Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco


Capítulo 16
Capítulo 016 - Velasko Itskovich


Notas iniciais do capítulo

Thiago "Snarkii" Ishida, capítulo 016. Puxar o gatilho e matar desconhecidos por dinheiro... Não é patriotismo. Boa leitura e Não esqueçam de comentar!



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13 de Março de 1995.

Cheguei em casa, na casa de Killer, ainda pronto para a hora do almoço. Cumprimentei minha esposa, dando-lhe um beijo. Ela não resistiu e perguntou:

- E aí Thiago! Como foi?

- Tenso.

- Han?

- Meu pai continuou aquela história, de 5 anos atrás.

- Não tô lembr-- Ah! Aquela!?!?

- Sim.

- Nossa!! E como foi?

- Ele foi no outro dia e treinou com Cobra.

- M-Mas...

- Sim, Cobra era o líder do Comando Azul ainda. Basicamente, Guirouty queria que Alex fosse pros vermelhos e que Meu pai fosse pros azuis, para estudarem o objetivo de cada um.

-Tá, mas o que aconteceu com ele depois?

- Foi capturado depois de uma batalha com Arbok. Ele foi levado para uma sala escura, como disse meu pai, mas depois ele não contou mais.

- Por que não? - Disse minha esposa, com um olhar de bastante preocupação.

- Antes de meu pai continuar a história, Killer o interrompeu, e deu a louca lá. Ele simplesmente enfureceu e agiu como um doido, perdendo total controle de sua própria insanidade...

- ...

- ... O que fez ele apontar sua arma para o meu pai.

- S-Sério!? E o que aconteceu depois?

- Ele mandou meu pai calar a boca e também me mandou ir para o carro, então eu fui. Depois disso... A gente veio pra cá.

- Hum... Que estranho hein! O quê que deu no Killer?

- Não faço ideia. Acho que meu pai ia me contar algum tipo de verdade que eu devo saber, e talvez...

- Talvez... ?

- Sim! Talvez seja o que é Arbok quer me contar!

- Arbok?

- Sim! Naquele dia, 5 anos atrás!

- Hmmm... Pode até ser, mas ainda é meio estranho.

- Pois é.

- ...

- E o almoço... Tá pronto?

- Tá sim, eu te esperei, vamos lá comer.

- Ok.

Da sala, fui para a cozinha. Arrumei a mesa, colocando os talheres preferidos de Gih, copos, etc. Peguei a cadeirinha do Viktor, e coloquei perto da mesa.

Começamos a comer: Arroz, maionese e cenouras cortadas para mim. Para Gih, o mesmo prato, porém com carne, e papinha para o Viktor.

13:30 terminamos, levei os pratos, talheres e os copos para a pia, e os lavei. Depois, pensei que tudo estava acontecendo rápido novamente, então decidi sair e tomar um ar fresco.

Indo em direção à porta, me deparei com uma folha, numa mesa de jantar à minha direita. Olhei, observei... Até que decidi pegá-la e abrí-la para ver o que tinha dentro.

Lembrei então que Ekan havia passado em casa e deixado tal bilhete, que mostrava os dados do próximo homem que deveríamos matar. Peguei a folha que estava dentro do envelope, desdobrei, e olhei:

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Nome: Velasko Itskovich

Tipo do sangue que será jorrado: B+

Idade: 52, nasceu em 1943.

Uso de armas: Sim, armas de fogo.

Olhos: Preto.

Pele: Caucasiano.

Última vez visto: Copacabana.

O que o filho da puta fez: Com cerca de 20 anos, Itskovich, de origem russa, ajudou no tráfico de negros para o Brasil. Tratava-se de um projeto oculto chamado "Projeto NPBXX", que comercializava negros para servirem de escravos no Brasil. A escravidão, obviamente, já estava encerrada, mas tal Projeto fez com que brancos tivessem escravos, sem os revelar para nenhum tipo de governo ou mídia.

Onde conseguimos esses dados: Informantes e "espiões" amadores que o seguiram e encontraram suas anotações diárias.

Mandante da execução: Nosso chefe.

Preço a ser pago: R$50.000 para cada.

Armas utilizadas para execução: Escolha livre.

Tortura: Permitida.

Prazo de entrega da cabeça: Qualquer mês/ano.

Participantes: Snarkii, Ekan e Rellik.

Boa sorte.

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"Há" - Disse, enquanto largava o papel na mesa. "Vou mesmo é dormir" - Concluí, já tirando o chinelo no meio do corredor para deitar na cama.

Abri a porta do quarto, fechei as janelas, liguei o ventilador, fechei a porta, e me deitei sobre a cama, sem cobertor nem travesseiro. Olhei para cima, observando o ventilador se movendo...

Pensei sobre Killer, que provavelmente estara conversando com Cobra. "Isso aqui tá parecendo o governo" - Comentei apenas em pensamento, me referindo a omissão de informações circuladas pelo governo.

"Tsc... Ainda falta 10 anos pro Míssil Snark II" - Pensei - "Depois disso, vou sair desse Inferno." - Concluí, me virando e deitando de lado, de costas para a parede. "Tô cansado pra caralho..." - Disse, já caindo no sono.

14 de Março de 1995.

"Que horas são?" - Perguntei para o nada, enquanto tentava achar algum relógio por perto. "Será que eu dormi o dia inteiro!?" - Concluí, com um tom desesperado.

Levantei, calcei meus chinelos e abri a porta. Fui até a cozinha, e vi no relógio que indicavam 02:00 da manhã. "Puta que pariu..." - Pensei, enquanto imaginava a quantidade de horas que dormi.

Fui para o quarto meu e de minha esposa, já que tinha dormido no quarto de visita pelo cansaço extremo, e resolvi abrir a porta para ver se ela e o pequeno Viktor estavam dormindo.

Abrindo a porta, não vi ninguém. Os cobertores estavam bagunçados, então pensei que a Gih levantou para dar leite ao Viktor, até que ouvi barulhos de fora.

Eu até poderia estar enlouquecendo, mas tinha certeza de que alguma coisa não estava certa. Indo em direção à porta para ver qual era esse barulho, peguei minha arma que estava na mesa, ao lado do bilhete sobre Itskovich.

Com a arma na mão, abri a porta... E não vi nada, nem vi. Apenas a escuridão do "lá fora". Me senti aliviado, e fui procurar Gih e Viktor na cozinha, quando ouvi sons de motor de moto.

Apontei minha arma em direção à porta, e fui andando até ela. Como ela já estava aberta, apenas passei, e fui para o lado de fora.

Meu olhar ficou assustado, arregalei os olhos e pensei que ainda estava sonhando. Havia uma fila de motos na frente de casa, um homem em cada moto, tudo de cor preta. O que quebrava a "corrente de motos", era um furgão, também preto, que estava na frente de todos os veículos.

A porta desse furgão se abriu, me permitindo ver Gih e Viktor, amarrados e vendados, com fita em suas bocas para os impossibilitar de falar ou gritar. Ao mesmo tempo que essa porta se abria, saía um homem. Era ele, o mesmo da foto. Velasko Itskovich.

Caí ajoelhado no chão, olhando minha esposa e meu filho, que estavam chorando. Pensei em como eu era inútil... Se eu não tivesse dormido...

Enquanto eu estava ajoelhado, Itskovich andava em minha direção, mirando sua Desert Eagle em mim. "Está com medo?" - Disse ele, ainda se aproximando.

Quando chegou bem perto de mim, ele colocou a arma na minha cabeça, fazendo-a encostar com força sobre meu cabelo. "O que está a fim de fazer agora?" - Perguntou, debochando.

- Hein Snarkii? O quê quer fazer agora?

- D-Deixa minha família fora disso.

- Opa! Uma negociação! Só os fracos fazem isso!!! - Disse ele, enquanto todos os outros motoqueiros riam de minha cara.

- S-Sim.

- Ótimo... Ótimo... Bem, deixa eu esclarecer algumas coisinhas. Eu só estou aqui porque, descobri pelos Meus informantes, que vocês estavam querendo me matar. Eu que não sou burro, decidi que faria o trabalho sujo eu mesmo, matando você e sua família.

- Já disse, não envolve minha família nisso!

- Você não está em posição de negociação! Homens, mire nele! - Gritou, enquanto todos os motoqueiros miravam fuzis em mim.

- Pára... Agora...

- Hahahaha! Você é muito inocente! Mas sei quem é mais inocente que você... Sua esposa.

- Han!?

Naquela hora, ele terminou sua risada nojenta e irritante, e foi em direção à minha esposa, que estava no furgão. Eu me levantei e tentei correr na direção dele, mas foi em vão pois, antes que eu pudesse, os motoqueiros miraram seus fuzis para mim... Alguns até atiraram para assustar.

Ele estava se aproximando do furgão... Foi quando ele subiu, e arrastou Gih pelos cabelos, até descerem do furgão. "Filho da puta, não encosta nela!!!" - Gritei com todas as minhas forças, enquanto os motoqueiros miravam em mim.

Itskovich tirou, bruscamente, a venda dela, e a faixa que impedia sua fala. Gih olhava para mim e gritava de desespero e angústia. Eu, novamente ajoelhado, chorava por Gih. O braço de Gih estava estendido em minha direção, e o meu estava estendido em direção a Gih.

Itskovich deu um tapa em Gih, gritando: - "Agora você vai ser a Minha vadia!!". "Pára com isso agora! Vou te matar!" - Gritei, enquanto chorava.

Aquele maldito Russo, Itskovich, finalmente segurou o queixo de Gih, dando-lhe um beijo agressivo. Meu mundo desabou naquela hora, vendo um alvo beijando minha esposa... Não podia deixar assim. Peguei minha arma, porém os motoqueiros atiraram perto de mim para me assustar, fazendo com que eu desistisse da arma.

"Gostou!? Quer mais!? Sua puta!!" - Gritava Itskovich, cuspindo na cara de Gih enquanto ria. "N-Não... Não..." - Repetia incessavelmente enquanto olhava àquela cena.

"Bem, chega de brincadeiras, não é??" - Perguntou ironicamente Itskovich, tirando sua arma do colete e mirando no rosto de Gih.

"Itskovich! Vamos negociar! Pára com isso!!" - Suplicava, enquanto chorava e olhava para Gih, que também estava chorando. Ele ria da minha cara, os motoqueiros riam da minha cara também... Tudo estava se desabando para meu lado.

Ele pegou sua arma e apontou na cabeça de Gih, enquanto ria constantemente de mim e dela. "Só não te estupro agora porque estou cansado demais" - Disse Itskovich, apontando sua arma para Gih. "É agora" - Gritou ele.

"Quero que todos vocês atirem em Snarkii, quando eu terminar de atirar em Gih." - Avisou Itskovich para todos. "Não..." - Pensava eu, enquanto olhava para o rosto preocupado de Gih.

"No três!" - Gritou o russo, enquanto mirava para Gih. "Um... Dois..."

"Nããããão!!!!!!!!!" - Gritei, com todas as forças possíveis.

- "Três!!"

Um disparou se estalou no ar. Um silêncio foi estabelecido... E minhas esperanças... Há...


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo em Breve e Não esqueçam de comentar!



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