“Você pode me sentir agora? Pode me ver?
Puxou o gatilho e disse adeus
Por favor, leve-me para o meu ritmo, se você é meu anjo
Não precisa deixar cair mais lágrimas”.

 Hachi ficou por quase uma hora chorando encima da terra que continha o corpo de Nana, refletindo e pensando o que seria da sua vida sem a sua vocalista favorita. Mas ela não poderia ficar ali para sempre, Hachi levantou-se e foi para o banheiro tomar banho, deixou o celular carregando e encheu a banheira com uma água bem fria, ela se despiu lentamente e entrou na banheira vagarosamente, estava muito abalada com tudo que ocorreu nas ultimas horas. Ela entrou na banheira, e ficou sentada, olhando para o próprio corpo sujo, ela deitou na banheira e pensou em se matar, ficou parada esperando até seu ultimo fôlego acabar, mas, morrer não ia apagar o que fez, pois enquanto estivesse viva, ela poderia esconder tudo, mentir era a única solução, levantou se e então começou a se esfregar compulsivamente, como se quisesse tirar alguma sujeira que não saía, mas quanto mais ela se esfregava, mais ela se sentia suja, talvez fosse o peso por tirar a vida de alguém.
 E então ela desistiu do banho que não limpava sua sujeira interior, e foi até o quarto, se jogou na cama e ficou olhando pro teto, pensou: “o que Nana faria em uma situação assim?”, ela observou o discman e começou a cantar “Rose” que era a mais marcante de sua vida, sua voz era suave e bonita, nunca tinha reparado nisso, ela cantava o refrão perfeitamente enquanto subia na cama e fingia que estava em um palco, era uma sensação única, era como se Nana estivesse em suas veias, correndo junto com o sangue e saindo pela sua boca em forma de musica. Logo, a campainha tocou interrompendo sua encenação, ela vestiu apenas uma camisola e correu até a porta ver quem era.
 Ali estavam Junko, Nobu e Shin, eles foram ver a sua nova casa, mas ela não podia os deixar entrar enquanto o chão estava riscado com Sangue, ela gritou dizendo que logo iria abrir a porta e foi arrumar tudo, passou um pano, lavou a louça, os rastros no jardim a chuva havia apagado, foi tudo perfeito, como se ela ainda não tivesse usado nada naquela casa, mostrando sua habilidade para serviços domésticos. Ela voltou à porta e os atendeu.
 - Porque demorou Nana? _ Disse Junko entrando na casa
 - A Casa tava meio que fora de ordem _ disse Nana dando risinhos, Shin e Nobu entraram logo em seguida trazendo presentes, Nana agradeceu e pediu para que eles se sentassem enquanto iria preparar algo, mas ela ouviu um comentário inevitável do Shin:
 - Nana não deveria estar aqui com você Hachi? _ Ao escutar isso, Hachi caiu no chão, Junko foi a sua direção e percebeu que ela estava quente, com certeza foi conseqüência da chuva que teve.
 - Aposto que você tomou aquela chuva não foi Nana? _ disse Junko como sempre autoritária
 - Bem... _ Nana como sempre estava desconcertada na frente da amiga
 - Vá para cama e tome alguns remédios, está muito tarde, agente não deveria ter vindo hoje, amanha cedo voltaremos aqui ok?
 - Ok _ disse Hachi com voz baixa, Junko e os meninos saíram e ela foi pra cama, algumas lágrimas caíram do seu rosto, mas aos poucos ela adormeceu.