O Mundo Da Caixa Mágica escrita por Rafaella Livio


Capítulo 1
Um Presente dos Céus


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu fiz tudo isso há mt tempo, então alguma coisinha pode estar errada de acordo com os novos capítulos. Se estiver, por favor avisem ;)



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"Não permita que o quê você é, impeça, o que você pode vir a ser." (Harry Palmer)


Eu acordei e o dia ainda estava escuro. Em Black River o dia só fica claro mais ou menos às dez horas, e eu entro no colégio às oito. Virei e vi no relógio sete e meia! Oh, eu estava muito atrasada. Muito mesmo! Ainda tinha que fazer muita coisa. Fui ao banheiro, tomei um banho à jato, troquei de roupa e fui tomar café. Olhei pra mesa e vi sapo com óleo de borboleta. Eca!
– Mãe, o que é ISSO?! - Perguntei.
– O café da manhã. Vai, come logo que você tá atrasada. - Ela respondeu, colocando aquela coisa nojenta no meu prato.
Dei uma colherada, e empurrei o prato pra longe.
– Mãe, hoje você tem que levar a Rye pro Dr. Yhan. - O Dr. Yhan é o veterinário da cidade.
Ela estava virada de costas pra mim, e só resmungou "uhum", eu perguntei umas três vezes se ela estava me ouvindo, e ela só respondeu "uhum" em todas. Tomara que ela tenha escutado, se não a Rye vai ficar doente, as Golfox nesse negócio de saúde são muito frágeis, por mais incrível que pareça.
Depois eu escovei os dentes, e nessa hora, a Rye tinha ido até o berço da Hanna e olhava ela bem de perto, quando a Hanna acordou e começou a berrar e chorar.
– TIRA AGORA ESSE BICHO DO BERÇO DA HANNA, GWEN! - Era a minha mãe de novo.
– Eu tô escovando os dentes, manhê! Pede pro Joseph!
– Ele tá dormindo, anda logo!
Sempre eu que tenho que fazer as coisas. O meu irmão é o coitado queaparentemente faz cursinho, mas não faz nada, ele fica zoando com os amigos nos barzinhos de manhã. E de noite, cai na gandaia.
Eu cheguei no quarto dela, e a Rye nem estava tão perto. Expulsei-a e acalmei a Hanna com a música que ela mais gosta, uma de um desenho chamado Rubby Hop. Quando ela resolveu dormir, lá veio a minha mãe de novo:
– GWENDOLINE COLLINS, VOCÊ NÃO COMEU NADA?
– É que... Tá bom, eu não gosto de sapo com... Aquela gosma. É estranho.
– É COMIDA, E É O QUE VOCÊ VAI COMER. SENTA E COME JÁ!
O meu pai já tinha saído, se não eu poderia pedir pra ele fazer alguma coisa decente, como por exemplo, omelete de morcego. Hum, delícia!
Eu fui obrigada a comer (só comi umas três colheradas), e depois saí correndo para não me atrasar para a escola. Fui correndo, sem nem me despedir da minha mãe ou dos meus irmãos (que continuavam dormindo). Cheguei na Floresta Encantada (que é caminho para o Vale Escuro, onde fica a escola Black River Best School), e ouço passos atrás de mim. Eu paro. Olho pra trás, não tem ninguém. Essa cena se repete algumas vezes até que Austin pulou nas minhas costas. Eu não tenho muitos amigos, mas Austin Johnson é um "colega mais próximo" que eu ouso chamar de amigo, porque com aquele amigo, ninguém precisa de mãe (ELE É MANDÃO!).
– Austin, que susto, seu doido!
– O que você está fazendo aqui, Gwen?
– Estou indo para a casa da vovó rã.
– Sério? Onde fica?
– Claro que não, seu bobo! Estou indo para a escola, para onde mais?
– Sim, mas eu quero dizer, você não percebeu que está atrasada?
– E você não percebeu que você também?
– É, mas eu tenho um motivo.
– E qual é?
– Meu drágoro comeu o meu despertador. - Drágoro é um bicho parecido com um filhote de dragão, que nunca cresce. Aonde eu moro não existem dragões, eles são só uma lenda assim como os dinossauros, mas existem drágoros. O do Austin se chamava Bal.
– O Bal? Mas ele só come frutas!
– Sabe o que é? Eu quis testar como seria deixar ele sem comer por dois dias...
– TADINHO! Seu doido! Queria ver se fizessem isso com você! Eu ia rir muito!
– Foi o que eu fiz com ele, até que ele comeu o meu despertador.
– Bem feito. Agora vamos apressar o passo porque já são dez para as oito!
Nós apostamos corrida do final da floresta até a escola, e, claro, eu ganhei. Chegamos na porta e adivinha quem estava lá? June e suas amigas oxigenadas (na minha cidade isso quer dizer que elas pintaram o cabelo de loiro com mechas verdes, não é real). O Austin diz que elas têm inveja de mim, só porque eu tenho cabelos lisos escorridos e ruivos, menos a June, que é a paixão secreta dele. Mas é tudo mentira, elas não tem inveja, só não vão com a minha cara mesmo, até porque elas são loiras com mechas verdes! (Mesmo sendo tudo tingido).
– Oi, June! - Disse o Austin, cego de paixão. Então ela respondeu:
– Ih, olha lá! É o Austin e a esquisita! Hahaha, como é o nome dela mesmo?
– Acho que é Gren. Ou Fen? - Uma das amiguinhas dela ficou tentando adivinhar o meu nome. Então eu e Austin entramos.
– Você viu só? Ela me chamou de Austin! Já é um grande passo!
– ...E me chamou de esquisita, olha que legal. - Falei, sem expressão nenhuma (como diria o Austin), "com cara de nada".
– Isso não importa, ela vai aprender a gostar de você.
– Desencana, Austin! Popular fica com popular, ela nunca vai olhar pra você! Só se for pra pedir alguma lição de casa, acorda! - Eu tento abrir os olhos dele, mas parece que quanto mais eu tento, mais ele fecha.
– Não, eu tenho certeza que um dia eu vou poder chamar a June de "meu amor".
– Afe, se não quer acreditar em mim, não acredita, mas baba bem longe de mim porque eu acho extremamente nojento você babando por aquela sem-sal.
Depois do segundo tempo livre, eu comecei a me sentir mal, com uma tontura. O Austin perguntou, quer dizer, MANDOU eu ir na enfermaria umas nove milhões, oitocentas mil, trezentas e sessenta e duas vezes, mas eu disse que estava bem. Daqui a pouco eu só vejo tudo ficando escuro e caio no chão. Eu só me lembro de acordar depois na enfermaria, ainda meio zonza, rodeada por três pessoas. Uma eu tinha identificado, era a enfermeira Gonzales. A outra era o próprio Austin, e a outra era... O Nathan... O NATHAN GREEN ESTAVA ALI, OLHANDO PARA MIM, COM AQUELA CARINHA FOFA QUE ELE TEM. Na hora, eu fiquei vermelha, envergonhada.
– Gwen, ainda bem que você acordou, eu estava superpreocupado com você e... - Austin começou a falar, mas eu nem estava prestando atenção, eu tinha outro foco de atenção.
– Oi, Gwen. - O Nathan falou. ELE SABIA O MEU NOME!!!
– O-oi... - Eu não conseguia falar o nome dele.
– ...Nathan. - Ele me corrigiu, e deu aquele sorriso lindo que me deixa doidinha.
– Isso, N-Nathan. - Eu falei, forçando, porque eu só queria mesmo ficar ali, quietinha, admirando ele.
Que viagem louca a minha, até parece que ele veio porque se preocupou comigo, devia ser mera coincidência. Ele é do terceiro ano, e eu do primeiro! Bom, pelo menos eu achava que era uma viagem...
– Meu Deus, Gwen, agora você pode me explicar como aquilo aconteceu? - Ele realmente sabia meu nome... Espera, deixa eu ver do que ele está falando. - Você estava no refeitório e simplesmente caiu, desmaiada. Ainda bem que eu também estava ali atrás, pedindo um guardanapo para a chef, porque se não, o Austin não ia conseguir te pegar, sendo que ele estava do seu lado. Eu te peguei e então te trouxe até aqui e só agora você acordou! - AAAAAAAAAAAAH, ELE TINHA SALVADO A MINHA VIDA, MEU HERÓI! Bem, nem tanto, mas ele me salvou de uma ex-futura dor no corpo com os roxos que eu ia ficar daquela queda!!!! E depois, o Austin NUNCA ia me aguentar, ele não aguenta nem o drágoro dele! Então o meu herói, quer dizer, Nathan, continuou - E agora, estamos aqui, no quinto horário.
– QUINTO HORÁRIO?! - Eu gritei, desesperada. - MAS EU E O AUSTIN TEMOS PROVA NESTE HORÁRIO!
– Calma, você está liberada, fará a prova amanhã. E diz o Austin que acabou convencendo o Sr. Ugly a também fazê-la amanhã, já que ele poderia te ajudar aqui. - A enfermeira falou, e baixinho - Mas até agora só me atrapalhou...
A enfermeira foi me dizendo o que ela achava que eu tinha (na verdade nada, ela só me enrolou, não sabia de coisa nenhuma) e disse que logo minha mãe iria me buscar, sem nem esperar eu ficar no sexto horário.
Logo Austin me pediu uma carona, e quando eu comentei que ele teria que ficar no sexto horário ele só abaixou a cabeça e me disse que ele não tinha ficado na enfermaria porque ele pediu ao professor. Ele foi expulso da sala porque quando um garoto do fundão disse que "a esquisita tinha desmaiado" (se referindo à mim), ele bateu no menino.
– Mas como, se você não bate nem em moscão? - Perguntei.
Ele fez uma cara de desapontado, e só disse que foi expulso por isso até o final do dia.
– Está bem, mas da próxima, pode deixar que eu me defendo sozinha, você pode acabar se dando mal e eu não quero que isso aconteça.
– Me dando mal como? - Ele perguntou, e eu pensei que ele estava brincando com a minha cara.
– Com o menino batendo em você! Já pensou se ele revida?! Aí você não resiste e quem vai pra enfermaria é você! E eu que não vou te defender!
Minha mãe chegou logo, deixamos o Austin em casa e ela resolveu me levar ao médico. Eu disse que estava bem, mas parece que não adiantou. Chegando lá, o médico só me disse que eu tinha que fazer mais exames porque ele não tinha descoberto o que acontecera comigo. (Se ele não descobriu, imagina a enfermeira!)
Fomos direto pra casa, quando eu me lembrei...
– MÃE, VOCÊ LEVOU A RYE AO DOUTOR YHAN?!
– Não, né, Gwen! Você acha que eu tenho tempo pra ficar levando esse bicho pra cima e pra baixo? Eu tenho mais coisas pra fazer! Quando a gente combinou que ia ficar com esse troço, você prometeu que cuidaria dele sozinho, é SUA responsabilidade!
– Mas ele pode morrer!
– Ótimo! Menos um fardo na minha vida! - Ela não poderia estar falando sério. Depois reclama que eu sou antissocial, não quer nem que eu leve um bichinho pra casa! - E além do mais, eu não sei colocar aquele negócio que prende esse bicho no carro.
– Mas eu te ensinei milhões de vezes, mãe!
– É muito complicado, eu não entendo essa tecnologia de hoje em dia, é tudo muito moderno...
Nessa hora, nós chegamos em casa. Ela me deixou e voltou pro trabalho. Quando eu entrei no meu quarto, já estava escuro. (Esqueci de falar que anoitece mais cedo também, né? Umas quatro e meia...) Então eu deitei, e no sonho, eu vi um planeta, só que quadrado, meio que um cubo... Parecia uma...
CAIXA! Nessa hora, caiu uma CAIXA na minha cabeça! Era uma caixa de madeira maciça na cor original da madeira, mesmo, e tinha uma fechadura, mas não aparecia a linha da abertura, e muito menos estava aberta. O que será que tem lá dentro?


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Notas finais do capítulo

COMEEEEEEEEEEEEEENTEM!



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