Dentro do salão comunal da Grifinória Rony praguejava horríveis palavras contra Hermione e o mundo. Ele estava consumido pela raiva, ódio e algo parecido com amor, Mione não o deixara explicar o que realmente aconteceu. Ele desconfiava que sua namorada não confiava plenamente nele quando se falava de garotas, mas agora tinha certeza e isso o enchia dos piores sentimentos possíveis. Porém ainda gostava dela e isso fazia com que lagrimas escorressem pelo seu rosto.

– Ei, Ronizito, não se preocupe, ela vai voltar para você. Todas voltam. E Mesmo que não volte, ela não te merecia. Você deve ter algo melhor para ficar ao seu lado, alguém que saiba o que você tem de melhor e valorize seus defeitos como valoriza qualidades. – disse a garota loira que estava passando as mãos pelo ombro do garoto.

– Qualidades? Que qualidades? Eu ser o goleiro do time de quadribol? – perguntou ele virando a cabeça para olhar nos olhos dela.

– Tipo isso. – Ela sorriu.

– Me fale outra qualidade. – ela nada disse, apenas abaixou a cabeça – Aah, por favor, isso não era para ser um motivo para você querer ficar comigo.

– Mas é.

– Um defeito que você gosta em mim? – Ela pensou por um tempo antes de responder:

– Você é ruivo. – Ela gritou. – E eu gosto disso.

– Ser ruivo é um defeito. – Ele perguntou indignado.

– Não é normal, pelo menos... – Ela começou a falar mais foi logo interrompida.

– Cala a boca, por favor. – disse ele abaixando a cabeça e massageando as têmporas.

– Mas, Ronito... – ela ia começar outro discurso de desculpas, mas ele apenas a olhou, fazendo com que a mesma calasse a boca. Ele olhou para a lareira triste e esperou as lágrimas, mas elas não voltaram. – Ronito, não fica assim por causa dela. Eu nunca faria alguma coisa parecida com você.

– Mas essa porcaria toda só aconteceu por sua causa. Se você não tivesse me atacado isso não teria acontecido.

– Eu não te ataquei, eu te beijei. – ela falou com um biquinho, o ruivo apenas suspirou e encarou o fogo novamente.

– Hermione, será que você pode me ajudar com esse trabalho... – falou Harry entrando no salão e não vendo a garota. – Cadê a Mione? – ele pergunta e vê as lágrimas secas no rosto do seu amigo, levanta um pouco os olhos e vê uma garota o consolando. – Ron, o que você fez? – ele sussurrou mesmo que já tivesse uma ideia do que havia acontecido ali. – E porque ainda não foi procurar ela? – falou mais alto puxando a mão do ruivo para fora das garras da loira.

Em um corredor perto do dormitório sonserino, um casal estava abraçado atrás de uma estatua. Eles nada falavam nem se moviam, mal ousavam respirar, eles apenas aproveitavam o tempo que teriam juntos até que um dos dois irrompesse o silencio ou que alguém atrapalhasse o momento. Draco resolveu tomar uma atitude:

– O que vamos fazer? – ele sussurrou acariciando o cabelo ruivo da garota que estava no seu colo.

– Não sei. – Ela sussurrou de volta.

– Você está namorando ainda, eu acho, já que não terminou com aquele Weasley. – Ele continuou sussurrando e observando qual seria a reação da menina, viu apenas raiva e remorso, nada de arrependimento, algo dentro dele se alegrou com isso.

– Não estou namorando aquele idiota.

– Eu sei que não. – A voz dele apontou a felicidade de ouvir aquelas palavras.

– Mas porque você falou que... ? Ah, seu idiota. – Ela disse e bateu no braço dele ao ver a expressão de brincadeira e alegria que era exposta em seu rosto.

– Ei, calma, eu sei que não. Você é minha namora e não dele. – Ele sorriu ao finalmente poder pronunciar essas palavras.

– Estamos namorando? Desde quando? – Ela o olhou um pouco assustada, mas retribuiu o sorriso que viu em seus lábios.

– Claro que estamos namorando. Desde que você disse que gostava de mim. – O sorriso dele aumentou ao lembrar-se do momento.

– Eu disse que meio que gostava de você. – Ela inutilmente tentava diminuir o ego do loiro.

– Para mim isso basta. – Ele disse abraçando-a e fazendo com que ela voltasse para o seu colo.

– E quem decidiu que estamos namorando? – Ela disse levantando as sobrancelhas.

– Eu, quem mais? – Ele previu o que ela ia perguntar e continuou: - Você precisa de um pedido oficial? Então terá um pedido oficial. – ele disse levantando os dois e logo após se ajoelhando com um pé de apoio e um joelho no chão, na tradicional pose de quando se pede alguém em casamento. Tirou um anel do dedo e estendeu para ela. – Hermione Granger, você quer namorar comigo? – A garota ficou sem reação por um momento e ele se preocupou que ela dissesse não, mas logo em seguida ela se jogou nos braços dele, fazendo-os cair.

– Seu idiota, não precisava disso. –Ela estava consumida por uma felicidade apaixonada nunca antes alcançada pela garota.

– Então isso quer dizer um não? – Ele brincou com ela, já sabendo a resposta.

– Claro que não. Digo, claro que não quer dizer um não. – Ela bufou. – Eu esperei tempo de mais por essa pergunta sair de seus lábios para dizer não.

– Então a resposta é sim. – Ele concluiu e pegou a mão direita e botou o anel no dedo anelar dela, sorrindo verdadeiramente pela primeira vez que se entende por gente. Ela tinha a mesma expressão do garoto ao analisar o anel, era de prata, imitava uma cobra se engolindo e tinha olhos esmeralda.

– A prata e esmeralda são legitimas. – Ele disse orgulhoso.

– Deve ter custado uma fortuna. Não posso aceitar. – Ela disse começando a tirar o anel, porém ele segurou sua mão a impedindo-a de continuar.

– Não se preocupe, eu sou um Malfoy, dinheiro não é problema para mim. – Ele voltou, por apenas alguns segundos, com aquele arrogante sorriso, mas logo desapareceu.

– O sempre orgulhoso Draco Malfoy. –Ela olhou-o.

– Só estou dizendo para não se preocupar com o preço dos presentes que vai ganhar. – O loiro disse levantando os ombros. Ela não respondeu nada sobre isso, ela reclamaria de presentes caros, não poderia e nem o deixaria pensar que ela estava junto com ele por causa de dinheiro.

– Não posso usar um anel que simboliza abertamente a Sonserina. O que as pessoas vão pensar? – Ela disse.

– Hermione se importando com que as outras pessoas vão pensar, tem certeza? – Ela apenas se sentou e abaixou a cabeça. – Pare de procurar saídas, Hermione. Fale a verdade, você se importa com o que o Potter, aquele traidor de sangue e sua irmãzinha e aquela lunática vão pensar.

– São meus amigos. – Ela sussurrou.

– Não sei por que se importa com o que eles pensam. – Ele resmungou, mas depois disse mais alto: - Se eles forem seus amigos de verdade iram entender.

– Nossa essa frase foi... Isso foi impressionante. – Ela olhou-o, ele sorriu.

– Eu sou impressionante. – Ele apenas sorriu quando ela sussurrou ‘ metido’.

– Não sei se estou pronta tudo isso. – Ela apontou para os dois e abaixou os ombros. Ele a aproximou de si murmurando que estava tudo bem, que não era para ela se preocupar.

– Então o que faremos com o anel... ? – Draco disse mudando de assunto. – Acho que eu sei. – Ele próprio se respondeu. Puxou uma corrente de seu pescoço que estava escondido pelas vestes. Tirou um pequeno pingente em forma de cobra que estava pendurado. Ela o olhou interessada. – Eu ganhei da minha mãe, eu levo para dar sorte, sabe? – Ela concordou com a cabeça. – Me de o anel.

Ela o tirou do dedo e entregou a ele. Observou enquanto ele passava o anel pela corrente. Fez um sinal para que se virasse e pediu que segurasse o cabelo. Prendeu a corrente em seu pescoço e beijou a nuca da garota fazendo-a estremecer. Virou a ruiva e a beijou.

– Minha Hermione. – Ele falou.

– Não precisa me chamar de Hermione, pode me chamar de Mi...

– Minha sangue-ruim. – Ele sussurrou no ouvido dela.

– Você é um idiota. – ela sorriu.

– Sim, mas seu idiota. – E selou seus lábios.

Enquanto isso, um ruivo e um moreno corriam desesperados pelo castelo procurando e gritando por Hermione. Mas o castelo era grande e era improvável que eles a procurassem em corredor sonserino.