Lábios Insanos escrita por Anonymous


Capítulo 5
(Livro I) Capítulo II Part. 3/3 - Conhecendo.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas postei, meninas. Espero que gostem *-*



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Parei em frente à porta do quarto. Anthony estava com uma postura rígida, parecia preocupado com algo. Coloquei minha mão na maçaneta dando índices de que ia entrar à qualquer momento. Ele tocou minha mão sobre a maçaneta da porta, isso o fez parecer mais frio que o normal.

— Teremos visita amanhã. – Encarei seus olhos e pude ver a expressão séria. Arqueei as sobrancelhas e antes que eu pudesse dizer algo, ele começou a falar. – Bom, boa noite.

— Ahm, tudo bem, boa noite. – Dei um sorriso forçado, encarando-o seriamente para que ele se tocasse que sua mão ainda estava sobre a minha. Anthony soltou uma risada rouca, aquilo havia feito minhas pernas tremerem. Então ele soltou a mão da minha e entrei, sem dizer uma única palavra.

Fui direto para a cama. Anthony conseguira me deixar curiosa o suficiente para demorar à pegar no sono. Ele era tão misterioso, mas a verdade é que eu adorava dar uma de detetive. Eu estava decidida de que iria procurar os livros de meu tio no dia seguinte. –  Apesar de não ter a certeza de que eles se encontravam aqui. 

Acordei e percebi que estava com mais lençóis do que na hora que me deitei. Encarei o relógio de cabeceira e marcavam 02:45. Olhei para o pé da cama e ele estava lá. Sentado imóvel, me encarando.

— O que você... – fui impedida por minha garganta, comecei a tossir feito gato quando quer por para fora uma bola de pelos. Anthony se aproximou de mim e acariciou meus cabelos.

— Sh...se você falar é pior. – ele pegou um copo com água no criado-mudo e virou o mesmo em minha boca amenizando a coceira em minha garganta. – Já lhe dei os remédios certos, agora é só você dormir que de manhã estará tudo bem.

Eu estava sonhando, só pode. Ou, tendo um pesadelo, porque a dor em minha garganta era forte. Deslizei meu braço para fora dos lençóis e toquei sua mão. Logo me arrependendo do ato. Meu corpo inteiro se tremeu. Ele pareceu perceber e foi rápido o suficiente se afastando. Ele estava ali para cuidar de mim, além de Alice, ninguém nunca havia feito aquilo comigo. Meus lábios se movimentaram, e ele pensando que eu iria dizer algo, aproximou o dedo indicador dos meus lábios. O suficiente para eu sorrir antes que ele os tocassem.

— Por quê está fazendo isso por mim? – Quero dizer, ele mal havia passado um dia comigo. Umas trinta e poucas horas, no máximo.

— Porque é o que eu devo fazer. E você não pode falar, ou ficará ainda mais rouca. – Eu odiava tanto quando as pessoas cuidavam desnecessariamente de mim. Passei a mão pelo rosto e o enterrei em meu travesseiro, o cheirinho gostoso de meu shampoo  já conseguira ficar preso ali.

— Não é desnecessariamente.

— Como!?

Ele havia dado a resposta para o meu pensamento. Meus dedos dos pés se contraíram, senti um vento frio daqueles de fresta de porta quando se é aberta. Quando virei para vê-lo ele já estava do outro lado do quarto. Será possível uma pessoa tão misteriosa e complicada!? Eu deveria chamá-lo de volta? Pela primeira vez, desde que eu havia despertado, senti minhas mãos soarem. Que diabos eu estava sentindo!

— Eu assumo que não estou bem, mas pode passar essa noite aqui comigo? Sabe, traga seu colchão para cá e...

— Está tudo bem. – aos poucos fui relaxando meus olhos até que eles se fechassem novamente. Eu pude sentir o peso do seu corpo tão próximo do meu. Foi questão de segundos até que ele se deitasse ao meu lado. O braço dessa vez tomando cuidado para que não entrasse em contato com o meu. Foi nesse momento qual eu percebi que poderia dormir tranquilamente, pois com certeza nada atrapalharia o meu sono daquele momento em diante, nem mesmo o meu mal estar.

Acordei cedo. Eram umas sete horas quando me levantei. Os mil e um cobertores já não estavam mais sobre mim, eu sabia que ao longo da noite cairia um por um. Tateei o colchão esperando encontrar Anthony, mas nada. Virei meu rosto para o lado e pude ver uma bandeja coberta de coisas gostosas. Possivelmente ele havia feito para mim. Coloquei meu roupão e saí do quarto, pois se eu quisesse os livros, teria que procurá-los e essa era minha deixa. Antes que eu pudesse sair do quarto, Jella fez isso por mim. Dei o primeiro passo ao corredor e pude ver Anthony me encarando com Jella nos braços.

— Me desculpe, eu achei que ainda estava dormindo, eu... – minhas mãos foram direto para a cabeça, era o que eu costumava fazer quando nervosa.  Em outro momento ele teria sorrido, mas não foi o que aconteceu, ele estava até sério demais.

— Está tudo bem, só preciso que passe a manhã no quarto, hoje. Acha que pode fazer isso? – foi possível perceber o tom irônico em sua voz. Fui em sua direção para tirar Jella de seu colo quando ele se esquivou.

— Cuide bem dela, não deixe que ela saia. Fique aqui dentro até que nossa visita vá embora, certo? – assenti. Ele estava querendo que eu ficasse a manhã inteira trancada? Isso seria impossível. — Por via das dúvidas, estarei em meu escritório de qualquer forma, não irei sair daqui.

[...]

Resolvi sair e fazer pipocas, talvez assistir à uns DVDs mais tarde. Meu corpo pedia por descanso. Já era mania contrariar a vontade de Anthony. Então, resolvi combater minha fome.

Meus passos eram calculados, à todo o momento. Eu não sabia o porquê de tanta cautela, afinal quem se importava!? Respirei fundo e fui em direção à escada.  O suor tomando conta de minha nuca, escorria por minha fronte, e eu me perguntava o porque se o tempo ainda estava chuvoso. Um passo errado foi o que bastou para que eu virasse o meu pé, minhas mãos foram de encontro ao grande vaso que se encontrava ao lado da escada, derrubando-o com tudo no chão, tornando-o em pedaços. Pude enxergar um vulto preto vindo em minha direção.  Era como se alguém corresse rápido demais à ponto de não me deixar vê-lo. E depois veio a dor. Uma dor conhecida, que eu “sabia” como era. Era como a dor de um de meus sonhos, como se alguém estivesse dividindo-me em pedaços à sangue frio.  Tentei dizer algo mas nada saia de minha boca senão os gritos irritantes e agudos. Era totalmente o contrário de meu sonho. Minha garganta que antes nele, se fechava impossibilitando-me de gritar, agora desejava que ouvissem toda a minha dor. Que Anthony fizesse algo por mim.

Era pulsante...queimava. Dor, era só o que eu sentia. Minha pele parecia estar sendo dilacerada, por um animal.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap, semana que vem ♥