Too Close For Comfort. escrita por hipstelsens


Capítulo 6
Life's a bitch, and so are you.


Notas iniciais do capítulo

gente, eu chorei escrevendo esse capitulo então não sofram, ok? hahahahahahaha ENJOY IT!



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A situação em que os cinco se encontravam não era comum, porém, também não era incomum. Já tinha acontecido antes, mas o clima não estava bom, muito menos suportável. Pedro Gabriel estava no sofá e abraçava a amiga, que não parava de chorar um só segundo. Thomas e Koba conversavam com Pedro sobre as atitudes do amigo, tentavam explicar como Mariana se sentia, apesar de nenhum saber exatamente como era. Situações separadas, sentimentos inexplicáveis, sensações inatendíveis.
Era como se um muro se formasse no meio da sala, onde três discutiam, enquanto uma chorava e o outro tentava afagar a que chorava. Como um filme.
– Não dá, Koba! Não, dá! – Pedro protestou e subiu as escadas, furioso.
– Volta aqui, Pedro Lucas! – Thomas berrou em resposta, subindo as escadas atrás do amigo. Koba olhou Pedro Gabriel que acenou com um "eu cuido dela". Mariana não conseguia se controlar, mas não se importava. Assim como Pedro Gabriel: se o que a faria melhor seria chorar – então que chorasse.
Mariana conseguia ouvir os berros do andar de cima e Pedro Gabriel também. Ele fazia carinho em seus cabelos em uma mensagem de "tudo bem" e "eu não vou te deixar". Amigos são pra esses momentos, não são? Então, depois de um longo tempo, a casa já estava um pouco mais silenciosa e aos poucos o choro da morena foi encurtando. Uma das mãos da garota estava nas costas de Pedro Gabriel e a outra no peito do mesmo, ela se apoiou nele e se afastou.
– Melhor? – o amigo perguntou, sorrindo. Sabia o que tinha acontecido. Sabia que Pedro não era a melhor pessoa, mas Mariana não tinha culpa. Era algo tão pessoal que se fosse ele... Deixou pra lá. Ele não conseguia imaginar isso com ele. A morena sorriu para o amigo e acenou com a cabeça, entretanto, ela não sabia se estava melhor. O peito ainda ardia, os olhos ainda queriam chorar. Ela precisava de Pedro. Suspirou e voltou a enterrar o rosto no colo do amigo. – Fique à vontade; você lava a camisa depois – o jovem disse, fazendo-a soltar uma bela gargalhada.
Ainda assim, Mariana ainda não tinha dito nada, mas Pedro Gabriel não queria forçá-la. Simplesmente a deixou livre para o que quisesse. Os dois ficaram mais um tempo assim, Pedro Gabriel afagando o cabelo de Mariana, enquanto a mesma apenas respirava fundo, deixando ainda lágrimas caírem dos olhos, molhando a camisa que futuramente lavaria.
– Vem, Pedro! – os dois do andar de baixo escutaram a voz de Thomas. Pedro Gabriel olhou o andar de cima, mas Nana não o fez. Ela estava cansada, triste e sem qualquer tipo de energia para olhar para cima.
– Pedro Lucas! – Dessa vez foi Koba chamando.
– Mariana – a morena ouviu seu nome e virou o rosto, ainda se apoiando no peito de Pedro Gabriel.
– Oi – a voz foi inaudível, seu sussurro foi apenas para ela própria.
– Podemos conversar? – ele perguntou, com um pouco de remorso, mas ela não podia ter certeza sobre isso. Estava incapacitada. Apenas acenou com a cabeça, mas não se esforçou para sair de sua posição. Jogada no sofá, abraçada com um dos seus melhores amigos. Se ficasse sozinha com Pedro não sabia o que podia acontecer. Tinha medo, tinha receio.
– Acho que vai ter que falar na nossa frente – Pedro Gabriel sussurrou. Pedro deu de ombros, mas não gostou; queria conversar com Mariana sozinho. Sentou-se no chão em frente à namorada e o amigo.
– Me desculpe, Mariana – ele começou. – Mais uma vez. Mas se coloque no meu lugar. Você nunca me contou. Nada. Eu sempre pensei que fosse o único. – Ele tentou se explicar.
Os amigos tentavam ao máximo não se meter na conversa, sabendo que era um assunto dos dois. Porém, Koba queria socá-lo, Thomas queria xingá-lo, Pedro Gabriel queria que ele fosse embora. As palavras não estavam ajudando em nada.
– Eu não consigo entender porque você foi me contar só agora. Você precisa entender; eu não consigo, Nana. Eu não consigo ficar com você sabendo disso. – Suas palavras foram como bombas no estômago de Mariana. Ela não sabia se ria ou se chorava, não sabia se estava feliz ou triste. Se Pedro estava fazendo cena, ou se era verdade. Perguntou-se se estava sonhando. Mas quando viu o rosto de Thomas e Lucas à sua frente, ela soube: Pedro estava falando sério. Ela não teve reação. Se afastou do peito de Pedro Gabriel e olhou Pedro de costas.
– Você? – ela começou depois de quase uma tarde toda sem falar. – Você não consegue ficar comigo? – perguntou ironicamente. Então riu forçadamente, soltando algumas lágrimas. – Claro, porque quando a culpa é sua, é muito melhor colocá-la em outra pessoa! – ela cuspiu pra fora e se levantou com todo autocontrole que conseguiu. – Você tem alguma idéia do que é ficar sete anos tentando se esconder do seu padrasto pra que ele não te abuse, Pedro? Você acha que eu me sinto bem em contar pra todo mundo? – ela tomou ar, limpando as lágrimas malditas que ainda invadiam seu rosto. – Olhe pra mim! – ela berrou, fazendo-o se virar. Seus olhos agora a encaravam com pena. – Sabe, você era o único! Agora eu não posso falar a mesma coisa sobre mim, não é? – ela provocou, fazendo-o fechar os olhos, mas antes que ele pudesse tomar o rumo do assunto, ela levantou a mão. – Eu não terminei! – ela pausou e pensou o que faltava dizer. – Você quer saber por que eu não te contei, não é? Então eu digo: porque eu tinha medo exatamente dessa reação que você esta tendo agora. E sabe, Pedro, se você não quer uma mercadoria estragada eu não ligo, mas fique sabendo: agora sou eu que não quero te ver nunca mais – terminou seu discurso e vitoriosamente sorriu por dentro. Ela ainda tinha o mínimo de autocontrole. Olhou a expressão de Pedro: pena, arrependimento e sofrimento; por um momento se importou, mas por outro não ligou.
Foi até a cozinha e se trancou no banheiro de lá. Olhou-se no espelho e outra onda de lágrimas a invadiu. Ela continuava sem acreditar em Pedro: no momento que ela queria o apoio dele, que ela finalmente quis dividir seu passado obscuro com ele, ele a chamou de suja, de defeituosa. Suspirou. Passaram momentos tão lindos, importantes, bobos e gostosos juntos. Por que tudo tinha que ser apagado com mulheres e passado? Suspirou e sentou no tampo do vaso. Apoiou as mãos no rosto e pensou no que faria daqui pra frente. Impossível acreditar que poderia contar com Pedro Lucas. Eles tinham ficado uma semana juntos depois que fizeram as pazes depois da boate, e agora estavam separados novamente. Mas antes que pudesse ordenar os pensamentos, ouviu uma batida na porta.


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Notas finais do capítulo

comentem e conversem comigo sobre a fic pelo twitter galero! mandem reply pelo @__lilis ou pelo meu xodózinho de fã clube @ohmypelu



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