recuei. E o observei surgir.

-Não temas...

-Não estou com medo. Eu, lhe conheço? – Caminhei um pouco ao seu redor o observando. – Eu lhe conheço.sim...eu... Já o vi em sonhos...(?)

Naquele momento eu estava passos a sua frente e não vi sua face. Mas sem explicar senti que ele estava sorrindo.

Elegantemente vestido, não para a ocasião em que estávamos. Entre jacintos abandonados naquele jardim abandonado. Eu tinha certeza que era ele que habitava meus sonhos, mas eu não o conhecia. E não sabia o que fazia no meu esconderijo.

-Sabia que falarias isso Elizabeth.

-Como sabes meu nome? – Virei me para o encarar. Mas novamente encontrei a neblina e escuridão.