Amor De Primavera escrita por AneNunes


Capítulo 21
21- Tristeza e esperança




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Aquele lugar me dava náuseas, todas as pessoas estavam com roupas pretas e óculos escuros, as mulheres estavam com lenços nas mãos, o caixão era preto com detalhes prateados e estava fechado, tinham várias flores ao redor e uma coroa bem grande com uma faixa dizendo “Kagome uma mulher determinada e maravilhosa deixará saudades de seu noivo e seus amigos” velas ao redor só deixava o ambiente mais sombrio, mais triste, as paredes brancas só me deixam menos a vontade ainda, o enterro seria daqui a pouco, o tempo estava nublado e com chuva, não havia comido nada desde a noite passada, não tinha mais apetite nem mesmo animo.

- Kagome – não me lembro de já ter chorado antes, não me lembro de já ter chorado por alguém, acho que esta é a primeira vez que eu choro por alguém, não chorei nem quando a minha mãe morreu, mas agora sim eu estou chorando, as lágrimas desciam vagarosamente pelo meu rosto mostrando parte do meu sofrimento, a minha vida tinha acabado aqui.

Parecia que tinham arrancado meu coração, não acredito que diante de mim está o caixão da mulher que eu amo, nunca pensei que nosso amor ia terminar dessa forma, quando penso nisso parece até que vou enlouquecer, na verdade queria me matar acho que só assim a angustia que sinto iria desaparecer, mas não posso fazer isso, sei que ela não gostaria que eu o fizesse.

- Kagome – sussurrava seu nome, mas não podia me ouvir, ela tinha me deixado para todo sempre, toquei no caixão afinal ele estava fechado, os médicos disseram que seu rosto estava irreconhecível pelas queimaduras e não tive coragem de olhá-lo porque se o fizesse não agüentaria – Porque você me deixou Kagome?

As lágrimas solitárias que escorriam pelo meu rosto não eram o suficiente para acalmar a minha dor, e pensar que por um breve momento a tive em meus braços e que a perdi tão rápido desse jeito, meu irmão disse que o incêndio foi proposital, mas quem poderia ter feito tamanha crueldade, todos estão tristes, chorando ou silenciosos, estava tão distraído com minha própria dor que não percebi que todos olharam para fora, sim era ela Kikyou a irmã mais velha da Kagome.

- Kagome minha irmãzinha porque você partiu? – chorava desesperadamente então se aproximava do caixão e todos a olhavam com tristeza, será que eu sou o único que percebeu que essas lágrimas são falsas, Kikyou nunca amou a Kagome ela sempre a odiou não ia ser agora que ia mudar de idéia, essas lágrimas não me enganam, sei bem quem ela é, uma mulher amarga e cruel, suspeito até que tenha sido ela que matou a Kagome, bem não é possível já que ela estava com algumas pessoas da minha empresa, mas não muda o fato de que ela poderia ter mandado alguém, ao olhá-la agora fiquei enojado, como eu pude me apaixonar por uma criatura tão vil como ela?

- Pare de fingimento Kikyou, não vai conseguir convencer ninguém com a sua falsa tristeza – sussurrei apenas para que ela me ouvisse, percebi que ela tinha alguns arranhões e uma marca roxa no pescoço, mas pouco me importo o que tenha acontecido com ela, então ao se levantar tirou os óculos e olhou em minha direção.

- Como pode ser tão insensível Inuyasha, eu acabei de perder a irmã que eu tanto amo e você fala que estou fingindo, quem deve estar fingindo é você, todo mundo sabe que ainda não me esqueceu – ela estava brincando com fogo, hoje eu não estou com paciência para brincadeiras e senão fosse pelo meu irmão segurar o meu braço eu teria batido nela.

- Cale a boca Kikyou, você é uma falsa, eu sei muito bem que você odiava a Kagome não perca o seu tempo fingindo e vou dizer mais uma coisa se por acaso eu descobrir que você foi à responsável pelo incêndio na minha mansão se prepare porque nem o meu irmão vai me impedir de quebrar a sua cara de falsa, cínica, eu tenho nojo de você, eu não te amo mais acho que nunca te amei de verdade, é verdade que fazia pouco tempo que a Kagome e eu nos conhecemos, mas ela será a única que eu vou amar para sempre, porque ao contrário de você Kikyou a Kagome era uma mulher verdadeira e não uma hipócrita como você é – soltei-me do meu irmão e a vi lançar um olhar de ódio em minha direção.

- Inuyasha tome cuidado com o que diz, vou relevar isso porque todos estamos com a cabeça quente por causa do enterro, mas da própria vez que falar comigo desse jeito será você quem se arrependerá, nunca existirá ninguém no mundo que ame mais a minha irmã do que eu – não acredito como alguém pode ser tão cínica dessa forma, comecei então a ri e todos me olharam como se eu tivesse ficado louco.

- Não me faça ri Kikyou acha que eu não sei que foi você que contratou aqueles homens para matarem a Kagome seu plano quase deu certo, mas acho que você não contava que eu aparecesse e a salva-se, quando descobriu que seu plano tinha falhado resolveu matá-la no hospital, mas novamente seus planos falharam – todos me olharam abismados, na verdade eu tinha começado a investigar aqueles caras para saber se fora proposital ou não a algum tempo e agora tenho as provas que eu queria.

- Inuyasha você só pode ter ficado louco, porque eu iria querer matar a minha única irmã, não diga bobagens você não tem provas – percebi que ela estava começando a ficar nervosa, ora tem não deve não teme não é mesmo e eu estava certo nas minhas suspeitas.

- Não seja idiota Kikyou eu nunca acusaria ninguém sem ter provas, estou investigando isso há muito tempo e agora descobri tudo, olhe para trás – ao se virar dois policiais apareceram – Eles vieram até aqui para te levarem, agora você vai ver o sol nascer quadrado espero que goste da visão – disse ironicamente – Pelo menos a alma da Kagome vai poder descansar em paz, já que sua assassina vai ser presa resta apenas descobri quem é o seu cúmplice para encerrar de vez esse assunto – meu coração está doendo muito, estou sendo forte nesse momento controlando a minha vontade de chorar ou de matar aquela desgraçada, ela conseguiu arruinar a minha vida

Ela apenas me olhou com ódio, veio em minha direção e me deu um tapa, os policiais logo reagiram e a algemaram, foram levando ela embora, mas não perdeu tempo e falou às palavras que eu já esperava ouvir.

- Tolo você está certo, fui eu quem mandou aqueles idiotas matarem a minha irmã, mas é claro eu queria que ela sofresse antes e disse que eles poderiam “brincar” com ela, mas você tinha que aparecer e estragar tudo, você tinha que bancar o herói que resgata as donzelas em perigo, não me faça ri – ela começou sadicamente, só podia estar louca mesmo confesso diante de tanta gente as maldades que cometeu – Mas é claro que não foi só isso, naquele dia da reunião me certifiquei que você e o Sesshoumaru não estivessem em casa e mandei o meu cúmplice fazer o serviço sujo e deu certo, chore, lamente-se, mas não do que pode fazer a trará de volta, podem me algemar, me prender fazer o que quiserem, mas não conseguiram me deter eu prometo que voltarei e acabarei com a sua vidinha infeliz, afinal você deveria me agradecer porque farei um grave favor acabando com a sua vida miserável, o que foi agora que perdeu a amadinha não tem mais vontade de viver, o seu mundo acabou, ótimo, sofra, afunde nas profundas da escuridão, quero ver você lamentando até o último dia de sua vida e mais uma coisa eu não me arrependo do que fiz, aliás, porque deveria meu desejo sempre foi acabar com aquela desgraçada e...

Não consegui mais me controlar, não tenho paciência para ficar ouvindo ela falar essas coisas e ficar quieto, então fui dar um soco nela, mas o idiota do Naraku ficou no caminho e o recebeu em seu lugar.

- Não deveria tentar bater em uma dama Inuyasha, onde estão os seus modos, você não é um cavalheiro – e me olhou como se estivesse se divertindo com tudo – Então onde foi parar aquele Inuyasha que eu conheci, aquele que foi trocado por mim – é sério eu já estou me sentindo péssimo e a consciência já está quase no fim.

- Saiam daqui, vocês não tem o direito de perturbar o enterro da Kagome, não vou pedir que tenham consideração porque sei que não conhecem nem mesmo essa palavra, policiais façam o favor de tirar esses dois daqui, esse lugar é sagrado e não uma praça pública onde qualquer um pode ir – os policiais levaram a Kikyou e o Naraku apenas a acompanhou, a Sango apareceu com um copo de água na minha frente.

- Inuyasha é melhor você tomar esse calmante agora, vai te ajudar um pouco – apenas assenti com a cabeça e tomei o calmante, precisava relaxar um pouco, não demorou muito e logo iriam levar o caixão, mas eu queria pelo menos dar um último abraço na Kagome, consegui convencer as pessoas a abrirem o caixão e por um momento achei que meu coração ia parar de bater.

Seu rosto estava desfigurado, era uma cena horrível e meio que me arrependi de ter feito esse pedido, seu cabelo preto estava um pouco diferente e mais curto, mas acho que deve ser pelo fato do fogo tê-lo queimado, suas mãos estavam encima de seu peito, mas me pareciam estranhas, tive a sensação de que esta não era a minha Kagome, mas deve ser pelo fato de estar tão queimada, tomei coragem e a abracei, mas me senti estranho, senti como se fosse uma estranha, a pele era diferente, a da Kagome era mais macia, aquele não era o corpo da Kagome, mas como, estou confuso a única coisa que sei é que definitivamente essa não deve ser a minha Kagome, olhei em sua mão e reparei que não tinha nenhum anel, agora me lembro de que quando a encontraram não tinha nenhum anel consigo, mas quando eu saí, ela o usava.

- Será que você não é a Kagome? – sussurrei para que ninguém ouvisse, mas meu irmão ouviu, resolvi fazer uma última alternativa, só tem um jeito de descobrir se ela é ou não a Kagome, aproximei-me de seus lábios e a beijei e me senti estranho, os lábios era a única coisa do rosto que não estava desfigurado, mas aqueles não eram os lábios da Kagome, afastei-me com a conclusão de meus próprios pensamentos.

“Não entendo o que está acontecendo, mesmo que a Kagome tenha sido desfigurada eu a reconheceria pelo abraço, pelo beijo, mas é como se estivesse diante de uma estranha, será que essa não é a Kagome, mas como isso é possível, onde a verdadeira Kagome está então, estou confuso, mas se existe uma possibilidade da Kagome estar viva não vou ficar parado, não vou mais perder tempo aqui”.

Saí correndo dali, a chuva caia cada vez mais forte, mas eu não ligava tinha que descobrir a verdade, tinha que de alguma forma fazer algo antes que fosse tarde demais, meu irmão me chamou e eu me virei, meu terno preto estava molhado assim como o dele.

- Inuyasha o que está fazendo, não pode sair correndo daquele jeito, está quase na hora de enterrar a Kagome e...

- Pare de falar isso – meu irmão me olhou assustado – Aquela mulher não é a Kagome, não pode ser ela! – falei um pouco angustiado e meu irmão me abraçou, nunca pensei que ele faria isso, nós nunca demonstramos carinho um com o outro.

- Sei o que está pensando Inuyasha, é normal ficar assim afinal ela foi queimada, está irreconhecível, mas ainda assim é ela! – parecia que meu irmão estava tentando me convencer de algo que eu não acredito mais, me afastei dele.

- Você não entende Sesshoumaru mesmo queimada eu reconheceria a Kagome, mas quando a abracei e a beijei foi como se ela fosse uma estranha, tenho certeza que de que a Kagome está viva e que precisa de mim e eu a encontrei – escutei um barulho e vi as pessoas levando o caixão, aquela cena apertou o meu coração afinal se eu estivesse errado iria me arrepender pelo resto da vida, mas não vou voltar atrás agora, saí correndo deixando meu irmão para trás, não tinha rumo nenhum apenas corri sem direção, tirei o paletó do meu terno e o joguei no chão, me ajoelhei angustiado e juntando todas as minhas forças gritei – Kagome!

Não muito longe dali, Houjo conseguiu convencer a Kagome a passear, ele saiu na frente para comprar algo e ela ficou parada perto de uma árvore até que ouviu um grito, alguém havia gritado o nome Kagome e aquilo de alguma forma tinha mexido com ela.

- Porque meu corpo está reagindo a essa voz, porque alguém gritou o nome, faz pouco tempo que me lembrei que esse é o meu nome, Kagome, por causa daquela promessa!

“Porque eu tenho certeza que algo vai acontecer e por isso mesmo quero que saiba que eu a amo mais do que tudo e sempre estarei ao seu lado, você é a minha vida Kagome e nunca desistirei de você, não importa o que aconteça”.

- Porque não consigo me lembrar do rosto daquele rapaz, porque não consigo parar de pensar nele – olhou em sua mão e viu o anel prateado escrito seu para sempre – Será que de alguma forma ele está envolvido com esse anel? 

“Acho que vou dar uma volta, o Houjo não vai se importar se eu sair um pouco, preciso de lembrar de algo importante, mas não sei o que, as únicas coisas que me lembro são do meu nome, de uma promessa que um rapaz fez para mim e do incêndio, me lembro vagamente do rosto do homem que tentou me matar”.

Depois de gritar cedi às lágrimas, fiquei um bom tempo chorando tentando aliviar a dor em meu peito, quando levantei o meu rosto resolvi continuar andando, a chuva estava mais forte ainda, estava tão distraído que não tinha percebido a garota na minha frente passar ao meu lado, fiquei paralisado por um momento, os mesmos cabelos, o mesmo rosto, me virei lentamente e ela virou o rosto olhando para mim, em seu pescoço estava uma corrente com um anel prateado mesmo longe dava para ver se estava escrito seu para sempre, era a Kagome eu tinha certeza, saí então atrás dela, a chuva forte estava atrapalhando e cada vez mais ela se distanciava de mim, as pessoas corriam em minha direção tentando se proteger da chuva, mas isso só dificultava a minha passagem e eu a perdi de vista, fiquei frustrado comigo mesmo, mas aliviado em saber que ela estava viva, não entendi o porque ela me ignorou, mas a procurarei em todos os lugares até encontrá-la ou não me chamo Inuyasha.


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