Dafne ainda olhava o pergaminho mais a expressão de incredularidade se foi deixando no lugar da mesma um sorriso, sim, um sorriso! Sorriso daqueles que eu nunca vi em minha irmã mais velha.

–Dafne o que tem ai? – eu estava quase roendo as unhas de curiosidade me aproximei da mesma que ainda estava sentada na cama com os olhos vidrados no papel. Parecia ler e reler diversas vezes a mesma coisa eu ponderei a idéia de pega-lo de suas mãos mais ela foi mais rápida e se levantou abruptamente pegando minhas mãos e me obrigando a dar rodopios com ela pelo quarto. Sim ela tinha enlouquecido de vez!

–você ficou maluca? – perguntei enquanto ela me rodopiava

–fiquei Asty! Maluca, Maluca de amor – eu mais do que rápido me soltei dela olhando-a mais do que incrédula. Ela tinha dito mesmo aquilo? Sim, ela tinha dito, por mais clichê que fosse aquilo havia saído da boca da minha irmã, que nunca pareceu demonstrar sentimentos!

–como é? – perguntei, ela por sua vez não me respondeu apenas suspirou e começou agora sozinha, a dançar pelo quarto, eu pulei na cama pegando o pergaminho e franzi a testa assim que comecei a Ler o que havia escrito ali.

“O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso. Erro. Admito. aprendo ensino. Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. conservar algo que faça recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te.”

Espero que pense tanto em mim como venho pensando em ti...

T.N

Eu ainda encarava o pergaminho incrédula, me levantei segurando a loira pelos ombros a fazendo parar de dançar colocando-a de novo sobre a cama.

–você vai me explicar o que foi isso que eu acabei de ler agora! – afirmei enquanto ela bufava

–eu não te devo explicações – falou cruzando os braços

–Ah é mesmo? Pois eu realmente acho que a mamãe vai fiar muito feliz em saber que sua querida primogênita esta apaixonada por um “sangue-ruim” – falei sorrindo ela me encarou com os olhos arregalados

–você pirou Astória? Ele não é um sangue-ruim – eu a encarei confusa

–então me diga que sangue-puro saberia frases de Shakespeare? – perguntei

–primeiramente eu nem sei de quem você esta falando – eu bufei... Santa ignorância – e segundo você acha mesmo que eu, uma Greengrass iria me apaixonar por um sangue-ruim Ah Asty faça-me o favor – ela disse com desdém

–então me diga quem é – perguntei impedindo que a mesma levanta-se, ela revirou os olhos – você prometeu Dafne! – a lembrei

–Sonserinos não cumprem promessas – sorria com escárnio

–voce não esta mais em Hogwarts – ela pareceu não ter um argumento contra isso, por isso respirou fundo e me encarou-vamos Dafne me diga – sim, eu estava implorando. Mais a minha curiosidade no momento não estava ligando para este fato – quem é T.N?

–ninguém com essas Iniciais passam-lhe pela cabeça – ela disse derrepente com um semblante culpado, eu arregalei os olhos e ela se jogou na cama afundando a cabeça no travesseiro enquanto eu, incrédula e perplexa, processava a informação

–Não! – eu disse a mim mesma incrédula – Dafne não me diga que é – a essas alturas ela já tinha tirado a cabeça do travesseiro e me encarava – como você, como ele, quero dizer... Como isso aconteceu? Dafne... Theodore Nott? Você esta brincando comigo? E como o Nott conhece Shakespeare?

–Asty – ele disse num muxoxo – não me censura, por favor, já é pressão de mais para mim – ela disse praticamente implorando

–Ora, e por que não? Mamãe ficaria encantada com a possibilidade de sua primogênita casar-se com o Herdeiro do império Nott! – falei com desdém

–exatamente – ela disse e em seguida suspirou – Asty eu gosto, gosto mesmo dele – ela frisou o “dele” eu não esbanjei nem uma reação apenas deixei que ela continuasse - se a mamãe souber disso ela já vai querer marcar nosso casamento – eu revirei os olhos

–e não é isso que você quer? Pelo que acabou de me dizer você gosta mesmo do Nott! E pelo que ele colocou nesse pergaminho também está louco por você! – ela ia me interromper mais eu continuei – então onde esta o Drama nisso Daff?

–esta em tudo Astoria – ela exclamou derrepente irritada – você sabe como nossa mãe é, eu não quero falar que eu estou gostando dele,você acha que ela pensara “awn minha menininha está crescendo” – ela disse sarcástica – não ela pensara “mais dinheiro para nossa conta no Gringotts” – ela concluiu,ficamos mais alguns minutos nos encarando, mais eu não consegui sustentar seu olhar... Ela estava certa.

–é você tem razão – ela assentiu – Dafne... O que você vai fazer agora? – perguntei

–o que você acha? Não vou contar pra mamãe e muito menos pro papai! – afirmou e me olhou de relance – você também não certo?

–você está louca – falei e ela fechou os olhos com força esperando uma bronca, mais ao invés disso eu sorri – você acha que eu ia perder uma oportunidade dessas, minha irmãzinha quebrando as regras pela primeira vez na vida, Awn que orgulho – eu disse fingindo secar lagrimas, ela por sua vez jogou um travesseiro em mim mais eu fui mais rápida e desviei,nos rimos enquanto ela suspirava aliviada.

–mais me diga onde você estava até agora – ela disse sem me olhar pegando mais uma vez o pergaminho, eu revirei os olhos, ela parecia idolatrar aquilo

–em lugar nem um – falei dando de ombros, ela finalmente voltou a me olhar desconfiada. Mais não insistiu naquilo

–então você pretende me explicar quem é Shakespeare e como conhece os poemas deles – ela disse divertida eu em um ato muito infantil dei língua para a mesma, foi a sua vez de revirar os olhos. – e ainda quer que não te chames de pequena? – eu a fuzilei com os olhos enquanto ela ria, eu bufei saindo de seu quarto – aonde vai

–tomar um banho – afirmei – você não sabe por tudo que eu passei hoje Dafne e ainda não são 3 da tarde – a loira deu de ombros

–é descobrir que a irmã mais velha está apaixonada não deve ser moleza – ela disse rindo

–não, não – eu disse levantando o indicador como se fosse recitar alguma coisa – descobrir que a fútil Dafne Greengrass esta apaixonada que não é moleza – ela abriu a boca incrédula enquanto me jogava mais um travesseiro, mais como antes eu fui mais rápida e fechei a porta de seu quarto enquanto gargalhava de seu rosto que de branco havia passado para vermelho.

Fui para meu quarto ainda rindo, como eu havia dito precisava de um banho e um banho demorado. Bom, foi o que fiz. Assim que terminei coloquei “vestes-bruxas” por assim dizer tudo para evitar uma possível briga, o que para mim era estranho, eu evitando brigas? Sim, muito estranho mesmo. Passei rapidamente a escova nos cabelos, bufando ao ver que não adiantava os fios negros pareciam não querer ficar no lugar, desiste e ainda meio mal humorada desce “saltitando” as escadas, esperando algum tipo de reclamação que não vieram o que realmente foi estranho, até então eu não havia percebido que só eu e minha irmã estávamos em casa, Franze o cenho enquanto sentava, ou melhor, me jogava em cima do sofá achando todo aquele silencio mai do que estranho, não era muito comum a mansão Greengrass ficar em silencio absoluto por mais de 10 minutos!

Avistei no canto mais afastado da grande sala o piano.que estava coberto, fiz menção de ir até ele, fazia o que? Dois anos que eu não tocava ou mesmo lembrava a existência do mesmo,Balancei a cabeça finalmente me levantando e indo até o mesmo tirando a capa branca que havia em cima do instrumento, havia pouca poeira, eu rocei os dedos nas teclas elas não estavam desafinadas apesar de ninguém usá-lo há anos o banco frente dele pareceu muito convidativo naquele momento, não demorou muito até que eu finalmente pudesse finalmente começar a tocar sem olhar a partitura eu havia decorado a música era uma das minhas favoritas, aquilo estava me fazendo bem, me fez esquecer a por mim odiada “Rita Skeeter” me fez esquecer o pequeno drama que Dafne estava vivendo, me fez esquecer a nova personalidade de minha mãe por que ela nem sempre havia sido daquele jeito. Não sei quantas horas fiquei ali, mais quando eu cansei sorri olhando para baixo vendo as teclas brancas por baixo de meus dados agora até meio vermelhos mais o que me surpreendeu foi às palmas que se sobressaltaram quando a melodia Havia acabado, e eu tinha plena certeza que quem aplaudia não era Dafne.