Pov. Annabeth

Minha vida mudou completamente depois que o meu pai foi promovido à gerente de uma loja de carros. Eu e minha mãe, Athena, tivemos que nos mudar para San Francisco. Achei isso um completo absurdo, pois a minha vida estava praticamente formada em Los Angeles.

– Minha filha, entenda, é para o nosso bem. – Minha mãe tentava me acalmar.

– Não mãe, minha vida é perfeita aqui! – E gritava

– Querida, por favor, entenda. – Minha mãe dizia em uma voz melodiosa.

Bufei.

– Odeio a minha vida.

Meu pai estava colocando as ultimas malas dentro do carro, meus dois irmãos estavam sentados jogando PSP.

– Pega seu grande monstro feioso! – Gritou Benjamim. – Já era babaca.

Ele estava fazendo a dança da vitória.

Gary começou a rir.

– Ben é engraçado.

Benjamim e Gary são um pouco parecidos comigo, loiros, brancos e espertos, mais a nossa diferença eram os olhos, os meu eram cinza e os deles um castanho claro. Ben tinha 10 anos, enquanto Gary tinha 5.

– Muito bem crianças, se comportem. – Disse meu pai entrando no carro. – Ansiosa Annie? – Disse meu pai olhando-me pelo retrovisor.

Virei à cara e coloquei os meus fones de ouvido.

– San Francisco, aí vamos nós. – Disse meu pai pisando no acelerador.

A viajem foi um caos só, tivemos que parar umas 5 vezes para os meus irmãos irem ao banheiro, eles brigavam por tudo.

Quando chegamos à baía de San Francisco, me dei conta de que a minha vida estava revirada, tinha deixado tudo pra trás: Piper e Tyson, meus melhores amigos. E Mark, meu quase namorado.

Pensando em tudo isso, um nó se tornou em minha garganta, meus olhos ficaram marejados, me controlei pra não chorar, não agora.

O carro foi perdendo a velocidade quando entramos em um condomínio, meu pai estacionou o carro em frente a uma casa com um cercado baixo, a grama era bem aparada, a frente da casa era bem aconchegante, a cor era branda com detalhes azuis. Eu respirei fundo, abri a porta do carro e sai.

Meu pai abriu a porta malas e começou a tirar a bagagem, ele sorria feito bobo.

– Pai, porque o senhor está sorrindo tanto? – Indaguei.

– Bem, é porque eu estou feliz de voltar a minha terra natal.

Minha mãe tocou no meu ombro e sorriu calorosamente.

– E isso que dizer que vamos ter reunião de família todo domingo.

Revirei os olhos, não gostava das reuniões de família, geralmente eles ficavam falando de mim quando criança, dizendo frases estranhas e ficavam rindo da minha cara quando o meu tio Jeffrey contava a historia de como eu fiquei bêbada pela primeira vez aos 2 anos.

Isso era de matar qualquer um.

Seja como for, minha vida nunca mais seria a mesma.

Meus pais carregaram as malas pra dentro de casa, todos os imóveis já estavam organizados em seus devidos lugares.

– Mãe, onde fica o meu quarto?

– Subindo a escada, segunda porta à direita.

Eu nem se quer ajudei os meus pais, sai correndo e entrei no meu quarto.

Quando entrei, fiquei muito surpresa com o que vi.

Ele tinha 3 paredes beges e uma parede de marrom, havia uma cama de casal no meio, uma escrivaninha do lado da minha cama, tinha um abajur em cima dele, o closet era enorme, não havia necessidade de ser tão grande, tinha uma porta que com certeza deveria ser o banheiro. Em uma parede estava uma mesa com um notebook em cima, e acima dele havia um quadro de fotos.

Cheguei mais perto para ver as fotos, e quando eu às vi, as lagrimas começaram a se formar.

Tinha fotos dos meus amigos em momentos marcantes. Fotos de Piper e eu quando nos conhecemos, fotos do aniversário de Tyson, e uma foto em especial, a foto de mim e do Mark quando demos o nosso primeiro beijo.

Não pude impedir de as lágrimas rolarem no meu rosto, eu me sentei no chão e enterrei o meu rosto, eu queria a minha vida de volta, queria voltar para Los Angeles, queria estar com os meus amigos agora.

Passei um bom tempo chorando, até que me recompus e resolvi tomar um banho, entrei no banheiro e peguei uma toalha, tirei a minha roupa e a joguei dentro de um balde que deveria ser de roupa suja.

Liguei o chuveiro e fiquei lá, pensando em como eu era azarada. Só sai depois que a água quente havia acabado, peguei a toalha e me enrolei, quando sai do banheiro, vi que alguém tinha deixado a minha mala em cima da cama, a abrir e tirei um short jeans surrado e uma blusa laranja, me vesti rapidamente fui pra sacada do quarto.

Me sentei em uma cadeira que tinha e fiquei olhando para o céu. Fiquei lá por uns 5 minutos até que minha mãe gritou:

– Annabeth, desde aqui!

– Já estou indo! – Gritei de volta.

Me levantei e fui até o espelho e tomei um susto com o que vi.

– Meus deuses. – Foi o que consegui dizer.

Meu rosto estava vermelho de tanto chorar e meu cabelo parecia um galinheiro. Peguei um pente e o penteei, resolvi passar uma maquiagem pra disfarçar um pouco e desci.

Quando cheguei à sala, havia um homem alto, branco com os cabelos pretos e os olhos verdes, ao seu lado havia uma mulher muito bonita, com os cabelos enrolados, negros e um sorriso caloroso no rosto.

Minha mãe olhos para mim, eu me aproximei mais.

– Essa aqui é a minha filha Annabeth. – Disse ela apresentando-me.

– Olá, meu nome é Paul, mas pode me chamar de Poseidon. – Disse ele rindo.

Me segurei para não rir. Quem se chamaria Paul e pediria pra chamá-lo de Poseidon?

– Querido, assim você assusta a garota. – Disse ela ainda sorrindo– Olá, meu nome é Sally Jackson.

– Olá. – Estendi a minha mão.

Ela me cumprimentou.

– E esse é o nosso filho, Percy Jackson. – Disse ela abrindo passagem para um garoto que eu não tinha notado.

Minha voz falhou por um momento, o garoto tinha os cabelos pretos, olhos verdes e era dois palmos mais alto que eu.

– Oi. – Foi o que eu consegui dizer.

– Oi. – Ele disse com um sorriso torto.

Minha mãe convidou a família Jackson para jantar com a gente, eu subi para o meu quarto, querendo ficar um pouco distante de tudo.