Get It Right escrita por Chloe


Capítulo 6
Need You Now




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– Não pode ser amanhã? – Perguntei esperançosa.
– Claro que pode, mas pensei que você quisesse ir semana que vem. – Ela me olhou um pouco assustada com minha pergunta.
– Ok, vou ir amanhã mesmo. – Sorri pensando em como tudo estava começando a dar certo. Está bem, eu sei que estou mentindo exageradamente.
O resto do dia foi normal, ajudei meus pais, e estava morta de cansaço.
– Filha, eu e sua mãe vamos para a nova casa arrumar mais algumas coisas, você ficará bem sozinha? – Meu pai perguntou enquanto saia.
– Claro, sempre fiquei bem. – Sorri e acenei.
Eles saíram e fecharam a porta. Fui tomar um banho. Enquanto a água escorria por minha pele, lembrei de como Finn era importante para mim. Será que eu estava fazendo a coisa certa? Espero que sim, mas meu coração está confuso. Que porra de coração é esse que não me ajuda? Bem que ele poderia se decidir, não é? Não sei se é certo ficar com Finn ou separar-me dele, mas agora já me decidi e vou seguir em frente sem ele.

Saí do banho e me joguei na cama, peguei meu caderno onde estava compondo músicas, era sempre uma boa forma de expressar meus sentimentos.

Get It Right - Acertar

What have I done - O que foi que eu fiz?
Wish I could run - Eu queria apenas fugir
Away from this ship going under - Desse navio afundando
Just trying to help - Só tentando ajudar,
Hurt everyone else - Eu machuco todo mundo
Now I feel the weight of the world - Agora sinto o peso do mundo
Is on my shoulders - Nos meus ombros


Essa música estava ficando um lixo total. Joguei o caderno para debaixo da cama e fiquei olhando para o teto. Acho que isso era o nosso destino, Finn seguindo seu caminho e eu o meu, mesmo que pareça ser errado. Fui forte e não chorei novamente, acho que o meu estoque de lágrimas já tinha acabado. Meu celular vibrou debaixo do travesseiro.

De Puck para Rach.
“Você está em casa?”

De Rach para Puck.
“Sim, por quê?”

De Puck para Rach.
“Dá pra abrir a porta então? Estou tocando a campainha faz um ano.”

Ri sozinha. Desci as escadas correndo e abri a porta, para minha surpresa vi outra pessoa em vez de Puck.
– Santana?
– Berry, você achou mesmo que era o Puck te procurando? Quanta inocência. – Ela revirou os olhos e entrou sem eu convidar.
– Ah, pode entrar Santana. – Sorri sarcástica.
– Vim aqui tratar de negócios Rachel. – Ela sentou-se no sofá e eu sentei ao seu lado.
– Não tive tempo de falar com Puck hoje. – Avisei antes que ela começasse com aquele discurso chato.
– Mudança de planos. – Ela sorriu. – Quinn já descobriu de você e Finn.
– O que você fez sua latina maldita? – Perguntei irritada.
– Nada, ela ouviu a conversa de vocês dois hoje antes do intervalo e ouviu também o que Puck e Finn estavam conversando depois que você saiu que nem uma retardada. – Santana confirmou.
– Então o que você quer aqui? – Perguntei sem entender nada. Se Quinn já tinha descoberto, Santana não tinha mais nenhum trato comigo.

– Adoro fofocas. – Ela sorriu graciosa.
– Ai como você é de baixo nível Santana. – Revirei os olhos. – Mas o que eles falaram?
– Acho que não sou a única que gosta de fofocas. – Ela me olhou irônica.
– Não gosto de fofocas, mas isso tem haver comigo e eu quero saber! – Bufei de raiva. – Fala logo e para de enrolar Santana.
– Calma meu bem. – Ela respirou fundo e começou a contar: – Quando você saiu, Finn ficou boquiaberto e quis correr atrás de você, mas Puck o segurou pelo braço. – Ela fez uma pausa e me olhou.
– Só isso? – Perguntei arqueando uma sobrancelha.
– Não, só quero te deixar curiosa. – Ela riu. – Continuando... Finn perguntou para ele o porquê e Puck disse que não era o certo e apontou para Quinn que estava vendo e ouvindo tudo. Ela falou para Finn que ainda o amava e voltaria com ele a qualquer custo. Algumas lágrimas rolaram pelo rosto dele e Quinn o agarrou. Pelo o que eu vi ele correspondeu ao beijo. – Santana fez cara de triste. Quem vê pensa que essa vadia se importa comigo.
– O que você quer agora que me contou toda essa história? – Perguntei ignorando comentários sobre o que aconteceu entre Quinn e Finn. Eu estava me segurando para não chorar na frente da Santana.
– Nada. – Ela sorriu e levantou-se. – Tchauzinho Berry. – Ela acenou e saiu da minha casa.

Joguei-me no sofá já chorando. Então é assim? Finn acha que eu não quero mais ele e corre para a Quinn? Agora eu percebo o quanto ele me ama. Que idiota eu fui em me castigar por causa dele, pensando que eu tinha magoado-o, mas não, ele foi correndo e se jogou nos braços da Fabray. Ai que raiva! Ai que ciúmes! Ai que droga! Joguei a almofada contra a parede e subi as escadas batendo os pés com força.
Finn é um idiota, Finn é um idiota, Finn é um idiota. Fiquei repetindo essas palavras enquanto tentava dormir. Mas ele é o idiota pelo qual eu me apaixonei. Que merda.
Virei para lado e fechei os olhos, enquanto cantarolava Get It Right.
Acordei com minha mãe me chamando.
– Filha, acorda. – Ela me cutucou.
– O que aconteceu mãe? – Perguntei abrindo os olhos com dificuldade.
– Está na hora de você ir para escola nova Berry. – Minha mãe disse enquanto abria as cortinas.
– Mas já? O despertador nem tocou ainda. – Escondi a minha cabeça entre os travesseiros.
– Você o quebrou ontem. – Minha mãe sorriu e saiu do meu quarto.
Droga estou acabada, não quero ir para o colégio novo, não me decidi ainda. Levantei e lavei o rosto, desci as escadas e tomei café da manhã com meus pais.
– Até de noite filha. – Meu pai me deu um beijo na testa e saiu da cozinha, minha mãe acenou e foi junto com ele.

Peguei minhas coisas e antes de sair de casa, parei na frente de meu carro e fiquei pensando se iria ou não para a nova escola, se eu continuaria a alimentar a mentira que era o meu relacionamento com Finn ou tentaria uma nova vida.
Acho que não mereço sofrer tanto por um cara que me troca por outra em menos de dois segundos, então, aí vou eu nova escola. Sorri e entrei no carro. Dirigi até o colégio onde seria o primeiro passo da minha mudança.
Chegando lá, vi líderes de torcida, jogadores de futebol, nerds, gays. Uma escola normal como todas as outras.
Estacionei meu carro e entrei na escola andando em passos lentos e nervosos.
Fui até a secretaria me informar quais eram minhas aulas daquela semana.
– Olá. – Sorri para a recepcionista. – Sou a nova aluna, Rachel Berry, e queria saber quais eram minhas aulas desta semana.
– Oh, seja bem vinda senhorita Berry. – Ela sorriu e me deu um papel onde marcava minhas aulas.
– Obrigada. – Saí da secretaria e fui para a minha primeira aula que era literatura.
Entrei na minha classe e sentei em uma carteira vazia ao lado de uma garota. Fiquei atenta esperando pelo professor (a) chegar. Logo bateu o sinal e vi uma senhora de cabelos grisalhos entrar junto com uma mulher ruiva. A senhora velha divulgou:
– Bom dia estudantes. – Ela sorriu. – Só estou aqui para avisar que as inscrições para o coral do colégio foram abertas. Boa aula a todos. – Ela sorriu mais uma vez e saiu.
Coral escolar até aqui? Nossa, que emoção. Revirei os olhos.

As aulas foram normais e eu tive que pagar o mico de ser apresentada na frente de toda a classe como nova aluna.
Na hora do recreio, resolvi mandar um SMS para Kurt.

De Rach para Kurt.
“Buongiorno, como você está? Hoje é o meu primeiro dia de aula na escola nova.”

De Kurt para Rach.
“Bom dia, seu italiano barato me dá nos nervos Berry. Já foi para aí e não me avisou? Que bela amiga eu tenho, hein?”

De Rach para Kurt.
“Como se você soubesse italiano melhor do que eu, haha. Fui sim, é que aconteceram uns imprevistos, pois Santana apareceu lá em casa ontem à noite e me avisou que Finn tinha voltado com a Fabray. Sou a melhor amiga que você pode ter.”

De Kurt para Rach.
“Berry, eu estou pálido. Como Finn pode fazer isto?! Precisamos conversar, e por isso vou passar na sua casa hoje à tarde.”

De Rach para Kurt.
“Pode ir sim. Pois é, eu estou bem abalada com tudo isso. Vou ter que parar de mandar SMS, o recreio acabou, beijos e até depois. Amo-te.”

Corri para a minha próxima aula que era biologia. Entrei na classe quase sem fôlego. Respirei fundo e me joguei na primeira cadeira que achei a aula já tinha começado.
– Está perdida novata? – Um garoto de olhos claros me questionou com um sorriso metido estampado nos lábios.
– Na verdade, estava ocupada, por isso me atrasei. – Olhei-o. – Aliás, porque devo satisfações da minha vida a você? – Perguntei com o mesmo sorriso que ele.
– Só te fiz uma pergunta, desculpe. – Ele redimiu-se.
– Não foi nada, mas me estressei ao ver seu jeito metido. – As palavras saíram sem pensar de minha boca. – Perdão pela sinceridade. – Engoli em seco.
– Gostei de você. – Ele sorriu e estendeu a mão. – Prazer, Jesse St. James.
Apertei sua mão em sinal de cumprimento.
– Prazer, Rachel Berry. – Sorri cordialmente.
– Garotas como você são raras. – Ele exclamou. – Acho que é a primeira que eu conheço com tanta sinceridade.
– Se isso for um elogio, obrigada, mas acho que devemos prestar atenção a aula. – Me virei para frente e tentei me manter calma com os olhares de Jesse.
Acabado as aulas, fui direto ao estacionamento. Quando estava fechando a porta de meu carro, recebo outro SMS, mas não era de Kurt como eu esperava.

De Finn para Rach.
“Bom dia, porque não foi para a aula? Você está bem? Beijos, eu te amo.”

Como ele era sínico. Bufei de raiva e não sabia o que responder. Bati algumas vezes no carro, estava morrendo de raiva, senti minha garganta arder, pois eu tinha gritado muito. Levei um susto quando alguém bateu na janela do meu carro. Desci o vidro e vi Jesse.
– Berry, você vai acabar chamando a atenção de todo o colégio com esses gritos histéricos. – Ele me olhou e soltou uma risadinha.
– Só estou descontando minha raiva no carro.
– Tenho certeza que ele não fez nada de errado. – Jesse disse saindo.
Abri a porta do carro e desci.
– Como você sabe disso? Você nem o conhece. – Falei exaltada.
– Um carro não deixa as pessoas com tanta raiva assim. – Ele me olhou um pouco estranho.
– Oh... – Eu dei um sorriso de canto de boca. – Pensei que estivesse falando de uma pessoa em especial. – Dei de ombros e fui entrando novamente no carro.
– É nos enganamos. – Ele sorriu e acenou. – Até amanhã Berry.
Assenti e fui para casa. Esse Jesse é pegajoso, credo.
Cheguei a casa e vi Finn parado em minha porta. Sim, eu tinha esquecido de responder ao SMS dele, que maravilha, agora ele está aqui.
– Bom dia Hudson. – Falei descendo do carro e o fuzilando com os olhos.
– Oi Rach, estou preocupado com você. – Ele me olhou um pouco triste.

– Como você é cara de pau Finn. – Neguei com a cabeça. – Você me engana, me trai pelas costas e ainda vem até minha casa dizer que está preocupado por eu não ter ido a aula? – Questionei inconformada.
– Do que você está falando Rachel? – Ele perguntou fazendo cara de confuso.
– Saia daqui Hudson e vá para os braços da Fabray, sabe eu acreditei que você me amasse de verdade, mas foi tudo mentira. – Sequei a única lágrima que rolou por minha face e entrei em casa decidida que não olharia para trás.
Porque Finn era tão falso e mentiroso? Eu realmente não acredito que ele veio até aqui. Quanta falsidade. Eu o odeio. Ele beijou Quinn. Porque eu acreditei que ele fosse o cara certo para mim? Sou uma louca que fiz vista grossa diante da situação.
Almocei qualquer coisa e fiquei esperando Kurt vir. Acabei cochilando e acordei com a campainha tocando. Kurt entrou sem que eu abrisse a porta.
– ACORDA SUA BITCH! – Ele gritou com sua voz fina e afinada.
– Boa tarde Kurt. – Limpei a baba que escorria por minha bochecha e me sentei no sofá.
– Me conta tudo o que aconteceu desde ontem à noite, ok? Estou soltando purpurinas de curiosidade! – Ele riu e sentou-se ao meu lado no sofá.
Contei tudo para Kurt, e até o que eu pensava sobre o que havia acontecido.
– Diva, me desculpe perguntar, mas você deve realmente confiar naquela latina do Paraguai? – Ele perguntou um pouco constrangido.

– Boa pergunta Kurt. – Parei um pouco para pensar e cheguei à conclusão que estava em dúvida novamente, puta merda. – Não sei o que vou fazer. – Dei de ombros e o olhei. – Mas mudando de assunto, amanhã você vai à nova escola comigo, ok?
– Mas é lógico que eu vou. – Ele sorriu.
– E eu também queria saber se você faria comigo o teste para entrar no coral do colégio. – Sorri animadinha.
– Desde quando você canta Berry? – Kurt perguntou assustado.
– Desde meus três meses de idade quando ganhei um concurso de dança. – Fiz uma jogada com o cabelo para mostrar como eu era poderosa. Rimos juntos.
– Berry, cante para mim e eu avaliarei se você deve ou não fazer um teste para entrar naquele coral. – Kurt levantou-se e fez pose de maestro musical.
Joguei uma almofada nele.
– Para de brincadeira Kurt, e me deixe cantar, ok? – Levantei-me e incorporei a minha diva. – Vou cantar Don't Rain On My Parade de Barbra Streisand.
– Barbra? Rachel, você está ficando louca, isso sim. – Kurt disse me olhando sério. Eu não dei bola para seu comentário, e cantei a última parte da música, que era a minha preferida.

“Get ready for me love - Esteja pronto pra mim, amor
Cause I'm a "comer" - Porque eu estou chegando
I simply gotta march - Eu simplesmente tenho que marchar
My heart's a drummer - Meu coração é um tambor
Nobody, no nobody - Ninguém, não, ninguém
Is gonna rain on my parade - Vai chover no meu desfile”


– Rachel Diva Berry, me orgulho tanto de te ver cantando. Até parece-se com uma diva da Broadway! – Vi lágrimas no canto dos olhos de Kurt e sorri abraçando-o.
– Tenho chances de entrar no coral? – Questionei.
– Você tem chances de entrar para qualquer coral do universo Berry! – Ele me olhou.
– Kurt, você fará um dueto comigo, ok? – Sorri animada. – Até já sei o que cantaremos.
– Cantar com você será uma honra, meu bem. – Kurt me puxou para sentar ao lado dele. – Qual música cantaremos?
– Defying Gravity. – Mordi o lábio inferior por felicidade.
– Vai ser magnífico. – Ele sorriu.
Passamos o resto da tarde treinando. Kurt dormiu lá em casa, pois seu pai tinha ido viajar e meus pais o adoravam por ser gay também.

Acordei antes que o despertador e resolvi acordar Kurt de uma maneira diferente. Pulei em cima dele e comecei a gritar:
– ACORDA KURT! NÓS VAMOS NOS ATRASAR!
Ele levou um susto tão grande que abriu os olhos rapidamente e deu um pulo caindo fora da cama. Eu gargalhava alto.
– Berry, eu vou matar você. Se eu ficar com algum arranhão no rosto e nem maquiagem conseguir esconder e estragar minha pele maravilhosa, você vai ver só. – Ele levantou-se e me lançou um olhar de raiva enquanto eu rolava de rir na cama.
Kurt veio até mim e começou a me fazer cócegas, eu ria muito e ele também. Só paramos com a brincadeira quando o despertador tocou. Desliguei-o e descemos para tomar café da manhã. Foi aí que eu percebi que Kurt tinha feito cócegas em mim igual Finn fazia. Entristeci.
– Só você mesmo pra ter coragem de me acordar dessa forma. – Kurt dizia entre um gole e outro de seu suco de laranja.
– É porque eu posso. – Sorri satisfeita.
– Vamos logo para o novo colégio, estou louca para fazer a inscrição para entrar no coral. – Kurt disse ansioso.
– Louca? – Perguntei rindo.
Ele corou.
– Vem. – Puxei-o pelo braço e fomos para a escola.

Chegando lá vi um milhão de garotas gritando e tendo ataques histéricos em volta dos jogadores de futebol. Revirei os olhos e entramos no colégio.
– Essas garotas são loucas. – Falei bufando.
– Eu sei que você odeia jogadores de futebol, mas esses daqui são umas delícias. – Kurt riu e segurei o riso. – Você me ama Berry e não faça essa cara de tédio. – Ele me abraçou forte e eu sorri.
Logo vi Jesse passando por nós e me dando um meio sorriso charmoso.
– Rachel, esse é o gostosão de quem você me falou? – Kurt perguntou secando a bunda de Jesse.
– Esse mesmo. – Assenti.
– Se você não quiser, eu quero. – Kurt riu e mordeu o lábio inferior.
– É todo seu.
– Ok, depois eu converso com ele, agora vamos nos inscrever Berry. – Kurt me puxou escreveu seu nome no quadro de avisos do colégio. Eu escrevi o meu e coloquei uma estrela ao lado dele.
O sinal bateu e fomos cada um para sua classe.
– Até depois Kurt. – Acenei.
Sentei no meu lugar de sempre e Jesse sentou-se ao meu lado. Conversamos pouco durante as aulas, mas o assunto era só sobre a matéria.

Na hora do intervalo, enquanto eu guardava meus livros no armário, alguém me chamou.
– Rachel Berry? – Era uma voz masculina.
Fechei o armário e vi Jesse. Olhei ele incentivando-o a continuar a falar.
– Quer ir ver o jogo de futebol do time da escola comigo? – Ele perguntou auto-confiante e com um sorriso estampado nos lábios.
– Claro. – Aceitei sorrindo também.
– Te vejo hoje no final da aula, ok? – Ele pegou minha mão, deu um beijo nela e saiu.
Dei de ombros tentando esconder minhas bochechas rosadas e fui até o refeitório. Encontrei Kurt sentando em uma mesa comendo, peguei minha bandeja e sentei-me ao lado dele.
– Conheci um gay tão lindo. – Kurt suspirou apaixonado.
– E ele mexeu com o seu coração de manteiga, não é? – Perguntei sorrindo.
– Meu coração não é de manteiga, e... – Interrompi Kurt.
– Não comece com seu discurso tedioso, você está apaixonado e ponto final. – Rimos juntos.
– É estou mesmo. – Kurt suspirou mais uma vez.
– Falando em garotos, Jesse me convidou para ir ao jogo de futebol do colégio com ele hoje. – Contei.
– Estou vendo que você esqueceu-se de Finn Hudson.

– Até que em fim, não quero ficar sofrendo pelos cantos por causa dele. – Disse sentindo a dor transbordar por meus olhos em forma de lágrimas.
– Não chore Rachel, vai ficar tudo bem. – Kurt me abraçou e me deu um beijo na testa.
Enxuguei minhas lágrimas e me recompus. O sinal tocou.
– Não se esqueça de no final da aula ir correndo para o auditório fazer o teste, ok? – Avisei Kurt enquanto nós saímos do refeitório.
Entrei em minha classe e antes de procurar uma carteira para sentar-me fui falar com Jesse que estava conversando com umas garotas.
– Com licença. – Pedi dando um sorriso. – Posso falar com você Jesse?
– Claro. – Ele virou para mim e nos sentamos um ao lado do outro no fundo da classe. – Queria saber que horário vai ser o jogo. – Expliquei antes que ele tentasse me beijar, porque estávamos muito perto e eu estava assustada.
– Será à noite. – Ele sorriu.
– Bem melhor. – Sorri aliviada.
– Desculpe me intrometer, mas por quê?
– Vou fazer o teste de seleção para entrar no coral hoje à tarde. – Comentei.
– Isso será maravilhoso Berry, pois eu participo do Vocal Adrenaline. – Jesse disse animado.
– Ah, que bom. – Falei um pouco insegura. Será que eu seria boa o suficiente para entrar em um grupo como este? Estremeci ao pensar que poderia ser rejeitada.
– Está tudo bem, Rachel? – Jesse perguntou preocupado.
– Estou bem, por quê? – Disse olhando-o.

– Você está com uma expressão esquisita no rosto.
– Impressão sua. – Sorri tentando parecer estar normal e não extremamente nervosa.

Ao final das aulas Kurt estava me esperando na porta de minha classe.
– Olá. – Disse sorrindo.
– Vamos? Estou ansioso! – Kurt falou puxando meu braço.
– Ele também vai te ver cantar? – Jesse perguntou e Kurt o olhou com cara estranha.
– Na verdade ele vai cantar comigo, faremos um dueto. – Falei olhando para Jesse.
– Que ótimo! – Jesse exclamou e fomos até o auditório.
Entramos e todos os integrantes cumprimentaram Jesse. Eu e Kurt sentamos nos bancos reservados para quem iria fazer o teste seletivo.
Depois de mais uma hora, sentados e com medo de não entrar, pois os candidatos anteriores eram muito bons, nos chamaram:
– Rachel Berry e Kurt Hummel.
Subimos até o palco e recebemos dois microfones.
– Boa tarde, cantaremos Defying Gravity de Wicked. – Sorri.

Todos ficaram em silêncio quando terminamos o dueto. Fiquei com vergonha e nervosa, mas Kurt me puxou e descemos do palco.
– Isso foi à melhor interpretação de Defying Gravity que eu já vi em toda minha vida. – Esse foi o primeiro comentário que recebemos.
– Com certeza que vocês passaram!
– Que dueto magnífico!
Entre outros comentários maravilhosos. Sentei-me com as pernas tremendo de tanta felicidade e emoção ao mesmo tempo. Eu tinha conseguido! Oh meu Deus, eu passei!
Sorri para Kurt e o abracei.
– Foi perfeito, obrigada por me acompanhar. – Falei enquanto ainda estávamos abraçados.
– Estou sem palavras para explicar meus sentimentos neste exato momento. – Ele disse me abraçando forte.
– Rachel Berry e Kurt Hummel, vocês são os melhores candidatos que eu já presenciei neste palco. Sejam muito bem vindos. – Uma mulher bonita, nos cumprimentou. – Prazer, meu nome é Shelby Corcoran e sou a diretora do Vocal Adrenaline.
– Obrigada Sra. Corcoran. – Cumprimentei-a com um aperto de mão.
– Pode me chamar somente de Shelby. – Ela sorriu e Kurt deu dois beijos em cada bochecha dela, coisa de gay.
– Espero que não se incomode de ter um gay em seu coral, Shelby. – Kurt falou com um pouco de vergonha.
– Será uma honra, Kurt. – Ela sorriu graciosa e saiu.
– Rachel e Kurt, vocês estão participando! – Jesse disse sorrindo.
– Oh, isso é tudo o que eu queria. – Falei entre sorrisos e abracei Jesse.

– Nossa Rach, ela é muito parecida com você. – Kurt disse boquiaberto.
– Também tive a impressão que tinha a visto em algum lugar. – Falei pensativa e depois rimos.
Ensaiamos algumas músicas no coral, e logo fomos embora, na verdade só Kurt foi, porque eu fiquei com Jesse por causa do jogo de futebol.
– Estou destruída. – Falei me deitando na arquibancada da quadra de esportes.
– Talvez amanhã você nem fale. – Jesse disse rindo. Ele deitou ao meu lado.
Havia poucas pessoas nas arquibancadas, o jogo nem havia começado e o time adversário estava vindo agora para o campo.
Eu ia perguntar para Jesse de qual colégio era o time, mas eu vi Finn entrando com Quinn no campo e senti a raiva tomando meu corpo.
– Espero que eles percam. – Cuspi as palavras, estava furiosa.
– Rachel, porque está tão brava? – Jesse perguntou levantando a cabeça.
– Odeio esse time, os jogadores e as líderes de torcida. – Bufei de raiva.
– Calma, eles não são tão bons assim. – Jesse sorriu.
Avistei Britt e ela assustou-se quando me viu. Fiz um sinal com a mão para que ela viesse até mim. Jesse ficou observando toda a cena e depois me olhou confuso.
– Você não odiava essas pessoas?
– Ela é a minha melhor amiga, e aquele pessoal são da minha antiga escola. Foi por causa da maioria que eu tive que trocar de colégio. – Resumi rapidamente a história.

– RACHEL BERRY, VOU CORTAR SUA CABEÇA GAROTA! – Britt berrou enquanto subia os degraus.
– Também estou com saudades de você, Brittany. – Sorri e corri até ela para abraçá-la.
– Porque sumiu? – Ela disse fazendo beicinho.
– Mudei de colégio por causa dos meus problemas com a Fabray, Hudson, entre outras pessoas que acabaram com a minha vida. – Expliquei rapidamente.
– Sinto muito Rach, mas não sei como te ajudar. – Britt disse triste. – E tenho uma coisa para te contar nada legal.
– Finn voltou com a Quinn não é? – Perguntei sabendo que ela concordaria.
Britt assentiu como eu já esperava.
– Santana me contou. – Falei. – Mas vamos mudar de assunto, ok? – Sorri tentando animar Britt. Virei-me para Jesse e sentei-me ao lado dele. – Esse é Jesse St. James. – Ele cumprimentou Britt com um beijo na mão.
– Jesse, essa é Brittany S. Pierce. – Britt sorriu.
– Prazer em te conhecer Jesse, mas tenho que voltar para as líderes de torcida. – Britt despediu-se de nós e saiu.
– Não sabia que você tinha um passado triste Berry. – Jesse comentou distraído.
– É uma história longa e complicada Jesse.
– Pode me contar? – Ele perguntou me olhando curioso.
– Se você tiver paciência para escutar uma história dramática. – Olhei-o.
– Vou te ouvir. – Ele sorriu.

Contei toda a história para Jesse. As lágrimas começaram a rolar por meu rosto na metade da história, pois eu não tinha conseguido me controlar.
O jogo já tinha começado e nós ainda estávamos conversando sobre o meu passado obscuro.
– Posso ver suas cicatrizes, Rachel? – Jesse perguntou.
– Claro. – Levantei um pouco a saia do meu vestido, e deixei de mostra os cortes nas minhas pernas. Claro que eu não mostrei nada demais, também não sou vulgar.

Quando o jogo acabou, o time de Finn tinha perdido e isso me deixou muito feliz.
– Jesse, eu vou lá falar com Britt, quer vir junto? – Perguntei levantando-me.
– Pode ir Berry, eu vou falar com umas pessoas. Encontramos-nos no estacionamento depois? – Jesse perguntou.
Assenti e fui até o time perdedor.
– Rachel Berry? – Quinn perguntou barrando a minha passagem quando eu estava chegando perto de Britt.
– Quinn Fabray? – Perguntei no mesmo tom irônico de voz.
– Não acredito que veio até aqui ver o Finn jogar. – Ela riu e negou com a cabeça.
– Não sei se você sabe Fabray, mas eu estudo aqui agora e vim ver o meu time vencer e humilhar todos vocês. – Falei sorrindo sarcástica e dei ênfase quando falei a palavra “meu”.
Ela me lançou um olhar de raiva e correu para os braços de Finn. Dei de ombros e continuei andando. Encontrei Puck.

– Olá Puckerman. – Abracei-o ele correspondeu.
– Você me abandonou Berry. – Ele disse triste.
– Como você sabe que eu troquei de colégio? – Perguntei parando com o abraço e olhando-o.
– Brittany contou para todos nós. – Puck falou.
Por que Britt iria contar uma coisa dessa para todos? Ela me conhece e sabe que eu não gosto que as pessoas fiquem sabendo da minha vida. Isso está realmente estranho.
– O que foi Rach? – Ele perguntou preocupado.
– Nada, eu estou só pensando em uma coisa. – Livrei esses pensamentos da minha mente e me concentrei em Puck. – E então, já conseguiu descobrir seu amor verdadeiro?
– Estou em dúvida. – Ele deu de ombros um pouco envergonhado.
– Tenho certeza que encontrará a garota certa. – Sorri.
Ele levantou o olhar me olhou sério.
– Rach, não queria mudar de assunto tão rapidamente, mas você sabe que Finn e Quinn... – Puck falou como se aquilo estive entalado na garganta dele e o incomodando há muito tempo. – Bem, eles voltaram. – Ele terminou a frase, por fim.
– É eu soube a Santana me contou. – Nossa todo mundo estava me contando isso, que coisa mais chata.
– Ela continua te incomodando? – Puck perguntou rangendo os dentes.
– Não, ela só veio me falar isso uns dias atrás. – Confirmei.

O pessoal começou a sair do campo e vi Jesse vindo em minha direção.
– Vamos Berry? – Jesse passou o braço em volta de meu ombro.
– Claro. – Olhei-o e sorri. – Tchau Puck, até outro dia. – Mandei um beijo para ele e saí abraçada com Jesse.
– Vou te levar para casa. – Jesse falou sorrindo.
Assenti.
Sabe, eu me sentia bem ao lado dele, mesmo que eu mal o conhecia. Ele era um garoto diferente, ele tinha um jeito de me tratar que me deixava... Louca.
– Pode entrar Berry. – Ele abriu a porta do carro e eu entrei. Isso me lembrava Finn.
Entrei em silêncio.
– Rachel, te fiz alguma coisa de errado? – Jesse quebrou o silêncio perturbador que havia ficado entre nós.
– Não. – Respondi sem muito animo. – Você não fez nada Jesse, eu só não estou me sentindo muito bem.
Jesse entendeu o que eu tinha falado. Ele sabia que eu estava mal por causa de Finn, Quinn, Britt, Puck... E sabe também que meu coração está em mil pedacinhos.
Chegamos a minha casa depois de alguns minutos.
– Até amanhã Rachel. – Jesse despediu-se de mim me dando um beijo.
Abri os olhos e o olhei confusa.
– Foi sem querer, eu não consegui resistir. – Ele desculpou-se enquanto ia em direção ao carro.


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Notas finais do capítulo

Ok, um momento St. Berry...
Mas n vai ter nada de Jesse jogando ovos na minha linda Rachel.
Espero que tenham gostado, só avisando que não vai ter muito tempo de St. Berry, vai ser bem pouco até, aliás, sou muuuuuuuuito Finchel *-*



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