Bruderlichkeit escrita por keca way, Duda_


Capítulo 13
Incertezas




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- Trecho de Wir Sterben Niemals Aus -

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Amor excessivo
Na música
Limites excessivos
Invictos
Muitos pensamentos
E palavras intermináveis
E eu espero que não terminem tão cedo

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Bill se deitou cedo, o dia passou rápido e ele não conseguia tirar a proposta de Gordon da cabeça. Chamar o Tom para fazer parte da banda... Não seria má idéia se não fosse o fato deles não conseguirem permanecer mais de cinco minutos no mesmo ambiente sem discutir, ou melhor, brigar. Por outro lado, talvez a aproximação forçada acabasse fazendo com que eles se entendessem no final ou, pelo menos, aprendessem a conviver sem tentar se matar.

                O garoto acabou dormindo diante das possibilidades que vagavam em sua mente. Teve sonhos confusos durante toda a noite, e acabou acordando cedo graças a um pesadelo sem explicação. Levantou-se atordoado e foi lavar o rosto, depois desceu para comer alguma coisa, e acabou esquecendo-se do pesadelo.

                - Bill? Está tudo bem? Você acordou cedo hoje...! – Gordon estava na sala, aparentemente, havia acabado de desligar o telefone quando o menino desceu as escadas.

                - É... Tive um pesadelo... – ele respondeu, desinteressado.

                - Hum... Ei! Acabei de falar com o Georg no telefone, ele queria saber se você estava lembrado do show que fariam hoje...

                - Droga! Eu tinha esquecido! Tanta coisa na minha cabeça... – Bill comentou, interrompendo-o.

                - Bem, eu ia ligar para o local que vocês iam se apresentar agora mesmo, para avisar que vocês não iriam poder mais fazer o show... Aliás, você ainda não está em condições...

                - O QUÊ? – ele perguntou, exaltado. – Eu já estou ótimo! Não vamos perder essa oportunidade! Fora que já está tudo confirmado há tanto tempo! Vai tanta gente do colégio...

                - Mas Bill...  – o homem começou, mas ao ver a cara do afilhado, acabou cedendo. – Tudo bem, deixa pra lá...

                - Ótimo! Obrigado, pai! – o garoto falou sorrindo. – Você vai tocar com a gente, não é?!

                - Vou?! – Gordon perguntou, e o menino concordou com a cabeça. – Certo... Inclusive, é bom você se lembrar de procurar um guitarrista... Os dias estão passando...

                Bill fez uma careta, mas depois falou, um pouco animado:

                - Eu e os meninos marcamos com um pessoal hoje pra fazer uns testes... Eles já devem estar chegando, deseje-nos sorte! – ele concluiu rindo.

                - Ah! Já havia esquecido, o Georg falou que não iria poder vir...

                - Que droga! – Bill falou um pouco decepcionado. – Mas o Gust já deve estar a caminho...

                - Tudo bem... Acho que alguns de seus convidados chegaram... – Gordon anunciou, olhando com uma cara estranha pela janela. – Realmente, meu filho, eu lhe desejo boa sorte! – ele concluiu, olhando mais uma vez para o menino e depois pegando o jornal que se encontrava sob a mesa.

                “Droga... O pior é que o Gustav nem chegou ainda. Vou ter que começar sozinho.”, Bill pensou, olhando agora sem esperança para o grupo de meninos – no mínimo bizarros - que esperavam na porta de sua casa.

                Gordon viu o garoto sair da sala desanimado e riu consigo mesmo, ele sabia que, no final, eles não precisavam procurar muito, pois já tinham o guitarrista perfeito para a banda bem próximo a eles.  O homem voltou à atenção ao jornal e, depois de ler algumas linhas, pegou o telefone e discou rapidamente um número.

                - Pode passar a ligação para o quarto onde a Senhora Simone Kaulitz está hospedada, por favor? – ele perguntou assim que atenderam. – Claro, eu espero. – disse em resposta à secretária.

                 - Alô! – alguém falou do outro lado.

                - Amor?! Sou eu... Como você está, querida?

                - Gordon! Eu estou bem, mas morrendo de saudades de todos! Como está aí em casa, ham? Faz dois dias que não nos falamos! Está tudo bem?!

                - Está sim... Ninguém tentou se matar ainda! – ele riu sozinho da própria piada, porque Simone pareceu não gostar muito. – Desculpe, querida, estou brincando... Parece que os meninos finalmente acharam o guitarrista que eles estavam procurando... Só que não se deram conta disso ainda... - Agora, sim, a mulher riu. Ela percebeu instantaneamente a quem o marido se referia. Uma surpresa agradável para ela. Tom não havia deixado de tocar guitarra... Ela ficava muito feliz por isso. – Mas, olha, não foi exatamente para isso que eu liguei...

                - O que foi dessa vez? Mais alguma graçinha no jornal? – Simone se referia à matéria que saiu, logo depois que ela viajou, em uns dois jornais da Alemanha, que discutiam sobre o seu papel de mãe.

                - Pra mim o que é mais engraçado é que não são matérias do jornal daquela jornalista que te odeia... Quando ela resolve te deixar em paz os outros começam a querer discutir sua vida? Vai entender... Escuta, eu vou ler pra você. – Gordon falou, e estendeu o jornal à sua frente, preparando-se para ler a matéria. – “Hoje, é um dia especial para todos, comemorado em todo o mundo, mas ainda mais especial para uma de nossas mais queridas estilistas, Simone Kaulitz.

Como já relatamos em primeira mão, uma semana atrás essa mulher decidiu deixar a família – seu atual marido Gordon; seu filho Bill K. de apenas 17 anos, que havia acabado de sair do hospital e precisava de cuidados especiais em casa, por estar ainda se recuperando do espancamento; e, por último, o seu filho Tom K., também de 17 anos, irmão gêmeo de Bill, que tinha sua existência praticamente desconhecida por todos da sociedade e voltou a morar com a mãe depois da triste morte do pai em um acidente de carro, com quem ele residia até então. – e fazer a felicidade de milhões de pessoas nas passarelas de Nova York. Claro que é indiscutível a importância atual da carreira em nossa sociedade, milhões de pessoas abdicam todos os dias de estar com sua família para atingir suas metas profissionais. Como vemos, Simone K. é uma delas, e hoje é um dos últimos desfiles de sua coleção de roupas na ‘cidade maravilhosa’. Daqui a dois dias ela estará de volta, pronta para receber os aplausos de milhares de pessoas, inclusive, de sua família, mas será que esses estarão apenas escondendo suas lágrimas de raiva e tristeza por detrás de falsos sorrisos de contemplação? Por quanto tempo suportarão em silêncio serem trocados por algo tão importante para ela? Há perguntas que ficam sem respostas durante muito tempo... Outras nem sequer são respondidas. De qualquer forma, nós lhe desejamos boa sorte, Simone K.!”

                Simone riu, parecendo estar bastante indiferente ao que o marido havia acabado de ler. Ele não falou, não riu, nem se mexeu. Perguntava-se o que estava acontecendo com a mulher que tanto amava. Há tempos que ele não a escutava rir de algo que deveria apenas lhe provocar raiva. Talvez Nova York fosse realmente uma ‘cidade maravilhosa’. Talvez estar um pouco longe dos problemas tivesse trazido a mulher por quem ele se apaixonou de volta. Só uma coisa ele tinha certeza: aquela viagem traria uma mulher pronta para enfrentar os problemas que estavam por vir. Então ele começou a rir junto a ela. Ria por estar escutando aquela risada sincera que há tanto tempo tentava arrancar dela. Ria por achar que ela tremeria de raiva e ele teria que acalmá-la. Ria por aquilo ter fugido totalmente ao controle dele. Ria porque ele nem se lembrava mais porque estava rindo. Ria porque eles pareciam dois adolescentes retardados rindo ao telefone. Ria simplesmente e, acima de tudo, porque... Ela estava feliz.

                - Amor, tenho que desligar agora. – ela falou, ainda rindo um pouco. – Tenho uns detalhes para resolver do desfile de hoje à noite. Espero que vocês se divirtam aí! Aliás, é Ano Novo!

                - Não se preocupe! Está tudo sob controle e os meninos se apresentarão hoje à noite... Vou dar um jeito para o Tom ir, e vai dar tudo certo!

                - Espero mesmo! – ela falou entusiasmada. – Tenho que ir, Gordon! Não sei se vou conseguir ligar quando for meia noite, mas tentarei. Mande logo um beijo para todos aí! Estou morrendo de saudades! – e ele pôde a ouvir rir pela última vez, antes de desligar o telefone.

                Gordon sorria quando colocou o aparelho sob o gancho. O jornal pareceu não lhe importar mais e ele decidiu ir até a garagem ver como estavam indo os testes. Assim que entrou pela porta, parou estupefato enquanto observava uma cena estranha: Bill estava encolhido contra a parede, com os olhos arregalados, observando assustado um homem grande e extremamente gordo, que girava a guitarra loucamente acima da cabeça, enquanto dava um grito rouco e alto. Quando Gordon resolveu se aproximar para acabar com aquela cena bizarra, o homem bateu com toda a sua força a guitarra no chão, e o padrasto de Bill deu um pulo para trás, fugindo do louco que agora batia a guitarra em todos os cantos da garagem. Bill começou a dar uns gritos estranhos e uns pulos frenéticos quando as investidas aproximaram-se dele, depois o homem finalmente acabou com o que estava fazendo, jogando a guitarra estraçalhada para longe, fazendo uma careta, e levantando os braços para cima, como se esperasse os aplausos por tal feito. Bill ainda estava próximo a parede, estava todo espremido contra ela, com um braço para cima e outro para baixo, como se um trator houvesse passado por cima dele. Arfava, seus olhos estavam arregalados, seu rosto pálido, e seu corpo começou a tremer terrivelmente quando o homem aproximou-se dele.

                - E aí, estou dentro?! – o estranho perguntou com um sorriso vitorioso no rosto.

                Bill não conseguiu responder, apenas o olhava paralisado. Gordon então se aproximou e, praticamente empurrando o homem para fora da garagem, falou com uma voz gentil e calma:

                - Não há dúvidas que você arrasou, meu caro! – disse enquanto dava uma espiada na garagem destruída por cima do ombro. – Não se preocupe, assim que terminarem os testes ligaremos para lhe avisar se você for o escolhido.

                - Obrigado! – ele falou com lágrimas nos olhos. – Ninguém nunca conseguiu reconhecer meus talentos!

                - Eu não faço a mínima idéia do por que. – Gordon disse, colocando o seu melhor sorriso amarelo no rosto, e acenando para o homem que já se afastava da casa. Quando finalmente o perdeu de vista, o marido de Simone suspirou e foi ver como estava o afilhado.

                Bill não havia se movido um centímetro sequer depois de todo o tumulto. Gordon se aproximou lentamente do rapaz em choque e murmurou um ‘está tudo bem’, vendo o garoto aos poucos voltar a cor habitual.

                - Como está se sentindo? – o homem perguntou, limpando uma gota de suor que descia pelo canto do rosto de Bill.

                - Decepcionado e aterrorizado. – o garoto respondeu simplesmente.

                - Ah... Vamos lá! Não pode ter sido tão ruim assim... – Gordon falou rindo.

                - Claro que não! Além desse que você acabou de presenciar, o ‘Gordo assassino de guitarras inocentes’, ainda teve: o ‘eu sou frango e estou louco para agarrar você’, o ‘não era uma banda Gospel?!’, o ‘ah! Eu pensei que fosse pra tocar Harpa’, e por aí vai...

                - Pense pelo lado bom...

                - Tem um lado bom? – Bill perguntou desconfiado.

                - Claro! – Gordon falou sorrindo. – Você tem outra opção guardadinha, só esperando ser contatada...

                O garoto fez uma careta, já sabendo a quem o padrasto se referia.

                - Vou tentar falar com o Gustav que acabou não aparecendo por aqui, e também com o Georg, para contar como foram os testes. – disse Bill levantando-se e saindo da garagem.

                Gordon viu o afilhado sair do local um pouco emburrado e sorriu satisfeito. “No final, ele vai acabar aceitando.”, pensou e, olhando para a bagunça na garagem, concluiu seu pensamento “Cuido de você depois, querida. Tenho que falar com o Tom agora.”

                Assim que chegou à sala, avistou Tom deitado no sofá, assistindo TV. Pelo prato em cima do centro, dava para perceber que o garoto havia acabado de comer. Gordon suspirou, criando coragem, depois pôs um grande sorriso relaxado no rosto, e sentou-se na poltrona ao lado de onde o menino estava, esse, por sua vez, não deu a menor atenção ao homem.

                - Tom, Bill e os amigos dele vão tocar hoje num Pub... Eles foram convidados pelo pai de uma amiga do colégio, que queria uma banda amadora, então nós vamos comemorar o Ano Novo lá... Certo?

                - Tudo bem. – o garoto respondeu, indiferente, sem desgrudar os olhos da TV.

                Gordon ainda ficou um tempo lá, parado, esperando talvez que o menino se revoltasse, dissesse que não iria, ou qualquer coisa do tipo, mas acabou que ele não falou mais nada. O homem então se levantou e ligou para um restaurante, a fim de pedir o almoço.

 

                O resto do dia passou rapidamente. Logo todos estavam se arrumando, Bill estava ansioso pelo show que faria e ficava no quarto andando de um lado para o outro, aquecendo a voz, enquanto vestia a roupa que havia escolhido depois de almoçar.

                Gordon passou para pegar Georg e Gustav e todos foram juntos para o Pub. Tom ficou esperando pelo show sentado em uma mesa afastada, sozinho, pois os outros já haviam ido para o backstage. A primeira pessoa que o garoto viu subir ao palco foi Gustav, logo após ele entraram Georg, Gordon e, por último, o seu irmão. A platéia gritava e batia palmas, animada. Bill foi direto até o microfone e deu um sonoro ‘boa noite’ enquanto a música já começava a tocar.

                Tom podia ver o irmão sorrir discretamente para as muitas pessoas conhecidas, mas nenhuma vez o olhar dele se cruzou com o seu, para alívio do garoto. Ele observava o show atentamente, dava para perceber o nervosismo dos que estavam sob o palco, apenas Gordon parecia tranqüilo, mas todos aparentavam a mesma felicidade. Foi aí que Tom percebeu o que estava acontecendo, o que estava sentindo; e se incomodou profundamente com isso.

                Andou rapidamente até o bar, passando com certa dificuldade pelas pessoas, e pediu uma bebida qualquer, que virou rapidamente na boca, pedindo outra logo em seguida. Não conseguia se conformar, não queria aceitar o desejo que sentia de estar ali, em cima do palco, compartilhando aquelas sensações com eles. Virou outra bebida, dessa vez sentindo o líqüido amargo queimar a sua garganta. Passou a observar as pessoas, buscando alguma que lhe chamasse atenção, mas não achou. Continuou a procurar, dessa vez, por qualquer coisa que pudesse lhe distrair, mas acabou desistindo.

                Decidiu finalmente ir embora, não permaneceria naquela sessão de tortura mais nenhum minuto. Entretanto, assim que se levantou e deu alguns poucos passos em direção à saída, seu olhar alcançou a porta do local e ele rapidamente mudou de idéia. Parada próxima a ela estava a sua razão para ficar. Engel estava simplesmente linda em um vestido tomara-que-caia preto de seda, com uma faixa vermelha marcando sua cintura, amarrada em um lindo laço que caía elegantemente pelas suas costas. Seus cabelos estavam soltos, moldando seu rosto de anjo.

                Um sorriso se formou instantaneamente no rosto do garoto. Ele não demorou em se encaminhar para o grupo de garotas que ela conversava animadamente. Tom parou bem à frente de Engel - logo atrás de algumas meninas - esperando que ela notasse a sua presença, o que demorou apenas alguns segundos. Finalmente o olhar dos dois se cruzou, e Tom alargou seu sorriso, o qual Engel logo correspondeu. O garoto abriu espaço sem dificuldade entre o grupo de garotas, chegando mais perto da menina em poucos segundos. Ele pegou suavemente uma mecha do cabelo ruivo dela e passou por trás da orelha, aproximando-se em seguida para falar algo baixinho em seu ouvido.

                - Você está tão linda... Eu até perdi as palavras... Não sei o que te dizer para que você fique comigo esta noite e não com suas amigas... - Engel riu baixinho com as palavras de Tom, enquanto suas amigas olhavam-na atentamente. – Então, não ligue exatamente para a pergunta, é só para te tirar daqui... – Então ele afastou-se um pouco dela para que todas ouvissem o que ele falaria a seguir. – Hum... Eu posso te pagar uma bebida? – ele perguntou com um sorriso torto.

                - Eu não bebo... – Engel respondeu subitamente, recebendo olhares furiosos de suas amigas.

                - Nem uma água ou refrigerante? – ele insistiu, sorrindo confiante.

                - Ah! Aí pode ser... – ela falou, corando timidamente.

                Tom deu um passo à frente e puxou-a pela cintura para mais perto dele, o suficiente para sussurrar-lhe no ouvido:

                - Acho que suas amigas estão mais entusiasmadas que você. – e riu, assim como ela, só que o sorriso da garota, diferente do dele, trazia certo nervosismo.

                Tom guiou-a até o bar, sem deixar de segurar sua cintura. Chegando lá pediu um refrigerante para ela e uma bebida qualquer para ele.  Quando ele voltou a fitar Engel, percebeu que o olhar da garota estava vidrado no palco. Mais que isso, o olhar dela estava vidrado nele. Ele sentiu um tremor de ódio atravessar rapidamente o seu corpo. Como ela podia estar ao seu lado e olhar para o irmão? Olhá-lo daquela maneira? Há tempos que ninguém olhava para ele daquele jeito. Para falar a verdade, era um olhar bem parecido com o dia em que eles se encontraram pela primeira vez, mas não havia sido para ele. Havia sido para o irmão, porque naquele momento ela pensava que ele fosse o Bill. Afinal, por que tudo sempre era para o irmão? Por que não aconteceu o contrário? Por que não foi a Simone que morreu e o Bill que teve que ir morar com ele e o pai? Por que na véspera do Natal não foi o corpo do Bill o mais forte e o dele o que ficou desmaiado no chão? Ele sabia que o irmão não agüentaria tudo que ele estava passando. Bill desistiria assim que percebesse que não lhe restava praticamente nada, nada além de pessoas que lhe odiavam e que o queriam longe dali. Por que as coisas ruins tinham que acontecer justamente com ele? Não sabia por mais quanto tempo agüentaria aquilo... E foi naquele momento, com o corpo ardendo em fúria, que ele jurou a si mesmo, que pelo menos aquele olhar ele teria. Engel ainda o fitaria daquela maneira, independente do que ele precisasse fazer.

                Decidiu que era hora de tomar alguma atitude, fazer algo que, pelo menos, desviasse a atenção dela para ele. Enquanto ele pensava o que faria, Bill anunciava que o show estava chegando ao fim, e que as últimas músicas seriam mais lentas, para os casais se divertirem. Era essa a chance que ele precisava. Sabia mais do que apenas o básico da dança de salão, e usaria isso a seu favor.

                Tom levantou-se e segurou a mão de Engel; quando ela olhou-o sem entender, ele sorriu, e puxou-a para o local onde vários casais dançavam. Ele parou de andar e virou-se para ela, que o fitava intrigada, puxou-a pela cintura e seus corpos colaram, fazendo-a corar. Tom riu com a reação da garota e, depois de se ajeitarem, ele começou a guiá-la no ritmo da música.

                Ele nunca gostou muito de dançar, mas quando estava com quinze anos seu pai o convenceu a aprender uns passos, usando como argumento o fato de ser um bom dançarino ajudar na conquista de mulheres. Tom odiou isso na época, entretanto, agradecia em silêncio agora.

                A cada música que passava, surpreendia-a com um passo diferente. A menina sorria, divertindo-se com o garoto e com a música. Vez ou outra, Tom olhava provocativamente para o palco, e encontrava o irmão fuzilando-o com os olhos. Ele sorria satisfeito, e empolgava-se ainda mais com a dança. Bill anunciou a última música da noite, e Tom decidiu que estava na hora de parar de se exibir e começar a agir.

                Soltou a mão da garota e a colocou na cintura dela, puxando-a para ainda mais perto. Seu rosto se colou instantaneamente ao de Engel, e o coração da garota disparou, fazendo-o sorrir. Ele começou a subir com uma das mãos pelas costas dela, como se pudesse sentir a pele sobre o tecido, pressionando o corpo da garota contra o seu. Sua mão chegou à nuca de Engel, e ele enterrou os dedos por entre os cabelos dela, fazendo-a se arrepiar. Tom movimentou suavemente o pescoço da menina para o lado, e deslizou a boca pela linha do queixo, mordendo o lóbulo da orelha e puxando-o delicadamente. Engel mordeu a boca ao sentir a ponta do nariz do garoto deslizar lentamente pelo seu pescoço e apertou com suas unhas as costas dele, quando Tom começou a beijá-lo. Cada vez que ela cravava as unhas com mais força, o garoto aumentava a intensidade dos beijos e mordidas no pescoço, e o desejo de procurar pela boca dela se expandia. A música acabou, e quando ela percebeu o que estava fazendo e abriu os olhos, encontrou os de Bill, observando-a tristemente do palco. Engel não pensou duas vezes e empurrou o garoto com força para longe dela, tentou se afastar depois, mas ele a puxou pelo braço de volta para o corpo dele e seus lábios alcançaram os dela com facilidade. Contudo, ela o empurrou mais uma vez e desferiu com toda a sua força, um tapa no rosto do rapaz. Tom, assustado, levou instantaneamente a mão ao local que formigava, e viu Engel arregalar os olhos, cobrir a boca e depois sair correndo. “Mas que droga!”, ele reclamou em pensamento.

 

Preview: - 'Eu até aceito... mas com uma condição. - Tom falou e logo um sorriso enorme apareceu em seu rosto, e Bill se arrependeu amargamente do que acabara de propor.'


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Notas finais do capítulo

pessoal desculpem nos mesmo pela demora...
mas pra compensar um cap grande, e um pouco engraçado...
espero que gostem
estamos amando o carinho e o review de tds...
obrigada mesmo
vamos rumo ao top dez... mt obrigada mesmo
*____________*
bjos a todos