Bland havia percebido a movimentação pela casa e logo se prontificou de fechar os portões e assegurar-se de que sua bela garota estava bem. Ainda não revelando quem era realmente, abriu um livro com uma capa dura de couro negro, folhas amareladas e aparência assustadora.

Passando sua mão direita sobre o livro, uma luz se ergueu e símbolos começaram a flutuar em volta daquela luz. Ao pronunciar palavras estranhas, os portões se fecharam e a casa recebeu um escudo protetor muito forte, para que ninguém pudesse entrar outra vez.

Fechando o livro, com seus olhos fechados, colocou-o magicamente por debaixo de sua capa negra e tocou seu próprio rosto. Sentiu algo estranho e, ao olhar suas mãos, viu sangue que parecia escorrer de sua pele.

Resolveu ir até Shara, para que o ajudasse, já que tinha um poder oculto que poderia ser sua cura.

Adentrou o quarto de Shara, empurrando a porta vagarosamente, na esperança de não acordá-la. Aproximou-se da cama e debruçou sobre a mesma, encostando seus lábios no rosto de Shara, que logo começou a acordar com uma expressão suave.

Shara: Bland... Ó Bland, seu rosto! – diz a jovem assustada

Bland: Eu sofri um acidente... – diz de cabeça baixa

Shara: Se aproxime, eu... Eu vou ajudar você. – diz colocando-o sobre a cama

Após deixar seu mestre confortável, pegou um livro que estava por debaixo de seu travesseiro. Era como o de Bland, mas com sua capa branca e gelada.

Bland: Onde você...? – pergunta Bland, sendo interrompido pela mão de Shara em sua boca

Shara: Silêncio! – diz sussurrando

A jovem fechou os olhos e abriu o livro, que começou a girar páginas até parar na que a jovem estava procurando. A mesma começou a pronunciar palavras que estavam lá, enquanto as letras mudavam de cor. Enquanto pronunciava, Bland começou a se encantar e com aquela cena e sentiu sua pele ficando gelada.

Quando terminou, ela abriu os olhos e o tocou seu mestre, que estava olhando-a fixadamente sem expressar reação.

Ela se aproximou devagar, ficando próxima ao seu ouvido e parou. Respirou um pouco e resolver dizer-lhe algo que costumava esconder.

Shara: Mestre... Não há um dia... Em que eu... Não sinta falta... De te ter comigo. – diz sussurrando

Bland: Shara, o que... O que está dizendo? – diz virando-se para ela

Shara: Eu te amo, mestre.

Shara responde tocando-o mais firmemente, enquanto aproximava seus lábios dos dele. Bland tentou evitar, mas a jovem era muito mais forte do que ele podia suportar. Então, por um momento de insanidade, se entregou ao beijo mais errado e desejado de toda sua existência.

Bland não podia mais conter seus sentimentos por Shara e a tocou, pela primeira vez, como uma mulher e não como uma arma. Mas não foi tão longe. Apenas prolongou aquele beijo, enquanto tentava, sutilmente, abaixar a alça da blusa de Shara. Porém, parou logo no instante em que sentiu sua jovem arma tocar sua mão.

Shara: Esse momento foi o qual sempre sonhei. Mas ainda não é a hora de algo a mais. Sabe que você é meu mestre, meu amado, mas ainda sim... – diz olhando para seu peito – Posso machucá-lo, se perder o controle.

Bland: O que está olhando, Shara?
Shara: Apenas como seu corpo é jovial, sendo que não é essa sua idade real. – diz Shara o abraçando fortemente – Não pense que não notei como, após todos esses anos, sua aparência nunca mudou... Pois eu reparei isso.

Bland: Seus seios estão me tocando, acho que sua blusa está caindo... Melhor arrumar. – diz ele ficando corado – Vou apagar a Luz para você se sentir mais a vontade.

O jovem mago, pronunciando uma palavra, fez as luzes se apagarem e o clima parecer convidativo.

Shara: Bland, você ainda está aqui? – pergunta a jovem

Bland: Shara, você consegue ver no escuro...

Shara: Eu sei. Mas é que, depois de hoje... Lembrando daquele garoto, me sinto vulnerável.

Bland: Ele... Ele te tocou? – pergunta preocupado e segurando fortemente os braços de Shara

Shara: Não mestre. Mas você está me machucando.

Bland a soltou e deitou ao seu lado, ficando com sua mão sobre o cabelo de Shara acariciando-a, para que conseguisse dormir sem os medos que estavam em sua mente inocente.