Entre Vícios e Hábitos

Ela tinha um hábito e ele tinha um vício.

A cada quinze dias, Shikamaru forçava o corpo dorminhoco para fora da cama mais cedo que o normal e ia esperar uma certa ninja de Suna nos portões de Konoha. Ele sabia que ela só chegaria mais tarde, mas ele preferia apressar-se, Deus sabe o que ela seria capaz de fazer se ele se atrasasse um minuto sequer.

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Uma vez a cada quizena, religiosamente, Temari despedia-se de seus irmãos na saída de sua Vila. Ela ia à Konoha em nome de Suna. No início, aquilo era uma tortura à kunoichi, mas, com o tempo, tornara-se um hábito até prazeroso. Principalmente por causa da companhia que ela sabia encontrar, esperando por ela nos portões de Konoha.

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Assim que avistou a tão conhecida silhueta no horizonte, Shikamaru suspirou pesadamente, prevendo que tipo de dia teria pela frente.

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Temari avistou-o de longe. Ele era inconfundível. Sempre com as mãos nos bolsos, olhar vago direcionado às nuvens, postura displicente.

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Ele a vira se aproximar, ou melhor, ele a sentira se aproximar dele. A aura que ela emanava era inconfundível, ele a reconheceria mesmo se estivesse no escuro e com uma venda nos olhos.

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Seus olhares se encontraram por um prolongado momento. Ainda ligeiramente distantes, mas perto o suficiente para Temari sentir o efeito calmante que a presença dele trazia-lhe.

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Nenhuma saudação foi feita, Shikamaru apenas juntou-se à caminhada da kunoichi Vila a dentro. O Sol brilhava no céu azul límpido, com isso, Shikamaru não teve muito com o que ocupar a mente durante o caminho ao prédio da Hokage. Voltou seus sentidos, então, à sua companheira.

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Temari andava pela Vila observando o movimento das pessoas, o comércio acordando para um novo dia de lucros e, consequentemente, despesas. E essa era sua filosofia: sempre pesar os lucros com os gastos para ter um saldo positivo. Mas, para ela, sua atual companhia valia mais que ouro.

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Ele concentrou-se nela, observando-a de soslaio. Shikamaru admirava o jeito como os olhos verdes dela brilhavam enquanto absorvia os aspectos do cotidiano de Konoha, o jeito como o cabelo dela reluzia ao Sol, o jeito convidativo como ela cruzava as pernas enquanto esperavam para entrar no escritório da Hokage...

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Tsunade-sama falara-lhe as mesmas coisas de sempre. Como era bom tê-la de volta, que ela era extremamente bem-vinda e que sua visita representava a queda das barreiras entre Suna e Konoha. Ela poderia cortar o blábláblá, aquilo era tedioso demais.

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Assim que Tsunade os liberou, eles retornaram às ruas de Konoha. O dia estava execpcionalmente quente, e não havia compromissos urgentes, então Shikamaru decidiu levar Temari para tomar sorvete.

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Ela notara que eles haviam se desviado da rota usual. Notou também que Shikamaru guiava-a silenciosamente para uma pequena sorveteria. Temari, tão silensiosamente quanto Shikamaru, assentira à mudança de planos.

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Ele se deliciava não com o sorvete que derretia em suas mãos, mas com o modo como ela aproveitava a raspadinha que refrescava-a de dentro para fora. O jeito como seus lábios movimentavam-se ao retirar a porção de sorvete que a colher escavara, o jeito como ela brincava com o conteúdo da pequena taça à sua frente, fazendo o sorvete dançar de um lado a outro.

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Temari adorara a surpresa de Shikamaru. Realmente, o dia estava quente de mais, até mesmo para quem morava em uma vila perto do deserto. Ela também adorava o fato de ele sempre pensar no melhor para ela e de ele estar observando-a atentamente no momento. Inconscientemente, ela deixara um pequeno sorriso de contentamento e graça aflorar-lhe ao rosto.

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Ele espantou-se internamente ao vê-la sorrir. Ainda que brevemente, ainda que levemente, ainda que quase às escondidas, ela sorriu... E o mais brilhante estrategista de Konoha foi pego desprevinido ante essa simples ação. O que uma mulher era capaz de fazer. Mas ela não era uma simples mulher, ela era...seu vício...

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Ao Sol poente, depois de terem cumprido com todas as tarefas do dia, eles andavam em direção aos portões de Konoha. Estava na hora de ela partir.

Mas ela voltaria, daqui a quinze dias, como era seu hábito. Um hábito que lhe era confortável, prazeroso.

E ele a estaria esperando, como era seu vício. Por mais que ele não quisesse, por mais que tudo fosse problemático de mais, ele estaria lá.

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Ela tinha um hábito: ele.

Ele tinha um vício: ela.

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You know my soul

(Você conhece minha alma)

You know everything about me there's to know

(Você sabe tudo o que há para saber de mim)

You know my heart

(Você conhece meu coração)

How to make me stop and how to make me go

(Como me fazer parar e como me fazer prosseguir)

You should know I love everything

(Você deveria saber que eu amo tudo)

About you don't you know

(Sobre você, você não sabe)

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That I'm thankful

(Que eu sou grata)

For the blessing

(Pela benção)

And the lessons that I've learned with you

(E as lições que eu aprendi com você)

By my side

(Ao meu lado)

That I'm thankful, so thankful for the love

(Que eu sou grata pelo amor)

That you keep bringing in my life

(Que você continua trazendo à minha vida)

In my life

(À minha vida)

Thankful, so thankful

(Grata, tão grata)

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You know my thoughts

(Você conhece os meus pensamentos)

Before I open up my mouth and try to speak

(Antes que eu abra a boca e tenta falar)

You know my dreams

(Você conhece os meus sonhos)

Must be listening when I'm talking in my sleep

(Deve estar ouvindo enquanto eu falo dormindo)

I hope you know

(Eu espero que saiba)

I love having you around me don't you know

(Eu amo tê-lo perto de mim, você não sabe)

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Don't you know that I'm thankful for the moment

(Você não sabe que eu sou grata por quando)

When I'm down you always know how to make me smile

(Eu estou mal e você sempre sabe como me fazer sorrir)

Thankful for the moments and the joy that you’re bringing to my life

(Grata pelos momentos e a alegria que você está trazendo à minha vida)

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Thankful, so thankful

(Grata, tão grata)