- Manuel! Doc! _ Thor chamou do alto da escada principal.

- O que houve Thor? _ Manuel apareceu aos pés da mesma escada.

- Wrath quer falar com sua filha agora.

- Falar com ela? Sobre o que? _ Manuel sabia que provavelmente não viriam coisas boas pela frente.

- Não sei, ele só me disse isso.

- Okay, vou chamá-la. Onde a levo guerreiro?

- Escritório.

- Óbvio. _ com sorrisos Thor e Manuel tomaram direções diferentes.

…

- Crystal? _ Manuel encontrara a filha inspecionando as venezianas de aço da janela de seu quarto e de Payne.

Crystal estava distraída tentando entender o motivo das janelas serem seladas com aço quando ouviu a voz de seu pai chamando-a a porta.

- Sim papai?

- Venha comigo.

- Para onde?

- Vou levá-la ate o dono da casa. Você só poderá sair daqui com a permissão dele.

- Se ele não permitir, sairei daqui de outra forma.

Com um suspiro Manuel aproximou-se da filha e a abraçou, embalando-a contra seu peito como fazia quando ela era pequena.

- Algo errado papai?

- Não minha filha. Apenas lamento não poder estar mais próximo a você.

- Eu também. Mas não sou mais nenhuma menininha e agora o senhor tem sua esposa e logo terão filhos que precisarão de sua atenção acima de mim.

- Mesmo assim, não vou deixá-la de lado quando tiver outros filhos. Não vai perder espaço em meu coração minha princesa.

Com os olhos rasos d’água, Crystal apertou-se ainda mais ao peito do pai e aproveitou ao máximo a sensação de conforto e proteção que ele lhe passava.

- Eu te amo papai.

- Eu também te amo minha princesinha.

- O senhor desta verdadeira fortaleza nos espera, não?

- Sim. Espera especialmente a você, mas espero poder permanecer ao seu lado.

- E por que não poderia?

- Assuntos confidenciais.

- Hum. Não me engana papai. Segue ordens desse homem não é?

- De certa forma.

Abraçados, Crystal e Manuel saíram do quarto e seguiram pelo corredor até o escritório de Wrath.

…

Wrath estava em seu quarto, vestiu o tradicional traje e pôs o colar para requerer uma audiência com a Virgem Escriba.

- O que desejas Wrath, filho de Wrath?

- Minha senhora. _ Wrath pôs-se de joelhos perante a Virgem Escriba como era devido. – Desejo sua permissão para realizar uma regressão na filha de meu primo Manuel, Hellren de sua filha Payne.

- Diga-me o motivo e direi minha resposta.

- Julgamos que ela tem algum dom que a liga a nossa raça minha senhora e me preocupo particularmente com o fato de ser possível que ela passe pela transição.

- Existe muito nessa garota. Mais do que um dom ou a possibilidade de passar pela transição.

- Gostaria de saber mais.

- Seu pedido será realizado, mas não agora. Vai e faz a regressão na garota. Dependerá de teu raciocínio descobrir tudo o que necessitas sobre ela.

- Obrigado minha senhora.

A Virgem Escriba retirou-se, deixando Wrath ruminando suas palavras. Não entendia muito bem, na verdade não entendeu quase nada do que ela dissera, mas faria a regressão para só após isto permitir a partida da garota, ou não. Tudo dependeria do resultado e do que descobririam.

…

- Leelan? _ Rhage entrou em seu quarto, procurando por sua shellan.

Sentiu o cheiro dela vindo do banheiro e ouviu o chuveiro ligado. Retirou suas armas e sua jaqueta e foi ate o banheiro. Talvez ela aceitasse companhia durante o banho.

- Leelan? _ ele chamou mais uma vez abrindo a porta devagar.

- Oi meu amor! _ ela o saudou abrindo o Box do banheiro, permitindo que ele a visse completamente nua. - Não sairá hoje?

- Não. Hoje todos estão fora de rotação. Wrath quer resolver um assunto com alguns membros da Irmandade.

- Ah, sim. Beth comentou algo mais cedo.

- Ele quer sua presença.

- Por quê?

- O assunto é com a filha do Manny.

- Oh... Está bem. Estarei lá.

- Eu quero saber outra coisa.

O olhar dele descesse por todo o corpo de Mary demonstrando claramente o que ele desejava.

- Rhage? O que você quer?

- Saber se você quer companhia durante o banho. Parece tão sozinha aí dentro meu amor.

- Se a companhia for sua eu aceito.

Ele despiu-se em um piscar de olhos e sem esperar um segundo sequer ele entrou embaixo d’água com sua amada.

- Eu queria mais do que um banho, mas Wrath não está com muita paciência quanto ao assunto da garota.

- Entendo. Mas teremos todo o tempo após tudo ser resolvido, não? _ Mary o provocou percorrendo seu peito e barriga com músculos muito bem definidos.

- Sim. Claro. _ Rhage fechou os olhos e gemeu baixo enquanto sua fêmea lhe provocava um estado de excitação maior do que ele já estava.

Minutos depois, Rhage e Mary estavam nus no meio do quarto entregues a um beijo alucinante e apaixonado. O caminho que percorriam naquele momento os levaria direto para a cama e deixaria Wrath à espera de seu guerreiro e sua shellan. Mas nenhum dos dois se importava com isso no momento. Rhage ergueu Mary e ela enlaçou sua cintura com as pernas, ele então seguiu para a cama e deitou-se com ela. Cada beijo, cada toque, cada sensação era intensa. Rhage já se preparava para tomar Mary quando ouviram batidas na porta.

- Quem é? _ Rhage ladrou para quem quer que tenha ousado interromper o que seriam horas de puro amor com sua shellan.

- Perdão meu amo, mas o rei os espera em seu escritório. _ era Fritz. Apenas depois de ouvir as palavras do doggen é que Mary e Rhage perceberam que estavam atrasados e isso, com certeza, deixaria Wrath muito zangado.

- Nós já vamos Fritz. Obrigada! _ Mary disse para o doggen enquanto levantava-se e corria para vestir-se.