Minha Garota escrita por Gleek


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que alguem leia...
Boa Leitura.



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Eu estava desesperado, via o sangue se espalhando pelas minhas mãos enquanto segurava Bella em meu colo. Ela gemia de dor e chorava com medo de perder nosso bebê. Isso não deveria estar acontecendo.


A gravidez de Bella era de risco. Descobrimos isso logo no inicio e tentamos fazer com que ela ficasse de repouso o máximo de tempo possível. Ela parou de trabalhar e de estudar, isso não era um problema já que meus pais estavam nos ajudando com as despesas, mas não foi o suficiente.


Acordei de meus pensamentos com um homem vestido de branco, pegando Bella de meus braços e colocando-a em cima de uma maca a levando para longe.


– Onde vocês vão levar ela? _ falei mais alto, mas ninguém me respondeu.


Segui para onde estavam indo, mas Jasper me deteu.


– Ela vai ficar bem, Edi. _ Alice se aproximou de nós.


Dava para ver em seus olhos que ela estava tão apavorada quanto eu. Mas claro que estaria, Bella era sua melhor amiga.


As horas dentro daquele hospital não passavam; ninguém nos dava notícia de como estavam Bella e o bebê.


– Filho, como Bella está?_ meu pai e minha mãe chegaram ao hospital.


– Não sei, ninguém quer me dizer nada.


– Como que tudo isso aconteceu?_ perguntou dona Esme, indo em direção a Alice, a abraçando em seguida.


Fiquei mudo diante deles. Não consegui falar e nem queria me lembrar de como tudo aconteceu.


– Vem que eu conto para vocês._ Jasper os levou para um canto. Fiquei ali ao lado de minha irmã, tentando acalmá-la; eu tinha que ser forte.


O médico caminhava em nossa direção, com um rosto neutro.


– Senhor Cullen?_ perguntou olhando para mim


– Como está a Bella? E o bebê?


Agora eu teria finalmente minha resposta.


~*~


Desde criança eu era um bom menino; tirava notas boas no colégio, respeitava a todos, e cuidava de minha irmã mais nova Alice, que tinha apenas três anos na época. Claro que isso tinha conseqüências também; eu não tinha amigos. Todos me chamavam de nerd esquisitão.


As coisas mudaram quando uma nova família se mudou para o bairro. Descobri que eles tinham dois filhos: Jasper com oito anos que nem eu e a pequena Rosalie, com apenas cinco anos de idade. Jasper era muito parecido comigo em alguns aspectos então acabamos nos tornando grandes amigos. Todos os dias quando meus pais saiam para trabalhar, Jasper levava sua irmãzinha para brincar com Alice e nós ficávamos no meu quarto jogando vídeo-game e aprontando todas; meus pais nunca desconfiavam, pois Maria, que era como minha segunda mãe, sempre nos protegia.


Os anos foram passando e eu já estava com doze anos quando minha mãe nos contou que nossa vida mudaria um pouco. Meu pai era cirurgião-chefe do hospital São Sebastian, Califórnia, mas precisaríamos nos mudar para Los Angeles por algum tempo; seria ótimo para a carreira dele, foi o que mamãe falou.


Foi difícil na época, pois não queria deixar Jasper para trás. Ele era meu melhor e único amigo, não nos separamos por nada desde quando ele virou meu vizinho. Quando meus pais e eu íamos para o campo nas férias, ele ia junto; quando tinha alguma festa chata que eu deveria ir por causa do trabalho do meu pai, ele ia junto; se meus pais viajavam, ele sempre ficava em casa junto comigo. Seria difícil e nossos pais sabiam disso então resolveram que nos feriados sempre passaríamos juntos.


Quando completei quinze anos acabamos voltando para Califórnia. No começo, Alice, com seus dez anos, não gostara nada da notícia. Quando nos mudamos para Los Angeles ela era pequena e não entendia o que estava acontecendo, mas três anos haviam se passado e ela estava complicando muito nossas vidas, inclusive a minha, pois sempre quando queria algo, a baixinha conseguia. Meus pais cogitaram na possibilidade de morarmos lá por mais um tempo, mas por sorte acabei os convencendo. Diferente de Alice, eu não havia me adaptado àquela cidade. Eu sempre fui muito fechado, na minha, não dava minha opinião e pouco me lixava para o que os outros pensavam. Já Alice não; sempre fora faladeira, brincalhona, e bastante agitada para alguém de seu tamanho. Um pouco mimada por minha mãe, que sempre fazia suas vontades, e por meu pai, pois segundo ele, ela era a sua “princesinha”. Mas desde pequena, eu ensinei ela a ser bastante humilde com os outros, e diferente de mim, ela conquistara a amizade de muitas pessoas.


Nos meus dezoito anos conheci Isabella, ou Bella, como gostava de ser chamada. Ela era amiga inseparável de Alice, assim como Rose, irmã de Jasper. A garota era tímida, mal abria a boca para falar, mas foi quando eu a vi conversando com Alice que ela me encantou. Bella, com apenas treze anos, tinha mentalidade de uma mulher. Jasper começou a me olhar estranho, acho que ele pensou que eu era algum tipo de pedófilo ou maluco; mas eu não era.


– Mãe, chegamos._ gritou Alice entrando pela porta correndo, quase caindo se não fosse por causa de Maria, que a parou.


– Se sua mãe te pegar correndo, você estará de castigo, menina.


– Desculpa, Maria._ pediu com um sorriso amarelo no rosto._ Entra, vamos logo._ Ela conversava com alguém que estava do lado de fora da porta._ Vem, Bella. Ninguém morde aqui não.


Ela riu e andou até a porta, que estava entreaberta, e estendeu a mão para sua amiga. Por fim a garota dera um passo para dentro da casa e foi quando eu a vi. Uns dez centímetros mais alta do que Alice, magra, cabelos escuros, liso e comprido que batiam no meio de suas costas e muito tímida; essa era Bella.


Eu não conhecia essa amiga de minha irmã, e nem dei muita bola; voltei a olhar para a TV e dei play para continuar o jogo.


– Meninas, que bom que chegaram, o almoço está quase pronto._ olhei de canto e vi minha mãe parada na frente das duas. Voltei ao meu jogo, mas continuei prestando atenção na conversa. Queria saber o que teria de almoço.


– Mãe, essa é Isabella.


– Bella. Só Bella._ mal ouvi a voz da garota.


– Olá, Bella. Me chamo Esme. Agora quero que as duas subam, guardem as coisas do colégio e lavem as mãos.


– Edi, essa é a Bella, minha nova amiga._ Alice disse. Olhei de relance para elas e deu um “Oi”, logo voltando o olhar para a TV.


Ouvi passos apressados subindo as escadas, e em seguida minha mãe sentando em meu lado.


– A amiguinha da Alice está aí hoje, quero que se comporte e não fale nada que possa deixar sua irmã constrangida._ minha mãe falou calma, com a mão apoiada em minha perna._ Não quero que vocês discutam na frente da visita.


– Relaxa, mãe._ eu ri._ Vou me comportar.


Sempre fui muito tímido, mas desde pequeno adorava incomodar Alice, e deixá-la constrangida na frente dos amigos. Mas Alice sabia que eu fazia isso só de brincadeira e, às vezes, levava na boa. Mas a garota era tímida, não queria assustá-la; então ficaria na minha.


Depois de almoçarmos, subi para meu quarto e deitei um pouco, a fim de descansar. Acabei pegando no sono e fui acordado com o grito de Alice chamando por mim.


– Edward, Jasper está aqui embaixo._ ela gritava.


Resmunguei um pouco, mas tive que me levantar. Ao me olhar no espelho, vi que meu cabelo estava arrepiado e minha cara um pouco marcada do lençol. Não me importei, coloquei uma camiseta es aí do quarto, descendo as escadas.


– Jasper não estava aqui?_ perguntei a Maria, que limpava o chão.


– Estão todos lá fora junto com a menina Alice, meu filho.


Sorri para Maria e caminhei até o pátio dos fundos onde os encontrei na piscina.


– Mas que folgado._ gritei para Jasper, que estava sentado na bóia, no meio da piscina. Ele riu.


– Vou ficar por aqui hoje. Aproveitar que está calor._ ele apenas me disse, dando de ombros.


Olhei para o lado e encontrei Alice brincando com Rose e Bella.


– Vou trocar de roupa então.


Corri até meu quarto, tirando minha roupa logo quando cheguei e pegando minha bermuda que usava para entrar na piscina.


Desci as escadas correndo, quase atropelando Maria, que desviou na hora, e segui até o pátio pulando com toda a força na piscina.


– Aaah._ Alice e Rose gritaram, provavelmente de susto; Jasper riu das duas.


Não pude deixar de olhar para a amiga de Alice. Ela estava rindo também, mas quando notou que eu a olhava, parou imediatamente. Eu sorri para ela, que baixou a cabeça tímida.


– Edward, não faça mais isso._ resmungou Alice.


– Desculpa, anã._ ela deu de ombros e voltou a conversar com Rose e Bella.


Ficamos por durante duas horas dentro da piscina. Jasper e eu jogávamos vôlei enquanto as meninas tomavam banho de sol, deitadas em cima de uma toalha sobre a grama.


– Vou preparar um lanche para vocês, já que Maria está terminando de arrumar a casa._ minha mãe apareceu na sacada de seu quarto._ Alguma preferência?_ ela perguntou.


– Sanduíche e suco de laranja. _ depois de conversarem entre si, as meninas responderam juntas.


– Isso vale para nós também, Esme?_ Jasper perguntou, sorrindo.


– Hmmm._ ela fingiu pensar._ Só por hoje._ e riu.


– Vou querer o mesmo._ ele pediu.


– Eu também, mãe.


À noite, papai faria um churrasco e algumas pessoas viriam para a festa. Hoje era seu aniversário e precisaríamos comemorar de alguma forma, por mais simples que fosse.


– Tchau, Bella. Foi um prazer te conhecer._ papai e mamãe se despediam de Bella, que os abraçou.


– Volte sempre, querida._ ouvi minha mãe dizer.


Eu seria obrigado a levar Bella para casa naquela noite. A garota despediu-se de Alice e Rose e seguiu silenciosamente até o carro ao meu lado. Abri a porta do carona para que ela entrasse e depois segui para o lado do motorista, trancando as portas logo em seguida. Bella encolheu-se um pouco no banco. Liguei o carro e dei partida.


– Onde você mora?_ perguntei a ela.


– Duas quadras depois do colégio em que Alice, Rose e eu estudamos. _ disse baixo._ na frente da sorveteria.


– Hmm._ concordei com a cabeça.


– Sabe onde fica?_ perguntou ela, me olhando rapidamente.


– Sei sim, antes de viajar, Jasper e eu íamos sempre lá para esperar Alice e Rose saírem do colégio.


Ela sorriu e nada mais disse.


– Quantos anos, Bella?_ perguntei para descontrair. Confesso que estava um pouco curioso também.


– Treze anos._ respondeu ela.


– Mais velha que Alice?_ perguntei.


– Dois meses apenas.


Não falamos mais nada. Deixei Bella na frente da sorveteria e esperei ela entrar em casa. Ela morava em cima do estabelecimento, em um apartamento. Voltei para casa logo em seguida.


Naquele mesmo dia descobri, por minha irmã fofoqueira, que Bella tinha gostado de mim. Como Alice e eu éramos muito próximos, acabei confessando que tinha gostado dela também.


Bella, assim como Jasper, começou a freqüentar nossa casa praticamente todos os dias, fazendo com que nos aproximássemos cada vez mais.


– Edi, ta aí? _ ouvi a voz de Alice do outro lado da porta.


– Entra!


Alice entrou com toda delicadeza que tinha, sem fazer nenhum barulho, sentou em minha cama e ficou me encarando.


– Pois fale._ a encarei com as sobrancelhas erguidas.


– Sabe... Andei pensando..._ começou ela, mas logo a cortei.


– E dói?_ perguntei, rindo em seguida.


– Debochado! _ riu junto, batendo fraco em meu braço._ Andei pensando que... Você sabe que eu gosto do Jasper, não sabe?_ perguntou tímida.


– É, eu notei._ fiz uma careta.


Alice e eu éramos muito próximos desde criança; simplesmente contávamos tudo um para o outro. Bom, quase tudo.


– Já que nossos pais estão viajando, o que você acha de convidarmos Jas e Bella para dormirem aqui?


O que? Mas nem pensar! Minha irmãzinha já está pensando nessas coisas?


– Edward, não é nada do que você está pensando._ comentou ela.


– E como você sabe o que estou pensando?


– Saber eu não sei, mas com essa sua cara de apavorado deu pra adivinhar alguma coisa._ disse ela rindo.


– Alie...


– Edi, eu sei o que é certo e errado, e você também sabe disso. Não vou fazer nada de mais. Só vamos nos conhecer mais um pouco, o que você acha?


– Eu não sei baixinha...


– Você conhece o Jasper, seria bem melhor se eu namorasse ele do que qualquer um outro.


Ela sabia jogar sujo.


– Está bem.


– Legal. Bella já deve estar chegando. _ falou ela, se levantando da cama e saindo rápido do meu quarto.


– O que?_ mas ela já tinha ido.


Bella e eu viramos grandes amigos conforme o tempo foi passando. Alice e Jasper começaram a namorar logo depois em que Rose conhecera Emmett, que era apenas um ano mais velho do que Jasper e eu. Jasper no começo começou a encrencar; não queria de jeito nenhum ver sua “irmãzinha”, assim como ele a chamava, namorando um cara bem mais velho. Mas não teve muito que reclamar, pois logo depois ele começou a ficar com Alice, que era cinco anos mais nova que ele. Daí fui eu que comecei a encrencar.


Quando Bella tinha quatorze anos, eu a pedi em namoro. Havia pedido ajuda de Alice e ela prometera que nos deixaria sozinhos, dando a desculpa que seria um encontro para casais. Ela, Jasper, Rosalie e Emmett saíram, deixando Bella sozinha comigo em casa. Nossos pais estavam trabalhando então ninguém poderia atrapalhar.


Coloquei um dos meus CD’s, o mais leve que tinha, e a deixei na sala o escutando enquanto eu tomava um rápido banho, pois fazia pouco tempo em que eu havia voltado do futebol.


Descendo as escadas, notei um cheiro diferente; um cheiro bom vindo da cozinha. Em passos lentos, sem fazer muito barulho, caminhei até lá e encontrei Bella de costas para mim, em frente ao fogão. Parei atrás dela, ficando apenas a um palmo de distancia, e praticamente sussurrei em seu ouvido:


– Que cheiro bom.


A senti estremecer. Juro que nos foi minha intenção, mas acabei gostando do resultado.


– O que é? _ perguntei dando um passo, acabando por ficar em seu lado.


– Brigadeiro com morango._ disse ela sorrindo.


– Você ainda tem que me ensinar a fazer isso, Bella.


– Não. É meu segredo._ ela me respondeu com um sorriso tímido nos lábios.


Não quis insistir, apenas fiquei por admirá-la. Pouco tempo depois, Bella desligara o fogão e colocara o doce em um prato fundo, pegando duas colheres em sua mão. “Pegue os copos e o refrigerante”.Ela me disse antes de partir para a sala.


Depois de terminarmos de comer, decidi que já era a hora de falar. O pessoal não demoraria muito a chegar, e eu ainda queria aproveitar o resto de tempo que ainda nos restava para ficar junto a ela.


– Por que você não para de me olhar?_ perguntou confusa, logo depois de me ver a encarando pela milésima vez.


– Quer namorar comigo?


Despejei as palavras da minha boca sem mais nem menos. Bella, que estava tomando sua coca-cola, começou a engasgar. A garota estava ficando vermelha então decidi ajudar. Tirei o copo de suas mãos e comecei a bater de leve em suas costas, pedindo para ela inclinar um pouco a cabeça para cima.


– Obrigada._ agradeceu ela, ainda um pouco vermelha.


– Por nada._ sorri, retirando minhas mãos das costas dela.


– Vo-você, você quer namorar comigo?_ de olhos arregalados e sem olhar para mim, ela gaguejou.


– Você aceita?


Confesso que fiquei com medo de sua resposta, mas por sorte ela aceitou.


Namoramos por durante dois anos e meio, e quando Bella completou dezessete anos, eu a pedi em casamento. Nossos pais achavam que era cedo demais, mas eu queria. Bella mudara minha vida por completo, ela me ensinara a ser mais espontâneo, mais carinhoso, e mais brincalhão segundo Alice.


Eu não podia mais viver sem ela. Simples assim.


Quando acordei, encontrei Bella de costas para mim, dormindo como um anjo, abraçada em um travesseiro; ela usava apenas minha camiseta do pijama. Sorri ao ver a cena. Com cuidado, saí da cama, vesti uma bermuda e saí do quarto, com a intenção de lhe preparar o café da manhã. Fiz suco de laranja, do jeito que ela gostava, torradas, frutas picadas dentro de uma tigela e preparei algumas panquecas. Subindo as escadas com cuidado, quase esbarrei na mesa do corredor e por pouco não caí.


Ainda com a bandeja na mão, passei reto pelo meu quarto, indo até o final do corredor e parando em frente ao quarto de Alice. Com meu pé esquerdo, dei um leve chute na porta, mas fazendo com que desse um barulho alto. Olhei para os lados, checando se ninguém havia ouvido, com exceção de Alice, que abrira a porta com a cara toda amassada e os cabelos curtos bagunçados. Levantou o braço direito, me alcançando um batom que estava em sua mão e fechou a porta novamente. Provavelmente voltaria a dormir. Com um sorriso estampado, voltei para o quarto, empurrando com o pé a porta que estava encostada. Ainda na mesma posição, Bella dormia. Larguei a bandeja com cuidado em cima de uma cadeira e parti para o banheiro do meu quarto. Parei na frente do espelho e abri a tampa do batom, que era vermelho. Engraçado que quem chegasse no momento acharia a cena estranha.


Saí do banheiro pegando a bandeja que estava por perto e caminhei até a cama, a largando em cima do criado-mudo. Sentei ao lado de Bella e com leves beijos distribuídos pelo rosto e pescoço, a acordei. “Hmmm” Ela gemeu, se espreguiçando.


– Bom dia, amor._ sorrindo, sussurrei em seu ouvido.


– Bom dia._ ela me respondeu também com um sorriso estampado no rosto.


– Trouxe nosso café da manhã.


Ainda sorrindo, ela apoiou as mãos sobre a cama e se levantou, sentando ao meu lado.


– Preciso escovar meus dentes._ ela me disse depois que lhe roubei um beijo.


– Vai lá._ eu sorri e dei espaço para ela sair da cama.


Bella caminhou até o banheiro, fechando a porta em seguida. Tive que sorrir para mim mesmo. Em menos de um minuto ela abre a porta novamente; ela estava parada e parecia estar assustada também. Eu sorri para ela, que aos poucos sorriu também. “Eu não acredito”.Ela disse com um certo entusiasmo em sua foz. Bella estava feliz, e isso me deixou mais feliz ainda.


Eu havia a pedido em casamento e parecia que ela aceitaria. Bom, eu havia escrito “casa comigo?” de batom no espelho do meu banheiro. Segundo Alice, as mulheres gostam de ouvir os homens perguntarem, então também tive que perguntar:


– Então, você aceita?


– Claro._ com um sorriso de orelha a orelha, ela correu até mim e se jogou sobre meus braços.


Decidimos que casaríamos quando Bella completasse dezoito anos e assim fizemos. O casamento foi simples, apenas para famílias e amigos mais íntimos. Alice queria que Bella e eu casássemos em uma igreja, mas conseguimos convencê-la de que seria mais apropriado casarmos ao ar livre.


Com o dinheiro que eu estava guardando, compramos uma casa. Era simples, com apenas um quarto, um banheiro, cozinha e sala, mas era perfeito para nós dois no momento.


Bella e eu estávamos casados há dois anos e meio quando veio a noticia que ela estava grávida. Nossos pais ficaram apavorados no começo, pois nós éramos novos, mas não podiam fazer nada, pois já tínhamos a nossa própria vida. Eles queriam que Bella terminasse a faculdade de publicidade, mas não foi possível; por sorte eu já havia terminado a minha e tinha mais tempo para ajudá-la.


Logo nos dois primeiros meses, foi diagnosticado que a gravidez era de risco. Bella teve que trancar imediatamente a faculdade e sair do emprego em que estava para que nada de ruim acontecesse. Eram remédios caros, comidas especiais e muitos exames que tivemos que acompanhar durante oito meses. A gravidez seguia normalmente, tirando apenas algumas dores que Bella sentia na barriga em alguns momentos. Eu chorava por ela. Vê-la gritar de dor e não poder fazer nada era o fim do mundo pra mim. Mas como eu disse, não podia fazer nada.



29 de agosto de 2005.


Estávamos dormindo tranquilamente. Aquele dia havia sido cansativo para mim. Jasper e Emmett haviam me ajudado a terminar de montar o quarto do bebê, pois há poucos dias atrás havíamos descoberto qual seria o sexo do meu filho. Ou melhor, da minha filha. Seria uma menina. Rachel. Bella estava já com oito meses e ficou super empolgada, assim como Alice, Rosalie e Esme, que quis terminar tudo em um só dia.


Acordei assustado com os gritos de Bella ao meu lado. Rapidamente acendi o abajur que tinha do lado da minha cama e a encontrei chorando, agonizando de dor, com as mãos na barriga. Ela estava sangrando. Ainda assustado, a peguei no colo e do mesmo jeito em que estávamos, de pijama, a tirei de dentro da casa, pondo-a no carro e indo em direção ao hospital. Bella chorava de dor e gritava, dizendo que não queria perder o bebê. No caminho, liguei para Alice, lhe contando tudo que estava acontecendo e nos combinamos de encontrarmos no hospital.


Eu estava desesperado, via o sangue se espalhando pelas minhas mãos enquanto segurava Bella em meu colo. Ela gemia de dor e chorava com medo de perder nosso bebe. Isso não deveria estar acontecendo.


Acordei de meus pensamentos com um homem vestido de branco, pegando Bella de meus braços e colocando em cima de uma maca a levando para longe.


– Onde vocês vão levar ela? _ falei mais alto, mas ninguém me respondeu.


Segui para onde estavam indo, mas Jasper me deteu.


– Ela vai ficar bem, Edi. _ Alice se aproximou de nós.


Dava para ver em seus olhos que ela estava tão apavorada quanto eu. Mas claro que estaria, Bella era sua melhor amiga.


As horas dentro daquele hospital não passavam; ninguém nos dava notícia de como estavam Bella e o bebe.


– Filho, como Bella está?_ meu pai e minha mãe chegaram ao hospital.


– Não sei, ninguém quer me dizer nada.


– Como que tudo isso aconteceu?_ perguntou dona Esme, indo em direção a Alice, a abraçando em seguida.


Fiquei mudo diante deles. Não consegui falar e nem queria me lembrar de como tudo aconteceu.


– Vem que eu conto para vocês._ Jasper os levou para um canto.


Fiquei ali ao lado de minha irmã, tentando acalmá-la; eu tinha que ser forte.


O médico caminhava em nossa direção, com um rosto neutro.


– Senhor Cullen?_ perguntou olhando para mim


– Como está a Bella? E o bebê?_ agora eu teria finalmente minha resposta.


– A criança está bem, saudável e forte apesar de ter nascido prematura.


Fiquei aliviado ao ouvir, minha filha estava bem. Mas e Bella?


– Infelizmente a mãe..._ a feição do doutor mudou ao falar de Bella._ Sinto muito, mas ela não resistiu.


Eu não quis acreditar no que tinha acabado de ouvir. Eu não podia acreditar. Olhei para Alice que estava ao meu lado para saber se tinha ouvido direito. Provavelmente eu teria ouvido errado. Mas não. Encontrei minha irmã em estado de choque. Ela não estava chorando, e nem gritando; Alice olhava para a parede encarando o nada. Sabia que ela estava sofrendo tanto quanto eu, pois Bella fora sua melhor amiga.


Meu pai apareceu em seguida, dizendo que resolveria tudo e que não era eu me preocupar com nada.


Sentia uma vontade imensa de chorar, mas não conseguia. Algo estava preso em minha garganta; era um sentimento horrível. Envolvi Alice em meus braços a abraçando fortemente contra meu peito; ela desabou a chorar.


Não queria ver minha filha, não queria saber dela. Todos me xingavam dizendo que ela precisava do pai no momento, que ela era muito pequena e que não tinha culpa de nada. Eu sabia que ela não era culpada pela morte de Bella, mas eu não conseguia. Ela me lembrava muito minha Bella, seus olhos da cor de chocolate e os cabelos de uma cor escura iguais os da mãe.


Acabando de arrumar meu terno, desci as escadas da casa de meus pais, seguindo direto para a cozinha, onde encontrei meus pais conversando. Saímos logo em seguida indo em direção ao cemitério onde Bella seria enterrada. Durante todo o trajeto seguimos em silêncio; minha mãe tentara conversar sobre o bebê, mas eu segui calado. Ela logo desistiu.


Chegando lá, encontrei Rosalie e Emmett ao lado dos pais de Bella que pareciam ter chorado por durante a noite inteira. Os cumprimentei com um abraço e segui para o lado dos meus pais. Haviam pessoas que eu não conhecia, amigos nossos e familiares.


De longe, encontrei Jasper vindo em nossa direção. Alice vinha logo atrás com minha filha em seus braços. Ela não se aproximou ao chegar; cumprimentou os pais de Bella, Rosalie e Emmett e ficou por lá.


O padre falava, mas eu não queria prestar atenção. A única coisa em que pensava era que Bella deveria estar ao meu lado naquele momento, e não dentro de um caixão. Deveríamos ser uma família feliz, não era assim que as coisas funcionam?


Depois do enterro, todos seguimos direto para a casa de meus pais e lá eu pude ver a besteira que eu estava fazendo. Ela era a minha filha, precisava de mim. Subi as escadas e segui até meu antigo quarto. A encontrei deitada em minha cama, dormindo. Deus, como ela parecia com Bella. Sorri ao imaginar Bella segurando nossa filha em seus braços. Conhecendo Bella como eu conhecia, ela ficaria muito feliz em saber que a menina se parecia muito com ela.


Me aproximei da cama, sentando na ponta do colchão e fiquei a encarando por um tempo. Eu tinha uma filha agora, tinha mais uma vida que eu teria que cuidar e lutar para que nada de mal acontecesse com ela. Com esses pensamentos que eu fui interrompido por Alice.


– Que bom que você mudou de ideia.


– Ela não combina com Rachel._ eu simplesmente lhe disse._ Combina com Isabella.


Senti Alice se aproximar de mim, e com suas mãos em meu ombro, ela respondeu:


– Concordo com você. Ela combina muito com Isabella.


Minha vida tinha tomado um rumo diferente depois do ocorrido de 29 de agosto. Eu havia perdido Bella, a mulher que amei por durante nove anos e por quem eu daria a vida. Vivemos em momentos alegres e tristes e não me arrependo de nada do que vivi ao lado dela. Muitos acertos e muitos erros, mas valeu a pena. Tínhamos construído uma família, mas infelizmente não foi como sonhamos. Agora tenho outra Bella em minha vida e sei que com essa não poderei falhar.



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Notas finais do capítulo

Alguém aí?
Bom, estava pensando em escrever um epílogo.
Não esqueçam: A cada review que você não deixa, um autor morre.
Beijos ;)