Broken Faith escrita por Kamei


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Yey, meu presente de aniversário para o MinHo e pro Onew. ♥
Um pouco atrasado, mas ok, o que vale é a intenção. q
E eu escrevi isso em meio a um surto meio psicótico, dai, ficou um pouco viajado demais!
E... eu estava no meio da fic, quando eu pensei que ficou um pouco parecido com a One Shot 2min da JayJay o_o
Eu não estava pensando nisso na hora que comecei esse tópico muito louco, mas acho que no fim, né, ficou parecido.
JayJay influencia meu inconsciente. HDUIALSHFASJFIOASJDSAD Sorry, se eu admiro ela demais. ;;
A fanfic é dedicada à Aninha, à Dai, à Alice, ao Eric e à JayJay. q ♥
Boa leitura~



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Não me lembro há quanto tempo vago por esse mundo. Fui mandando para cá com um simples objetivo: Limpar essas terras dos descendentes restantes do último traidor de nosso Senhor. Eu não era um Arcanjo quando toda a lenda de desenrolou, o que foi há muitas eras, mas eu ouvi muito sobre essa história.

História que me assombra; pois eu jamais serei digno de cumpri-la como aqueles que me antecederam.



O seres impuros foram caçados por séculos, o sangue manchou as asas de centenas de anjos; e junto deles, o solo manchado de carmesin marcou nossa história. Anjos versus a classe caída de si próprios. Aqueles que perderam as asas, e foram amaldiçoados pela sede do que é mais importante aos outros. A vida.

E no decorrer de toda uma época de batalha, os humanos sofreram. Ao grande clarão branco que vinha dos céus depositaram sua esperança contra aqueles que tanto os amedrontavam.


Aqueles ditos como Vampiros.


Vampiros eram nada mais do que nossos próprios descendentes encobridos pelas trevas. Não podiam mais voar, não podiam emitir luz – sequer agüentavam entrar em contato com o sol, quem diria ser como um? –, não possuíam mais fé ou esperança; não podiam contar com a graciosidade do nosso Senhor.



Eram seres que apenas existiam.



Não sentiam.

Não sofriam.

Não sorriam.



E eu acreditava fielmente nisso.



Tornei-me um Arcanjo com o intuito de poder perseguir cada Vampiro que pudesse encontrar vagando pela Terra. E matei vários; tirei-lhes as presas, e os expus ao sol. Eu era muito bom no que fazia. Tinha orgulho de ser quem era, de ser um Cavaleiro da Luz; de ser amado e querido por todas as aldeias que me abrigavam; de poder demonstrar minhas brilhantes asas aos meus admiradores; de ver sorrisos e lágrimas alegres a cada vez que ajudava uma família.

Mas eu queria mesmo era livrar aqueles humanos, tão belos e frágeis, da sede de sangue que eram alvos.



E eu estava quase lá.



De acordo com meus trabalhos e informações vindas de Cima, havia apenas um último reduto dos traidores divinos. E eu em breve os encontraria; e com o dançar de minha espada eu poderia exterminar aqueles seres horrendos.


Não demoraria para cumprir meu destino.




Encontrei-os escondidos em uma montanha, isolados de tudo e todos. Nevava muito, e não me lembro muito bem do rosto do primeiro que encontrei. Sozinho, na porta de uma caverna. Parecia jovem o bastante para que sua ingenuidade e surpresa o retirassem a probabilidade de fugir. Possuíam uma aparência perfeita, sem qualquer defeito que lhe denunciasse aos humanos, muito pelo contrário, os atrairia com maestria. Os olhos eram levemente carmesins, o que contrastava com sua pele alva. Os cabelos eram loiros, se não me engano, e parecia tão... puro. No próximo segundo, o sangue não desejado já corria pelo branco da neve, assim como pela lâmina da minha espada. Não precisaria de mais nada. O sol do amanhecer acabaria com sua agonia.



Que o Senhor o tivesse consigo.



Segui pelo interior frio daquela rocha, tomando cuidado para que meus passos não fossem audíveis. Conhecia bem o bastante aquelas criaturas para saber que minha precaução de nada valeria. Eram tão instintivas que reconheceriam minha presença de longe. Anjos reconheceriam Vampiros e vice versa.

Como eu havia dito, ouvi passos vindos da escuridão à minha frente. E não demorou para que a minha luz revelasse o ser a minha frente.



Todos os detalhes dessa cena ainda estão gravados em minha mente.



A aparência humana dele era tão maravilhosa que minha respiração suave se prendeu em minha garganta. Mas não fora aquele físico que me chamou a atenção.

Foram as lágrimas que escorriam de seus olhos mínimos; apertados na mais pura dor. Na mais intensa tristeza que eu já havia presenciado.

Eram como um denso buraco negro, que sugava minhas forças para encará-lo, que feria meu coração, que me embriagava os sentidos. Que me desarmava.



“Por que... Por que... TaeMin...” A voz me deixou ainda pior. Falha, destruída, triste. A pontada em meu coração voltou a me sufocar. Por que eu estava me sentindo assim por um Vampiro? As lagrimas corriam por aquele rosto perfeito, imaculando sua pele alva. “Por que quer matá-lo..? Ele é a única coisa que me resta...” Os murmúrios continuavam, mas eu não sabia mais o que sentir.



Vi-o cair de joelhos, as mãos trêmulas tamparam-lhe o rosto. A dor em meu coração se expandiu ao vê-lo daquele modo. Ele era um Vampiro, mas por que... por que seu sentimento me atingia? Por que ele conseguia sentir aquilo...? Ele era um ser vazio. Por toda minha vida, fora isso que me ensinaram.

Pisquei confuso quando o gosto salgado de minhas lágrimas misturaram-se à minha saliva. Levei as mãos ao meu próprio rosto, para certificar-me do que estava acontecendo de verdade. Chorando... Eu estava chorando.

Admito que estava completamente assustado. Fitei o homem – que agora eu acho que posso chamá-lo assim – à minha frente, e ele continuava encolhido, tremendo, talvez devido aos soluços que ecoavam por toda a caverna frígida.



“O que está esperando..? Se quer tanto me matar também, me mate!”



Aquelas palavras pareciam uma lâmina fria contra meu peito. Eu não conseguiria, eu não poderia. Como eu fui um monstro por tanto tempo?! Eles possuíam sentimentos; quantos eu matei da forma mais insensível possível?

O rosto do vampiro se ergueu, e nesse momento senti um arrepio. Seus olhos transbordavam mais que lágrimas. Transmitiam raiva, desespero, dor e falta se esperança. Não havia nada de bom ali. Nada.



Um animal cego pela dor.



“Você não atacou meu irmão?! Matou meus pais, meus avós e muito mais?! Por que não me mata também, MinHo?”



Minhas órbitas se arregalaram. Eu havia feito tudo isso mesmo... Matado toda uma família... E meu nome; meu nome ali, cuspido com tanto ódio. Deveria ser eu o demônio a eles.



“Como sabe quem eu sou..?”



Ousei perguntar, mesmo que inseguro com como eu iria reagir ao que ouvisse. Eu já sabia a resposta, mas não podia deixar de saber, da própria boca daquele que me encarava com tanto desprezo.



“Você é aquele que nos persegue há gerações. E finalmente chegou ao seu destino. Eu sou o único, não sou?! Eu não sinto mais ninguém... Ah, sim! Nós sentimos a perda de cada um como nós, dividimos a dor, o desespero... Nesse momento eu sinto todo meu lado esquerdo arder em chamas. Foi onde acertou TaeMin, não foi..? Como ousa... Ele é apenas um garoto! Não chegou aos seus vinte anos ainda! E o deixou agonizando... você sabe que não podemos morrer a não ser pelo sol. Eu sinto a dor dele. Sinto o desespero dele! E o pior que ele está chorando. Chorando não por ele, mas por mim! Por medo de que eu seja pego por você! Seus desgraçado, MinHo, seu desgraçado...”



Se a voz havia se iniciado tão baixa, tornou-se alta como um trovão. Abalou minhas estruturas, apertou meu peito. E ao fim, tornou-se um lamento novamente. Eu estava amargurado, destruído, arrependido.



Eu nunca havia feito o bem em toda minha existência?



As lágrimas agora escorriam pelo meu rosto e pescoço livremente. Eu não poderia controlá-las. Eu era um monstro. Sempre fui.

Virei-me de costas; minhas pernas tremularam. Ouvi-o me chamar, desesperado, mas meus ouvidos pareciam me enganar. Ele estava tão longe, e sua voz era tão suave que duvidei que seriam palavras ditas a mim.

Meus passos ecoaram tristes durante toda a minha caminhada, misturada com os lamentos daquele que havia deixado. Não demorou muito para que eu encontrasse o corpo ensangüentado parcialmente coberto pela neve. Meu coração apertou. Manuseei minha espada, e um leve corte em meu pulso fez-se presente.

Pela primeira vez eu encarei o rapaz que havia atacado sem qualquer piedade. Seu rosto lindo estava marcado pelo próprio sangue, seu olhar era apavorado. Aquela dor no peito voltou a me angustiar. E sem delongas, deixei que meu sangue pingasse em seus lábios entreabertos.

Estava assinando minha própria destruição, mas nada parecia mais certo do que isso.

No instante que meu líquido pousos nos lábios pálidos, sentir a dor aguda envolver meu pescoço. Gritei, e senti-me afastado de onde estava, a gravidade me levando ao chão. E no próximo piscar, o homem que encontrei na caverna se postava protetoramente em frente ao chamado Taemin.

O vermelho que manchava suas presas perigosamente demonstradas era algo fatal a nós dois. Levei a mão ao meu pescoço, e dedilhei o local, sentindo-o úmido. Suspirei.



Agora eu era um Anjo impuro.



E o ser à minha frente não seria mais um mero Vampiro.



“Hyung...”



Uma terceira voz chamou a atenção de mim e do homem à minha frente. E junto da voz eu pude ver Taemin erguer-se com dificuldade. Junto de uma expressão surpresa, o homem o ajudou a levantar-se, e novamente lágrimas tomaram-lhe o rosto. Mas lágrimas diferentes. Lágrimas de felicidade.

E junto daquele choro, um sorriso adornou suas feições.



E que sorriso.


Era mais belo do que de qualquer Anjo que já tenha encontrado.


Ele era um anjo. O meu anjo.



A rapidez das batidas do meu coração me surpreenderam. Ele não parecia mais apertar. Parecia aliviado. Sorri junto dele. Sorri para demonstrar o quanto eu estava feliz com a cena que presenciava.



“O que você fez..?” A voz de Taemin me tirou do meu devaneio, e eu fitei-o suavemente; não podia esconder a paz que me habitava, apesar de toda a queimação presente em meu pescoço.



“Apenas devolvi a você o que eu estava prestes a tirar.” Sorri, e tentei me levantar. Mas foi um ato falho, minhas pernas bambearam, e eu terminei no solo novamente. Tsc... Maldito tempo que levaria a me acostumar com aquilo.



Eu pude apenas rir quando fitei a expressão confusa daqueles garotos.

Sim, garotos. Eram mais novos que eu, sem sombra de dúvidas. Eu vivi séculos, mas nunca havia encontrado pessoas mais dignas de serem felizes como aqueles dois.



“Não se preocupem comigo. Vai passar. Agora, preocupem-se com vocês dois. Tomaram do meu sangue, e, me desculpem por isso, a sua sede só será saciada por sangue de anjo. A sua sede, pequeno TaeMin, se normalizará em algumas semanas.” Suspirei pesado, e sorri ao ver o homem, que ainda não conheço por nome, corar levemente ao receber meu olhar. “Mas você, meu caro, me mordeu. Eu não posso mais voltar para Cima. E você estará fadado a sentir sede de sangue angelical para sempre... Porque tirou meu sangue a força. Ah, o Senhor vai ficar raivoso quando descobrir o que aconteceu. Eu estou tão amaldiçoado quanto vocês...” Ri breve, estava quase grato pelo destino ter me pregado aquela peça. Eu me sentia preso ali, àquele homem, desde do momento que o vi chorar por minha causa. Eu não o deixaria, mesmo se pudesse, eu estava em dívida. “Eu peço desculpas por ter sido quem eu fui. Eu não sabia de nada... Eu não mereço seu perdão, mas por favor, se puderem, me perdoem.”



Abaixei a cabeça, demonstrando meu arrependimento. Eu não poderia viver com aquela culpa. Poderia ser alguém digno, caso pudesse ter meus pecados lavados. E faria de tudo para receber o perdão deles.



“Você... você não tem tanta culpa nisso. Você salvou meu irmão. Apenas isso interessa.” A voz suave já conhecida fez meu coração saltar um batimento. Essa sensação era estranha. “E... Já que estamos nessa condição graças a você... você... poderia nos ajudar, sabe. Precisamos de você agora.”



“O que quer dizer com isso?” Ergui o rosto, um mínimo curvar de lábios adornava meus lábios; Sabia o que ele iria pedir. E sabia que aquele era o objetivo de minha existência. Ele precisava de mim, tanto quanto eu parecia estar me tornando dependente dele.



Engraçado jogo do destino.



“Fique conosco.” Ele acabou dizendo, um pouco emburrado, e abraçou novamente o irmão, que apenas sorria debochado, alternando o campo de visão de mim ao Vampiro próximo de si.



Talvez ele tivesse percebido algo; Talvez fosse o algo desconhecido que palpitava dentro de mim.



“Com todo o prazer.” Sorri largo, mas nada era capaz de expressar o que eu realmente sentia ali. “Mas, primeiro... me diria seu nome?”



“JinKi. Mas me chame de Onew, por favor.”



“Prazer em conhecê-lo, JinK-... Onew.” Tentei pela segunda vez me levantar, e mesmo bambeando, finalmente consegui me erguer. Aproximei-me dele, sendo seguido pelo olhar cauteloso desse; quase ri com aquilo, mas era melhor me conter. “Eu sempre estarei com você a partir de hoje. Obrigado por me dar uma nova chance.”



Vi-o corar, e Taemin riu baixo.



Eu não podia ter encontrado pessoas melhores.



“Não fale assim, só estaremos juntos porque precisamos.”



“Vai ser bom passar o tempo com você também.”



Dessa vez os dois me acompanharam em um riso um pouco tímido, mas um ótimo começo.



Sorri, e abracei os irmãos, trazendo-lhes ao calor de meu corpo, tão contrastante com o deles. Mas nada importava. Nada importaria se eu tivesse como colocar um sorriso no rosto de Onew.



E foi dessa forma que me aprendi que a Luz não era o único caminho.

Foi Onew que me mostrou que para que a luz mais brilhante esteja presente, é preciso que junto dela esteja a mais densa escuridão. Somos o híbrido disso. Somos opostos.


Somos um entre vários. Somos vários em dois.

Somos inaceitáveis.

Somos únicos.

Somos perfeitos.


Juntos.




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Notas finais do capítulo

Espero que essa história maluca tenha agradado vocês ♥
Feliz aniversário ao MinHo e Onew! *-* E muito OnHo para todos. q