O vento soprava forte fazendo um barulho semelhante ao uivo de lobos. Ele arrastava as folhas que batiam na túnica escura da pessoa que andava naquela noite fria. O homem retirou o capus que cobria seu rosto revelando longos cabelos cor de lilás, e uma pele pálida. Sentou-se em uma pedra e colocou as mãos no senho, com a cabeça pertubada, cheia de pensamentos.

– Você desistiu, acha que é o fim?

Uma voz rouca o chamou.

– Hein? - Gakupo levantou o olhar, e se deparou com outro homem vestindo uma túnica idêntica a sua. Não sabia de onde ele havia saído, estava com o rosto encoberto. - Quem é você? Não vi ninguém andando por aqui... - Ele estava confuso. A figura o assustava.

– Eu sou a pessoa que pode melhorar a sua vida. - Disse o homem com o capuz - Vi como você perdeu todo o seu dinheiro... todas as suas riquezas em um jogo idiota de baralho! Hahahahaha! - A risada era histérica.

Gakupo não achou graça, mas também não alterou a expressão.

– Eu fui imprudente naquele jogo. A culpa é minha se estou falido - Virou o rosto - O que você quer com um homem sem riqueza alguma e inútil como eu?

– Que tipo de riqueza você aprecia?

– Ah, muitas. Dinheiro. Terras. Mulheres.

– Aaah, mulheres - Disse o homem com o capuz - Posso lhe dar um “poderzinho” especial. Desde que você me pague um preço, mas não é nada demais...

– Por mim tudo bem - Disse Gakupo - Minha vida já está arruinada e não tenho nada a perder, muito menos para lhe dar.

– Tem sim... a sua alma.