Never mind, I'll find someone like you

I wish nothing but the best for you, too.

Amaya saiu de um bar e agora andava pelas ruas de Osaka de um jeito até desengonçado, ouvindo o incessante barulho do toque de seu celular e segurando um urso branco que, ironicamente, tinha o mesmo nome que ele. Não era seu costume ficar bêbada e fugir de seus amigos, mas tinha o feito só por causa de uma pessoa, ou melhor, da vontade de falar com ele naquele dia. Receber uma chamada a cada cinco segundos era realmente, seu recorde.

Parou e deitou-se em um capô de um carro desconhecido, esperando ser enxotada dali a qualquer hora. Sua atenção estava voltada unicamente para o céu que apesar de tão escuro, deixava estrelas rebeldes brilharem para ela, mostrando a mesma que a vida seguia e que estar daquele jeito não melhoraria de nada. O celular estava esquecido e o urso agora em meio os braços de Amaya, enquanto uma lágrima caía solitária pelo rosto da garota.

Ter sido obrigada a abandonar Ryu três anos antes foi algo que a fazia se arrepender amargamente. Ele sumiu depois do episódio sem nenhuma interferência vinda por parte da garota, mas naquela noite, ousou ligar para o mesmo após conseguir o número com um amigo comum entre os dois. Era ridículo ter ligado e aberto aquela ferida novamente, mas jurou que não o perturbaria mais após ouvi-lo dizer que cumpriria a promessa que havia feito.

- Onde você está, Amaya? Ficou louca? Sumiu daqui de repente sem nem avisar! – A voz de sua amiga ecoou no telefone quando a mesma desistiu de agüentar o barulho que vinha do aparelho e atendeu a chamada.

- Estou em Osaka... Em frente a uma biblioteca no centro da cidade.

- Não saia daí, Amaya! Estou chegando com Hikaru e você levará uma bela bronca!

- Tudo bem, Mayumi-chan... – Suspirou, já que sabia que aquilo aconteceria.

A ligação foi cortada e após verificar o celular, o número de Ryu estava lá, dono de trinta chamadas perdidas. Ele sabia que ela estava bêbada e como sempre, estava querendo protegê-la. Sorriu, pensando em como velhos hábitos nunca mudavam, ainda mais naquele homem que tanto amou. Olhou para frente ao sair de seus devaneios, vendo um carro parar depois de algum tempo. Levantou-se devagar, abrindo a porta de trás e tomando um susto quando Mayumi a agarrou, com os olhos cheios de lágrimas.

- Não me dê um susto assim novamente, sua louca! Não sabe como me deixou preocupada!

- Relaxa Mayu, acho que eu precisava disso.

- Não precisava não. – Hikaru se pronunciou, com uma voz calma. – Poupe meus ouvidos e meus nervos da próxima vez, Amaya. Tive que agüentar sua melhor amiga falando no meu ouvido estando tão preocupado quanto ela.

- Pode deixar Hik, da próxima eu aviso essa sua namorada chata. – Ri, beijando a bochecha de minha amiga ao vê-la emburrada.

- Para casa, madames?  - Ele brincou, olhando para trás.

- Sim senhor. – Falamos em uníssono, ainda abraçadas uma a outra.

Eu nunca esqueceria o primeiro homem que mexeu realmente com meus sentimentos, mas deveria me acostumar a viver sem ele como fiz esses três anos. Eu não podia mais me segurar a um sentimento que não teria volta, agora que eu já tinha certeza que ele havia começado a reconstruir sua vida. Eu começaria de novo, sabendo que ele foi meu amigo, meu namorado, meu bobo, meu bebê... E que sempre estaria no meu coração e nas minhas memórias, sendo amado para sempre.

Don't forget me, I beg, I remembered you said:

Sometimes it lasts in love,

But sometimes it hurts instead…

       Someone like You – Adele.