Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco


Capítulo 7
Capítulo 007 - Normal como antes


Notas iniciais do capítulo

Thiago "Snarkii" Ishida, capítulo 007. Reencontro de pais e filhos é bom, ainda mais quando ambos correm risco de vida. Boa leitura e Não esqueçam de comentar!



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22 de Setembro de 1989.

Eram 09:00 da manhã quando chegamos na confortável casa de Killer. Fui tomar um banho, já que estava suado e com sangue. Demorei um pouco no banho para refletir no que Arbok tinha me contado. "Tente saber do que estou falando" disse ele... Será que Killer mentiu em dizer que ele é nosso inimigo?

Terminei o banho, me sequei, escolhi minha roupa de sempre: Terno preto e gravata preta, calça preta, e sapato preto. Mas mesmo assim, não parava de pensar em Arbok. Ele tinha uma aparência tão serena e calma, e quando falou comigo, olhou nos meus olhos com desespero de que algo ruim acontecesse. Mas não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo. Ora, mal sabia como reagir em tal momento.

09:45 e Killer estava preparando algo para comer, para finalmente irmos até o encontro de meus pais e da Gih. A cada momento ficava mais ansioso.

"Snarkii! Fiz Sushi e Sashimi, venha provar!" - Disse Killer, oferecendo-me uma cadeira para se sentar. Irônico, os petiscos da minha festa de aniversário foram sushi e sashimi, e todos aprovaram. Estaria Killer me observando antes de toda a matança, ou foi uma simples coincidência?

A refeição estava ótima, agradeci, elogiei, e me levantei da cadeira em direção ao banheiro para escovar meus dentes. Realmente estava muito ansioso. Estava esperando Killer ficar pronto, colocar sua típica roupa preta e passar gel em seu cabelo loiro para sairmos o quanto antes.

Era 10:30 da manhã quando saímos da casa de Killer. Andamos por um caminho que eu nunca fui, rumo a estrada. De fato era uma rodovia, mas isso pouco importava. Chegamos no que parecia ser um estacionamento, e entramos num carro.

"Snarkii, infelizmente vou ter que colocar isso em você, só por precaução" - Disse Killer, já colocando uma venda em meus olhos. Ele deu a partida no carro, e começou a dirigir.

- Snarkii, tudo bem aí!?

- Já estive melhor.

- Com certeza.

- Mas viu, e sobre o nosso trato, da Gih vir morar comigo?

- Só se ela concordar, claro.

- Sim.

- Se ela concordar, ela estará voltando de carro com a gente.

- Hm.

- Snarkii, até esses 15 anos chegarem, você estará treinando comigo novas técnicas variadas. Nada de mais, mas que fará muita diferença na hora do combate corpo-a-corpo e com armas.

- Tá ok então.

- E mais uma coisa. Estamos sendo bonzinhos com você mas não somos tolerantes. Nos trair é a mesma coisa que a morte de seus pais, e da Gih.

- Tá.

- Outra coisa. Tudo está acontecendo muito rápido ultimamente, vou dar uma pausa para você tentar relaxar depois que tudo aconteceu.

- Já era hora.

- Com certeza.

Era 11:15 quando Killer tirou a venda de mim. Pude claramente olhar para a rua, para a cidade grande. A minha frente, um prédio enorme. Imaginava ser lá a localização dos meus pais, mas não era.

Estava um pouco mais distante dalí, em uma casinha simples.

Chegamos nessa casa, Killer tocou a campainha e esperamos por algum momento. Uma senhora, que tinha um olhar sincero e um rosto dócil e gentil, nos atendeu.

"Eles estão aí não é?" - Disse Killer, olhando para a pequena senhora. "Sim" - Respondeu ela. Killer então tirou uma boa quantia de dinheiro do bolso de sua calça, e entregou para a velhinha. A mesma começou a contar o dinheiro, olhou para nós dois, e nos permitiu entrar. É, as aparências enganam.

A casa era bonita, bem enfeitada e arrumada. A velinha abriu uma porta que levava até uma escada, que descia. Era mal iluminado, as paredes eram tortas e sem detalhes, como se fosse pedra. No fim dessa escada, havia um pequeno corredor, e uma porta a frente.

Abrimos essa porta, e a mesma nos levou a um porão, totalmente escuro, sem nenhuma claridade. A velhinha acendeu as luzes do porão, e encontrei quem mais eu desejava.

Meu pai e minha mãe estavam sentados no chão, encostados na parede, dormindo. Os braços de meu pai envolviam a cabeça de minha mãe.

"Pai!!! Mãe!!!" - Eu gritei, com todas as minhas forças, correndo em direção a eles. Meu pai acordou e me olhou. Seu olhar cansado mudou subitamente para um olhar espantado, de alegria. "Filho!!" - Disse ele, já levantando para correr em minha direção. Minha mãe também acordou, e os olhos dela se transbordaram em lágrimas.

Abracei meu pai, com todas as minhas forças, chorando muito. Minha mãe também chegou e nos abraçou, chorando demais também. Todos nós choramos, foi um reencontro de família.

Killer estava no canto, só observando, sem fazer nada.

Meu pai João, e minha mãe Victória, finalmente encontrei eles.

O abraço durou muito, muito tempo, até que nós sentamos no chão, aliviados, e começamos a conversar.

- Filho, você tá bem!? O que fizeram pra você?

- Tô bem pai... E vocês? Tudo isso é culpa minha...

- Não é, é culpa minha... Já te explico. Mas nós estamos bem, graças a Deus, já estive em situações piores, mas já sua mãe...

- Eu também já estive em situações piores querido. Lembra quando estávamos nos casando e você tinha esquecido o anel?

- Hehehe, cê nunca esquece disso hein!

- Hahaha, essa história é velha hein mãe!

- Igual seu pai!

- Hahahahahaha.

- Mas agora falando sério... O que fizeram com você campeão?

- Fizeram eu usar... a-armas...

- Cobra já me contou isso.

- Espera aí, Cobra te contou!? Como você conhece Cobra!? O que eles falaram sobre você é verdade então??

- O que eles falaram sobre mim?

- Que você devia favores a eles, e que você era quase tão importante quanto Snarki.

- Sim, eu era quase tão importante quanto Snarki, mas ele sempre foi melhor que eu - Disse meu pai, olhando para Killer. Killer não respondeu, ignorando-o com braços cruzados, olhando para a parede.

- Mas então... Você era um assassino!?

- Calma filho... Sua mãe e eu... Bem... passamos por momentos muito difíceis que você não entenderia agora. Acho melhor esperar um pouco para contarmos. Além do mas, Cobra nos ameaçou de morte se abrirmos a boca.

- Esse filho da puta do Cobra.

- Olha a boca Thiago - Exclamou minha mãe, já enfurecida.

- M-Mas... E a Gih!?

- Gih? - Estranhou meu pai. - Sim! Ela está naquela porta alí - Disse ele, indicando a porta, no canto direito da sala.

- Posso ir lá?

- Claro!

Me levantei, enxugando as lágrimas, para me reencontrar com a Gih. Abri a porta e como antes, não estava iluminado. Acendi as luzes e encontrei a Gih, de pé, orando. Ela olhou para mim, olhei para ela. Sua reação foi igual a dos meus pais, ela se encheu de lágrimas e correu em minha direção.

Ela correu tanto que antes de chegar até mim, tropeçou. Eu segurei ela pelos braços, e continuei segurando. Me ajoelhei junto a ela, e nos abraçamos. Por que eu fui enxugar as lágrimas? Já estava chorando de novo...

Levei a Gih até meus pais, para todos nós conversarmos. Expliquei o que tinha acontecido, do que eu já sabia, do que eu passei e do que eu vou passar. A Gih não demonstrou medo algum e morar aqui, apenas temia pela família dela, mais nada. "Já que estou aqui, quero morar com você" - Afirmou ela.

- Thiago, você conhece o Míssil Snark?

- Sim, com certeza.

- É daqui 15 anos, não é?

- Sim, quando eu fazer 30 anos...

- 30 anos... Não...

- Quê?

- N-Nada... Apenas tome cuidado até lá.

- Killer! Quantos anos Cobra tem!? - Perguntei.

- 60, provavelmente.

- E você?

- Eu!? Eu tenho 20...

- Certo. Pai tem 50 e mãe tem 45, praticamente.

- Sim, e daí? - Perguntou meu pai.

- Hummm... Até que faz sentido.

- O quê?

- As idades condizem, você realmente conheceu Cobra, segundo meus cálculos.

- Sim! Eu conhecia ele, hehe, você cheio de cálculos...

- Tá, mas já que estamos todos aqui...

- ...

- Qual sua relação com Cobra? O que ele fez com você?

- Killer, posso?

- Pode.

- Tem certeza que quer saber meu filho?

- Sim.

- ...

- ...

- Bem...


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo em breve! Espero que tenham gostado!



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