Daybreak escrita por Larissa H


Capítulo 10
Capítulo 10




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Eu mostrei a ela os Volturi e a chegada do seu irmão, de como ele tinha ajudado a me salvar. Mostrei todas as lembranças que eu tinha dele, pensei que isso ajudaria a matar um pouco das saudades que ela sentia dele. E funcionou, ela deu um sorriso enorme quando o viu nas minhas lembranças. Realmente ela adorava ele.

— Seu irmão fez algo incrível por mim, ele salvou eu e a minha família. E agora você também me salva. Eu tenho uma grande divida com vocês. – eu sorri para ela que retribuiu meu sorriso.

— Me diga uma coisa, aquele rapaz que estava na sua casa hoje, ele tinha um cheiro estranho, Nahuel me contou sobre grandes lobos que tomavam forma de homens e que tinham um cheiro bastante peculiar. Ele é um deles, não é? – ela me perguntou.

— Sim ele é um deles, mas são homens que tomam a forma de lobo, e não o contrario. São criaturas diferentes, mas espetaculares. – eu disse vendo Jacob na minha cabeça.

— Você fala como uma pessoa apaixonada e ele te defendeu como um amor incrível. Vocês estão... não sei... juntos? -  ela perguntou não sabendo colocar muito bem as palavras, como se não costumasse acontecer esse tipo de coisa no mundo dela.

— Sim, estamos juntos, eu sou louca por ele. Ele é uma pessoa muito especial, nos vamos nos casar. – sorri quase não contendo a minha felicidade, era sempre assim quando eu falava de Jacob.

— Nossa, mas vocês são tão diferentes, são de espécies diferentes. – ela disse com uma voz estranha.

— O amor é homogêneo, não tem essa coisa de espécie. Esse amor por ele nasceu comigo, eu me apaixonei por ele a partir do primeiro momento que eu o vi e olha que só fazia algumas horas que eu tinha nascido, mas antes era diferente sabe, era como irmão, mas o amor não sumiu ele se transformou e aumentou a cada dia. – eu disse, ela me olhou com um olhar especulativo, curioso.

— Eu sinto esse amor pelo Nahuel, o amor de irmão. O meu não se transformou, ele é realmente só o meu irmão. – ela me disse, mais pensando com ela mesma.

— É por que você realmente ama ele só como seu irmão, você ainda não encontrou a pessoa que você sinta isso que eu sinto. – sorri para ela.

— Não sei não, acho que eu não sou muito de ter um relacionamento desses sabe. Faz muito tempo que eu nasci, e nunca senti isso. Acho que eu não fui feita para me casar. – ela disse e suspirou baixinho, provavelmente não queria que eu ouvisse.

— Ei, relaxa, o meu pai só encontrou minha mãe depois de quase cem anos depois do seu nascimento. – eu pisquei para ela e ela me deu um pequeno sorriso.

— Por falar nele, ele esta rodando a faculdade nesse momento. – ela me disse, eu apurei meu ouvido, mas não consegui ouvir nada.

— Tem certeza que ele esta por aqui por perto? – perguntei intrigada.

— Tenho, em sua forma de lobo, eu estou ouvindo ele, grandes patas batendo no chão, sua respiração forte, seu cheiro diferente. – ela me disse como se eu estivesse doente.

— É? Nossa acho que eu estou ruim do ouvido. Não estou conseguindo ouvir ele direito. – eu disse, mas já não estava mais prestando atenção no que eu estava falando.

Como isso poderia acontecer, logo eu que sabia quando Jacob estava chegando, eu conseguia sentir ele de longe, ate melhor que um vampiro. Eu sei que vampiros conseguem correr mais rápido, ouvem melhor, e não se cansam. Meios vampiros demoram muito para se cansarem, mas se cansam em algum momento, tudo por causa da parte humana, ela impossibilita de termos poderes plenos de um vampiro. Mas quem estava comigo no quarto era um meio vampiro também, se ela não tivesse também uma habilidade especial de audição, então eu deveria ouvir a mesma coisa que ela. Mas não era esse o caso então o que estava acontecendo comigo?

— Hey Nessie. – Jacob entrou pela minha janela.

— Jake! – como eu não tinha ouvido ele entrar?

— Ei, surpresa por eu esta aqui? – ele perguntou com um meio sorriso.

— Não tanto. Sabia que você ia aparecer mais cedo ou mais tarde. – eu disse sorrindo para ele. Ele sentou na ponta da minha cama.

— Posso passar a noite aqui com vocês? – ele perguntou olhando para Lily, eu olhei para ela também.

— Pode sim, é, se você quiser é claro. – ela disse para mim.

Ele deitou na minha cama deixando um espaço para eu deitar ao seu lado.

— Vamos dormir. Hoje foi um dia comprido demais. – eu disse caminhando para o interruptor da luz.

Depois que eu apaguei a luz eu não vi mais nada, como eu não estava vendo nada no escuro? Depois de alguns segundos eu consegui ver poucas sombras, uma delas era a sombra da cama, andei devagar ate chegar ao final da cama, e encostei a minha perna nela para poder chegar ate o inicio dela.

— Senti sua falta. – ele disse no meu ouvido, eu rolei os olhos.

— É claro, já faz uma semana que a gente não se viu né? – Eu disse irônica e depois sorri para ele, mas na verdade só por esse curto espaço de tempo eu também tinha sentido a falta dele.

— Jake? – eu sussurrei.

— Hum? – ele já estava quase dormindo.

— Senti sua falta também. – ele sorriu e me deu um beijo no topo da cabeça. Depois eu apaguei com o som suave da sua respiração acima da minha cabeça.

Acordei, mas ainda estava muito escuro, deduzi que ainda devia ser o alto da madrugada, Jacob estava dormindo roncando baixinho. Uma coisa estava doendo em mim, eu ainda estava meio sonolenta, e tentei tomar consciência do que estava doendo em mim. Era a minha barriga, era fome. Eu estava morrendo de fome. Levantei tomando todo cuidado para não acordar o Jacob, fui ate a janela e sai do quarto. Andei pela floresta que estava a alguns quilômetros da faculdade.

Vi um cervo sozinho na floresta, cacei ele e na primeira mordida para tirar seu sangue vi que não era exatamente aquilo que eu queria. Rasguei um pouco da carne do cervo e mordi um pouco desconfiada se era aquilo que eu queria mesmo, na primeira mordida percebi que era exatamente isso. Eu estava querendo comer carne crua. Eu queria sentir a carne e o sangue na minha boca. Comi o cervo quase todo. Me senti cheia demais, quando levantei senti uma tontura e um aperto no estomago como se tivesse levado um soco. Coloquei todo o cervo para fora.

A fome me assolou de novo, mas eu não queria comer um cervo, tinha um gosto ruim, vi um coelho correndo pela floresta, era um herbívoro também mas era pequeno o suficiente para eu não me encher toda de novo e vomitar, ele quase me escapou, eu estava muito mais devagar do que o costume, comi o coelho, ele era pequeno, e eu fiquei bem. Olhei para a minha camisola tinha marcas de sangue em toda minha roupa. Eu estava perdendo a pratica, e nunca tinha me sujado de sangue antes. Mas também nunca tinha despedaçado nenhum animal.

Entrei silenciosamente pela janela do quarto, Jacob estava acordado, e tinha cara que fazia muito pouco tempo que isso tinha acontecido, mas isso não encobria a preocupação que estava estampada no seu rosto. Ele olhou para a minha camisola.

— Onde você esteve? O que aconteceu? – ele perguntou ansioso.

— Calma, eu só fiquei com fome. E encontrei um cervo e um coelho legal. – sorri para ele.

— Há. Mas perece que eles te deram trabalho. – disse ele gesticulando para a minha roupa.

— É, só um pouquinho. – eu sorri, abri uma gaveta e tirei uma coisa que eu estava ansiosa para vestir. Uma calça de moletom e uma camisa de algodão. Nunca gostei de dormi com calças de moletom e blusas de algodão, eu gostava de camisolas de ceda ou cetim, sempre fui acostumada pela minha tia Alice. Mas hoje eu queria a maciez desses tecidos queria me sentir quente, mas quente do que eu era. Vesti a roupa e deitei do lado de Jacob, me aproximando o máximo para pegar qualquer calor que saísse do seu corpo.

— Você esta bem? Nunca te vi com essas roupas antes. – ele sussurrou para mim.

— Me pareceram confortáveis hoje, resolvi testar. – eu disse quase dormindo.

Quando eu acordei de novo o sol já estava alto. Eu estava sozinha na cama, Jacob já tinha ido embora e Lily esta lendo “O morro dos ventos uivantes” que eu tinha deixado na escrivaninha, minha mãe que havia me dado de presente. Sempre gostei desse livro.

— Lily, que horas são? – eu perguntei atordoada.

— Já deve estar perto da hora do almoço. – ela disse sem tirar os olhos do livro.

— O que? Eu dormi esse tempo todo, perdi a hora das aulas. – como eu podia ter feito isso?

— Jacob acordou cedo e foi embora, me disse que não te acordasse por que você não tinha passado a noite bem. – ela olhou para mim dessa vez.

— É, minha noite não foi muito boa mesmo não. – as lembranças daquela noite ainda eram muito confusas na minha cabeça, juraria que foi um sonho se ainda não sentisse o sangue e a carne daquele coelho ainda dentro de mim.

— Eu vi quando você chegou toda suja de sangue, o que aconteceu? – ela perguntou curiosa.

— Lily você já sentiu tanta fome que chegou a doer? – eu precisava de alguma explicação para o que eu senti ontem.

— Não, eu já fiquei quase uma semana sem comer nada, nem beber sangue de nenhum animal, mas a minha fome nunca fiquei assim. – ela me disse ainda mais curiosa.

— Eu estou me sentindo um pouco estranha. – disse pensando comigo mesma.

— Desde quando. – ela estava se sentando na cama.

— Já faz um tempo que eu estou sentindo mais fome do que o normal, mas nada demais, ontem que eu realmente notei que algo estava estranho. – realmente tinha algo muito estranho, tomando conta da minha alimentação e dos meus sentidos.

—Nunca me senti assim. Vai ver você esta um pouco doente, nós não somos uma parte humanos? Então quer dizer que não somos totalmente imunes. E se você estiver doente você pode não reagir como todos, afinal você não é como todos, nós somos raros, desconhecidos. – ela disse e se voltou para sua leitura novamente.

— É, pode ser que você tenha razão, eu vou ficar aqui hoje, não vou para o restante das aulas. Por incrível que pareça eu ainda estou com sono. – me deitei novamente e não precisei nem contar ate dez para dormi.


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Notas finais do capítulo

Ate Quartaa!!! =)



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