“Marcello: - Só uma coisa, os seus poderes, que eu ainda não sei quais são.”

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Paula: - E nem vai ficar sabendo! – tentei soltar os meus braços, mas ele estava os segurando com muita força, que chegava a ficar dolorido.

Marcelo: - Não, eu já disse que não vou deixar você ir embora!- Ele me jogou contra a parede, com o impacto bati a cabeça, fui me abaixando no chão até ficar de joelhos. – Demorei muito tempo até descobrir como tirar a alma de uma semi-deusa e de como me apropriar dela. Agora que tenho você, vou fazer tudo que está no meu alcance para conseguir o que eu sempre quis.

Paula: - Por que? Por que as pessoas querem sempre aquilo que elas não possui por simples questão de ganância? – Falei colocando a minha mão na minha cabeça, ela começou a ficar dolorida, o que me fez fechar os olhos.

Marcello: - Isso eu não posso lhe responder querida! – Senti a mão dele relar o meu queixo, o que me fez levantar a cabeça e olhar para ele.

Paula: - Eu não queria ser uma semi-deusa, dês de que descobri que era uma, a minha vida virou de ponta-cabeça.

Marcello: - Me poupe dos seus comentários, eles não iram fazer nenhuma diferença para mim.

Paula: - Me solta! – tirei a mão dele do meu rosto.

Marcello: - Vou acabar logo com isso!

Paula: - Você não vai acabar, até por que você nem vai conseguir começar – Me levantei rapidamente e dei dois passos, mas novamente ele segurou o meu braço. – Você está me irritando, ME SOLTA!  

Marcello: - Cala a boca e vem comigo.

Paula: - Você acha que eu vou ser louca de te acompanhar?

Marcello: - Você não quer se machucar mais né?

Paula: - Não quero, mas também não quero ir com você!

Marcello: - Agora você não tem o direito de nenhuma decisão!

Paula: - Então por que você me perguntou?

Marcello: - Cala a boca, já te falaram que você fala muito?

Paula: - Já! E vou continuar falando...

Marcello: - Chega! E venha – Ele começou a andar, me segurando pelo braço, me levando para outro lugar.

  Eu sei que eu poderia evitar tudo aquilo, com os meus poderes, mas já estava cansada de sofrer pelo Bill, ele me decepcionou bastante e continua me entristecendo cada vez mais. Também não estava mais aguentando ficar longe dele, mas também eu queria uma certa distância! Não sei mais o que fazer para tudo voltar ao normal. Simplesmente a minha vida saiu do controle... Se pudesse eu queria nascer de novo, mas sem com essa historia de semi-deusa...

Marcello: - Até que fim você calou a boca! – Ele destrancou uma porta, a abriu e praticamente me jogou dentro de um cômodo que parecia ser um quarto-sala. - Por enquanto você vai ficar ai. E não adianta fugir, as janelas estão todas com grades e eu vou trancar a porta... E se tentar gritar, não vai adiantar nada, como você sabe, está tendo uma festa lá embaixo. Tem tudo o que você precisa aqui, e daqui a pouco eu trago algo para você comer... Bem, acho que você não está com fome, então provavelmente só volto aqui para te dar o seu café-da-manhã.

Paula: - Você vai me deixar aqui trancada? Quanto tempo você pretende me deixar aqui? Mais cedo ou mais tarde, com certeza, vão sentir a minha falta!

Marcello: - Isso já não é problema meu... Agora, aproveita essas horas para descansar, você vai precisar estar bem calma nessas semanas – Ele deu uma ultima olhada em mim e saiu do quarto.

Ouvi o barulho da tranca se fechando. Agora era só eu e meus pensamentos que não ajudariam em nada.

 Dei uma olhada no quarto. Ele era enorme, a maioria dos moveis eram de madeiras, com uma prateleira quase no meio do quarto, dividindo o cômodo, de um lado os moveis de quartos e do outro os moveis típicos de salas. Achei a misturas dos moveis bem divertidas, mas aquela não era hora para eu achar algo legal.

 Começou a dar um desespero em mim... Fui até a porta e comecei a bater loucamente nela, dando socos e chutes com toda a força que eu tinha, mas ela parecia não ter sofrido nenhum dado. Desisti da minha tentativa frustrante.

 Do quarto, era possível ouvir a musica alta, mas mesmo assim um pouco abafada, provavelmente seria impossível alguém ouvir os meus gritos. Eu não sei por que eu sempre ajo sem pensar, não deveria ter deixado ele me trazer até aqui, eu me acho tão fraca, às vezes sinto que realmente o meu destino é morrer.

Depois de ficar quase o final da noite inteira sem dormir e pensado em tudo que está acontecendo na minha vida e no que poderia acontecer, eu deitei na cama e adormeci e nem me perguntem como eu dormir com aquele som alto, mas eu estava muito cansada, cansada de tudo.