Parecia que as semanas passavam-se cada vez mais lentas. A minha vida estava um inferno total, minha mãe tentava de tudo para me ajudar, uma vez ela chamou meus padrinhos para virem me contar piadas para ver se funcionava, mas tanto eu quanto ela sabemos que meus padrinhos não são os melhores piadistas. Meus amigos também tentaram me ajudar, mas a única coisa que aconteceu foi eu ficar uma fera quando eles fizeram várias piadas sobre Brendon.

Para variar, eu estava quase dormindo durante a aula de matemática, não existe aula mais chata do que esta, pode acreditar.

- Ryan, você pode resolver essa expressão? – O professor careca e gordo me olhou com aquele mesmo sorriso sínico de todas as manhãs. – Então?

- Ãnh? – Resmunguei olhando para a lousa com uma expressão confusa.

- ÃNH? – Me olhou incrédulo. – Você não entendeu a matéria? Ou estava apenas dormindo?

- Essa matéria é impossível, professor, pode explicar de novo? – A voz de Brendon soou alta e clara do fundo da sala, todos os alunos viraram-se para poder vê-lo.

- O senhor estava dormindo também? – Perguntou o professor.

- Não senhor, eu estava prestando a atenção, acho que Ryan está com a mesma dúvida que eu, pode nos explicar novamente? – Pediu Brendon sorrindo. – Por favor, é claro.

- Certo. – O professor virou-se para a lousa e recomeçou a explicação.

Frank me jogou o costumeiro bilhetinho, que estava escrito: Fui só eu que percebi ou Brendon te ajudou mesmo a se livrar dessa baleia?

Ri balançando a cabeça negativamente, a parte da baleia foi engraçada. Mas realmente parecia que ele queria me ajudar ou não, sei lá, acho que ele só estava com dúvida na matéria mesmo. Voltei a prestar a atenção na matéria que era o melhor que eu faria naquele momento ou então eu me daria muito mal na prova.

Depois daquela aula muito chata, meus amigos e eu descemos para o recreio, coisa que não fazíamos desde que aquilo aconteceu. Escolhemos um lugar debaixo da grande árvore do pátio.

- Ai que bosta! Essa árvore nem protege do sol! – Gerard exclamou estreitando os olhos devido ao sol. – Ray, seu cabeludo, vem aqui na frente fazer sombra. – Disse se divertindo com a cara que Ray lhe respondera.

- Gee... Vamos para outro lugar? – Frank disse tentando se esconder atrás do maior.

- Deixem de ser frescos. – Mikey disse espirrando um pouco de água da garrafinha. – Ta calor! Vamos aproveitar, porque o tempo anda que nem o humor do Ryan. – Completou e todos me encararam.

- O problema é com o garoto novo né? – Frank perguntou e eu apenas assenti com a cabeça.

Aquele tal de Dallon estava me tirando do sério, vivia colado no Brendon, abraçando ele... Puta merda! Eu não suportava mesmo ver aquelas cenas, aquilo era demais para mim.  Sarah era a pior, quando via Dallon há metros de Brendon, grudava que nem chiclete, ela deveria ser a noiva mais chata da história das noivas.

- Ryan, esquece isso. – Falou Ray me olhando sério. – Ele não merece tudo isso que você passa por ele.

Suspirei longamente e voltei a olhar para o pátio onde várias pessoas andavam em grupos, rindo , se divertindo, aproveitando o tempo de liberdade! Enquanto eu estava ali, sofrendo por um garoto, eu não podia acreditar o quanto idiota eu estava me tornando.

- Oi Ryan! Oi gente! – Pete disse de mãos dadas com o Patrick, os dos sorriam radiantes. – Que cara é essa Ryro?

- Nha... Nada não. – Falei dando os ombros e voltando a me concentrar nas pessoas do pátio.

- Hey! Eu vi a ajuda que o Urie te deu hoje na sala. Você não acha que já está mais que na hora dos dois ficarem juntos não? – Patrick dissa se abaixando para sentar-se ao meu lado. Não respondi, mas meus amigos apenas fizeram uns sinais que indicavam que era para ele trocar de assunto. – Erm... Quer dizer...

- Tudo bem, galera. Eu acho que isso nunca vai rolar Patrick. – Respondi.

- O que aconteceu? Eu vou lá quebrar a cara dele. – Pete disse se levantando onde havia sentado. - Eu sei muito bem que foi ele quem fez o meu amiguinho ficar assim, e ninguém pode magoar nenhum amigo meu!

- Então quebra. – Brendon chegou encarando Pete. – Vai, corajoso!

- Então cai dentro seu idiota. – Pete se preparou para dar um soco, – Quantas vezes Brendon já não fora ameaçado?- mas eu o impedi dessa vez.

- Vamos, eu não quero briga. – Falei afastando Pete. – E Brendon, ninguém aqui quer que você se machu—

- Só eu! – Pete interrompeu e eu lancei-o um olhar atravessado. – Ta bom, parei,

- Então... Por favor, saia. Eu não quero méis nenhuma discussão.

- Mas---

- Brendon, por favor. – Pedi então ele assentiu com a cabeça.

- Eu vou. – Virou-se e foi embora se misturando com o resto dos alunos.

Voltei a me sentar na grama. Depois disso, não tive vontade de falar ou fazer mais nada durante todo o intervalo.

O sinal do fim do intervalo soou então fomos para a sala. As aulas estavam cada vez mais chatas, recebi o resultado da minha prova de Espanhol e vi que eu tirei uma nota péssima, eu estou indo de mal a pior.

A aula finalmente acabou então Gerard em deu uma carona até em casa. Agradeci a carona e entrei na minha casa, ninguém estava lá, apenas um daqueles costumeiros bilhetes da minha mãe: “ Tem lasanha de microondas, você esquenta e come. Beijos, mamãe. “

Bufei cansando, só de pensar que eu teria que esquentar a lasanha no microondas. Preguiçoso eu? Que nada! Fiz meu almoço e fiquei a tarde toda esperando a minha mãe chegar, até que a porta da sala abriu, dei um pulo animado.

- Oi querido! – Minha mãe estava cheia de sacolas nos braços. – Me dá uma ajudinha aqui.

Ajudei-a á levar as sacolas até a cozinha, falei algumas coisas sobre algumas coisas que aconteceram na escola, inclusive a minha nota ruim em Espanhol, ela nem pareceu se importar muito com isso.

- E como foi com o Brendon? – Perguntou, nessas coisas ela se interessava né?

- Ah, na mesma de sempre, a gente nem se fala muito. – Falei entediado.

- Ah, que pena! Vocês dois deveriam se perdoar e ficar juntos felizes para sempre! – Minha mãe disse animada. – Vocês vão se perdoar né? Vai! Daqui á dois dias é seu aniversário!

- Mas...

- Isso é coisinha de criança eu te aconselho á não acreditar muito na Grace. – Falou. – Agora vá para a cama, que amanhã nós conversaremos mais sobre isso.

Despedi-me da minha mãe e fui para o meu quarto, que estava uma bagunça, nem liguei para a bagunça e apenas fui dormir.