O Mundo Dá Voltas. escrita por Cartas Ao Vento


Capítulo 45
Vida




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Abri a porta de meu apartamento e avistei Brunto largado no sofá num sono meio que profundo, entrei pisando devagar para não fazer barulho e acordá-lo e me direcionei até o quarto para guardar minha bolsa.

– Mais uma noite sem teu cheiro e eu juro que enlouqueço. - Bruno chegou de repente me abraçando por trás, dando uma forte inalada em meu pescoço.

– Mais um susto desse e eu juro que vou parar no hospital por parada cardíaca. - Me virei sorrindo dando-lhe um beijo demorado. - Como soube que eu havia chegado? Parecia dormir tão tranquilamente... e eu nem fiz barulho.

– Seu perfume. - Ele respondeu dando outra inalada em meu pescoço. - Eu poderia reconhecê-lo em qualquer lugar.

– Vida. - Falei sorrindo timidamente.

– Minha. - Ele retrucou dando-me um beijo na testa.

– Tomou café? - Perguntei após ouvir um som estranho vindo de seu estômago.

– Não, estava te esperando. - Ele respondeu manhoso.

– Me esperando pra fazer seu café? Preguiçoso. - Respondi gargalhando.

– Te esperando pra TOMAR café comigo. - Ele respondeu sorrindo segurando meu rosto com as mãos.

– Não estou com um pingo de fome. - Respondi baixo.- Allan me fez comer um monte de coisas, só porque eu senti uma tontura e desmaiei.

– VOCÊ O QUÊ? - Bruno falou meio alterado.

– D-e-s-m-a-i-e-i. - Falei pausadamente.

– Mas o que houve? Como você desmaia e não me fala nada? Tá bem agora? Quer ir ao médico? - Sessão perguntas?! Pois é.

– Hey, fica calmo. - Respondi abraçando-o. - Foi só porque eu não comi nada antes de ir para lá. Você sabe que eu me sinto mal quando não como nada pela manhã antes de sair.

– E você sabe disso e ainda faz. - Ele falou irritado. - Pelo menos a gazela do Allan serviu pra algo.

– Vocês não prestam. - Respondi gargalhando. - Por falar em Allan, o que foi que você disse pra ele no telefone que ele ficou tão... tão enojado?

Bruno deu uma alta gargalhada.

– Você quer mesmo saber? - Ele disse ainda gargalhando.

– Lógico. - Respondi pondo as mãos na cintura.

– Chega aqui, mais perto. - Ele falou me puxando para que eu encostasse a cabeça no ombro dele. - Eu disse que dormir sem você é um saco, que faz frio e eu gosto de calor humano. - Ele falou baixo rente ao meu ouvido.

Desencostei-me dele e fiquei o encarando por uns segundos, sabia que não tinha sido aquilo, ou pelo menos, só aquilo.

– Você está mentindo pra mim. - Falei olhando dentro dos olhos dele.

– Eu sei. - Ele gargalhou. - É que se eu contar o que eu disse, certamente você vai no mínimo me injuriar.

– Ótimo! Não faço seu café até você me contar. - Falei birrenta.

– Mas eu tô com fome. - Ele falou com olhar pidão. - Muita fome.

– Vai lá e faz então ué. - Mantive minha postura, apesar da meiguice dele.

– Tá eu conto. - Ele falou rendendo-se. - Ei falei aquilo e mais um pouco. - Ele gargalhava só de lembrar. - Disse que estava precisando do seu calor aqui e agora, que íamos fazer um sexo gostoso lá na piscina sem medo de alguém perceber e que se ele não deixasse você vir para casa agora, eu ia até lá ficar atrapalhando o trabalho que ele tanto ama.

Abri a boca horrorizada.

– QUE IDIOTA BRUNO. - Não consegui conter o riso.

– E disse também que ele nunca saberia como é bom fazer sexo com você ou com qualquer outra mulher do mundo já que ele não gosta da coisa. - Ele continuou gargalhando.

– MEU DEUS QUE VERGONHA DE VOCÊ, SÉRIO. - Eu falava completamente sem reação. - Por isso que ele não te suporta, como você pode ser tão vulgar?

– Por isso que eu não queria te contar. - Mais risos ecoavam pelo quarto. - Mas a parte do sexo na piscina do prédio você curtiu vai.

– NÃO, PARA DE FALAR, QUEM É VOCÊ E O QUE FEZ COM MEU BRUNO FOFO, LINDO E CHEIO DE AMOR? - Falei tentando me conter ao máximo para não cair na gargalhada.

– Ele ainda existe, mas hoje eu tô pervertido e você vai ter que me aturar. - Ele disse me agarrando pela cintura, dando-me um beijo muito, muito quente.

– Por mais louco que seja, eu tô gostando. - Respondi marota. - Vou fazer seu café... doido.

Bruno andou grudado em minhas costas até a sala, jogando-se novamente no sofá.

– Queijo com presunto ou geleia? - Perguntei segurando duas fatias de pão.

– Um de cada. - Ele respondeu de olho na tv.

Preparei o café dele e me sentei ao lado, assistindo algo nada interessante.

– Sexo gostoso na piscina. - Falei mega baixo, rindo.

– Eu sei que você gosta na piscina. - Ele falou de boca cheia (sem modos, eu sei).

– ÃNH? Do que você tá falando? - Fiz-me de desentendida.

– Você sabe, eu ouvi. - Ele falou dando um risinho malicioso. - Deixa eu acabar aqui, você não tem noção da saudade que eu tô de você, do seu corpo.

Retribuí o risinho malicioso e fui pro quarto arrumar a bagunça que não quis arrumar de manhã.

.

– Não sei pra que tá arrumando, se vamos bagunçar tudo de novo. - Ele falou um tempo depois, me vendo trocar os forros da cama.

– Besta. - Falei já sentindo as bochechas ficarem vermelhas.

– Vou tomar um banho... - Ele falou num tom irônico.

– Tem toalha limpa lá. - Falei fazendo o joguinho contrário do qual ele esperava.

– Tá né. - Ele falou direcionando-se ao banheiro. Mas como assim ele não ia insistir nem um pouquinho para que eu fosse com ele?! Humpf, que seja. Virei-me para continuar forrando a cama, irritada por nao ter sido convidada pro banho, mas ok.

– Não tem nenhuma toalha aqui. - Ele resmungou do banheiro.

– Claro que tem, eu coloquei ontem. - Falei alto.

– Vem ver se tem então. - Ele disse debochado.

Terminei de colocar as fronhas limpas no travesseiro e segui até o banheiro para mostrar aquele lerdo que tinha toalha lá.

– Agora você não escapa. - Bruno falou trancando a porta logo que eu entrei.

– Não acredito. Que golpe baixo! - Falei inconformada com o "esquema".

– Você vai gostar. - Ele falou já abaixando as alças do vestido que eu usava.

– Não me provoca assim. - Falei já sentindo um calor subir por toda a extensão do meu corpo.

Bruno passava suas mãos quentes sobre minhas costas, brincando com o fecho do sutiã vez ou outra, distribuindo beijos por toda minha clavícula me fazendo respirar cada vez mais fundo.

– Senti sua falta. - Falei quase num sussurro após ele me despir por completo.

Eu também, muito. - Ele falava entre beijos quentes por todo o meu pescoço. - Vai resistir à esse banho ainda? - Perguntou entre risinhos.

– Isso foi jogo sujo. - Respondi no mesmo tom que ele.

Meu corpo já estremecia de tanto prazer, entramos no boxe deixando aquela água fria bater sobre nossos corpos quentes, dando-nos um choque térmico delirante. Deixei que minhas mãos falassem por mim, acariciando cada centímetro do corpo de Bruno, fazendo movimentos leves por suas costas molhadas. Bruno sussurrava indecências rente ao meu ouvido, fazendo-me rir entre os beijos que eu distribuía em seu corpo. Tomar banho com Bruno era um mix de sensações, coisa que eu amava. Ele tinha razão: eu amava mesmo ter relações debaixo d'água.

Passamos o dia todo juntos, saímos à tarde para fazer umas compras e à noite para jantar fora. Além de passar na casa de Lili também, para visitar as pessoinhas por quem Bruno se derretia ao chegar lá.


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