Há muito anos, quando os cavaleiros de Ouro ainda estavam em plena juventude e sendo recrutados de volta ao Santuário, a paz mostrou-se abalada.

Cronos, pai de todos os deuses, estava sendo liberto por seus leais servos, os Titãs, mas para que nada pudesse interferir em seus planos, precisavam aniquilar quem se colocasse em seu caminho, sendo um deles, Aioria de Leão, o qual pertencia a uma profecia, que só ele poderia manter Cronos aprisionado ou até destrui-lo.

No Himalaia, fronteira entre o Tibet e a Índia, havia uma pequena vila, chamada Jamiel. Nela, moravam os últimos descendentes de uma raça, os Lemurianos. Eles eram diferentes dos humanos tanto na fisionomia, quanto em seu potêncial, ao invés de sobrancelhas, possuiam dois sinais circulares e tinham o poder da telecinese e do teletransporte.

Os únicos lemurianos que achavam que existiam naquela vila, eram Shion e Mú, ambos cavaleiros, protetores da deusa Athena. Shion, mestre do Santuário, havia sido assassinado, após a fuga de Aiolos de Sagitário com a deusa ainda bebê em seus braços, mas que foi morto por Shura de Capricórnio. Mú, discipulo de Shion, havia aprendido o suficiente para ser digno de utilizar a armadura de Áries.

O novo mestre, havia mandado Aioria de Leão e Aldebaran de Touro, com quem o último já havia se encontrado com Mú, para procurar o mesmo, mandando-o de volta ao Santuário para protege-lo dos temiveis Titãs.

Porém, não foi necessário viajar até a Grécia para encontrar os servos de Cronos, um dos Titãs, foi a Jamiel, em busca de Aioria. Este, Aldebaran e uma menina amiga de Aioria, não participaram da luta, sendo mandados para outro lugar, restando apenas Mú para enfrentar o inimigo.

A luta foi dificil, ambos possuiam tal poder, que a cidade de Jamiel sofreu desabamentos pelos terremotos de seus golpes e muitas pessoas foram feridas e outras, mortas.

Após o confronto e a vitória do cavaleiro, Mú caminhou pela cidade, cabisbaixo, vendo o povo que lhe acolheu sofrer por causa do Titã. Casas foram incendiadas, outras desmoronaram e muitos ainda procuravam entre os destroços, entes queridos.

Indo em direção a saída da cidade, onde não havia concentração da população, passou por uma casa onde pode ouvir o choro de bebê. Não havia ninguém por perto e eles pareciam estar soterrados pelos restos da casa. Livrando-se logo dos destroços, Mú encontrou uma surpresa e fez uma escolha, que mudou o resto de sua vida.

Um casal, havia dado sua vida para proteger seus filhos, usando seus corpos como escudos contra os destroços da casa. A mulher protegia um bebê, um menino, que parecia ter meses de vida, cabelos ruivos, bochechas cheias e um olhar esverdeado, que ao encontrar os de Mú, pareciam querer aprontar. E por cima de seus olhos, a marca dos Lemurianos.

Livrou-se dos destroços acima da mulher e retirou o bebê de seus braços, enrrolando-o em uma coberta. Ao olhar para o corpo do homem, ele protegia uma menina ruiva, que parecia ter 3 anos de idade, encolhida, com os olhos lilases completamente assustados com o estranho que estava na sua frente e segurava a mão do pai com força. E em cima dos olhos, a mesma marca do irmão.
Agaixando-se na frente dela e estendeu uma das mãos a menina.

- Venha, vou-lhe ajudar. - Disse calmo
A ruiva, olhava para o pai e o empurrou, como se quisesse acorda-lo. Mú olhando aquela cena, sentiu lagrimas em seus olhos.

- Não há mais nada para se fazer...

Entendendo, a menina soltou-se do pai e se enconlheu, abraçando as pernas em um choro silencioso. Mú a pegou carinhosamente no colo e a abraçou.

- Eu vou cuidar de vocês... Não se preocupem. Não estão mais sozinhos. - E levou-os a sua casa, fora da cidade.

Quando a menina menina completou 6 anos, Mú, seguindo o legado dos cavaleiros terem seus dicípulos, começou a treina-la, ensinando-a sobre sua raça quase extinta, seus poderes e a mitologia grega. Essa menina, chama-se Nina e seu irmão, foi batizado de Kiki, pois assim era chamado carinhosamente pela irmã.