The Black Angel escrita por Beilschbitch


Capítulo 16
Atchim!




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          Segunda-feira é um dia que todos os estudantes, de 5 a 25 anos reclamam. Seja por que tem prova que acabou com o final de semana, ou pelo recomeço de uma rotina chata. Mas apesar de eu também detestar segundas-feiras, eu tenho um bom motivo de gostar de ir ao colégio: Gerard visitava minha escola periodicamente, mas no momento que eu estava em aula. Apenas para ver se eu estava bem. Quem me contou isso foi Michael, Mikey, para os íntimos. Ele me contou isso um tempinho depois da morte de meu irmão. Não acreditei na hora, mas depois eu cri; já tinha visto a Tucson duas vezes quando tinha ido ao prédio do laboratório.

          Essa segunda foi um pouco diferente: Lie saiu mais cedo que o de costume. Ia ao dentista. Tive que me contentar em ir embora sozinha, pois meu irmão fica até um pouco mais tarde que eu.

          Quando eu já estava um pouco afastada de meu colégio, um carro buzinou. Não liguei. Depois ele se aproximou e buzinou de novo.  Era uma Tucson preta e reluzente. Ao ficar ao meu lado, abaixaram o vidro.

          Tinha um jovem de cabelos longos e negros, sorridente.

          Meu Gerard!

          – Aceita uma carona? – ele perguntou, abrindo a porta.

          – Claro... – entrei.

          – Oi Hellie! – uma vozinha soou. Era Gracie.

          – Oi Gray!  - ela me deu um beijo no rosto

          - Aceita lanchar com a gente, Helena?

          - Hum... Claro!  Só queria passar em casa rapidinho...

          - É pra já! – Meu anjo conduziu velozmente até minha humilde residência (n/a: HAHAHAHAHAHA.) Quando cheguei a minha casa, troquei de roupa rapidamente, por que meu uniforme dava vergonha. Rapidamente vesti uma blusa preta cheia de correntes e uma calça jeans rasgada, com meu all star de cano alto. Passei um pouco de perfume e voltei correndo para o carro.

          Gracie me elogiou com palavras fofas, e que de certo modo, forçavam a Gerard dizer alguma coisa. Ele elogiou como a maioria dos homens elogiam, o que me deixou um pouco sem graça.

*

          - Alô, Stefani? – Gerard ligou para a loira. Deixou o celular no viva-voz.

          - É Gaga. Lady Gaga.

          - Que seja. Meu irmão está doente.

          - Eu sei. E...?

          - Vai lá cuidar dele.

          - Não.

- Por que não? – ele ficou indignadíssimo. Por um momento achei que ele ia jogar fora o iPhone pela janela do carro e passar em cima.

- Não te deram educação no...

- Deram, mas não importa. Vai cuidar dele ou não?

- Cadê os outros?

- Trabalhando. Como você é a única desocupada que encontrei...

- DESOCUPADA NÃO!

- Vai ou não?

- Estou indo pra lá. Mas é bom melhorar essa educação. Afinal, não quero que os sobrinhos do Mikey tenham esse tipo de exemplo.

- Que sobrinhos? – ele arqueou uma sobrancelha.

- Seus filhos, seu imbecil.

- Escuta aqui...

- Não me venha com babações. Você sabe que ele não vai te privar de...

- A Gracie está aqui.

- E uma hora ela não ia saber?

- Saber do que? – Gracie perguntou, mostrando atenta à conversa.

- De nada – Gerard mastigou as palavras, tentando inutilmente reprimir a raiva. Ele ficava nervoso com certa facilidade.

- ok, ok. Estou indo, capitão. Aliás, eu já estou no portão.

- Como? Stefani, você...

- Você acha que eu ia deixar seu irmão doente, morrendo?

- Oh. Obrigado. – ele respondeu irônico.

- Eu que agradeço por ter usado a educação.

Gerard desligou o celular, reclamando da ironia da loura. Mas isso não atrapalhou o apetite dele. Assim que chegamos, ele devorou uns três sanduiches naturais. Preferi comer algo menos saudável, e junto com Gracie, comemos cachorro-quente.

Gerard levava Gracie para seu apartamento periodicamente, principalmente em dia de folga. Quando estava nesse período, dedicava-se quase exclusivamente a ela, e ao irmão. Mas como Mikey já era grandinho, e quase clamava por independência, ele levava Gracie para onde quisesse, e a enchia de presentes.

Tive que ficar com Gracie durante meia hora numa loja de brinquedos, pois ela iria levar um presente para uma amiguinha que faria aniversário. Não me lembro mais como era escolher a melhor boneca, parece que faz tanto tempo. Talvez fora o fato de eu ter que virar adulta mais cedo.

Nesse meio tempo, recebo uma ligação, de Liesel:

- Alô, Lie?

- Não. É o Frank.

- O que está fazendo com o telefone dela?

- Nada. Tô com ela no dentista. E resolvi fazer uma ligação pra você.

- Por quê?

- Está com o Gerard?

- Sim, mas...

- Ah, então deu certo.

- Deu certo o que?

- Eu com a Liesel.

- Am?

- Tenho que desligar. Até o jantar, Helena!

E desligou. Mas que conveniente! Quer dizer então que o fato de eu estar sozinha, depois passeando com Gerard e Gracie tinha um plano no fundo? Ótimo!

Gracie escolheu uma boneca-fada, cheia de brilhos. Esperamos o senhor Way chegar para pagar o presente. Ele voltou com uma pequena sacola. Depois, fomos para a casa dele.

Voltar lá me trazia lembranças engraçadas. Da ultima vez presenciei um beijo da minha amiga e Gerard em excelente bom humor. Na verdade, acho que é raro essas vezes que meu anjo fica bem-humorado.  As vezes o vejo demasiadamente preocupado, o que me deixa um pouco triste.

Gerard abriu a porta da sala, onde Gracie entrou pulando para dentro do apartamento. Acho que queria ver o estado de saúde do “tio”. Mas voltou logo, e tentava abafar um riso. Ela nos chamou e, curiosos, fomos ver o que era.

Sinceramente? Acho que o Cupido mora neste prédio. Gaga estava deitada na cama de Mikey, com este dormindo como bebê, agarrado nela. Gerard, quando viu a cena, ficou branco como papel. Eu tive que conter os risos e qualquer expressão que traduzisse o quão fofo eu achava aquilo.

- STEFANI!

Ela se levantou imediatamente.

- Que foi? – a moça estava assustada

- MAS QUE POUCA VERGONHA É ESSA NA MINHA CASA?

- Que pouca vergonha? –Ela replicou. Mikey estava acordando.

- ESSA AÍ, ORAS! Fica deitada com meu irmão, achando a coisa mais normal do mundo!

- Caso não saiba, ele que pediu, senhor estressado!

- DUVIDO! – acho que minhas orelhas sangraram, tamanha gritaria.

- Pedi, sim, Gee... – Mikey estava realmente péssimo. – agora faça silêncio, por favor... – abraçou a loura e encostou e seu ombro, fechando os olhos. A Lady fez carinho nos cabelos castanhos-claro de Michael e mostrou a língua para meu anjo, que de branco-papel ficou vermelho-tomate rapidinho.

- Stefani, para de tirar a inocência de meu irmão!

- Estou? Por um acaso estou sem roupa ou...

- Chega! – intervi. – Parem com essa briga, deveriam cessar-fogo e se unirem pela recuperação dele!

- Verdade. – Gaga concordou rápido, certamente para acabar fazendo Gerard concordar comigo, que também seria o mesmo que ela havia feito, para no final ele acabar concordando com ela. Inteligente!

- Certo... – Gerard entregou as armas. Talvez ele não quisesse que o irmão namorasse tão cedo, ou não vir que ele crescera. Mas o fato é que eu e Mikey temos a mesma idade, e logo implica a duvida: Gerard acha que ainda sou criança?

 – Vou fazer algo para ele comer. – continuou. Depois acertamos as contas, Stefani.

- É Lady Gaga.

- Que seja.

 Gracie me mostrou o quarto dela. Rosa, porem mostrava que não era de uma patricinha. Pelo contrario. O rosa era forte e havia raios, guitarras e notas musicais pretas. Havia bonecas-monstro, uma cama com a colcha lilás e almofadas de diferentes tons de roxo. Era nele onde a princesinha-irmã de Gerard dormia uma semana por mês.

Mikey estava cercado por todos, como se estivesse nas ultimas. Era só uma gripe comum, mas que deixava os moradores do apartamento em alerta. Não sei porque, mas eles estavam realmente tensos com o estado de saúde do meu, diga-se de passagem, futuro cunhado.

Gerard era o que mais estava. Óbvio, afinal, ele era super cuidadoso com o Way mais novo. Gerard fez uma sopa que Mikey tomou a custo de esforço. Teve de tomar banho com a ajuda do irmão, que proibiu Gaga de ajuda-lo nesta parte. Isso causou risos na gente, embora Gerard houvesse nos repreendido. Gaga riu mais ainda. Enquanto o pequeno Way tomava banho, Gaga trocou os lençóis, cobertas fronhas, e com minha ajuda e de Liesel, passamos desinfetante, álcool e bactericida pelo quarto, a fim de descontamina-lo. No final das contas, Michael ficou abraçado a Stefani o tempo todo, dependo dela de quase tudo. Acabou que ele adormeceu com ela, entre várias cobertas e frascos de remédios.

Para voltar pra casa, foi complicado. Gerard não queria sair de perto do irmão, caso ele necessitasse do mais velho. Mas sabíamos que ele estava mesmo era de olho no que Gaga poderia fazer com o irmão.

Ray nos levou embora. Antes, no quarto, enquanto Gaga e Mikey dormiam, Gerard me agradeceu. Estava inquieto. Depois descobri sua intenção de me levar a um lugar “deserto” para me dizer obrigado. Depois de ficar olhando para o casal fofo adormecido, me beijou de leve.

No fundo achei que ele queria estar doente, eu fosse sua enfermeira.


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