A Despedida Das Almas - Capítulo único escrita por Saturnia
Notas iniciais do capítulo
Será que vale a pena desistir de algo novo que pode ser eterno e voltar a sofrer a mesma tragédia sempre?
O silêncio era total, não havia nenhuma luz acesa em casa, o carro não estava na garagem, portanto, não havia ninguém, então, abri o portão, fui até o hall, olhei para os dois lados, peguei minhas chaves no bolso direito da calça, procurei a chave certa, encontrei-a, coloquei no buraco da fechadura, girei-a, abri a porta com cuidado e entrei na fria e escura sala, dei alguns passos a frente e a porta, atrás de mim, bateu quebrando o silêncio e assustando-me.
- Deve ter sido o vento - murmurei para mim mesma
- Mas não há vento - disse a melancólica voz em um sussurro ao pé de meu ouvido.
Um arrepio percorreu meu corpo, virei para trás, mas não havia ninguém, então ouço novamente a estranha voz "aqui", me virei para a direita e vi somente um castiçal cheio de velas flutuando, meu coração disparou e novamente ouvi a voz:
- Siga-me, por favor.
Minha mente dizia para sair correndo dali, mas meu instinto, meu coração e minha alma diziam: "fique e siga-o" e eu, como sempre, não dei ouvidos a minha mente, a razão, pois ela não sei usar na vida e deixei meus sentimentos me guiarem, serem a minha "razão". O castiçal começou a se mover e parou entrou em um corredor, onde haviam três portas e parou na segunda a esquerda, eu sabia que porta era aquela, era a porta do quarto da pessoa de que não pude me despedir, porque no dia anterior a sua morte havia despedaçado meu coração e eu não queria vê-lo nem se estivesse coberto de ouro e mesmo no dia de sua morte, pois não queria aceitar que o amava, não queria que lágrimas caíssem de meu rosto ao ver sua bela e gélida face dormindo o eterno sono dos mortos.
A porta se abriu e o castiçal adentrou o quarto seguido por mim, pousou na mesa do computador, que estava ligado e em sua tela havia um texto que começava assim:
"Cara Julieta,
Desculpe-me por ter partido seu coração, pois pensei que assim não sentiria a dor de minha morte, mas ela veio mais cedo do que pude imaginar.
Com carinho,
Romeu.”
Após ler o pedido de desculpa d'alma de Romeu uma força arrebatadora tomou conta de meu corpo, tirando minha alma, matando-me. Agora eu estava vendo meu corpo sem vida, abraçado pelo belo anjo de asas negras como a noite, o anjo da morte e vi duas figuras se formarem diante de mim. Uma era outro belo anjo, forte, alto, cabelos escuros até os ombros que emolduravam a mais bela face que já vi e ele sorria para mim mostrando seus lindos dentes brancos, mas sua figura mostrava certo respeito com suas lindas brancas asas. O outro era um adolescente de minha idade, tenho 16 anos, alto, forte, mas não como o anjo, belos e louros cabelos que também emoldurava uma bela face, mas nem se comparava a do anjo e esse adolescente era Romeu.
- Venha comigo minha amada Julieta - disse Romeu vindo até mim.
- Não - disse o anjo pondo-se entre mim Romeu - Não pode ir com ele minha senhora.
- Não de ouvidos a esse idiota, ele sempre tenta nos separar.
- Por que não posso ir com Romeu - disse voltando-me para o anjo de asas brancas.
- Se for com ele minha senhora a história será a mesma, seus corações serão partidos e a morte os abraçará como fez mais uma vez - disse olhando para o anjo de asas negras que agora tinha tomado meu corpo em seus braços.
- Mais uma vida desperdiçada por quem não lhe merece, Julieta – proferiu o anjo da morte, olhando-me com seus olhos brancos - dessa vez pense se quer ter um amor que jamais será eterno no mundo dos vivos e no mundo do além ou se quer ter a paz eterna ao lado de seu guardião que nunca a abandonará e irá ama – lá por toda eternidade. Pense e escolha bem, Julieta.
Eu tinha que escolher entre um anjo que era ainda é, meu guardião e o garoto que despedaçou meu coração, tinha que decidir entre a paz eterna e o sofrimento eterno. Tomei minha decisão e fui até Romeu e disse olhando em seus lindos olhos azuis:
- Caro Romeu, mesmo pedindo desculpa por ter partido meu coração, não posso reencarnar com você para viver a mesma história, sofrer com sua morte, morrer e chegar mais uma vez a esta situação.
- Essa é despedia das almas, minha cara Julieta?
- Sim, meu caro Romeu, essa é a eterna despedida das almas.
Romeu, assim como apareceu, se desfez no ar e eu me voltei para meu guardião.
- Sabia escolha, minha senhora - disse me olhando mo fundo dos olhos.
- Qual é seu nome meu guardião? - indaguei não desviando de seu olhar.
- Hahasiah, minha senhora.
- Hahasiah, me tome em seus braços e me leve para a eternidade junto com você.
Hahasiah atende meu pedido com certa felicidade por ter cumprido sua missão e antes de nós irmos para o mundo do além ouço a estranha voz:
- Muito bem, Julieta.
- Quem é você? – indago olhando para o nada.
- Eu sou o destino.
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Espero que vocês tenham gostado dessa nova versão de Romeu e Julieta. Nessa fic eu apenas quis mostrar que não existe um único caminho a ser seguido, mas quem existem outros, por exemplo, a Julieta desistiu do Romeu e foi junto com seu guardião com quem vive algo que será eterno.
GENTE DEIXEM REVIEWS POR FAVOR!!!!!!!!!!!! E LEIAM TAMBÉM: "AS DAMAS DA MORTE 1 - DAMA VERMELHA", "A SOMBRA DO PASSADO" E " O SANGUE PELO SANGUE"