Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco


Capítulo 14
Capítulo 014 - Habilidades de Jack


Notas iniciais do capítulo

Jack Ishida, capítulo 014. O que você faria se achasse o homem perfeito para um plano perfeito? Boa leitura e Não esqueçam de comentar!



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12 de Março de 1970.


Olhei para Cobra, ele olhou para mim, e nos cumprimentamos. Em minha volta, algo parecido com uma Arena, meio grande. Na minha esquerda, uma pequena entrada para um caminho, meio estranho. Olhava para todos os lugares, quando Cobra disse:


– Algum problema erm... Ishida?

– N-Não! Só estou vendo um pouco o ambiente.

– Certo. Por algum acaso você sabe do conflito entre os Azuis e os Vermelhos?

– Sim.

– Mas você sabe quais são as diferenças ideológicas de cada um?

– N-Não senhor.

– Aquele maldito, ele quer uma favela cheia de corrupção, querem que cada mulher seja praticamente uma prostituta, ele simplesmente quer uma festa na favela, para sempre.

– ...

– Mas eu, eu quero uma favela correta. Eu quero que isso deixe de ser uma favela, e seja um lugar respeitado pela população geral. Quero dissipar todo tipo de fome e doenças aqui existentes.

– Hm...

– Lute pelo Comando Azul pensando nisso, Ishida, e tudo ficará bem. Espero bons resultados de você.

– Sim.

– Está liberado, alguma pergunta?

–Sim.

– Qual?

– Terei que matar pessoas?

– Não, você matará animais, porcos e sujos, aqueles malditos vermelhos... Não merecem nem ser chamados de pessoas.

– Tudo bem.

– Ótimo, vá para casa, descanse...

– Obrigado.


Me afastei do trono, apenas andando para trás... Virei, e continuei meu caminho, descendo as escadas. Fui até a casa de Guirouty, mais a frente, um pouquinho longe. Encontrei Alex batendo palmas em frente à casa.


– E aê Alex.

– Opa! Jack!

– É, meu encontro com Cobra foi bem rápido.

– O meu com Arbok também... Como é o Cobra?

– Bem, ele disse que Arbok não luta pela favela, mas ele disse que ele se compromete, que lutará pela favela, para deixá-la um lugar melhor.

– Arbok disse que ele luta pela favela, mas Cobra tem outros interesses muito mais distintos, e para uma pessoa normal, malucos.

– Hum, estranho.


Estávamos conversando quando Guirouty foi nos atender. "Podem entrar" - Disse ele. Entramos, sentamos no sofá, e olhamos para ele, que também estava sentado no sofá. Ele começou a conversa dizendo:


– Que bom que vocês estão aqui.

– Por quê?

– Pensei que seus respectivos "líderes" te dariam um abrigo para dormirem e começarem o treinamento amanhã.

– ...

– Para ficar mais fácil, vocês dormirão aqui em casa por alguns dias, no máximo uma semana, para começarem o treinamento. Como o Jack tem família, ele vai ligar para sua esposa e avisar.

– C-Como você sabe disso? - Perguntei.

– Apenas cuide do seu trabalho, que eu cuido do meu. O Telefone está logo alí, ligue para ela.

– Hm...


Me levantei, fui em direção ao telefone preto, e peguei no telefone. Disquei o número de minha casa, e esperei por um momento. Minha mulher atendeu:


– Alô?

– Amor, sou eu.

– Jack? Oi.

– Então, vou ficar uns dias fora. Antes era só um dia, mas agora vão ser alguns, depois te explico melhor o porquê.

– Tudo bem, mas antes de voltar, me liga, ok?

– Ué, pra quê?

– Para eu ficar sabendo quando você vem né!?

– Ah é, verdade.

– Então tá, vou sentir saudades.

– Também vou, beijos.

– Beijos.


Desliguei, colocando o fone no gancho. Voltei para o sofá, me sentei, e olhei para Guirouty. Ambos estavam olhando para mim. Estranhei. Foi quando Guirouty disse:


– Você não contou para sua mulher ainda?

– Contar o quê?

– Que você matou pessoas, e que talvez matará mais ainda.

– N-Não.

– Por quê!? Ficou louco!?

– Cuide do seu trabalho que eu cuido do meu!! - Exclamei em um alto tom de voz.


O clima ficou tenso, ouviamos apenas o leve vento que o ventilador nos proporcionava. Alex e Guirouty pararam de me encarar, porém não tirava o fato de eu ainda estar puto.

Os problemas eram meus, ninguém iria resolvê-los para mim, então consequentemente, ninguém deveria se intrometer. Suspirei em um tom de calma e alívio, quando Guirouty olhou para mim e disse:


– Calmo agora?

– Sim, perdoe-me.

– Sem problemas, eu que estou errado. Mas se permitir, tenho uma sugestão...

– Hm?

– Fale o mais rápido possível com sua esposa sobre isso. Se ela não souber, vai estragar o relacionamento de vocês futuramente. Acredite em mim.

– Tá...

– Ei, o que você queria falar com a gente? - Perguntou Alex.

– Hum, verdade. O que cada líder falou para vocês? Jack, começando com você.

– Bem, ele falou que ele está lutando por propósitos certos, diferente de Arbok, que quer que a favela seja cheia de prostituição e praticamente sem leis. Basicamente é isso.

– Hum... E você Alex? O que Arbok falou?

– Arbok disse que as intenções de Cobra são muito distintas do que a Favela merece. Ele também disse que não está lá pela favela, e sim para deter Cobra. Quando assim for concluído, ele achará alguém para comandar a Favela.

– Isso sim foi interessante... - Disse Guirouty, realmente interessado no assunto. - É só isso que vocês tem a me dizer?

– Sim - Respondemos.

– Tudo bem então, só isso.

– Só? - Perguntamos.

– Só isso mesmo. Podem ir para seus quartos se quiserem.

– Hmm...

– O quarto de vocês está lá em cima. Suba as escadas, vá para a direita. Segundo porta à esquerda.

– Ok.

– Mas... Vocês irão limpar aquele quarto para mim. Depois que terminarem, vocês vão jantar.

– Tudo bem - Respondemos.


Subimos, pegamos alguns panos, e começamos a limpar o quarto. O quarto era simples, bonito e confortável, espaço médio. Depois, fomos jantar: Macarrão com pedaços de tomate. Estava muito bom.

Depois, Guirouty nos entregou uma pistola, M1911, para cada um guardar e levar para o próximo dia. "Agora vão dormir" - Disse ele, alertando que deveríamos ter uma boa noite de sono antes do dia seguinte.


13 de Março de 1970.


Acordei, me levantei, e abri a janela, permitindo a passagem da luz. Chutei levemente a barriga de Alex, fazendo ele acordar meio com dor.


– Ai ai! Porra! Precisava fazer isso!?

– Não, mas eu quis!

– Ah...

– Vamos lá tomar um café. Já são 09:00 horas.

– Tá bom.


Saímos do quarto, descemos as escadas, e lá estava Guirouty, sentado em seu banquinho, apoiando o livro que estava lendo em sua mesa. Quando nos viu, tirou o óculos, fechou o livro, e disse:


– Bom dia! Dormiram bem?

– Sim - Respondemos.

– Ótimo, vão tomar um café, depois leiam um livro ou assistam TV, façam o que quiserem até 13:00.

– Ok.


Tomamos café, comemos pão com queijo e presunto. Depois fomos escovar os dentes. Mais tarde, Alex foi assistir TV, enquanto eu fui ler um livro bem interessante.

O Livro contava a história de uma menina que estava em busca de seus pais em meio à Segunda Guerra Mundial. Ela era russa, mas um soldado alemão, comovido com sua história, resolveu ajudá-la.

Estava lendo, bastante entusiasmado, quando Guirouty nos chamou para almoçar. A comida estava extremamente básica: Arroz, Feijão e Brócolis.

Agradecemos, fomos escovar os dentes, e deitamos no sofá para descansar um poquinho. "Levantem seus vagabundos!" - Gritou Guirouty - "Peguem suas armas e se vistam adequadamente!" - Concluiu.

Então levantamos, nos vestimos como estávamos antes, com terno e gravata, etc. Pegamos nossas armas, Guirouty nos ensinou basicamente como se usa e pra que serve cada parte nela.

Saímos da casa de Guirouty depois de nos despedir, às 13:30. Me despedi de Alex, e fui em direção ao Cobra. Fui pelo mesmo caminho de antes, com muitas escadas. Chegando lá, me aproximei de Cobra, segurando minha arma, e ele disse:


– Bela arma você tem aí hein Jack.

– Hehe.

– Bem, agora vai começar o treinamento. Está vendo aqueles alvos com desenhos de humanos? - Perguntou Cobra, indicando tais alvos.

– Sim, estou vendo.

– A distância de onde você está até os alvos são de 10 metros. Você tem 10 segundos para acertar os 3 alvos em qualquer região do corpo.

– Começou?

– ... 9... 8...


Fiquei desesperado, já que o tempo estava valendo. Mas me acalmei nesse pequeno tempo. Segurei minha arma com força, mirei, e atirei. O primeiro alvo foi no braço. Atirei novamente no segundo alvo, mas errei 3 tiros, até que no quarto eu acertei a cabeça. E no terceiro e último alvo, acertei de primeira no peito. Ainda tinha sobrado 3 segundos.

Cobra olhou para mim com uma cara de espantado. Todas as unidades olharam para o alvo, fixamente, e constantemente. Ele saiu de seu trono, pegou uma AK-47 de uma de suas unidades, e me entregou. "Faça seu melhor com ela em 10 segundos" - Disse ele, me entregando tal fuzil.

Peguei na Ak-47, sem saber como usava. Eu sei que o básico era puxar o gatilho, mas não sabia como recarregava... Aí eu percebi que eu não iria precisar recarregar, então olhei para os alvos, segurei forte o fuzil, e puxei o gatilho.

Não segurei o gatilho pois se não, obviamente, o recuo da arma ficaria maior, então apenas apertei o gatilho poucas vezes, para manter o controle.

Acertei o primeiro alvo na cabeça, com apenas um tiro. O segundo alvo acertei na perna, com 3 tiros, e 2 para fora. O terceiro e último alvo, acertei em uma das mãos, precisando de 6 tiros para acertar apenas um.

Cobra, sem dizer nada sobre meu desempenho, mandou eu descer e subir as escadas cinco vezes. Havia cerca de 40 degraus. Desci 5 vezes e subi 5 vezes, com um pouco de cansaço no final. "Demorou 50 segundos" - Disse Cobra - "Você foi um dos melhores até hoje" - Concluiu, surpreso.

Fiquei perplexo, não sabia que tinha tal capacidade para essas coisas. "Preencha isso aqui" - Disse ele, me entregando um papel e um lápis. Apoiei em uma parede e comecei a escrever.


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Nome: Jack Ishida Nascimento: 08/02/40

Tipo sanguíneo: O+ Problema Cardíaco: Não

Pele: Caucasiano Olhos: Castanhos Cabelo: Preto

Físico: Médio/Normal Altura: 1,86 Peso: 81 kilos

O que faz diariamente: Leio livros, vivo com minha esposa, etc.

O que gostaria de fazer diariamente: A mesma coisa.

Sexo: Masculino Orientação Sexual: Heterossexual


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Terminei de escrever e dei o papel para Cobra. Ele analisou aquela folha, e olhava constantemente para mim. "Tudo bem" - Disse ele - "Vá para aquela casa e me espere" - Concluiu ele, indicando uma casinha, que mais parecia uma cabana. "Já volto, vou fazer uma ligação" - Disse ele.

Fui até a "casa", entrei, havia um sofá, uma cama e uma TV. Sentei no sofá e fiquei esperando ele vir. Só não sabia o que ele queria de mim...


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– Alô? Joey Collins? Achei o cara perfeito para você...

– Ele vai servir bem?

– Sim, com certeza.

– Ok, desculpe meu sotaque esquisito.

– Sem problemas.

– Comece o projeto o mais rápido possível, nossa nação precisa disso.

– Pode deixar. Mas, desculpe dizer que, irei querer o dinheiro antes da entrega da finalização do projeto.

– Tudo bem, concordo com as circunstâncias, apenas quero isso rápido.

– Pode deixar Collins. O Brasil deve isso para vocês.

– Certamente. Só isso?

– Sim.

– Certo, Até mais Cobra.

– Até, Collins.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo em breve! Espero que tenham gostado!



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