Bittersweet escrita por seethehalo


Capítulo 3
Null


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! *-*
Aqui está o capítulo final da minha minific ^^
Gostaria de agradecer os reviews que recebi, muito obrigada pelo retorno, fico feliz que vcs gostem da fic :D
Vocês devem lembrar que eu tinha dito que a fic se baseada em DUAS músicas, mas são TRÊS capítulos! Bom, agora volta pra Void & Null, só que depois de Heart a interpretação é diferente, não acham? :} [http://letras.terra.com.br/the-pretty-reckless/1722560/]
Esse capítulo me deu um pouco de trabalho porque quanto mais eu escrevia, parecia que faltavam MAIS palavras pra cumprir minha meta de duas mil... Mas eu consegui õ/
Enfim, enjoy :}



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     Não, eu não consegui nem respirar. A reação imediata que eu tive foi jogar o telefone pra trás por cima do ombro e sair à rua em disparada.

     O caminho eu conhecia de cor. Não era muito longe. O número eu não sabia exatamente, mas não seria difícil achar. Mesmo assim, fui a passos largos até aquele endereço.

     Cinco minutos andando e eu percebi a asneira que tinha feito: deixara Gustav no telefone sem uma resposta. Isso só serviu para que eu apertasse o passo ainda mais, afinal, fora por causa da fatídica pergunta que eu saí correndo de casa.

     - Juuh, quer namorar comigo?

     A pergunta passeava pela minha cabeça. O que pensar? Como agir? Como responder?

     O pior é que eu sabia de tudo isso, mas não conseguia encaixar os pensamentos uns nos outros. Inesperado? Talvez isso defina. É... surreal.

     Cheguei então à tão familiar rua. Sem saber o que fazer exatamente e sem pensar direito, parada na calçada da casa que fica em frente à que Georg mora, chamei:

     - GUSTAV!

     Alguns segundos sem resposta. Chamei de novo mais alto:

     - GUSTAV!

     Nada.

     Estava pra berrar uma terceira vez quando a porta de trás abriu e eu me virei num susto.

     - Desculpe a demora. Estava procurando as chaves. – disse Gust.

     Engoli o ar. Ele veio abrir o portão e me convidou a entrar.

     - Eu... tava achando que você tinha desligado o telefone na minha cara. – confessou.

     Soltei o ar e dei uma risada.

     - Na verdade eu não desliguei. Joguei o telefone pra cima. Sabe que você tinha razão em insistir que isso não era assunto pra telefone?

     - É, eu te disse, mas você não quis escutar...

     - E eu te disse que viria atrás de você, não?

     - Sim, disse. Mas e aí, vai responder minha pergunta ou por que exatamente você veio aqui... correndo?

     Não era difícil supor que eu vim correndo; eu estou vermelha, quente e ofegando.

     - Pra... responder.

     Ele ficou em silêncio esperando que eu continuasse. Mordi o lábio então e declarei:

     - Vou confessar que no início eu não sabia o que te dizer. Porque... bom, o que aconteceu desde o fim da recuperação no ano passado...

     - Só dei motivos pra você responder “sim”.

     - É, eu sei, mas... não é por aí.

     - Sinceramente? Eu sei que seus motivos não são da minha conta. Eu só tive coragem de fazer a pergunta que estava ensaiando há meses nem eu mesmo sabia por que e da única forma que eu não tinha planejado.

     - Não sabia por quê?

     - Eu acho que nunca teria coragem de chegar em você... Sei lá.

     - As coisas aconteceram de um jeito tão doido!

     - Sim, é verdade.

     - Eu fiquei meio estranha esses dias, porque eu queria saber o que tava acontecendo comigo e eu só pensava em você e... Caramba, essa sua vergonha me virou do avesso, sabia?

     - Foi mal...

     - Foi bem mal, mas isso de certa forma... – olhei pra cima – CARAMBA. O que tá acontecendo.

     - Ham...

     - Ok, chega de enrolação. Você quer sua resposta. É. Eu sei. Vamos tentar fazer direito, pergunta de novo.

     - Você manda. – ele pegou a minha mão e olhou nos meus olhos – Juuh, quer namorar comigo?

     Inspirei fundo e disse apenas:

     - Mas é claro.

     - Imaginei que você diria isso. – Gust concluiu e me beijou. – Mentira. Nunca imaginei você me dizendo isso. De qualquer forma, foi o que eu sempre quis.

     Uma semana se passou. Nunca me foi difícil apresentar ninguém à turma, mas Gust dificultou um pouco por causa do próprio jeitinho tímido.

     É fato que nós dois somos bem diferentes, mas tentar mudar um pouquinho pra dar certo não vai fazer mal a nenhum de nós dois. Ele está tentando ser menos “bicho-do-mato”, como o próprio se definiu, e eu sendo um pouco mais tranquila.

     Uma amiga minha nos chamou para sua festa de aniversário, algum tempo depois. Então, no dia, me arrumei e Gust veio me buscar em casa para irmos juntos. Lá, fiquei até um pouco surpresa com ele: cumprimentou todo mundo, puxou assunto, conversou... Não é muito típico do jeito dele.

     - Tomou café com pó de guaraná, Gust? – perguntei.

     - Não... por quê?

     - Não vá brigar comigo, mas você está tão extrovertido. Não é normal da sua pessoa.

     - É mesmo. É por você. - pausa. – Quer tomar alguma coisa?

     - Aham.

     - Ok, vou ali buscar. Não saia daí.

     Logo que ele se afastou, avistei Georg do outro lado do salão. Senti um leve desconforto. Mas bom, não me deixaria abalar, até porque, mesmo que a dona da festa seja amiga dele, Gustav e eu também fomos convidados. E a sensação ruim aumentou quando ele veio andando na minha direção.

     - Oi, Juuh.

     - Oi, Georg – falei tentando demonstrar desinteresse.

     - Escuta... posso falar uma coisa contigo?

     - Sou toda ouvidos, mas seja rápido. Meu namorado tá vindo aí.

     - Ah, ok. É que bom, eu queria te pedir desculpas. Fui tão grosso com você aquele dia.

     - Espera. Eu ouvi direito?

     - Acho que sim. Não devia ter te tratado daquele jeito. Demorei um pouco pra perceber, mas... é. Er... ainda podemos ser amigos?

     Sorri levemente.

     - Ok, Georg. Está desculpado. E claro que podemos ser amigos. Só tenta não dar um ataque de nervos, tá? Gustav tá vindo aí.

     - Por que acha que eu teria um ataque de nervos?

     - Porque eu te conheço.

     Gustav chegou com dois copos de refri e me entregou um. Me senti na obrigação de explicar a cena:

     - Gustav, esse é o Georg... Bom, acho que vocês já se conhecem, mas mesmo assim...

     Para minha surpresa, os dois se cumprimentaram solenemente com um aperto de mão.

     - E aí, cara. Tudo em cima? – disse Georg.

     - É. Tudo certo. – e bebeu o refrigerante todo num gole só.

     - Bom, então... – tentei me livrar da situação – vou ali falar com o pessoal, vem comigo, Gust?

     - Claro.

     - Er... Escuta, Gustav – Georg chamou. – Posso te fazer uma pergunta?

     - Já fez uma. Pode sim.

     - Você mora na mesma rua que eu, não é? Posso perguntar se é você que toca bateria aos domingos à tarde? Sempre escuto de casa mas nunca sei quem é.

     - Ham, sou eu sim. Não toco em lugar nenhum mas gosto de exercitar minhas baquetas.

     - Que massa. Bom, eu toco baixo.

     - Sério? Caramba! A gente pode tirar um dia pra tocar junto, se você quiser...

     - Claro! Só combinar.

     - Então tá. Deixa eu acompanhar a Juuh agora. Falou.

     - Até mais.

     A cara de poker face que eu fiz foi inevitável.

     - Que foi? – Gust perguntou.

     - Que fácil – falei apenas. – Até perdi as meninas de vista. Depois eu falo com elas.

     - Ok.

     - E essa história de que você toca bateria? Não sabia disso.

     - É, eu toco desde criança.

     - Nossa, você ainda me surpreende... Quero te ver tocando qualquer dia desses.

     - Mas é claro. É só você me pedir lá em casa qualquer dia desses.

     - Pode deixar.

     O resto da festa transcorreu normalzinho. Depois foi cada um pra sua casa e etc.

     Não sei, acho que tá faltando alguma coisa pra eu ficar plenamente satisfeita. Nada com o Gustav, é comigo. Então, hoje, quando o encontrei no pátio antes da aula, pedi:

     - Quando der o intervalo, saia rápido da sala e me encontre aqui, ok?

     - Pra quê?

     - Nada de mais. Você vai ver.

     Como combinado, no intervalo Gust já me esperava no mesmo lugar onde sempre nos encontrávamos ao chegar.

     - O que foi? – perguntou.

     - Vem comigo. – peguei-o pela mão e levei-o até um canto isolado no pátio.

     - O que viemos fazer aqui?

     - Nada. Só achei que podia fazer algo de... diferente hoje. Ficar só com você. Aqui escondida.

     Ele riu e sentou-se no chão. Sentei-me junto com ele.

     - Do seu jeito. Bem quietinha. – virei-me e dei-lhe um beijo.

     Não demorou pra vir gente atrás de mim. Respondi que estava ocupada. Não pareço ocupada? Pois bem, sinto desapontar a todos então mas estou. E muito. Não, eu não queria comer, nem responder dúvida de ninguém, nem ganhar um pirulito.

     - É difícil você ter paz, né?

     - No começo pode ser mesmo. Mas depois todo mundo se acostuma. Agora eu estou muito ocupada pra fazer qualquer outra coisa. Apenas com você.

     - Tomou suco de maracujá?

     - Não, por quê?

     - Pra querer ficar aqui sem fazer nada... Calminha...

     - Junto com você. – pausa. – Sabe, Gust... A gente é tão diferente. Mas de um jeito bom, sabe... não é estranho.

     - Como assim?

     - Que a gente dá certo mesmo não tendo muita coisa a ver. Você é quietão, introvertido; e eu sou o contrário disso. Não é curioso?

     - É verdade.

     - Nunca pensei em algo assim... Nós dois... Sabe?

     - Bom, da minha parte você já sabe como era a coisa.

     - É, sim... – dei um risinho. – Mas hoje eu só tenho a agradecer tudo o que andou acontecendo.

     - Uh, e eu então... Sabe qual é a sensação de um sonho se realizando?

     - É tipo... Agridoce.

     - Açúcar com sal? – ele fez uma careta.

     - É! Essa me parece uma boa analogia.

     - E a culpa é toda sua.

     - Minha culpa?!

     - Claro. Ah, esqueci de agradecer o Georg da última vez que ele foi lá em casa tocar.

     - Hã?

     - Só aqui pra nós... Se ele não tivesse sido tão idiota contigo, você jamais teria me agarrado naquele dia. Como eu agradeço por aquele dia!

     - Ai, Gust! Precisa lembrar disso?

     - Claro! Vou lembrar pro resto da vida. Sempre gostei de você, Juliana. E, mesmo que de um jeito torto, foi ali que tudo entre a gente começou.

     - Tem razão. Sério, eu nunca pensei em acabar assim com você. Sei lá... Não vou dizer que não te notava. Mas sei lá, você era... a última pessoa com quem eu sonhava ter alguma coisa. Onde estou eu agora?

     Ele riu.

     - Mas é. Nunca achei que seria eu que te amaria. Nem que isso viesse de você.

     - Você é linda, sabia?

     - Pare com isso. Deixa eu concluir meu raciocínio.

     - Vá em frente.

     - Pois é, taí outra coisa: nunca pensei que você diria que eu sou linda.

     - É um fato. O que eu posso fazer?

     - Nem que me faria ter ataques de ansiedade e preocupação.

     - Sério?

     - Claro. Aquele dia antes de você aparecer com o olho roxo. Passei o fim de semana inteiro pensando que você e o Georg podiam ter se matado, ou sei lá. E nas férias? Eu não via a hora das férias acabarem pra falar com você e saber o que tinha acontecido. Tem noção?

     - Poxa...

     - Pare com tantos monossílabos. Diga alguma coisa.

     - Hmm... Alguma coisa. – disse ele com certa ironia.

     - Muito engraçado!

     - Eu sei que foi. – pausa. – Você quer então que eu diga alguma coisa... Pois vamos lá.

     Silêncio. Fiquei esperando.

     - Dormiu aí? – virei-me perguntando de repente.

     - Não. Estou pensando em algo pra te dizer à sua altura. Já que você não aguenta mais me ouvir dizer que você é meu sonho e absolutamente tudo do que eu preciso.

     - Ah qual é. Você podia variar o discurso pelo menos. Sabe que eu fico encabulada toda vez que você diz isso.

     - O que é que eu posso fazer? Meu dia começa no momento em que eu te vejo. Você é o meu sol. Está me iluminando e me dando a alegria de cada dia. Simplesmente isso.

     Levantei-me e fiquei de joelhos de frente pra ele, para vê-lo melhor.

     - Gust... Isso foi lindo.

     - Ham... Sério? Saiu assim... Er...

     - Foi a coisa mais linda que eu já escutei.

     - Nesse caso... fico feliz de ter dito o que você queria ouvir.

     - É muito mais do que eu já tinha sonhado em ouvir! Tá vendo como você mexe comigo?

     - É... – ele me trouxe de volta ao lugar onde eu estava antes.

     - Aliás, voltando ao meu raciocínio interrompido... Dá pra entender? No fim das contas, a coisa é bem simples e é uma só. Você virou minha cabeça do avesso.

     - Que coisa, hein?

     - É. Agridoce. E a culpa é sua.


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Notas finais do capítulo

E aí, povo, que tal? *-* Eu espero que vocês tenham gostado do final, assim como da história toda tanto quanto eu curti escrever.
Pra quem gostou da fic só com os G's, vou convidar pra ler também Ihavelovedu, que só tem o Gust ^^ E pra quem sente falta dos Kaulitz na história, convido a ler qualquer outra minha que eles sempre aparecem...
Novamente, muito obrigada por lerem e pelos reviews.
Até a próxima! :D



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