Oito horas da manhã, acordei com uma voz baixa chamando meu nome.

- Ana, levante, tem alguém te chamando lá fora. - Era minha avó quem estava me acordando. Quem seria lá fora? Não fazia ideia. Apenas queria voltar para a cama e continuar dormindo, a noite passada foi longa, mal consegui dormir. Levantei e fui até o banheiro para lavar meu rosto e tirar um pouco a cara de noite mal dormida. Coloquei um roupão por cima do pijama, para não ficar tão relaxado, apesar de que um roupão não ajudaria nisso. Eu só estava com preguiça de trocar de roupa, e pretendia voltar logo para a cama. 

Abri a porta e dei de cara com ele. Sim, Bruno tinha voltado! Mas como isso? Não era possível, a gente não passou mais do que algumas horas juntos, estava escuro... Esfreguei os olhos para ter certeza de que não estava aluscinando. Era verdade: Bruno havia mesmo voltado. Ele me olhou dos pés a cabeça e disse:

- É, parece que acordei alguém. - E em seguida deu um sorriso. O sorriso mais lindo que eu já vi. 

- Pois é - Respondi com cara de sono, e dei um sorrisinho no final. 

- Sabia que eu amei o seu sorriso? - Bruno disse. - Você precisa sorrir mais.

- Nem a pau. Meus dentes já são feios, e com esse aparelho ainda ficam piores. - Eu usava aparelho nos dentes há dois anos, e ainda não tinha prazo para tirar. 

- Seu aparelho não esconde a beleza do seu sorriso. Você é linda, com aparelho ou sem ele. - Bruno pegou em minhas mãos, e mais uma vez tentava me derreter, com sucesso.

Eu abracei Bruno. Muito forte mesmo, como se não houvesse um amanhã. Ele retribuiu o abraço do mesmo modo, e seus braços acolhedores me aqueciam naquela manhã fria. 

- Quando você vai embora? - Perguntei.

- Isso não interessa. Vou ficar tempo suficiente para você. - Bruno respondeu enigmaticamente.

- Eu não quero que você vá embora. Você é a única pessoa que me dá valor aqui. - Implorei, e segurei as mãos dele, macias como veludo.

-  De uma coisa você pode ter certeza: eu não irei te abandonar. - Bruno disse, colocando minha cabeça em seu ombro e acariciando meus cabelos em seguida.

Se o plano dele era com que eu me apaixonasse, estava dando certo.