All At Once escrita por Helle


Capítulo 1
Perfection


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, lá estava eu ouvindo música despretenciosamente quando de repente... BOOM! Inspiração pra fic. Aí está, espero que gostem. Eu escrevi num verdadeiro surto e não sei se vai haver continuação ou não. Vai depender do destino.
P.S.: Recomendo ouvir All At Once - The Fray, ao ler. Foi a fonte de inspiração :D



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“Existem certas pessoas para as quais você fica apenas voltando.”

A frase simples nunca soou tão dolorosa para Hermione. Que diabos ela fazia ali? Parada na frente de uma loja, onde uma camiseta estampava a frase que preenchia sua mente. “O que exatamente estou fazendo?” A um continente de distância dele, com uma pessoa que não era ele. Estava em um lugar que ele odiaria. Ela própria não estava gostando daquilo tudo. “Ele me diria pra parar com essa idiotice...”.

É claro que diria. Ele era Draco Malfoy. Não era do feitio do loiro segurar palavras. Ele simplesmente as falava, por mais dolorosas ou ofensivas que fossem. Era um completo estúpido várias vezes, mas ela não podia negar que gostava da estupidez  absolutamente sonserina dele.  Não pode deixar de comparar o ruivo ao seu lado com o loiro que, naquele momento, estava do outro lado do oceano que os separava.

A guerra havia acabado há exatos dois anos. Para o espanto de todos, Hermione Granger havia se envolvido rapidamente com Draco Malfoy durante o sétimo ano que todos os envolvidos recursaram. Fora um choque. Fora um escândalo. Fora a melhor coisa que já havia acontecido na vida de ambos.

Eu não acredito que você está fazendo isso, deixa de ser idiota Draco, levanta daí! –Disse a garota puxando o loiro que havia se ajoelhado à sua frente com uma linda rosa branca.

Qual o problema? Eu não posso declarar publicamente nosso romance? É épico Hermione...  –Falou  Draco estendendo a rosa para a garota.

 Ela pegou a rosa e tentou segurar o sorriso que brotava em seus lábios. Foi um esforço vão.

-Admita que somos o casal dos sonhos de qualquer adolescente... A Bela e a Fera dos contos trouxas, o mal e o bem. Juntos, desafiando a lógica e o destino. Existe algo mais romântico e idealizado que isso? –Disse o jovem sorrindo triunfantemente.

Não obtendo resposta de sua Grifinória ele simplesmente ignorou os olhares bestificados que os encaravam e arrancou um beijo urgente da castanha. Ali mesmo. Nos jardins de Hogwarts, na frente de todo o corpo escolar de Hogwarts.

“Você começa a se perguntar se você poderia encontrar uma melhor...”

Hermione encarou a frase na doceria bestificada.

O mundo estava conspirando contra ela?

-Hermione? Eu perguntei o que você vai querer, já decidiu? –A voz de Rony nunca soou tão distante.

Ela estava mesmo em outro país? Estava mesmo tentando fugir de tudo que sempre sonhou? Tudo o que sempre precisou... Ela precisava dele. Sabia disso. Rony a entendia, e ela realmente gostava dele. Mas ele não a completava. Ele sim, a completava de uma maneira que ela não podia nem entender, quem dirá comparar.

Não havia comparação.

Hermione olhou bem para o ruivo ao seu lado. Ele era lindo. O sorriso dele era lindo. Rony era gentil na maioria do tempo, fazia de tudo por ela. Como rejeitar tanto carinho e tanta admiração? Ele sorriu abertamente e a castanha se viu na obrigação de sorrir de volta.

Estava ficando louca.

-Eu quero um donnut de morango, por favor.

O balconista arqueou a sobrancelha diante do pedido do rapaz. Quem em sã consciência pedia um donnut no almoço? Simples. Draco Malfoy.

E ele não estava em sã consciência. Sentado na mesa da cafeteria, na Londres trouxa. Comendo um donnut no almoço. Esperando alguém que não era ela chegar.

“Talvez você a queira, talvez você precise dela”

O rapaz loiro piscou. Era isso mesmo que estava escrito na camisa de Pansy Parkinson?  A morena adentrou no local arrancando alguns olhares aqui e ali. Olhares que não incomodaram Draco. Ele não gostava dela.

Porque diabos ele a havia convidado pra tomar um café no mundo trouxa?

O moço não achou resposta para essa pergunta. Na realidade teve dificuldade pra achar a voz e responder o chamado da sonserina que estava obviamente ultrajada por se encontrar em um lugar daqueles. Ela adoraria aquele café. Adoraria esse lugar. Adoraria o maldito donnut.

Pra onde estamos indo? Sair de Hogsmeade não é contra as regras?

Quem se importa de quebrar as regras de vez em quando? –Respondeu Hermione sorrindo.

Ok, eu vou querer saber quem é você e o que fez com minha namorada quando chegarmos neste tal lugar. –Falou Draco dividido entre um sorriso e uma expressão de reprimenda.

É uma cafeteria. –Disse a castanha colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. –Que é? –Perguntou ela ao perceber que o rapaz a encarava.

Nada. –Respondeu o loiro a puxando para um beijo. Aparataram juntos levantando um pouco de neve na antiga estrada de Hogsmeade.

-Draco, você está me ouvindo? Eu não sei o que diabos é um Cappuccino! O que é isso? Porque só existem esses nomes estranhos aqui nesse papel?!

O loiro pareceu acordar de um sonho. Ela não estava ali. Pansy estava. Ela estava nos Estados Unidos com o maldito Weasley.

-Draco?!

Ele precisava dispensar Pansy Parkinson.

“Talvez você começou a comparar... com alguém que não está aqui”

Hermione se entalou com o suco que bebia. O líquido amarelo voou por todo o carpete grosso e bege que ficava a seus pés. Estava no quarto branco do hotel em que ela e Ronald haviam se instalado. O sol brilhava alto no céu de New York. Ela ainda não conseguia acreditar que estava fazendo aquilo. Fugindo dele.

Olhou abismada para o papel que continha a frase causadora de seu pequeno desastre. Maldito jornal! Maldita frase! Maldito horóscopo!

Pra que diabos ela estava lendo aquilo no final das contas?

Resolveu ligar a rádio. Rony em breve estaria ali para a levar a um “passeio surpresa” e ela precisava arranjar uma roupa.

“E de uma vez a multidão começa a cantar. Às vezes a coisa mais difícil e a coisa certa são as mesmas...”

A castanha arregalou os olhos. Ou o mundo estava tentando lhe passar uma mensagem, ou ela estava tão obcecada com toda a história de Draco que havia chegado ao ponto de distorcer tudo que estava ao seu redor. Já havia lido sobre aquilo em algum lugar...

-Draco, qual é o seu problema?!

O rapaz desviou seu olhar meio perdido para observar a morena que estava à sua frente.

-Como?

-Qual é o seu problema? Você está ouvindo algo do que estou te falando? Onde está com a cabeça? Ainda não superou a Sangue-ruim ou o quê? –Guinchou Pansy.

 Draco estreitou os olhos. Havia convidado a sonserina pra sair pela segunda vez. Queria se desculpar por ter a convidado uma primeira vez, para um local que não a agradou, e não ter lhe dado atenção alguma. Obviamente fora um segundo erro.

-Pansy... Eu gostaria que não se dirigisse desta forma à ninguém, muito menos Hermione.

-Ainda defende ela? Ela já te esqueceu  Draco. Adivinhe só? Ela está em outro país com outro cara. Pelo amor de Deus, supere isso. Não é muito você ficar caindo pelos cantos por causa de uma qualquer.

Foi o suficiente.

-A única qualquer aqui voltou se arrastando na primeira oportunidade para um cara que já a havia dispensado à séculos. Desculpe-me, mas eu ainda amo Hermione Granger, não que você saiba o que é amor ou nada do tipo. –O rapaz levantou-se calmamente deixando algumas moedas douradas dentro de uma pasta preta em cima da mesa do restaurante onde estavam.

-Draco volta aqui!

O rapaz lançou um olhar silenciador à moça e com um sorriso de quem acabara de descobrir algo genial, ele saiu em direção à noite fria daquela segunda cinzenta de Londres.

A morena bufou indignada e afundou na cadeira elegante onde estava. Não conseguiu ver a placa, que tomava conta do estabelecimento que ficava do lado oposto do vidro transparente que fazia as vezes de parede do restaurante, onde estranhamente estava escrito: A Perfeição não virá.

Se a perfeição não vinha até ele, ele iria até ela.


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Notas finais do capítulo

Já conhecem o esquema né? Não? Eu explico. Xingamentos, críticas, elogios, imperdoáveis, pedradas? Simples! Review =D