Aquilo estava sendo um sonho, algo que nem mesmo eu poderia imaginar. Primeiro Percy termina com Tracy, depois eu me entrego à ele. Existe coisa mais perfeita que isso?

O sol batia por detrás da cortina e atravessava o quarto, com os olhos ainda fechados, apalpei com cuidado a primeira coisa a minha frente: o rosto de Percy.

Um pequeno sorriso se fez em meu rosto e muito lentamente, abri os olhos. Percy ainda dormia e um pouco de baba corria pelo canto de sua boca. Ri baixo.

Me levantei com cuidado da cama e peguei a blusa de Percy que estava jogada no chão ao meu lado, fui até o banheiro e lavei um pouco o meu rosto, arrumei o meu cabelo em um coque frouxo e saí. Percy estava se espreguiçando quando cheguei perto.

– Bom dia. – Disse ele ao me ver.

– Bom dia. – Digo dando um selinho.

Percy me puxa pra um abraço e acabo caindo na cama, ele rolou sobre mim e sorriu, joguei os meus braços por cima do seu pescoço e o beijei lentamente, depois que nós separamos, sorri para ele que nem boba.

– Você baba enquanto dorme. – Comentei.

– Nossa, pensei que você ia dizer “Ontem eu tive a melhor noite da minha vida”– Disse Percy soltando uma risada fraca.

– Tecnicamente foi hoje.

– Tanto faz. – Disse ele com desdém.

Empurro Percy para o lado e me levanto novamente, andei até as minhas roupas que estavam jogadas no chão e as ajunto. Percy se levanta da cama e vai até o banheiro, andei até a sacada de Percy e abri as cortinas, pouco tempo depois Percy saí do banheiro e me abraça por trás.

– Então... – Diz ele ao meu ouvido.

– Então o que?

– Agora nós estamos juntos, certo?

– Não. – Disse eu franzindo as sobrancelhas.

– Não? – Indaga ele.

– Você ainda não me pediu em namoro formalmente, então não, não estamos juntos.

Percy fica a minha frente e me examina, sorri para ele um pouco vitoriosa.

– Ok, vamos lá. – Percy passou as mãos no cabelo para ajeita-lo mas não teve resultado nem um, Percy se ajoelhou e segurou a minha mão, acabei soltando uma risada alta.

– Annabeth Chase, você aceita namor...

– QUEREM O MEU CORPO NÚ! – Uma voz feminina grita do meu quarto.

Acabei pulando com o grito e corri para a sacada, Percy se levantou e correu para o meu lado, tentei ver o que estava acontecendo em meu quarto através das cortinas. Estreitei o olhar para tentar ver melhor, mas a única coisa que vejo é Thalia em pé com um abajur em mãos, logo a sua frente estava um cara de jaqueta preta e com um capuz cobrindo-lhe o rosto.

Sem pensar direito, saí correndo do quarto de Percy e desci as escadas dando alguns tropeços, abri a porta da frente e corri para dentro da minha casa. Assim que cheguei a frente, vi que a porta havia sido aberta com um grampo de cabelo, entrei na casa e corri para o meu quarto.

– Onde está Annabeth? – Pergunta o homem com certa confusão na voz.

Paralisei totalmente quando percebi que a voz do homem era a voz de Mark. Thalia olhava apavorada para o homem, mas logo reconheceu a voz também.

– Mark? – Perguntou ela com alivio.

– O que você está fazendo aqui? E onde está Annabeth?

– Eu disse para nunca mais me procurar. – Disse eu com raiva.

Mark livrou-se brutamente para a porta e tirou o capuz do rosto.

– Você sabia que eu viria. – Disse ele aproximando-se de mim.

– Não se aproxime de mim. – Eu disse afastando-me mais dele.

Mark continuava avançando até que só havia 1 metro de distancia entre nós.

– VOCÊ É SURDO? EU DISSE PARA NÃO SE APROXIMAR MAIS DE MIM! – Gritei para ele.

Percy apareceu subindo as escadas e acabou acertando um soco no rosto de Mark, ele cambaleou pra trás um pouco tonto mais logo recuperou o equilíbrio. Percy continuou avançando para cima de Mark, os dois caíram no chão e continuaram socando-se. Percy acabou encurralando Mark na parece, depois se levantou e jogou Mark novamente na parede, ele cerrou novamente os punhos e preparou-se para bater em Mark, mas ele conseguiu se livrar.

– O que esse garoto está fazendo aqui? – Perguntou Mark cedo de raiva.

Mark olha para Percy e depois para mim, ele me observa por um longo tempo e depoisme olha com mais raiva.

– Você dormiu com esse idiota? – Perguntou Mark apontando para a blusa que eu estava vestido.

Olho para Mark com o rosto cheio de medo com o que ele poderia fazer, passei a mão no braço e Mark deu um soco na parede. Ele desceu as escadas furiosamente e fechou a porta com força ao sair.

Até fiz menção de correr atrás dele, mas Percy segurou o meu pulso impedindo-me. Virei para ele e o abracei fortemente, meus olhos ficaram marejados, mas pisquei fortemente impedindo de que as lágrimas caíssem.

Me soltei de Percy e fui até Thalia.

– Você está bem? – Perguntei segundando a sua mão.

– Tirando o fato de que eu ainda estou tremendo, sim, estou. – Thalia deu um sorriso amarelo.

– Ele fez alguma coisa com você? – Percy perguntou.

– Bem, ele pensou que eu fosse a Annabeth e quando chegou no quarto, ele tirou o cobertor e acariciou a minha perna. – Disse Thalia arregalando os olhos.

– E foi por isso que você gritou que queriam o seu corpo nu? – Perguntei.

Thalia assentiu lentamente.

– Desculpe, eu não queria incomodar vocês... – Disse ela com um sorriso malicioso no rosto.

– Você não atrapalhou em nada. – Percy disse com uma cara de safado.

Acabei corando.

– Ok, vamos esquecer o que aconteceu aqui. – Disse Thalia descendo as escadas e indo para a cozinha.

– Vai ser difícil. – Eu disse baixo.

Dois dias depois

 Eu estava em casa deitada no sofá enquanto Percy pegava algo pra gente comer. Eu ainda não havia esquecido o que havia acontecido dois dias atrás, com o que Mark fizera, mas durante todo esse tempo, não tive nem uma informação dele.

Sinto Percy deitando-se atrás de mim , sorrio para o nada.

– Eu deveria está te ensinando alguma coisa sobre o corpo humano. – Disse eu.

– Você pode me ensinar com aula prática, que tal? – Pergunta Percy deslizando os dedos sobre a minha barriga por dentro da minha blusa.

– Meus pais podem chegar e vamos estar bem encrencados se nos pegarem. – Disse eu.

– E daí? A gente diz que estamos fazendo aulas práticas. – Percy acariciaa minha barriga e beija o meu ombro, depois desliza os dedos até o cós da minha calça.

– Cara. – Disse eu colocando a mão nos dedos dele, fiquei um tempo assim. – Não!

Percy solta um muxoxo e morde o lóbulo da minha orelha.

Meu celular começa a tocar em cima da mesinha de centro.

– Que droga. – Percy reclama.

Coloco um dedo em sua boca e atendo o celular.

– Alô?

– Alô, Annabeth? – Pergunta Piper.

– Eu mesma. – Digo me preocupando com o tom de voz de Piper.– O que houve?

– Eu vou ser direta. Mark está internado. – Piper faz uma pausa esperando que eu falasse alguma coisa, mas como eu não disse, ela prosseguiu.

– Overdose.

Deixei o celular cair no chão e ele se espatifou todo.

Como assim overdose? Desde quando Mark era drogado?