Eu não conseguia evitar de ficar excitado com aquilo. Deixei um sorriso pervertido aparecer no meu rosto. Yuki estava de costas, completamente envergonhado.

_ Naah, escuta dono... Não me olhe assim... Eu só quero aprender a tomar banho, nyaah... - falou Yuki.

_ Por que eu tenho que parar? Não quer aprender mais coisas? - perguntei.

_ Naah, o problema, é que, se a gente fizer isso que você está pensando... Nyyah, primeiro, você tem que se transformar em uma gatinha... Nyaah, depois, ainda vai ter que cuidar dos seis meses de gravidez, naah, eu posso te ajudar com os filhotes, mas... Nyaah, alguém vai ter que arranjar um emprego, e arranjar um casa, com as crianças, não dá, né? Nyaah, eu adoraria fazer isso, mas eu tenho que pensar e fazer as minhas obrigações... - tagarelava sem parar Yuki.

Não pude me conter, soltei uma gargalhada.

_ Bom, é só eu não virar uma fêmea e a gente não ter filhotes e poder continuar com essa vida de sempre. - falei. 

_ Naaah, aí é outro problema, tipo, nós somos dois machos e fica difícil de combinar... - murmurou ele. - Nyah, e... Naah, ei, ei, o que você está fazendo? - perguntou, quando eu o abracei por trás.

_ Bom, como assim o que eu estou fazendo? Foi você que entrou no meio do meu banho quando eu tentava parar de pensar coisas obscenas sobre você. Acho que nós já combinamos. - falei.

_ Nyaah... Naah, eu só queria aprender a tomar banho, nyaah, achei que fosse uma boa hora, maah, eu não sabia o que você estava pensando, nyah, então, nyah, nyah, já que você parecia tão relaxado, nyaah, nyah, com os olhos fechados, nyaah, naaaahh, tomando banho, nyaah, aí eu pensei que talvez não devesse te interromper, nyaaah, aí, nyaah, está difícil de falar, nah, as palavras, sai de perto, nyaah... - resmungou ele, tentando me afastar.

_ Bem, eu não estou te entendendo direito, está falando igual a um gato. - resmunguei.

_ Nyyaaah, mas que coisaaa, saia de perto, nyaaaaahhh... - resmungou Yuki, me empurrando, agora mais forte.

Então, eu o soltei, pegando o sabonete e me ensaboando. Eu sentia seus olhos me queimando, mas nem liguei, foda-se também, se ele não queria, eu iria acabar logo com aquele banho para sair dali, deixar ele trancado no quarto, gastar todas as minhas energias estudando, até chegaria a ler aqueles milhões de livros que a professora pediu, o que parecia mais uma Bíblia, com palavras piores do que aquelas que Shakespeare usava. 

Me enchaguei e me sequei, saindo do banheiro quase correndo, para não mudar de idéia. Pus uma roupa e fui sair do quarto, só que Yuki me agarrou e me jogou na cama.

_ Nyaah, você vai me deixar sozinho, dono? - Yuki perguntou, por cima de mim.

E... Puxa, ele estava lindo. Tipo, os cabelos pingavam e ele estava com uma toalha cobrindo as partes íntimas. Era agora que eu precisava sair dali, antes que eu fizesse algo errado.

_ Eu preciso estudar, as provas logo vão se aproximar... - resmunguei, engolindo em seco quando ele prendeu as minhas mãos, uma em cada lado do meu corpo e se apróximou.

Puxa, eu me sentia tão... Frágil... Não... Desprotegido. Tentei tirar uma das minhas mãos, mas ele era bem forte, mesmo sem parecer.

_ Pare de dar desculpas falsas para tentar se afastar. - disse Yuki.

Espera aí... Ele não miou? Senti meus lábios se separarem de surpresa.

_ Você ouviu o que eu disse? Eu preciso mesmo... - comecei e fui interrompido:

_ Eu ouvi, só não tenho certeza se gostei. - resmungou ele. Sem miar novamente. Engoli em seco.

Yuki estava lindo. Seus cabelos estavam azuis, por conta da pouca luz que escapava das beiradas da janela, que estava com a parte escura fechada. Seus olhos brilhavam, em um vermelho meio rosado. Suas orelhas negras estavam levantadas, como se ele prestasse atenção em tudo o que acontecia.

_ Então, você consegue falar sem miar? - perguntei.

_ Quando eu não estou nervoso demais, sim. - falou.

Ele ficava meio assustador sem aqueles "nyaah" de sempre, devo comentar. Seus olhos pareciam captar todos os meus movimentos, todos os detalhes.

_ Por que você está desse jeito? O que acont... - comecei, mas fui interrompido:

_ Nyaah, parece que quando eu consigo ficar sem miar você fica meio... Você tem medo de mim? - perguntou Yuki, curioso.

_ N-não... O que é isso? - perguntei. Ele se aproximava cada vez mais.

_ Naah, não era isso o que você queria? - perguntou.

_ Você... Eu... O QUE? - berrei, alarmado.

_ Nyaah, vai me dizer que não era isso? - perguntou ele, me largando e olhando para baixo.

Isso... Ele dizia... Ele estava concordando com... Aquilo? Eu o fitei. Ele parecia completamente envergonhado agora.

_ Do que você está falando? - perguntei.

Seus olhos mudavam do vermelho para o rosado, do rosado para o vermelho, sem parar.

_ Naah, doono, você sabe do que eu estou falando, nyaah... - resmungou, se encolhendo. Agora ele estava corado.

_ Você está nervoso agora. Por que? - perguntei.

_ Naah, eu... Você... Nyaaah, pare com isso, doono! - exclamou, se sentando no chão, de pernas cruzadas, com os cotovelos apoiados na toalha e a cabeça apoiada nos cotovelos.

Sua cauda estava balançando atrás, vinda de dentro da toalha e as suas orelhas estavam se mechendo bastante. Acho que ele realmente estava nervoso, porque ele não parava de miar. Seus olhos pareciam mudar de uma cor para a outra sem parar, eu já não sabia o que diabos ele sentia.

_ Então você realmente queria isso, não? - perguntei, sorrindo.

_ Naa-ah... Não, não, pois é, quer dizer, eu não quero... Nyaah.. Não sei. Nyaah, eu nunca fiz isso, pare de me deixar assim, naah... -resmungou, se ajeitando no chão.

_ Eu... - murmurei, olhando para a janela. - Não quero fazer isso, então foi sua culpa. Vou sair. - falei, andando até a porta.

_ Naah, você quer sim, dá para perceber que você está excitado pelo jeito que você está andando. - murmurou Yuki.

_ Eei, o que... - murmurei, sentindo minhas bochechas esquentarem fortemente. - Porque... Eu não estou assim não. - falei, já paralisado no lugar.

_ Nyaah... Então... Nyaah, por que você ficou olhando para o meu corpo daquele jeito? - perguntou Yuki, parecendo realmente só curioso pela sua voz.

_ Porque... Bem, era impossível não olhar. - falei, olhando para as minhas mãos, sem graça.

_ Nyaah, não se preocupe, eu sei que você se sente atraído por mim, dono! Maah, eu também me si-sinto assim! - exclamou ele, sorrindo.

Eu o observava com o canto do meu olho. Ele estava sentado sobre as susa pernas, como se estivesse ajoelhado e as suas orelhas estavam abaixadas, como um sinal de rendição. Eu já não entendia a cor certa de seus olhos.

_ Escuta, se eu me virar agora, eu não vou conseguir controlar o barco, eu não posso controlar o mar, e fica difícil controlar o barco quando se está em uma tempestade, certo. Então, por favor, não me siga, só deixa eu me acalmar, deposi você fala comigo. - falei, dando mais um passo na direção da porta, antes de sentir braços á minha volta.

Ele me virou e me jogou na cama.

_ Isso não está certo. Somos dois machos. - falei.

_ Naah, eu estou cansado de ficar sendo jogado nas direções que você acha que são certas. - murmurou, segurando minhas mãos em cima da minha cabeça. - Eu ainda não sei ao certo que tipo de relações nós temos, mas, seja qual for essa relação, eu sei o que eu quero. Só não sei se você quer a mesma coisa. E esse sentimento de indecisão não é um sentimento legal. Nós somos um problema. Um grande e imenso problema. Por isso nós temos que nos concentrar para resolver esse problema... Mas quem sabe isso aqui ajude a melhorar nossa relação? - sugeriu ele, me fitando.

_ Você não está miando. - refleti.

_ É porque eu estou certo do que eu quero e, estou tentando não ficar nervoso, porque eu não faço a mínima idéia do que fazer e... Nyaah, pare de me deixar nervoso. - resmungou ele, olhando para a parede.

_ Sabe... Se você quer mesmo fazer isso... - murmurei, trocando de lugar com ele e prendendo suas mãos. Ele agora estava corado. - Eu prefiro ficar por cima.

Yuki sorriu e, nossa, eu acho que eu fui á lua e voltei nessa hora. 

_ Nyaah... Me desculpe por isso, naah, mas eu também gosto de ficar por cima. - murmurou, pulando da cama e me prendendo contra a parede.

_ Como você pode saber se nunca experimentou? - perguntei.

_ Naah, eu senti isso. - murmurou Yuki.

_ Então, acho que vai rolar uma briga. - murmurei, sorrindo e deixando ele para a parede, prendendo suas mãos.

Logo ele riu e grudou seus lábios nos meus. Senti que meu coração estava  prestes a explodir agora. Ele pediu passagem com a língua e nós aprofundamos o beijo.

Nos separamos para respirar, ambos sorrindo.

_ Naah, bem, acho que eu não fui tão ruim assim, já que você está sorrindo... - murmurou Yuki, rindo.

_ É, você parece profissional. - murmurei.

Ele riu com vontade agora, passando uma das mãos pelas minhas costas, inconscientemente, fazendo com que eu me arrepiasse.

CONTINUA...