XIV
(Ponto de Vista: Kuran Yukki)

E depois daquela noite linda dançando ou tentando dançar naquele coreto, Zero me levou até minha casa e me colocou para dormir como sempre fazia enquanto estava presa naquele palácio. Aquele foi o melhor Dia dos Namorados da minha vida.
Levantei-me ainda tonta e Zero não estava ali. Seria morte na certa se Kaname o encontrasse no meu quarto, mesmo que não tivéssemos feito nada de pervertido.
Tomei um longo banho e deixei a água escorrer sobre meu corpo e em meus cabelos amarronzados. Tinha a sensação que hoje seria um grande dia.
E não era para um dia bom e feliz...
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- Merda, porque me trouxe para cá? – perguntava Ichiru sem parar até chegarmos naquele galpão abandonado
- Porque você não tem mais nenhuma serventia para mim e além do mais, coisas sem serventia merecem ser descartadas– disse Kaname se encostando à parede
- O que quer dizer com isso Kaname-sama? Sempre serei fiel a você. – curvou-se Ichiru na direção de Kaname
- Eu sei disso, mas continuo achando que você não tem mais serventia a mim. Foi bom ter recebido suas informações, Ichiru.
- Por favor, Kaname-sama, não faça nada a mim...
- Yoshie. – chamou Kaname – Faça as honras, por favor. Só não se machuque, está bem?
- Cala a boca Kaname, eu sei o que irei fazer.
E em fração de segundos, Ichiru estava sangrando naquele chão imundo e oportuno que agora estava sujo de sangue. Ouvia apenas gritos de dor vindo daquele velho galpão.
Havia um corte vertical horrendo em suas costas e jorrava sangue de sua boca. Suas mãos e seus pés estavam jogados perto do próprio e incrivelmente suas ultimas palavras foram:

- Diga a Zero que fiz tudo aquilo por inveja de tudo que ele havia conquistado. Eu queria apenas ser como ele.

Kaname olhando aquela cena que havia provocado se aproximou do corpo e o examinou. Yoshie ficou de longe e se sentou no chão, tédio talvez?

- Mas um tolinho que acreditou nas minhas palavras.

E com os poderes de Sangue Puro, Kaname incendiou aquele lugar frio e obscuro. Deixando lá queimar o corpo e os sonhos de Kiryuu Ichiru.
Que por mais revoltado que fosse ainda tinha sonhos.
Não realizados, mais sonhos...
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Yukki estava com uma expressão de preocupada. Pensei que ficaria feliz por ter saído de dentro daquela prisão que ela chama de casa e isso me preocupava um pouco.

- No que tanto pensa Yukki?- perguntei ficando um pouco preocupado
- Desde cedo estou achando que algo ruim vai acontecer, só não sei o que é.
- Está se preocupando a toa. Não terá nada de ruim...

Bem, isso era o que eu falei para confortar Yukki. Quem diria que esse pressentimento dela estaria certo?
No momento exato em que disse tais palavras, Yagari apareceu no jardim do colégio, ele parecia estar com raiva. Será que alguma criancinha contou para os pais que ele chuta a canela delas?

- Tenho que lhe informar algo muito serio. – disse Yagari
- Alguma criança contou que você as aterroriza pros pais? – zombei, Yagari me olhou com seu pior olhar matador.
- Engraçadinho, venha comigo. Essa conversa pode traumatizar pessoas inocentes. – disse Yagari olhando para Yukki que se encolheu em um canto
- Yukki fique aqui, irei voltar logo.

Yukki assentiu ainda com aquela expressão de mais cedo. Fui até uma arvore distante o bastante para Yukki não ouvir essa conversa e perto o bastante para poder ver onde ela esta e etc.

- Ok. O que quer me falar de tão importante Yagari?
- Deram um sumiço no Ichiru...
- Finalmente alguém teve essa maravilhosa idéia, mas para onde levou ele? Quero ir lá rir da sua cara. – zombei, Yagari revirou os olhos
- Irei ser bastante direto: mataram o Ichiru. E não preciso dizer quem foi o mandante desse assassinato não é mesmo?

Por mais que odiasse Ichiru por ter feito tudo aquilo a mim e a minha família, ele era meu irmão gêmeo e bem lá no fundo eu ainda tinha esperança que ele se regenerasse e virasse o antigo Ichiru companheiro, meu melhor amigo.
Mas agora estava tudo perdido, ele estava morto. E seja lá quem fez isso irá pagar caro por isso. Ele não merecia ter uma morte dessas e o único nome que veio a minha cabeça como mandante desse ato foi...
- Kaname...
- Demorou a cair a ficha Zero. Agora pouco ouvi uns gritos vindos de um galpão abandonado e cheiro de fumaça, depois vi Kaname e Yoshie saindo de lá. Fui verificar e vi o corpo de Ichiru sendo queimado
- A Yoshie? – perguntei espantado

Yoshie era uma pessoa tão meiga e dócil. Como ela poderia estar envolvida em algo tão cruel?
Era impossível de acreditar.

- Zero as aparências enganam. Principalmente se você convive com um rato sujo do Conselho chamado Kuran Kaname.
- Ele vai pagar muito caro por ter matado o Ichiru, mesmo que eu o odiasse ele não merecia uma morte dessas. – bufei ao apertar minhas mãos com raiva

Minha vontade de era de explodir a cabeça de Kaname, agora em hipótese alguma iria o deixar colocar seus dedos em Yukki. Estava aí a prova que ele não é o que parecia ser.
E Yukki precisava saber disso.
Andei na direção de Yukki novamente, Yagari também veio se por acaso impedir que eu cometesse algum assassinato.

- Aconteceu algo grave não é mesmo? – perguntou Yukki
- Então você ouviu nossa conversa? Não lhe ensinaram que é feio fazer isso, criança. – disse Yagari olhando mortalmente para Yukki que tremia de medo
- N-não Yagari-sama. Só estava com um mau pressentimento...
- Pare de aterrorizar Yagari. – pedi – Ela não é uma daquelas crianças retardadas na qual você faz isso.
- Tem certeza? – duvidou Yagari

Olhei mortalmente para Yagari que começou a dar pequenas risadas. Agora não era o momento para terrorismo e nem para piadas insanas, era o momento para acertas contas com Kaname.

- Cala a merda da boca Yagari. E sim, aconteceu uma coisa grave Yukki.
- Eu sabia. O que aconteceu?
- Yagari encontrou Ichiru morto no velho galpão abandonado.
- Quem foi que fez isso? – perguntou Yukki levando sua mão na boca, assustada

Yagari e eu nos entreolhamos. Eu queria contar a verdade para Yukki, mas Yagari me olhava como se quisesse falar: se contar a verdade ela não vai agüentar e eu vou te bater.
Então, preferi ficar calado mesmo querendo matar o infeliz do Kaname.
E eu nem ao menos despedi de Ichiru...
- Por favor, poderia parar de roubar Yukki toda vez que eu saio Zero? – perguntou ele.

Aquela voz pertencia a aquele infeliz. Virei-me para ter certeza que ele tinha a cara de pau de matar Ichiru e ainda vir conversar comigo como se nada tivesse acontecido.
Era ele. Kaname
Lancei meu pior olhar matador a ele e um ódio doentio tomou conta de mim, estava cansado de guardar esse ódio e era hora de o deixar ser livre...

- Kaname. - falei