VIII

(Ponto de Vista: Kuran/Cross Yukki)

Estava tudo acabado. A partir do momento em que ele entrou naquele enorme salão eu tivesse absoluta certeza disso.

Eu apenas olhei por alguns instantes para Zero e abaixei minha cabeça. Talvez vergonha?

Ou simplesmente medo?

- K-Kaname-senpai? – perguntei assustada.

Zero se colocou a minha frente junto com Yagari. Porque eles ainda queriam tentar uma coisa que não tem lógica? Estava tudo acabado, eu voltaria para minha infeliz vida nos quartos subterrâneos da mansão Kuran.

- Ora, se não é Kuran Kaname? – disse Yagari fumando mais um cigarro – Cansou de brincar de esconde- esconde com a gente?

- Eu não brinco de esconde-esconde Yagari.

- Realmente. Esqueci que sua praia é brincar de bonece... – zombou Yagari fazendo Kaname surtar de raiva.

Zero olhava fuzilava Kaname com o olhar. Eu apenas espero que dê tudo certo e que Zero não cometa nenhuma bobagem.

 - Irei perguntar apenas uma vez. Quem foi que roubou Yukki de meus braços? – perguntou Kaname.

- Eu. Algo contra? – perguntou Zero pegando sua arma

- Quer fazer o que favor de devolvê-la?

- Não. – disse Zero friamente.

Os dois se aproximaram um do outro e se encararam.

“Por favor, Zero não faça nada de errado.” – pedia repetidamente em minha mente

Kaname começou a rir fazendo Zero ficar irritado. Eu estava com medo do que ele poderia fazer a Zero.

- Está rindo do que? Contei alguma piada?

- Você por si próprio já é uma grande piada Kiryuu Zero.

Zero apertou sua mão contra a arma que estava segurando e a apontou contra Kaname que continuava rindo. E meu medo apenas aumentava a cada movimento deles.

- Repita...

- Você é surdo Zero?

- Às vezes gosto de fazer de surdo para poder ouvir melhor as idiotices que falam...

- Intimidadora essa frase Zero! Pensava que vocês eram melhores, mas só passam de vermes que fingem ser durões...

Yagari foi para cima de Kaname, mas foi surpreendido por dois homens. Eles começaram a lutar lá fora deixando apenas eu, Zero e Kaname.

 - Você me dá sono Zero! Me entregue Yukki.

- Não Kaname. Ela é propriedade nossa agora.

 Kaname apenas ignorou o que Zero havia falado e veio em direção dele e em questão de segundos Zero estava no chão, sangrando.

Senti um aperto no meu peito, Zero estava machucado e por minha culpa.

Isso tinha que acabar e já.

- Zero-kun! – gritei ao me jogar ao seu lado

- Fique onde está Yukki... – ordenou Kaname vindo em minha direção.

- Não encosta nela, maltido! – disse Zero se levantando com a mão em seu machucado.

- Kaname-senpai, não faça nada ao Zero-kun, por favor... – pedi segurando para não chorar.

- Fique fora disso Yukki! – ordenou Kaname gritando comigo

- Não grita com ela, merda! – disse Zero apontando sua arma para o rosto de Kaname

Zero atirou em Kaname, que apenas se ajoelhou de dor no chão. Mas com os poderes de Sangue-Puro seu ferimento se regenerou rapidamente.

Kaname se levantou do chão e me puxou para seu lado. Tentei sair dos seus braços, mas foi inútil.

- Kaname-senpai, me solte! – gritei

Kaname apenas me ignorou e olhou para Zero o fazendo ajoelhar novamente no chão.

Ele estava com uma expressão de dor em seu rosto e isso me partia o coração. Meus olhos já ardiam tentando segurar meu choro, mas não consegui segurar mais nada ao observar essa cena.

Era doloroso demais ver Zero sofrer.

Comecei a me debater e consegui sair. E a primeira coisa que consegui fazer o vendo daquele estado era o abraçar...

- Eu te amo Zero-kun...

Senti-me meio tonta e as ultimam cenas que me lembro daquele dia, foram:

- Eu também te amo Yukki e irei te buscar cedo ou mais tarde... – disse ele me abraçando cada vez mais forte.

                           -x-

Alguns dias depois...

Achei que não seria capaz de viver um dia sequer sem você

Mas de alguma forma consegui viver mais do que eu esperava

Você não responde nada enquanto choro gritando "sinto sua falta"

Minhas falsas esperanças são inúteis agora

Já se fazia alguns dias desde que Kaname me tirou do meu adorável pesadelo. Não estava com fome e nem sono, não queria mais viver.

Apenas ficar perto de Zero-kun novamente...

Cada minuto que passava dentro daquele quarto subterrâneo era como séculos e séculos inteiros de dor e solidão. Eu faria qualquer coisa, qualquer coisa mesmo para poder vê-lo, tocá-lo, sentir seu delicioso cheiro novamente ou até mesmo ver suas caretas estranhas quando fala algo sem sentido ou engraçado.

Fui em direção da pequena janela de minha casa. Estava ensolarado, me fazendo lembrar aquela tarde divertida que tive ao lado de Zero.

Levei meus dedos até meus lábios e sorri ao lembrar do meu primeiro beijo.

- O que faria para te ter aqui novamente Zero?

De repente, Kaname entrou no quarto. Limpei minhas lagrimas rapidamente, acho que ele não percebeu que estava chorando...

- Tenho novidades Yukki-chan. – disse ele bagunçando meus cabelos.

- O que é Kaname-senpai... – tentei não parecer depressiva.

- Irá para o colégio comigo por precaução para ataques de certos indivíduos...

Ah legal, já estava com depressiva por causa do Zero, agora terei que freqüentar a escola?

Mas mal eu sabia que seria a oportunidade para reencontrar Zero?

Deveria ser fruto da minha imaginação

                                   -x-

- Yagari em hipótese alguma irei para esse colégio de vampirinhos... – disse com raiva.

- Zero. Você não vai lá para estudar, fazer amigos e ser feliz para sempre. Irá lá porque o Conselho te mandou proteger uma garota de lá...

- Porque não vai? – perguntei tedioso

- Porque se não irá ter ser um lindo traseiro chutado por mim...

- Idiota...

Ah legal, já estava com depressiva por causa da Yukki , agora terei que freqüentar a escola?

Mas mal eu sabia que seria a oportunidade para reencontrar Yukki?

 Deveria ser fruto da minha imaginação...

Dias se passaram e o temido dia chegou. Não estava nada animado para ver aqueles adolescentes retardados fazendo amizade com outros adolescentes retardados. Minha vontade era chutar a cabeça de cada um para ver se eles viravam gente decente.

Estava na porta daquele colégio. Ele se chama Cross.

Mas o que Yagari estava fazendo ali?

- O que está fazendo aqui? – perguntei

- Serei seu professor de ética de agora em diante.

- E você sabe alguma coisa sobre ética?

- Não. Mas sei que se começar com gracinhas terá o prazer de cortar sua cabeça e fazê-la bola de futebol Zero.        

Revirei os olhos e fui com Yagari em direção de uma sala. Adolescentes retardadas gritavam algo como “kya, que fofo” e apenas lancei um olhar matador a elas.

Entrando na sala, sentei-me na ultima carteira e fiquei com cara de brisa.

Aqueles inúteis não calavam a boca.

Um perfume familiar adentrou a sala, olhei para porta e era ela.

Seus curtos cabelos castanhos estavam presos e estavam com o típico uniforme da escola.

Ela continuava linda, perfeita...

Meu coração pulou de felicidade e só pude falar...

- Yukki...