Katie estava impressionada com a minha família, com a idade com certeza, mas ela não conseguia parar de dizer como todos eram esplendidamente lindos. Tia Rosalie era a própria encarnação da beleza, minha mãe que não ficava pra trás nem um pouquinho, meu pai que era o sonho de qualquer garota, meus tios tiravam suspiros de qualquer uma, minha tia Alice que tinha a graça e a beleza de uma mocinha de um romance antigo, meu avô que era um perigo no hospital, capaz de matar qualquer uma do coração, e minha avó que era praticamente uma visão.

— Agora eu sei por que você é tão bonita, com uma família desta não tinha nem como você sair feia ou meramente normal. Simplesmente impossível. – eu sorri — Ai, já to imaginando a beleza única que vai ser o seu bebê, por que vamos combinar amiga, seu futuro marido também é hiper lindo.

Katie não pôde conversar por muito tempo, minha tinha entrou dançando pelo quarto tomando Katie pela mão e levando ela para o closet.

— Não sabia exatamente o seu numero – o que era uma mentira, aposto como minha tia Alice com certeza tinha espionado Katie pela em suas visões para descobrir o seu tamanho — Mas pelo que Nessie me disse, e espero que eu tenha acertado, eu mandei fazer o seu vestido de dama de honra. Vista para eu ver se precisa de algum concerto.

Katie ficou linda no vestido azul claro que tinha Alice tinha mandado fazer para ela, Lily entrou no quarto com o mesmo vestido, que também lhe caia muito bem, todas duas iam ser minhas damas de honra e madrinhas, junto com tia Rosalie e tia Alice. Ela ficou um tanto intimidada com as minhas tias e Lily que, diga-se de passagem, é muito bonita, pois estariam usando a mesma roupa delas, ela me disse mais tarde que se sentia mais desajeitada do que ela realmente era quando estava cercada de tanta perfeição.

— Que bom que eu acertei. Ainda tenho que terminar de arrumar o Charlie. Até mais tarde, eu venho te arrumar Nessie. – disse minha tia passando na porta.

— Minha família é realmente diferente, né? – eu perguntei a Katie enquanto ela observava tia Alice passar pela porta tão graciosamente como uma dançarina de balé profissional.

— Realmente diferente, tem coisas que eu não entendo de jeito nenhum, como seus pais e seus avôs, mas tenho a impressão que você ainda não esta pronta para me falar disso. – ela me disse de um jeito desconcertado.

— Não sei se é uma boa idéia, só isso. É muito complicado Katie, mesmo se eu quisesse. Mas você também vai ver a outra parte normal da minha família, tipo o meu outro avô e meu sogro, e tia Sue. Você vai ver que eles são muito normais.

— Ok Nessie, não se preocupa comigo ta? Eu estou feliz por esta aqui perto de você, nada mais importa. – ela disse e me deu um abraço com cuidado por causa da barriga. — Mas tem uma coisa, o bebê, quando ele nasce? Sei que nada é o que parece, então isso se aplica pra você também né?

— Realmente também se aplica a mim, o bebê nasce daqui a dois meses. – eu disse com cuidado, avaliando sua reação, não fazia sentido mentir pra ela, ela sabia que nada que me rodeava era normal.

— Dois messes? Ta muito perto. Mas que bom, vou poder ver esse anjinho logo logo. Eu tenho que vim aqui mais vezes pra ver vocês. – ela disse com um daqueles sorrisos animados que são costumeiros no seu rosto.

— Com certeza você tem.

Saímos à tarde, fomos passear pela floresta, que eu conhecia muito bem, queria mostrar a Katie à casa dos meus pais, o nosso lindo chalé mágico, então fui eu, Katie e Lily, ela também não agüentava mais ficar em casa com a tia Alice distribuindo ordens para todo lado. Uma caminhada fácil, pelo que eu tinha visto, “alguém” (com certeza o Jake), tinha aberto um trilha, que estava limpa de plantas e completamente plana. Com certeza o bando de Jacob tinha estado ocupado durante a manhã. Quando chegamos ao chalé e Katie ficou admirada, era tão simples e tão lindo. Era quase emocionante de tão romântico, a cara da minha avó, ela tinha se superado naquela casa.

Ficamos na casa durante a tarde toda, recebemos visitas como a de Jake, Seth, meus pais e por fim tia Alice, que nos arrastou de volta para a casa dizendo que já estava na minha hora. Na minha hora de ser a boneca dela, pois eu passaria horas ela me vestindo, me maquiando, ajeitando o meu cabelo, e nas melhores das hipóteses ela não pensaria em me dar banho.

Tia Alice vestiu o vestido em mim com a ajuda de duas ajudantes especiais, minha mãe e tia Rosalie,. Quando elas terminaram tia Alice trouxe um espelho maior que eu para que eu me visse por inteiro, eu estava linda, elas tinham feito um ótimo trabalho, o vestido era maravilhoso, quase completamente bordado com perolas e brilhantes, caia em camadas o que disfarçava um pouco a barrida e tinha uma bela calda, tia Rosalie já tinha terminado o meu cabelo, que também estava lindo, ele caia em cachos ruivos e bem feitos ate o meio das minhas costas, eram levemente presos dos lados e tinha uma tiara de brilhantes onde estava preso o véu. A maquiagem também estava terminada, quem tinha feito foi à tia Alice, estava leve e romântica o que combinava perfeitamente com o meu vestido.

Sentadas na cama Lily e Katie observavam as três trabalharem em mim sem descanso, Katie permanecia estática como se um suspiro seu fosse quebrar a concentração delas. Ao final de tudo ela disse:

— Perfeita. Você está perfeita Nessie. – ela disse se levantando da cama e vindo para mais perto com Lily.

— Mas ta falando um pouco de cor. – disse tia Rosalie me olhando de cima pra baixo.

— Eu tenho a solução pra isso. – disse a minha mãe pegando algo na gaveta da penteadeira — É uma coisa azul. – ela disse colocando duas travessas de prata com safiras encrustadas formando um padrão floral, minha mãe prendeu uma de cada lado.

— Eu ganhei dos seus avôs no dia do meu casamento, e agora eu dou a você. – ela disse me dando um beijo na testa.

— Ah mãe, obrigada, são lindas. – eu disse com um nó se formando na minha garganta.  — Poxa você não pode fazer isso, não comigo neste estado, você não sabe o quanto mulher grávida fica chorona.

— Nada de chorar e manchar a maquiagem que eu fiz. – disse tia Alice.

— Agora sim você está perfeita. – disse tia Rosalie.

— Mas ainda esta faltando uma coisa. – tia Alice disse balançando uma liga branca na minha frente. Ela se abaixou e colocou o meu pé direito em um dos seus joelhos, e foi deslizando a fita ate o meio da minha coxa. Eu me desequilibrei com o toque frio da minha tia e minha mãe segurou minha mão, meu equilíbrio não era mais seguro.

— Não tão em cima... – eu disse.

— Até parece que tem alguma novidade ai. – disse tia Rosalie descontraída.

— Tia! – eu corei e ouvi uma serie de risinhos das que estavam dentro do quarto, imaginei que os que estavam fora também, por isso que eu odiava convidados com superaudição.

Tia Alice posicionou a liga um pouco acima do meu joelho e eu finalmente estava pronta.

— Nem preciso dizer que... – começou tia Alice mas foi cortada pela minha mãe.

— Que essa é sua e que você a quer de volta. – disse a minha mãe. — Parece dejá vu.

— É isso ai. – ela disse e sorriu. — Vou mandar o Edward subir então.

— Não precisa, eu estou aqui. – disse o meu pai abrindo a porta. — Nossa filha, você esta linda. Nem sei se essa é a palavra certa pra escrever você hoje. Acho que esplêndida cairia melhor.

— Obrigada pai.

— Vamos para as posições, Bella, vá lá pra baixo como uma boa mãe de noiva. – disse tia Alice.

— Certo eu já to indo. – Tia Alice passou pela porta seguida de tia Rosalie, Lily e Katie e foram se posicionar na escada, elas entrariam na minha frente como damas de honra e madrinhas. Assim que elas saíram minha mãe pegou a minha mão e disse em um francês perfeito — Plus que ma propre vie. – minha mão correu para um pequeno camafeu que estava preso em uma corrente embaixo da base do meu pescoço. — Mas que minha própria vida. – minha mãe me deu um beijo no rosto e saiu também.

— Nessie, antes de nós irmos tem uma coisa que eu quero lhe dar, as presilhas que a sua mãe lhe deu ficaram lindas, então eu trouxe algo para combinar para que você leve algo meu também. – ele tirou do bolso do smoking uma caixinha, quando ele abriu a tampa eu vi uma linda pulseira de prata com safiras azuis que combinavam perfeitamente com as presilhas, parecia que tinham sido feitas juntas.

— Era da minha mãe, antigamente eram esmeraldas no lugar de safiras, eu quis que combinassem com os da sua mãe, que você os usasse juntos para ter perto de você algo de nós dois. – ele pegou a minha mão e pôs a pulseira no meu pulso.

— Pai, ela é linda. Perfeita. Obrigada. – ele sorriu um sorriso estonteante e colocou a minha mão dentro do seu braço e me conduziu ate a escada.

Ao chegar à escada eu pude então ver a decoração, estava tudo em branco e azul, tinhas flores brancas e azuis por todos os lados tia Alice que estava na escada abriu um sorriso olhando para mim.

— E então? Gostou? – ela veio subindo dois degraus e me entregou o meu buquê que era de tulipas brancas e azuis.

— Amei. – eu disse sem palavras.

A casa estava linda, a decoração estava maravilhosa, tinha mesas com o buffer, é claro uma boa parte dos meus convidados são lobisomens e eles são famosos por comerem muito, tinha ambientações, era tanta coisa que os meus olhos já mareados não podiam captar tudo, um tapete vermelho descia pela escada até o jardim onde todo mundo esperava, tivemos que fazer essa modificação por que eu achei que não daria certo um monte de lobisomens com um monte de vampiros em um lugar fechado, o cheiro ia ser insuportável para ambos, então a cerimônia e a recepção seria lá fora, mas tia Alice insistiu que decorasse a casa também para quem quisesse entrar.

Eu desci as escadas ao som do piano que Kate, minha prima do clã Denali, estava tocando, estava tranqüila mas, assim que passei pela porta principal da casa que começou a tocar a marcha nupcial meu coração pareceu bater mais rápido, eu comecei a suar, estava com medo que quando eu chegasse ao altar Jacob não me reconhecesse debaixo de uma maquiagem derretida. Mas ao que parecia tia Alice tinha feito um bom trabalho com o fixador de maquiagem.

O jardim estava decorado também, tinha floras em jarros, mesas com pequenos buquês, miniaturas dos meus, e o mais lindo foi o mini jardim de rosas azul que a tia Alice tinha feito perto do altar, perto de onde os padrinhos ficavam, e eu não podia ter escolhido melhores, Lily e Seth, Tia Alice e Tio Jasper, Tia Rosalie e Tio Emmett, Katie e Nahuel, que tinha chegado naquela tarde. Enquanto eu passava pelo corredor dos convidados eu pude ver pessoas que eu ainda não tinha visto que vieram para o casamento, como o clã Denali, os nossos primos, mas teve um grupo de vampiros que me surpreendeu bastante em ter vindo foram as vampiras brasileiras, Zafrina, Zena e Kachiri que vieram com Nahuel e Huilen, mas outros também comuns e muito importantes para mim e para Jacob como Leah, Sue, Sam, Emily, Quil, Embry, Paul e a Rachel, a irmã do Jake e quase todo mundo da reserva estava ali aquela noite, quem presidia a cerimônia era um dos anciões da tribo, afinal era Jacob Black que estava casando, o líder por direito. Nada disso importava pra mim.

Mas quando eu olhei pra frente e vi o altar parecia que não tinha mais convidados, não tinha mais musica, eu não estava em um vestido pesado com um salto alto que me impedia de andar direito, só o que existia estava a minha frente, e não era Jacob Black e líder herdeiro da tribo e o lobo alfa por direito, era só Jacob, o meu Jacob, meu coração entrou no ritmo novamente, me senti leve, segura. Passei por todas as fileiras de convidados até chegar ate ele, meu pai levantou o véu e me deu um beijo na testa, depois pegou a minha e mão de pôs sobre a de Jacob.  Eu o olhei nos olhos, que eram como dois lagos negros e eu sabia que me perderia neles para sempre desde o primeiro momento que os vi.

Nossos votos foram palavras tradicionais, mas de uma certa maneira reformuladas, uma coisa também pega do casamento dos meus pais, o que era uma boa coisa já que se ajustava perfeitamente com a nossa situação também, foi trocado de “Até que a morte nos separe” por “Enquanto ambos tivermos vivos”.

Depois das palavras do ancião que eu só ouvia pela metade pois minha mente rodava por tudo mas insistia só em para e reparar no rosto de Jacob, nas suas belas feições, nos seus olhos levemente puxados, na sua pele morena avermelhada, nos seus lábios fartos e nos seus olhos. Quase perdi o momento de dizer sim, mas fui acordada do meu transe a tempo quando Jacob apertou um pouco o seu toque na minha mão, ele parecia nervoso com a minha resposta, como se um dia ela pudesse ser outra.

— Sim – eu disse ao ancião, ainda não tinha percebido mas eu estava chorando silenciosamente, lagrimas solitárias riscavam meu rosto, mas o sorriso não saia de meus lábios e continuaria ali até o final dos tempo, e eu percebi com felicidade que estaríamos ali depois de cem ou duzentos anos,  eu o teria para sempre.

— Sim – ele disse depois de mim respondendo a pergunta e finalmente fomos declarados casados.

E veio o momento do beijo, eu esperava ansiosamente sentir o Jake perto de mim, sentir sua pele na minha, meu entreguei totalmente ao beijo e para minha surpresa a urgência dele pareceu ate maior que a minha, no meio do beijo o bebê chutou foi o que me trouxe de volta a realidade e eu tive que parti o beijo, afinal tinha vários convidados olhando, quando nos separamos ouvi risinhos de todos os convidados por nosso beijo empolgado.