Acordei no outro dia um pouco melhor. Fui para o banheiro, tomei banho, escovei os dentes e coloquei uma roupa. Desci as escadas e vi minha mochila jogada no chão e meus livros empilhados no chão do mesmo jeito que estava ontem á noite. Fui para a cozinha e vi minha mãe, estava preparando omelete, não sei se eu já comentei, mas o ometele da minha mãe era o melhor.

- Bom dia, mãe. – Falei sentando na mesa. – Por que está aqui? Você não vai trabalhar?

- Eu peguei uma folga de três dias. – Disse ela parecendo bem animada. - Omelete? – Ofereceu mostrando a panela.

- Claro! Pode por em um prato para mim? – Pedi e ela logo o fez, colocou a omelete quente no prato.

- Tem suco de laranja. – falou.

- Ótimo! – Abri a geladeira e peguei a jarra de suco. – Hmm... – Despejei o suco no copo e dei um gole. Terminei meu café da manhã e me levantei. – Vou para a escola tá? Até.

- Tchau, boa aula! E... Ah! Eu vou sair com umas amigas de tarde, por você tudo bem? – Perguntou,

- Tudo bem. Divirta-se então. – Falei com um sorriso no rosto.

- Então boa aula, vai com Deus. – minha mãe falou dando um beijo na minha bochecha.

Fui até a sala e coloquei meus livros na mochila e logo a colocando a mesma nas costas. Estava andando pela rua e vi um carro parando bem ao lado da calçada que eu estava.

- Bom dia! Quer carona? – Gerard perguntou. Mas o quê? Ele ainda vai fazer dezesseis anos, ainda nem tirou carteira de motorista.

- Entra, vai! Meu namorado não dirige tão mal assim. – Frank disse sorrindo no banco ao lado de Gerard.

- Okay. – Entrei no carro azul-marinho e logo estranhei a ausência de Mikey, mas não falei nada sobre o assunto. – Você não pode esperar para tirar a carteira de motorista? – Perguntei.

- Eu não esperei para pilotar a moto e não vou esperar para dirigir um carro! – Gerard disse balançando os ombros.

- Vá se acostumando o Gerardzinho é um garoto muito mau! – Frank se pronunciou inclinando-se para selar os lábios de Gerard.

- É, pode se acostumar. – Gerard parou no sinal vermelho e se inclinou para beijar Frank.

- Eu sei que eu posso achar isso fofo, mas vamos parar, pois o sinal já abriu! – Alertei apontando para o semáforo, Gerard e Frank se afastaram e o maior deu partida no carro. Continuamos o caminho em silencio absoluto.

- Chegamos. – Gerard falou estacionando na frente da escola e desligando o carro. Avistei Brendon parado perto do carro de braços cruzados e fazendo um bico muito fofo.

- Aham... Vocês dão carona para o Ryan e para mim não, né? – Brendon reclamou fomos em direção a ele. – Cadê o Mikey? Nem para ele você deu carona!!

- Aff... Eu o levei até a casa do Ray, pois ele disse que ia esperar o cabeludo! – Falou Gerard.

- O que será que os dois têm juntos hein? – Frank perguntou e logo segurou a mão de Gerard. – To suspeitando hein, to suspeitando...

- UUUH Mikey e Ray sentados numa árv... – Gerard foi interrompido por um soco que levara no rosto, e quem deu esse soco foi Mikey.

- HEY!! – Frank gritou fuzilando o mais novo dos Way com os olhos. – Você não machuca o Gerard! Ouviu?

- Aff, Frank, ele é meu irmão. – Mikey revirou os olhos entediado. Foi ai que eu percebi que Ray estava corado perto de nós.

- E ele é meu namorado! – Frank disse com um sorriso convencido de quem diz “ganhei”,

- Pff... Fui! – Mikey entrou na escola e Ray foi atrás mhmmm... Eu acho que Frank tem razão hein. Eu vou descobrir!

- Então, Ryan, já superou o que aconteceu ontem? – Brendon perguntou.

- O que aconteceu ontem? – Frank perguntou com uma expressão preocupada.

- Err... – Tentei falar, mas fui interrompido.

- Pete Wentz beijou o Ry , na mesma hora eu tava entrando na casa dele com a Cynthia. – Brendon disse.

- Uuuh! Me conta, amiga, ele beija bem? – Gerard disse com uma voz bem de bicha, Frank deu um tapa no braço do maior.

- Foi á força. – Falei com uma voz entediada. – Mas enfim, eu estou bem sim. Obrigada.

O sinal tocou e fomos para a sala, a aula começou e as primeiras aulas foram super chatas. As duas primeiras aulas já haviam acabado e iria começar a aula de biologia, era uma professora nova.

- Bom dia, meu nome é Mary. – Falou a mulher de baixa estatura e com cabelos loiros presos em um rabo de cavalo. – Me contaram sobre o antigo professor de vocês e devo dizer que as aulas de vocês daqui em diante serão bem diferentes. Hoje vamos ao laboratório. Sigam-me.

Todos nos levantamos das cadeiras e seguimos a professora até o laboratório, pelo visto seria um algazarra, afinal, era raridade irmos ao laboratório.

- Certo, agora eu farei as duplas que serão permanentes até o fim do ano letivo. – a professora disse pegando uma lista, provavelmente já havia separado os grupos. Eu ficava ali apenas torcendo para cair junto com Brendon. – Senhorita Orzechowski... Você vai com Raymond Toro.

Sarah fez uma expressão entediada e os dois foram até uma mesinha. A seleção continuou até que...

- Brendon Urie e Pete Wentz. – IH Fudeu! Pete fuzilou Brendon com os olhos e os dois foram para uma mesa. – Gerard Way e Frank Iero. – Nossa! Os dois deram sorte. Frank puxou Gerard pela mão e foi saltitando até a mesa. –Ryan Ross e Patrick Stump.

Patrick? A professora apontou para um garoto loiro de olhos castanhos em um canto, ele me parecia familiar, mas acho que nunca havia o visto. Escolhi uma mesa e sentamos.

- Eu acho você muito familiar, mas não sei se já tinha te visto... – Falei e Patrick voltou o olhar para mim.

- Eu tinha o cabelo um pouco abaixo das orelhas e usava óculos. Hoje eu estou usando lentes e cortei o cabelo. – Ahh siiim! – Lembra?

- Ah sim, lembrei. – Falei arqueando a sobrancelha assim que percebi que ele não tirava os olhos da onde Brendon e Pete estavam. – Você tem idéia do que vamos fazer? – Falei para que ele parasse de olhar para lá. Será que ele tava afim do Brendon?

- Ãnh? – Patrick me olhou confuso.

- O que tem de tão interessante na outra mesa? – Questionei, me fingindo, pois lá tinha algo de interessante, e no caso era alguém e esse alguém era Brendon.

- Hoje vamos dessecar em sapo. – A professora disse com um sorriso estampado no rosto. Não sei como, ela estava na frente de vários sapos mortos. – Alguém da dupla venha buscar o cadáver.

- Déixa que eu vou. – Falei me levantando da cadeira e indo em direção a bancada da professora, a mesma me entregou uma espécie de bandeja de plástico com o sapo dentro. – Irg! – Fiz uma cara de nojo ao ver o bicho.

Voltei á mesa e começamos a dessecar o animal e fazer algumas anotações na folha ao lado. O resto das aulas não foram nada de mais, foram bem chatas.

O sinal do fim da aula tocou, eu corri para fora, não queria ser interrompido por ninguém. Mas meu plano não deu certo.

- Hey, Senhor Ross! – Brendon gritou vindo em minha direção. – Vamos fazer alguma coisa hoje à tarde?

- Ah... Não sei não... – Falei um pouco entediado. Como eu rejeitando a presença de Brendon? Como? Eu estava realmente muito cansado. Brendon fez uma cara de pidão mais fofo do mundo e não tinha como negar esse pedido a ele. – Táááá! Então a gente passa a tarde jogando Wii na minha casa, okay?

- Ta certo. Então vamos?

Fomos a caminho da minha casa, chegando lá tomamos um lanche e ficamos conversando no sofá. Parecia que meu cansaço havia acabado. Estranho, não?

- Hey! Vamos jogar Wii! – Falei e me levantei indo em direção ao móvel para procurar uns jogos. Achei um interessante, um de luta. – Te desafio. – Falei mostrando a capa do jogo para Brendon, o mesmo sorriu com o desafio.

- Você vai perder! – Brendon disse se levantando do sofá e pegando um dos controles.

- Que a guerra comece. – Peguei meu controle.

O jogo começou e eu como sou o melhor nesse jogo – e muito humilde também – eu ganhei! Derrotei ele umas sete vezes, mas ele sempre pedia revanche, até que ele aceitou que perdeu.

- Ta bem, mas eu sei que eu ganho de você na luta de verdade! – Brendon disse se gabando.

- Aham sei. Então vem, vem, vamos ver se é verdade. – Disse em um tom de desafiador. – Quem cair primeiro perde. – Finalizei.

Começamos a nos empurrar ou tentar dar uma rasteira no outro, feito idiotas. Até que Brendon conseguiu me derrubar no chão, mas logo caiu em cima de mim. Ficamos nos encarando por uns dez segundos, meu coração estava batendo tão rápido que eu cheguei a pensar que ele fosse sair pela boca.

- Eu ganhei. – Brendon sorriu vitorioso e saiu de cima de mim logo se jogando no sofá. – Nunca mais duvide de mim!

- Falou como se fosse o melhor em tudo né? – Resmunguei revirando os olhos e sentando no sofá ao ledo dele. O celular de Brendon começou a tocar e ele atendeu.

- Alô? Oi Sarah. – Brendon deu uma pausa provavelmente para ouvir a voz irritante daquela vaca. – Eu to na casa do Ry. – Deu mais uma pausa. Poxa, aquela mulher não larga do pé dele? - Ah, não... Calma, calma. Não precisa gritar ou chorar... Eu te levo outro dia. – O quê? Ela tava quase chorando? Ah, francamente!  - Tchau. T-também... Também te a-amo. – Gaguejou e enfim desligou o telefone.

Eu o encarei com um olhar de interrogação e ele apenas balançou os ombros.

- O que ela queria? – Perguntei fazendo uma careta ao falar a palavra “ela”.

- Que eu a levasse no cinema. – Brendon respondeu.

- Hmm... – Peguei o controle da Tv e coloquei em um canal que estava passando um seriado que eu não sei qual era. – Agora vamos assistir.

Passamos praticamente a tarde inteira no sofá assistindo seriados e comendo qualquer porcaria que tinha na geladeira, até que adormecemos.