Too Close For Comfort. escrita por hipstelsens


Capítulo 8
And everything burns much brighter


Notas iniciais do capítulo

cabo :(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/180347/chapter/8

O sol brilhava, o azul claro sem nuvens inundava o céu de São Paulo enquanto passarinhos e pombos voavam e andavam pelas praças e parques cheios de turistas e cidadãos paulistas. Parecia um dia lindo, comum e perfeito, porém, para certas pessoas não era. 
- Você quer parar de drama? – o moreno perguntou para o amigo que estava trancado em seu quarto. – Você devia pedir desculpas! – este bufou. 
- Ah, Koba! Eu já pedi desculpas seis mil vezes. Ela que é muito exigente – ouviu do lado de dentro do cômodo. 
- Claro! Exigente, por que você só traiu ela, tipo, umas... seis vezes? – perguntou incerto. 
- Seis? – a porta se abriu com o rosto do rapaz espantado. – Você contou? – Os olhos do moreno agora estavam arregalados. 
- Eu não sei, Pedro Lucas! Chutei! Mas não deve estar longe disso! – o outro disse, emburrado. – Vai falar com ela? – perguntou, já impaciente. 
- Não! – berrou e fechou a porta de novo. O moreno se sentia mal por ter dito palavras tão rudes e pesadas para a agora, ex-namorada. Lembrava dos olhos dela, do sofrimento, da tristeza. Ele a havia feito sofrer, de novo. E podia jurar que ela estava sofrendo neste exato momento também. 

- Eu já disse, Nana! Ele não é de nada! – Pedro Gabriel falava pra amiga na cozinha. 
- É! – Thomas concordou tirando tudo de comestível da geladeira. – Você fez compras! – o moreno vibrou. 
- Precisava me distrair – ela deu de ombros rindo. 
- Hey! – Thomas se virou pra ela. – Pode por um sorriso nesses lábios! Você vai cozinhar! – ele pediu, tirando-a da banqueta. 
- Vocês não vão querer almoçar, sério. Eu nem estou com fome – ela tentou se justificar. 
- É, você está sem fome, desde quando? Semana retrasada? – Pedro Gabriel perguntou, desaprovando. 
- Não – ela colocou a língua pra fora e se rendeu. – Tudo bem. Eu faço comida pra vocês dois – ela fez uma careta, recebendo assovios e gritos de alegria. – Estamos em um jogo de futebol? – perguntou, irônica. Sem querer saber a resposta abriu os armários. – O quê as crianças vão querer almoçar? – perguntou. 
- LASANHA! – Pedro Gabriel berrou. 
- PIZZA! – Thomas falou no mesmo momento. A morena suspirou e gargalhou. Foi até a geladeira, colocou tudo que Thomas tinha tirado dentro de novo e pegou o almoço deles congelado, esse era o "cozinhar", ela sabia fazer lasanha e pizza, porém, demoraria muito. Então muito mais prático só descongelar e assar. 
- Ok. Tenho para todos – ela disse tentando rir e continuou em uma discussão sobre estar sofrendo por Pedro, com Pedro Gabriel e Thomas. 

Pedro suspirou e se enterrou nos travesseiros de novo, ouviu o amigo resmungar do outro lado da porta, mas não se importou. Ele queria pensar. Ele sabia que estava errado, mas não podia estar sempre errado, podia? Havia se passado quase uma semana, Pedro Lucas e Mariana não se falavam e não se viam; Pedro nunca mais foi até o apartamento de Nana, assim como ela não aparecera na casa dele. 
Ele imaginava que Pedro Gabriel e Thomas estavam lá no apartamento dela, ou a consolando, ou comendo, talvez até os dois. Ele queria estar lá para vê-la. Saber que ela estava bem. Suspirou e decidiu internamente o que fazer. Ele se levantou e abriu a porta do quarto, esperava ver Lucas ali com cara de bravo, mas não. Não se importou e desceu as escadas correndo, pegou os tênis no canto da porta de entrada e viu o amigo vendo televisão. Olhou o espelho ao lado da porta e tentou arrumar os cabelos, mas sem sucesso, não se importou. 
- Vou ver Mariana – e rapidamente saiu da própria casa. 
Lucas ouviu o amigo e na mesma hora foi atrás também. Ele tinha certeza que o amigo estava agindo certo. 

O cheiro da comida quase pronta acalmava Mariana, a fazia sorrir, ainda mais com os amigos ali, próximos a terem um colapso nervoso se não comerem logo. Ela se sentia bem, apesar do vazio que tinha invadido-a de novo. Ele havia sido preenchido novamente, ela se sentia inteira, até que tudo desmoronou de novo. Ela não se arrependia por ter dito seu maior segredo, agora ele sabia, mas se sentia triste por Pedro não a entender, compreende-la. 
Mariana tirou a pizza do forno e colocou na pia, colocou um quarto da pizza no prato de Pedro Lanza e esperou mais um pouco para a lasanha ficar pronta. 
- Aqui, Pedrinho – anunciou e colocou o prato na frente dele. Ela foi até a geladeira e pegou o ketchup e todos os temperos que eles gostavam. 
- Obrigada, mamãe! – ele agradeceu, fazendo a rir, ela colocou os tubos em frente a ele enquanto ouvia seu termômetro apitar. 
Era vez de Thomas ser alimentado. 
- Meu almoço! – o loiro disse batendo palminhas. 
- Se eu não conhecesse vocês diria que são mesmo crianças – ela gargalhou. - O que me faz lembrar da banda... – ela deixou a frase no ar enquanto servia Thomas. 
- Ahn. Nós vamos começar mês que vem só – Pedro Lanza disse dando de ombros com a boca cheia de pizza. 
- Não fala de boca cheia, pirralho! – Mariana alertou o amigo, que não se importou. – Vai ser de mais! – Thomas completou o assunto. 
- Sucesso pra vocês – Nana desejou colocando o prato de Thomas em sua frente. 
- Você não vai comer? – este perguntou. A garota olhou os dois comendo e então se virou para a pia, só de pensar em engolir algo se estômago embrulhava. Chacoalhou a cabeça negando. 
- Não me sinto... 
- Mariana? – ouviu seu nome na sala. Os três na cozinha pararam o que estavam fazendo na mesma hora. – Mariana? – ela ouviu a voz dele, a voz suave chamando seu nome. Queria chorar de felicidade. Queria agarrá-lo e beijá-lo até não poder mais. Então ele havia a perdoado? Ou viera apenas para jogar na cara dela que não quer mesmo nada com ela? Ela murchou com esse pensamento, mas foi até a porta da cozinha que dava para a sala. 
Quando ela entrou em seu campo de visão, Pedro Lucas quis se bater, se jogar da escada e rogar as piores pragas existentes para si próprio. Ela estava tão abatida, tão frágil, vulnerável. E o pior é que ele sabia que era sua culpa, abaixou os olhos dando dois passos pra frente. Ela não se mexeu, ficou ali esperando sua reação. Ele sabia o que se passava na cabeça dela, ela estava confusa em saber o que ele estaria fazendo ali. Se era para pedir desculpas ou culpá-la por tudo, de novo. Ele tentou sorrir se aproximando cada vez mais dela. Seus olhos não se desgrudaram momento algum, cada um observando os passos, ações e expressões do outro. Mariana respirou fundo e se rendeu, as lágrimas transbordaram de seus olhos ainda olhando os de Pedro Lucas. Em um movimento pequeno ela se enterrou nos braços do garoto e ficou ali. Soluçando e molhando sua camisa. Ela estava feliz, surpresa e aliviada. 
- Eu te amo, Pedro – a garota soltou entre os soluços e lágrimas. Pedro se surpreendeu, tempos que ele não ouvia isso, praticamente um ano. Respirou aliviado e a apertou em seus braços, ele não a deixaria escapar, não de novo. Ele a tinha, finalmente, de novo e para sempre. E seria dele, até ele morrer. Ele ficaria com ela para sempre, sempre. 
- Eu te amo, Mariana – ele respondeu a garota e soube: eles estavam bem novamente. 
- Arranjem um quarto! – Mariana ouviu uma voz atrás de si, e gargalhou. Se distanciou de Pedro Lucas e limpou o que conseguiu das lágrimas. O garoto sorriu e acariciou seu rosto. 
- Pedro, eu... – ela tentou começar um diálogo para explicar tudo que ainda continuava mal entendido entre os dois, porém, Pedro não deixou-a terminar. Tocou seus lábios, com um aceno de cabeça. 
- Eu te amo, Nana. Eu não me importo com o que aconteceu, eu não vou te deixar sofrer mais. Eu não suporto saber que você sofre por isso. Eu te amo, pra sempre e nunca mais você sofrerá, enquanto eu estiver ao seu lado – Pedro concluiu fazendo a morena chorar um pouco mais. Ela o abraçou e finalmente se sentia bem consigo mesma e com a relação que eles iriam construir dali pra frente. 
- Eu vou escrever esse discurso pra mostrar pra ti depois, Munhoz – o casal ouviu Lucas falar, enquanto passava pela porta da cozinha. – LASANHA! – ouviram-no falar segundos depois. 
Mariana gargalhou, fazendo Pedro Lucas rir com ela também. 
- Obrigada, Pedro – a garota agradeceu. – Eu queria apenas que você soubesse. Foi tão difícil contar, eu só esperava sua compreensão – ela desabafou. 
- Estou aqui agora – eles estavam conectados pelos olhos, sem palavras, sem movimentos, apenas suas respirações e olhares. Pedro acariciava a bochecha da morena enquanto ela respirava fundo, essa era a parte que Koba havia dito. Sorriu sozinha, sabendo que Pedro Lucas veria e tirou todo espaço entre seus lábios. E eles se beijaram, intensamente e profundamente. Com saudade e delicadeza. 
- Arranjem um quarto! – ouviram novamente quem quer que tenha dito. Pedro gargalhou e pegou-a, agora e para sempre, namorada, no colo, levando-a escada acima. Pedro e Nana ainda se beijavam, até que Pedro se afastou. 
- Seu quarto? 
Mariana não respondeu, apenas voltou a beijar Pedro sutilmente. Eles voltaram a se mover e a ultima porta do corredor se fechou. E ali começaria outra historia, outros momentos e novas juras de amor. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

acabouuuuuuuuuuuuuu! junto com o ano de 2011...................... mentira. depois que acabar a temporada de festas de fim de ano, despedida e babababababa, eu posto o proximo capitulo da 'All That I Am'. obrigada por cada comentário, por cada 'você escreve muito vem' (mesmo não sendo verdade), sei lá, obrigada! até a proxima ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Too Close For Comfort." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.