Garota Problema escrita por Mah_Alves


Capítulo 2
Sou atacada por uma mulher-burro


Notas iniciais do capítulo

Ooi pessoal! Não ganhei NENHUM review capítulo passado! magoou gente! Aqui está o capítulo 2, boa leitura!



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Logo soube que estava sonhando, pois eu olhava para uma cena do passado. Aquela era eu, com meus 12 anos, bem antes de Matt descobrir que não era meu pai. Acho que naquela época ele já desconfiava.

“Você está de castigo Claire. Ouviu? Puxa vida, outra escola! Como você faz isso?” reclamava frustrado comigo, por ter sido expulsa da escola. De novo. Mas eu apenas olhei-o com tédio, e perguntei simplesmente:

“Acabou?”

Seu rosto ficou vermelho, e ele bufou.

“As férias inteiras sem sair de casa, Claire. Ouviu? Durante toda as férias de inverno” Alertou, mas meu eu de 12 anos, suspirou entediada, e subiu as escadas. Eu já sabia o que viria a seguir.

Peguei meu skate, e sai escondida pela janela. Iria ver o Erik, na rua ao lado. O bom disso tudo é que todos moravam perto um do outro: Ian o meu lado, e na próxima rua, Erik e David. Mas eu peguei um atalho por uma viela escura, e tinha alguém lá. Ou melhor... Alguma coisa. Era um cão infernal, hoje eu sei. Mas minha imagem assustou-se ao ver um cão de mais de 2 metros, preto, e rosnando para ela. Ou melhor, para mim.

Eu era apenas uma mera espectadora, não conseguia me mover, falar, nem para de olhar. Então, assisti enquanto minha versão mais jovem corria para o lado contrário ao monstro e era atingida pelo mesmo nas costas. Vi-a cair no chão e arranhar-se, olhando cuidadosamente para trás.

Ele rosnava, ainda em suas costas, e sua baba de monstro pingava nela. A Claire da visão pegou um martelo jogado no chão, e o meteu na pata do cão. Por sorte, o golpe foi forte o suficiente para fazê-lo soltar um gemido de dor, e desintegrar-se em pó dourado.

Acordei de um pulo, suando frio. Passei anos sendo atacada por aquelas coisas, mas depois eles simplesmente pararam de aparecer. Olhei ao redor do quarto e estremeci, pois tive a sensação de estar sendo observada. Balancei a cabeça em descrença e olhei para o relógio. 08h15min da manhã.

“Claire! Claire! Acorda, vai se atrasar!” Gritou minha mãe, batendo na porta.

“Eu já estou atrasada, mãe!” Respondi também gritando.

Droga! Estava atrasada! Corri para o banheiro, tomei o banho mais rápido da minha vida, e peguei a primeira roupa que vi na minha frente: calça jeans skinny preta, camisa do AC/DC, e All Star preto. Coloquei meu delineador, e corri para baixo, e peguei minha bolsa no caminho.

“Claire! Não vai nem tomar café?” Perguntou Lindsay.

“Claro que vou. Relaxa mãe, se não der tempo, eu nem preciso ir, né?” Respondi na maior ironia, correndo para a cozinha, e pegando uma barrinha de cereal.

Minha mãe revirou os olhos e colocou a mão na minha cabeça.

“Vá logo, e boa aula! Não arrume encrencas, viu? Quando chegar da escola, preciso conversar com você... É um assunto um pouco... Complicado” Agora foi a minha vez de revirar os olhos. Não respondi, e quando cheguei do lado de fora, Ian, Erik e David me esperavam. Mal sabia eu que essa era a última vez que eu veria minha casa, e que essa conversa nunca iria existir.

“Já não era sem tempo, hein, garota problema?” resmungou David, mas limitei-me a dar-lhe uma tapa no braço, e ir em direção à moto do Erik, sentando-me na garupa e passando os braços por sua cintura.

Novamente, tive a sensação de estar sendo observada, e olhei ao redor apreensiva. Ao chegar à escola, não foi surpresa alguma termos chegado apenas na hora do almoço.

“E aí, como é que ficaram as coisas lá na sua casa?” perguntou Erik, sentando-se de frente para mim.

Suspirei.

“Matt foi levado à delegacia, mas ainda não voltou. Minha mãe vai à delegacia comigo para resolver tudo. E me disse que... Que quer conversar comigo hoje, ao chegar da escola” Suspirei novamente, e revirei os olhos.

“Não se preocupe, aposto que são só aquelas besteiras que os velhos sempre têm, não é?” Erik tentou me acalmar, mesmo eu não entendendo o porquê, já que eu não estava estressada.

Esse é o bom deles. Podemos parecer apenas pessoas problemáticas aos outros, mas eles são realmente boas pessoas, por isso que não posso viver sem eles. Ok, isso ficou muito emo, então esqueçamos essa parte, beleza?

Ficamos falando besteira até tocar, e seguimos preguiçosamente para a próxima aula. Agora era a horrível aula de gramática, e eu teria duas aulas seguidas com a Sra.Hell. Tem coisa pior que isso? Tem. E quer saber? É ter aulas de gramática sem nenhum amigo junto. Mas era melhor do que me sentar com alguma patricinha, ou com algum idiota.

Era a única aula que eu tinha sozinha. Mas hoje foi diferente. Um garoto com um jeito de andar estranho, cabelos cacheados e uma barba rala sentou-se ao meu lado, na única aula em que eu me sentava sozinha. Mandei-lhe meu melhor olhar mortal, e falei da forma mais grosseira que pude:

“O que você pensa que está fazendo?” O vi estremecer um pouco sob meu olhar atento.

“Eu... ahn... bem...” Gaguejou. “Não tinha outro lugar para sentar, estão todos os lugares ocupados, e...” Interrompeu-se, e eu bufei, ignorando-o. A Sra.Hell já tinha entrado na sala, e olhou mortiferamente para mim.

“Chega de conversas, Srta.Whitfield. Quer ir para a detenção de novo, querida?” Sua voz pingava de veneno ao me chamar de querida, e olhei-a feio.

A Sra.Hell é aquele tipo de mulher que não é velha, mas parece. Com sua saia nos joelhos, camisa de botões e cabelo em um coque com gel, parecia aquelas senhoras velhas e formais.

“Por que não se mete com o que é da sua conta, velha? Me erra, beleza?” Resmunguei, e vi todos, inclusive o menino estranho ao meu lado, me encararem, espantados.

“Que foi? Perderam alguma coisa na minha cara?” Na mesma hora todos se viraram para o lado contrário ao que eu estava, menos o estranho. Ele continuava a olhar para mim. “Melhor assim” Murmurei.

“No final da aula, todos podem sair. Mas a Srta.Whitfield fica” Ai ai... Como se isso fosse me afetar. Fiz de conta que soltei um bocejo, e vi seus olhos arderem de ódio. Coloquei meus fones de ouvido, e olhei para a janela.

“Psiu!” Chamou alguém depois de um tempo. Olhei. Era o garoto estranho.

“Que é?” Eu não tinha reparado, mas a aula tinha acabado, e a Sra.Hell saiu da sala, para ir sabe lá para onde.

“Você tem que ir comigo. Está correndo perigo. Chame seus amigos, e venha!” Falou aos cochichos, me puxando para a saída.

“Ei, ei, para onde pensa que está me levando?” Exclamei irritada.

“Para um lugar seguro, venha, antes que ela volte” Continuei sem entender, mas ele continuou a me puxar.

“Eu nem te conheço menino!” Tentei argumentar e me soltar, mas seu aperto ao redor do meu braço era forte, e me impedia de me soltar.

“Meu nome é Mark Halliday” Se apresentou às pressas. “E você é Claire Whitfield, seus amigos são Ian Fernandez, David YoungBlood, e Erik Moore” Continuou, e me assustei ao perceber que ele sabia o nome de todos nós.

“Mas espere. O que está acontecendo?” Tentei entender os fatos.

“Não há tempo para explicar agora! Apenas me siga, e vamos embora”

“Vocês não vão há lugar algum” Falou, ou melhor, sibilou, alguém atrás de nós. Halliday congelou e virou-se lentamente para olhá-la. Imediatamente, soltou meu braço, procurando alguma coisa em seu bolso.

A criatura a minha frente era... Asquerosa. Não tem outra palavra para descrevê-la. Sua pele era branca como giz; os olhos, completamente vermelhos, e seus dentes pareciam presas. Foi quando notei suas pernas. A perna direita era peluda e marrom, como uma perna de animal. A outra perna era feita de um material estranho, quase como se fosse... Bronze. Quando olhei direito para seu rosto vi que ela... Ela era a Sra.Hell! Aquele monstro tinha as feições da Sra.Hell.

“Sra.Hell? Quem... Quem é você?” Gaguejei, encolhendo-me atrás do Halliday.

“Acho que a pergunta certa seria o que ela é” Respondeu Halliday, pegando flautas de bambu do bolso de suas calças. Franzi o cenho. Aquela coisa estava prestes a nos matar e ele queria tocar flautas de bambu?

“Eu sou uma empousa, serva de Hécate, e vim acabar com você, meio-sangue” Sibilou.

“Meio-sangue? Hécate? Que...?” Comecei a perguntar, mas fui interrompida.

“Não há tempo! Depois!” Falou Halliday, impaciente.

A empousa andou em nossa direção, com suas pernas descombinadas. Estremeci, completamente congelada.

“Claire!” Gritou uma voz. Não uma voz. Ian. Virei-me para ele, pronta para dizer que corresse, e fosse embora, mas me surpreendi ao vê-lo com uma espada enorme nas mãos. Tinha quase um metro, feito de lâmina dupla de bronze, com cabo de ouro. Arregalei meus olhos quando o vi correr em direção à empousa.

Halliday começou a tocar alguma música apressada na flauta de bambu, enquanto Ian lutava com a empousa, espada contra lança. Ela desferiu-lhe um golpe, e Ian gritou de dor. Ela riu, mas logo após Ian enfiou a espada em sua lateral, e ela desintegrou-se em pó, feito... Feito o cão gigante que eu encontrara anos atrás.

Ian estava todo suado, mas eu não hesitei a correr em seu encontro e abraçar-lhe.

“Ian, Ian, Ian!” Eu balbuciava, com peso em minha consciência. Por minha causa, ele estava ferido, e eu não pude fazer nada. Na hora que tudo aconteceu, eu não conseguia nem ao menos me mexer.

“Calma Claire. Foi só um arranhão” Tentou sorrir para mim.

“Deixe-me ver” Pedi.

“Mark... tem néctar e ambrosia aí?” Ian ignorou-me, e se dirigiu ao Halliday.

“Aqui” Respondeu, dando-lhe uma garrafa térmica, e alguma coisa solida. Ian tomou um gole e comeu aquilo, e logo depois estremeceu. Olhei para seu braço, e estava curado. Curado! Eu não podia estar mais assustada do que agora.

“Ian, Claire, Mark!” Ouvi mais gritos, e vi Erik e David correndo em nossa direção. Era a voz de David que gritava.

“Está tudo bem?” Erik perguntou, e Ian assentiu sombrio.

“Vamos. Temos que sair daqui antes que cheguem mais monstros, e levá-la ao Acampamento” Falou Halliday rapidamente. Todos assentiram, e só eu não entendi nada.

“Nós lhe explicamos tudo no caminho, mas temos que ir. Agora.” Sentenciou Erik, puxando-me com ele.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentem, poooor favor! Façam uma autora feliz. Até o próximo capítulo!



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