A última vez que eu o vi, ah sim, lembro bem desse dia, ele estava realmente triste, apenas partimos quando vimos que tudo já estava acabado, vê-lo agindo daquele jeito, não era normal, eu, abismada, não soube dizer o que realmente havia acontecido. Você deve estar se perguntando, “de quem será ela está falando?” “O que fizeram para essa menina?”. Pois bem, voltaremos a minha infância, até os dias de hoje, prometo ser breve...

Lá estava eu, com os meus 8 anos, chegando na grande São Paulo, meu pai era militar, quer dizer, ainda é, ele pediu transferência para esta cidade. Chegando lá, meus olhos podiam brilhar de alegria, estava tão feliz, não é todo o dia que uma garotinha do interior do sul vem para uma grande cidade. Minha mãe conseguiu uma casa boa, era confortável, e bem a sua cara, já estava tudo arrumado, meu quarto era lindo, rosa, como toda menina sonha, era uma tarde de verão, em pleno janeiro, posso me lembrar o dia, oh sim, era dia 15, desci para brincar na rua, havia várias crianças lá, a missão era, fazer amizades, assim como minha mãe diz. Descendo lá, me deparo com um garoto, ele não era alto, nem baixo, era estatura normal, parecia ter 8 ou 9 anos, não era gordo, mas era mais “fortinho.” Então ele interrompe meus pensamentos e diz.

- Oi, você é a menina que se mudou pra cá a pouco tempo? – Falou ele.

- É, é eu. – Sorri, eu era extremamente tímida, e esse garoto pareceu ser bem simpático.

- Que ótimo. – sorriu – Eu sou seu vizinho, moro na casa ao lado da sua, espero sermos amigos, desculpa, você nem sabe meu nome, eu me chamo Pedro Gabriel, mas todos me chamam de Pedro, e você? Qual o seu nome?

- É Mariana, mas me chamam de Mari. – Falei

- Então ta, Mari – sorriu-  eu e os moleques estamos brincando na praça, é na esquina daqui, quer ir junto?

- Ah... pode ser.