Too Close For Comfort. escrita por hipstelsens


Capítulo 3
When I need you most but you chose let me down


Notas iniciais do capítulo

mais um, weeeeeeeeeeee



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Flashback on

- Chega, Pedro – a morena dizia entre lágrimas. – Eu não quero ouvir. Você não merece saber de nada sobre mim. Nada! – Mariana não conseguia se controlar. 
- Eu te conheço, Nana. Você quer me dizer. 
- Mas não vou. Você não merece. Além do mais, por que você quer tanto saber? – ela perguntou, irritada. – Você simplesmente nem fiel é mais comigo. Por que devo me preocupar em te contar algo importante? – Pedro suspirou e esperou. Ela tinha razão. De todas as vezes que ela já o havia perdoado ele não tinha dado valor a nenhuma. 
- Eu acho que você devia terminar com ele agora – Thomas falou da sala. A morena riu do comentário do amigo e Pedro berrou um palavrão para ele. 
- Nana. Você sabe que eu não fui eu mesmo – o namorado dizia, se aproximando cada vez mais da garota. – Eu não consigo viver sem você. 
- Pedro, se afasta. Você só não consegue viver sem mim... Aliás, eu nem sei por quê. Tenho certeza que todas te dão ótimas refeições – ela disse, debochadamente. Fez careta e deu um passo para frente; queria sair da cozinha. Queria estar junto de Lucas, Pedro Gabriel e Thomas na sala. Mas não foi possível: enormes dedos pegaram seu pulso e juntaram ao corpo dono daquelas longas mãos. 
- Nana. Por favor – pediu. 
- Pedro, me solta – ordenou, brava. 
- Me conte. Eu tenho o direito de saber – ele disse, um pouco raivoso. 
- Não, você não tem. E não é a primeira vez que tento falar com você sobre isso. E parece que você nunca está pronto – ela disse, quase berrando. 
- Como não? – perguntou, espantado. – Estou aqui, Mariana! Querendo entender! – Ele apertou um pouco mais o pulso nem notar. – Estou te perguntando. 
- Não neste sentido. Idiota! – ela continuou, ainda brava. – Me solta! – ela pediu e com a outra mão bateu no rosto do rapaz. 
- Oucth! – ele exclamou, se afastando dela. 
Sem dizer nada, ela foi até a sala se juntar com os amigos e ver qualquer coisa na televisão. 

Flashback off.


Mariana lembrava de todas as palavras daquela conversa. Foi tão difícil não desabar em choro e contar toda a verdade pra ele. Mas ela sabia, ele apenas sentiria pena e continuaria metendo chifres nela. Sorte que quando Thomas contou para ela, fora a última vez. Que ela soube, pelo menos. Ela estava dentro de seu closet e procurava alguma roupa bonita para sair com seus amigos. Por que ela deixou Koba convencê-la? Tudo bem que não foi exatamente forçada. Aceitou mais pela idéia de que não estaria sozinha. Ela realmente não gostava de sair. Todo mundo olhando-a. Sabia que não era feia, mas odiava ser o centro das atenções. Sempre tentava passar despercebida. Apesar de que às vezes não era possível. Koba uma vez a convidou para uma festa, essas de famosos que os meninos eram sempre convidados. Ela odiou ter todos olhando para ela. Primeiro: por estar com Koba. Segundo: porque seu vestido nem era chamativo para ficarem olhando ela. Terceiro: as mulheres pareciam ter inveja ou de Lucas ou de seu vestido. Riu, lembrando. Foi cortejada por alguns homens: Koba dispensou todos. Gargalhou novamente. Então, de repente, voltou ao presente e observou suas roupas. 
Estava frio. Ela não queria usar salto. 
Bufou. Pegou uma calça justa preta, junto de uma bata de manga cumprida por cima. Sapatilhas roxas que combinavam com sua bata e meias até os joelhos listradas. Ela gostava de roupas diferentes, mas discretas. Pegou sua bolsa preta e colocou tudo que precisaria. Estava terminando de retocar o alisamento no cabelo quando ouviu o interfone. Correu para baixo e pediu para os amigos subirem. Abriu a porta e voltou para seu quarto. Terminou de alisar as pontas dos cabelos e colocou um par de brincos. Ouviu risadas do andar de baixo e sorriu. 
- Já desço – berrou de onde estava. Olhou-se no espelho e sentiu falta de pintura no rosto, então rapidamente se maquiou levemente. Sabia que deixava os meninos irritados quando ela demorava muito. Minutos depois sorriu pra si mesma. Pegou a bolsa e apagou a luz. 
- Aleluia! – ouviu Thomas falar. – Pensei que tinha sido abduzida – ele disse, jogado no sofá. 
- Exagerado – a morena disse, gargalhando. 
- Está linda, Nana – escutou Pedro Gabriel dizendo do batente da cozinha. Ele estava comendo – só pra variar. Ela riu para ao amigo e olhou Koba e Pedro que também estavam sentados no sofá. 
Viu Pedro lhe lançado aquele olhar, um olhar que ela não via há um ano sobre ela. Ficou envergonhada. 
- Vamos? – perguntou, tentando disfarçar. 
- Está gata – Koba elogiou e estendeu o braço. 
- Essa vai ser a noite! – Thomas disse, empolgado indo até a porta. Seguidamente de Pedro Gabriel e Pedro. 
Então eles foram até o carro de Pedro, que era maior que o de Koba e seguiram para a boate. 
Eles passaram na frente de todos. Quando se é famoso, é sempre uma vantagem. Mariana riu consigo mesma ao entrarem no lugar. Era sempre o mesmo, pelo menos quando Mariana ia com os meninos. O lugar era escuro, com fumaça e luzes piscando o tempo todo. Eles subiram as escadas pra área VIP e pegaram uma mesa. Estava escrito "Restart" com uma letra relaxada. Pedro Gabriel rasgou o papel e jogou no chão. Pedro riu e sentou ao lado do amigo. 
- Isso, aprende a poluir nosso globo, Lanza – Koba disse, repreendendo o amigo e só levou um dedo do meio. Mariana riu e sentou-se ao lado de Thomas. Koba sentou ao lado dela e por fim,Pedro, que estava ao lado de Pedro Gabriel. 
- O clima tá bom! – Thomas começou e já pediu sua bebida. Koba, Pedro Gabriel e Pedro o acompanharam com a cerveja. 
- Eu acho que vou vomitar – Mariana disse, começando a se sentir enjoada. 
- Ahn, Nana. Relaxa. Estamos com você – Pedro Gabriel falou para a amiga. 
- Eu sei – ela respondeu. – Mas daqui a pouco essa mesa vai encher de fãs. – A morena rolou os olhos, arrancando risada dos quatro amigos. 
- Vamos curtir. Todos estão aqui pra isso, ninguém vai reparar na gente – Pedro disse, como se tivesse razão. Mariana olhou para ele, reprovando. – É serio, Nana – ele enfatizou e a morena congelou. Tanto tempo que ela não ouvia se apelido de um jeito carinhoso sair da boca dele. Ela sorriu e timidamente foi até o balcão pedir um coquetel. 
Não demorou muito para ela deixar a frescura de lado, tentar se divertir e comemorar com os amigos o contrato novo. Ela estava com o copo de coquetel de morango entre os dedos e dançava livremente olhando os amigos que estavam sentados. Não entendia isso deles, mas deixou pra lá, estava sendo bom relaxar um pouco. Tanto tempo sem ninguém: insegurança, trabalho e cuidar de casa. Koba tinha razão: era ótimo se divertir, mas ela tinha muito receio em relação a isso. Deu de ombros e voltou a curtir o bate-estaca que ecoava na boate. Ela não gostava desse tipo de música, mas nesses momentos até que eram razoáveis. Seu coquetel acabou e ela foi até o bar novamente deixar o copo lá e antes que pudesse pedir qualquer outra coisa para tomar, ouviu uma voz em seu ouvido, fazendo-a congelar completamente. 
- E aí, gata? – perguntou a voz. Ela arregalou os olhos involuntariamente e se virou. O dono da voz estava praticamente em cima dela que sorriu fraco e foi para o lado. – Quer dançar? – ele voltou a perguntar. Ela deu outro meio sorriso, negando com a cabeça. O loiro sorriu cinicamente e pegou o pulso dela. – Não vai machucar em nada – falou, juntando seus lábios com os ouvidos dela. Ela se arrepiou e o alerta dentro dela disparou. Afastou-se do loiro e seguiu até a mesa que estava sentada, precisava que algum de seus amigos estivesse lá, mas antes que ela pudesse atravessar a pista de dança, sentiu seu pulso sendo segurado. Suspirou e virou para ver o que era. O loiro riu para ela novamente. Ela disse alto e um pouco perto dele para que o loiro pudesse ouvir: 
- Estou acompanhada – falou e um frio tomou conta de seu estômago. O homem a sua frente fechou os olhos e soltou o pulso dela. Ela suspirou, aliviada, e seguiu seu caminho para a mesa, mas estava fazia. Passou sua mão entre os cabelos e sentou em uma das cadeiras vagas, quando olhou ao redor o loiro estava sentando a sua frente. Ela bufou e pediu pra si mesma que o cara fosse embora. Por que cismas eram sempre com ela? Suspirou. 
- Acho que seu acompanhante não está aqui. – O loiro sorriu, debochado. Ela não soube o que fazer e sorriu de lado. Então o loiro veio até mais perto e ela congelou novamente. – Eu não deixaria minha acompanhante sozinha, muito menos se fosse você – o loiro disse, provocativo. A morena fechou os olhos e suspirou. Até que ele estava sendo gentil. 
- Eu estou acompanhada, por favor... – mas antes que ela pudesse terminar a frase, o loiro tocou seu queixo juntando os lábios com os dela. Ela, surpresa, não soube o que fazer, mas quando se tocou no que estava acontecendo, se distanciou do loiro, se levantando da cadeira. Ela teria descido às escadas à procura de Lucas ou Pedro Gabriel, mas ele a segurou novamente. 
- Algum problema? – e então ela viu um segurança ao seu lado. Sorriu, aliviada. – Ele está te incomodando, senhorita? – perguntou educadamente. 
- Por favor, só queria que ele se afastasse – pediu, com a voz falha e o grandalhão acenou. 
- Pode deixar. – O segurança sorriu simpático para ela e pegou o loiro pelos ombros. 
Ela agradeceu para o segurança com um aceno de cabeça e suspirou, aliviada. Agora poderia sentar à mesa e tomar mais cuidado, se bem que ela não teve muita culpa. E sua roupa não era nem um pouco chamativa. Exceto por suas meias, mas lá estava escuro, não dava pra enxergar. Ela não tinha decote e muito menos pouco pano em suas pernas. Suspirou e se jogou na cadeira que estava segundos antes. Ela escutava a música cansativa, e ainda jogada em cima da mesa percebeu que alguém tinha sentado ao lado dela. Quando sua cabeça se levantou sorriu. Era Pedro. Ele sorria para ela, o cabelo bagunçado e a bochecha com marca de batom vermelho. Riu da expressão do garoto. 
- Você tem batom na bochecha, Pedro – ela disse, mas ele não escutou. Ela tentou de novo, mas ele ainda não tinha escutado. Ela desistiu e chegou mais perto dele, levantando a ponta de seus dedos até a bochecha do antigo namorado. Arriscou e logo se arrependeu. A pele dele ainda era corrente elétrica com a dela. Suspirou e rapidamente, depois de ter limpado a marca do batom, voltou suas mãos para seu colo e os dois ficaram quietos. 
- Você tinha razão. Vi algumas fã – Pedro sussurrou no ouvido de Mariana. Ela sorriu, fazendo Pedro sentir o ar sair da boca da menina. Involuntariamente ele rosou seus lábios no pescoço da morena. Ela fechou os olhos automaticamente, sentindo a pele dele contra a dela. Eles estavam assim, sentindo um ao outro, até que Mariana sentiu uma das mãos de Pedro em sua cintura, ela soltou um gemido e Pedro beijou o pescoço dela. Ela riu sozinha. 
- Você gosta de provocar – ela soltou, não se arrependendo nem um pouco. 
- Sei seus pontos fracos – ele retrucou, ainda mandando correntes elétricas para Mariana com seus lábios no pescoço da garota. A morena não mediu seus atos e enrolou seus dedos nos cabelos escuros dele. 
- Isso devia ser crime – ela disse, ainda de olhos fechados. 
- Enquanto você ainda conseguir formular frases, não é crime – ele respondeu, recebendo uma gargalhada em troca. – Eu gostaria de estar entre quatro paredes agora – Pedro acrescentou, mas logo se arrependeu, pois exatamente essas palavras fizeram o clique do bem na cabeça de Mariana acordar. Ela se soltou de Pedro e fitou os olhos negros dele. Ele viu o choque no olhar da antiga namorada, as pupilas dilatadas e as pálpebras arregaladas. Bateu em si mesmo internamente e suspirou. Não demorou muito para que ela saísse dali e fosse em direção ao banheiro feminino. Era ótimo que não tinha fila. VIP era bom por isso, também. 
Mariana se olhou no espelho que compartilhava com mais duas garotas. Seus olhos estavam estranhos e sem pensar duas vezes afogou-os em água. Queria voltar a si. Como pôde se perder assim? Estava indo tão bem. Um ano, ela havia aguentado um ano! Suspirou e pegou uma toalhinha, enxugando o rosto e as mãos. Não se importou em ter tirado a maquiagem. Ela precisava ir para casa agora. Mas antes que pudesse pensar em como, uma loira dirigiu a palavra para ela. 
- Hey, da meia listrada – ela falou, mal-humorada. Mariana se virou. – Tem um cara, bem gato ali fora. Quer falar contigo – ela disse, numa voz irritante e se enfiou em um cubículo. Mariana suspirou e organizou seus pensamentos para saber o que dizer para Koba. Mas ao abrir a porta do banheiro não era Koba que estava ali, e sim Pedro Gabriel. Sorriu para ele e sem pensar duas vezes abraçou o amigo. Ele com certeza estranhou a reação da amiga, mas não se desfez do abraço. 
- O que houve? – ele perguntou, ainda abraçado com ela. – Quando voltamos, Pedro estava cabisbaixo e disse que tinha feito uma burrada – ele continuou, sentindo a respiração forte da amiga. – Ele disse que você tinha ido ao banheiro. Você está bem? – ele perguntou e afastou a morena de si para ver seu rosto. 
- Quero ir para casa – a morena disse. – Eu posso ir de taxi. Vocês não precisam acabar com a noite só por minha causa... – mas Pedro Gabriel não deixou a garota terminar de falar, pois colocou um dedo sobre os lábios dela e sem nenhuma palavra a levou até a mesa deles. 
Lá estavam Pedro, Koba e Thomas, sentados e conversando. Quando Pedro Gabriel e ela chegaram Pedro virou o rosto, o que fez Thomas bufar e Koba revirar os olhos. 
- Covarde. – Mariana leu os lábios de Lucas. Ela suspirou e sentou ao lado do moreno. 
- Eu vou para casa, mas vocês não precisam ir. A noite é uma criança – ela falou, sorrindo para todos, até Pedro. Ele deve ter entendido. 
- Eu te levo – Koba falou. 
- Não – ela recusou e se levantou. Iria pedir para alguém da boate chamar um taxi. 
- Eu te levo – Pedro se levantou, e antes que ela pudesse recusar, ele pegou sua mão, a puxando escada abaixo. Ela mandou um beijo para os três que ficaram e quando os dois chegaram ao piso de baixo, ela parou. – Nana... 
- Você não precisa acabar com a sua noite por uma frase mal dita, Pedro Lucas – ela disse com dificuldade. O conhecia tão bem que se sentia mal pela própria burrada dele. – Fique, eu vou de táxi. – Ela sorriu para ele, que negou. 
- Pelo menos me deixe redimir pelo que fiz – ele pediu tristemente. Mariana teria respondido algo rude, mas se calou. Não era hora nem lugar para eles brigarem. Então simplesmente acenou e os dois foram até o carro. 

Pedro e Mariana chegaram ao apartamento dela. Ela já foi tirando a sapatilha e as meias pelo caminho, fazendo Pedro se lembrar de quando eles saiam. No elevador, ela costumava tirar os saltos, a meia e às vezes até o sutiã, com a declaração de: "passar a noite toda nisso incomoda". Ele riu das próprias memórias e sorriu ao ver a ex-namorada descalça abrindo a porta do apartamento. 
Os dois entraram no mesmo e Pedro foi até a cozinha. A morena deixou as meias e as sapatilhas num canto da sala e seguiu Pedro. 
- A propósito, Pedro – ela chamou e ele a olhou enquanto tirava uma cerveja da geladeira dela. O que a lembrou que precisava fazer compras. – Você nunca vai conseguir se redimir pelo que fez. Hoje, você não fez nada comparado... – Pedro não a deixou terminar, pois ele a silenciou com um beijo. Mariana se assustou, mas não conseguiu resistir. Ter Pedro em seus braços novamente era reconfortante. Era literalmente um sonho se tornando realidade - novamente. Mas ela não podia. Ele não merecia seu amor, merecia? Não fora fiel nenhuma vez que ela havia o perdoado. E agora não seria diferente. Ela ainda tinha um par de chifres na testa e parecia que não cansava em restaurá-los. Suspirou e se afastou de Pedro. 
- Pedro... 
- Mariana, por favor – Pedro se meteu. – Me escute. 
- Não, Pedro. Já conversamos tanto sobre isso... – ela teria continuado, mas Pedro a interrompeu com um de seus dedos nos lábios dela. Ela fechou os olhos, não acreditava que ainda tinha recaídas, que ainda precisava dele, do seu toque, suas palavras. Ele a enrolou em seus braços e a embalou. 
- Só me escute – ele pediu e ela acenou, colada em seu tronco. – Eu não quero fazê-la lembrar do que fiz, muito menos de que fui infiel. Você já deve fazer esse favor sozinha, mas Nana, eu queria te dizer que me arrependo todos os minutos por ter feito o que fiz. Por te machucar do jeito que machuquei. Eu não pensei em você, como sempre faço. Quero seu perdão. 
- Você já tem meu perdão, Pedro. Você sabe – a morena disse à contra-gosto, se afastando dele. 
- Tudo bem – ele suspirou. – Quero que você me dê mais uma chance. Eu te amo, poxa! Não consigo viver mais sem você – Pedro Lucas continuou. 
- Você consegue, Pedro – ela retrucou e foi até a sala. – Eu não vou me sujeitar a ter mais um par de chifres na minha testa – Mariana continuou, pegando sua sapatilha e as meias, mas antes de subir as escadas, virou para o ex-namorado. – Eu não quero pensar que você me ama e no segundo seguinte saber que não. Não é a primeira vez, Pedro. Chega, pra mim chega – ela terminou e subiu as escadas. 
- Mariana – ele foi atrás dela, até seu quarto. – Eu te amo. Você sabe que sim. Vamos recomeçar. Por favor – ele pediu, no batente da porta. Então, dentro do quarto de frente para o armário, ela se virou. 
- Me responde uma coisa, Pedro Lucas – ela disse, em seu tom afiado. – Por que você me traiu? Eu não era boa o suficiente? O que elas tinham que eu não? – ela perguntou, com sua garganta falhando, o seu peito ardia e ela tinha medo da resposta. – Não, não me responda – ela se arrependeu de ter perguntado. – É melhor eu não saber. 
- Nada, Nana. Elas não tinham nada. Por favor. Entenda; eu fui totalmente burro! Por favor, você é melhor que todas elas juntas – mas quando fez essa comparação se arrependeu. Conhecia Mariana e pra ela não era nenhum elogio essa comparação. Pedro Lucas fechou os olhos, esperando a resposta dela, mas não ouviu nada. Então, quando os abriu, viu a ex-namorada abraçada em seu tronco chorando. Ele se amaldiçoou e foi até ela, abraçando-a. Pelo menos ele sabia que ela não recusava abraço algum, mas antes que ele pudesse manter contato com ela, ela deu um passo para trás. Ele fez uma careta e ela fungou. 
- Eu não acredito que você disse isso, Pedro Lucas – ela respirou fundo e sentou em sua cama. 
- Desculpe. Eu apenas quis dizer que você é perfeita. Metáforas nunca foram meu forte – ele se desculpou, recebendo um aceno em resposta. Tentou abraçá-la novamente, mas ela não deixou. 
- Você gosta disso, não gosta? – ela perguntou. – Me ver chorando, para me abraçar, soltando todos meus hormônios ao seu favor – ela disse e se levantou. – Você não presta, Pedro. – Ela seguiu até o banheiro e molhou um algodão com um produto para tirar a maquiagem borrada. – Eu não sei por que você ainda perde tempo tentando reconstruir o que tínhamos, Pedro. Nunca vai ser a mesma coisa de antes – ela esfregava o algodão no rosto tirando a pintura que tinha feito horas antes. 
- Nana – ele chamou e entrou no banheiro. Parou ao seu lado, olhando-a pelo espelho. Eles ficaram se olhando por alguns segundos até que ele se lembrou e cortou o silêncio. – Leia isso – e colocou na mão desocupada da garota uma folha de papel dobrada quatro vezes. – Estarei esperando na sala – então ele deixou o quarto dela, fechando a porta atrás de si. Ela não continuou a tirar a maquiagem. Deixou o algodão ali e foi se sentar na cama. Suspirou e desdobrou o papel que Pedro havia lhe dado. 

"Ahn. Oi, Nana. Eu não sei como começar isso, afinal, não sei se vou te entregar. Bom, eu não quero que isso seja um deja-vu da primeira vez que te escrevi um bilhete. Mas você sabe que eu não sou bom em palavras. Então prefiro escrever. Então: eu queria dizer que eu te amo. Eu nunca quis te machucar como machuquei. Todas as garotas com quem eu te fui infiel não passaram de meras aventuras. E te digo, nenhuma chega aos seus pés dentro de quatro paredes. E você sabe disso. 
Nana, eu não consigo parar de pensar em como fui um estúpido por ter estragado nosso amor. Queria que pudéssemos recomeçar do zero. Obviamente você vai dizer para irmos devagar e você só vai querer dormir comigo de novo em dois meses. Eu não me importo. Eu não consigo mais ficar sem pensar em te beijar. Eu estou amando. E a sortuda – ou não, é você. Não sei se é bom ou não, mas... Eu preciso te ter comigo. Para sempre, Nana. 
Eu não me importo com que o Lucas vai dizer. Talvez ele brigue comigo e diga pra você não continuar comigo, quem sabe o Thomas me dê uma surra, assim eu vou aprender. Mas Nana, uma última chance. A última. Eu prometo que vou te fazer feliz. 
Eu gosto de lembrar de quando eu disse pra você que você era a única, e você respondeu da mesma maneira. Fico me perguntando se você ainda acha isso, porque eu ainda acho que você é única. Eu posso não demonstrar, mas é verdade. 
Você ainda me quer? 
Nana, você me conhece, eu sempre fui péssimo para reconciliações, eu sempre digo coisas erradas e antes te entregar esse papel eu provavelmente terei dito coisas que te fizeram chorar ou ficar magoada. Desculpe. O que eu mais quero nesse momento é poder te beijar sem nenhuma restrição, problema e incerteza sua. 
Eu te amo. E você? 
Prometo que não irei desapontá-la. 
Pedro."


Mariana deixava suas lágrimas escorrerem pelo rosto sem se importar. Ela olhou o relógio e marcava três e trinta e sete. Ela não se importava. Por que olhou o relógio? Amassou a carta contra o peito e soluçou. O que ela faria? Decidiu pelo menos descer até onde Pedro estava. Ele a ajudaria. Quando chegou ao andar de baixo ele não estava ali na sala, imaginando onde ele estava foi até a cozinha. Ele tomava água desta vez. Já que previa uma conversa tensa. 
- Pedro Lucas – ela chamou com a voz fraca, carregando o pedaço de papel. 
- Leu? – ele perguntou e ela concordou. Pedro não sabia como continuar então a primeira coisa que veio em sua cabeça foi a música que havia feito para ela. – A gente se desentendeu e o coração não eu entendeu, eu falo serio, não tem mistério, meu pensamento é todo seu, eu sei você não esqueceu de nós.– quando terminou, viu que a namorada ainda chorava. Foi até ela, dessa vez sem nenhum protesto de sua parte, e a abraçou. – Diga algo, Mariana – ele pediu, o que só a fez soltar mais lágrimas. Por que era difícil dizer sim? Por que era difícil satisfazer seu coração quando sua mente a obrigava a se afastar? Mariana prendeu os soluços e olhou para o ex-namorado. Sem esperar nenhuma reação dele, o beijou. Um beijo que ela queria há tanto tempo: de alívio, que fez seu coração respirar e bater normalmente novamente. Ela não conseguia responder com palavras, mas através de suas ações Pedro entenderia. 
Ele a enlaçou em seu corpo puxando-a cada vez mais para perto de si, até que ela precisou de ar, devido a suas condições mentais e físicas. Sorriu para ele, abraçando-o em seguida, aconchegando seu rosto na curva do pescoço dele. Como ele sentia falta disso, seu cheiro, seu abraço, seu toque, seus lábios. Pedro a puxou para o sofá sem nenhuma interrupção de Mariana. Sentou-se com ela, aconchegando-se um no outro até que adormeceram: abraçados e quentes. 


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Notas finais do capítulo

já postei 3 capítulos e não recebi mais do que 3 reviews. já disse que não sou movida a reviews, mas é bom saber o que vocês estão achando :(



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