Um convite para uma festa formal na casa dos Rick chegou na manhã do dia seguinte. Emily observou o envelope, horrorizada. As festas normalmente começavam depois da segunda semana de férias, e esse convite era um desafio aberto contra Emily sobre os Roselyn.

                Victoria tomou a ação imatura de Amanda como uma ofensa e obrigou todos a se vestir apropriadamente, o que incluía William de terno. Como se resistir o gêmeo moreno não fosse difícil o suficiente.

                Emily então decidiu usar seu vestido vermelho e saltos ridiculamente altos. Mas mesmo assim, ela percebeu, William seria mais alto que ela. Pelo menos Jensen estaria na mesma faixa de altura.

                Jennifer tinha relutantemente concordado com sua mãe e foi para o baile no carro de Chaz. Victoria se recusou a ir para casa e ter que aguentar Caroline; então ela tomou um quarto na Ala Leste do segundo andar e demorou séculos para sair. Mas pelo olhar surpreso de Richard, valeu a pena usar aquele vestido lilás.

                A casa dos Rick só perdia para a casa de Emily, quando se tratava de opulência. As estátuas de mármore e chafarizes que a loira se esforçava para esconder, os Rick ressaltavam com holofotes.

                Um tapete longo se estendia na frente da casa, pelo qual os convidados tinham que passar. Will a acompanhara pelo tapete, um lenço vermelho-sangue no bolso de seu terno.

                - Porque o tapete é azul e amarelo? – ele perguntou, depois de sorrir feito um bobo quando ela aceitou o braço que ele oferecia.

                - São as cores do brasão da família da mãe dela, acho. – Emily respondeu com um sorriso compreensivo. – Os pais de Amanda são divorciados. Ela adotou o sobrenome do pai, mas a casa e todo o resto são da mãe. Ela vai se mudar para Londres no final do verão.

                - Todos vocês tem um brasão, nessa cidade? – ele continuou, levantando uma sobrancelha. Emily deu de ombros.

                - Praticamente. A família de Jennifer não tem. Eles consideram antiquado.

                - É.

                - Fui criada para honrar a família Venecia. – Emily disse com uma pontada de ressentimento. – Não me envolver em escândalos, me casar com alguém bem-sucedido e o mais importante, ajudar nos negócios da Venecia Corp.

                Will a ajudou a subir as escadas na entrada e antes que pudesse falar alguma coisa, Emily avistou Amanda ao longe. Ela sorriu perigosamente e começou a chegar perto da dupla. Emily apertou o braço de Will para avisá-lo e ele rapidamente moveu seu braço para puxar sua cintura para perto.

                Emily agradeceu aos céus que suas bochechas permaneciam na sua cor original quando Amanda chegou.

                - Gostaram da minha casa? – ela perguntou, seus olhos queimando o lugar onde Will tocava sua rival. – Não é grande como a de Emily, mas é muito mais decorada.

                - Achei linda. – Emily respondeu com um sorriso insincero. – Não é, Will?

                - É bonita. – Will concordou com um meneio de cabeça. – Mas não é minha favorita aqui em Hemsworth.

                Jensen apareceu do nada atrás de Amanda e lançou Emily um olhar significativo. Ela engoliu em seco.

                - Quer dançar? – ele perguntou para ela. Emily piscou várias vezes.

                - Perdão?

                - Quer dançar comigo?

                Emily não encontrou uma desculpa para negar e se afastou de Will resignadamente, andando até o grupo de dançarinos sem olhar para trás.

                - Então, como vão as coisas entre você e o Roselyn? – Jensen perguntou, dançando um pouco perto demais dela. Emily franziu a testa.

                - Indo.

                - Ele vai ficar aqui o verão inteiro?

                - Porque você não pergunta para ele? – Emily retrucou. – Espero que sim.

                - Você sabe que nada pode acontecer entre vocês dois, certo? Ele não é da nossa sociedade, Emily.

                - Você não tem o menor direito de me falar o que fazer, Buckley. – ela respondeu acidamente. – Licença.

                Emily andou decidida até os banheiros, determinada a escapar de Jensen. Quem ele pensava que era, para se meter nos assuntos que não lhe diziam respeito? Ela estava tão imersa em sua indignação que não percebeu duas pessoas no canto do corredor; Emily se jogou dentro do armário do faxineiro.

                - Eu não posso continuar fazendo isso. – falou uma voz feminina. – Não quero continuar ignorando isso, Chaz.

                - Hanna, você sabe que não podemos jogar nossa amizade pela janela. – Chaz retrucou. Emily prendeu a respiração. – Se nós namorássemos e ficássemos juntos pra sempre, seria ótimo. Mas e se não desse certo? – Hanna estava apoiada contra a parede da sala agora; a voz de Chaz estava baixa o suficiente para que Emily tivesse que prestar mais atenção.

                - Eu acho que você está com medo. – Hanna disse corajosamente. – Por que você sabe que isso poderia se tornar algo lindo. E que você sente a mesma coisa que eu. Admita. Seja homem, Chaz- eu te amo, não tenho medo de falar isso.

                Os saltos de Hanna fizeram barulho enquanto se afastavam. Chaz ficou parado, provavelmente olhando, antes de suspirar e se retirar também. Emily respirou fundo, tentando compreender o que acabara de ouvir.