Acordei assustada, tentando lembrar do quê tinha acontecido. Olhei ao redor e comecei a observar o lugar. Estava deitada em um sofá de couro preto, na minha frente tinha uma LCD da Sony com aproximadamente 50 polegadas, algumas estantes com livros, fotos e outros objetos, na minha direita tinha uma janela gigante, como a que tinha no meu apartamento e logo a frente um corredor que parecia ter muitas entradas. Depois de examinar o lugar finalmente lembrei do que tinha acontecido. Eu estava com febre e o Yesung me trouxe para a casa dele e cuidou de mim.... Senti minhas bochechas ficarem vermelhas de vergonha, fazia tanto tempo que isso não acontecia tão freqüentemente.... E principalmente por estar com vergonha de alguém cuidar tão bem de mim assim. Sentei no sofá e continuei olhando ao redor, parecia ser noite lá fora já, deveria ter dormido muito.

- Acordou, minha bela adormecida!- Yesung chegou animado da cozinha e sentou do meu lado colocando uma mão em sua testa e a outra na minha.- Uhm.. Sua febre baixou! Graças a Deus! Vou te trazer o jantar, você deve estar com fome!- Ele deu um beijo na minha testa e saiu quase correndo para a cozinha.

Ele parecia tão feliz e aquilo estava me contagiando de um jeito maravilhoso... Eu não conseguia associa-lo com o pai dele, nem um pouco.

- Pode ligar a tv se quiser!- me assustei com o grito dele, mas instantaneamente peguei o controle na mesinha que estava na minha frente e liguei a tv gigantesca. Estava passando Big Bang Theory, como eu amava aquela série, ria muito sempre que assistia. Era um episódio que eu já tinha assistido, mas continuava rindo do mesmo jeito e antes que eu pudesse perceber, Yesung surgiu com uma grande bandeja cheia de comidas e colocou em cima da mesinha de centro, apontando para que eu saísse do sofá e fosse me sentar com ele.

- Bem, preparei algumas coisas para você, espero que goste!- ele me apontou e começou a descrever cada uma.- Esse aqui é ramen, kimchi, sopa de milho e bolinho de arroz. Desculpe se não forem as coisas que você gosta...

- Eu adoro tudo isso! - disse alegremente pegando os hashis e enchendo meu prato com um pouco de tudo, enquanto ele continuava me olhando.- Não vai pegar oppa?- os olhos dele brilharam quando me ouviu chamá-lo de oppa, e instantaneamente pegou seu prato e começou a pegar comida também.

Depois de um tempo já tínhamos comido tudo e fomos para o sofá assistir tv. Rimos de alguns outros seriados e o pegava olhando para mim várias vezes, finalmente ele passou os braços sobre meus ombros e eu comecei a rir...

- Posso saber porquê você está rindo mocinha?- ele me olhou incrédulo.

- É que eu estava esperando a hora que você faria isso.- e apontei para seu braço. Eu sei que isso não é coisa que se faça com o homem dos seus sonhos, mas não consegui me segurar.

- Tudo bem então... Eu tiro.- ele então começou a tirar o braço e eu o impedi.

- Não!- peguei seu braço mas puxei com demasiada força e ele acabou ficando em cima de mim no sofá. 

Nos olhamos um pouco assustados com a situação, mas logo Yesung acabou com o pouco de espaço entre nós e selou nossos lábios. Meus braços foram para suas costas, criando linhas imaginárias sobre seus músculos. Ele mordia meus lábios sem dó, os deixando inchados, depois, invadiu minha boca com sua língua astuciosa, me arrancando suspiros e gemidos baixos. Aquele homem estava me enlouquecendo. Sentia nossa temperatura aumentar mais e mais, então comecei a tentar tirar sua camisa, ele logo entendeu o que eu pretendia e parou o beijo para tirá-la, mas logo voltou para me beijar. Passei minhas mãos sobre seu abdômen definido enquanto ele abaixava o beijo, agora lambendo e mordendo meu pescoço, conseguindo gemidos mais abafados meus. Ele me mordia delicadamente, sem pressa, carinhosamente, como ele saberia que..... Fomos interrompidos pelo celular dele tocando no bolso de sua calça. Ele grunhiu baixo e se levantou para atender o celular.

Sentei no sofá e a consciência começou a surgir. Eu era uma espiã!! Não uma adolescente com o homem de seus sonhos! Eu deveria estar tentando colocar escutas e câmeras em sua casa, não pegando ele no sofá! Então lembrei, eu tinha uma escuta no bolso do meu shorts. Olhei para o Yesung e ele fez sinal para que eu esperasse, enquanto ia para a cozinha. Aproveitei a oportunidade para tirar a escuta e a coloquei debaixo da mesinha onde havíamos comido. Mas porquê uma parte de mim sentia como se o tivesse traindo? Esse era o meu trabalho! Ele então voltou me olhando com um olhar decepcionado.

- Tenho que ir ver meu pai, ele teve algum problema no trabalho e eu tenho que ir ajudar. Você me perdoa?- ele veio até mim e eu me levantei.

- Claro que te perdôo! Acho que preciso de um banho mesmo. - eu sorri para ele enquanto o mesmo passou os braços sobre minha cintura.

- Sabe, se quiser pode ficar aqui essa noite... Você me espera e então podemos continuar o que estávamos fazendo no sofá, o que você acha?- ele me lançou um sorriso malicioso enquanto levantava a sombrancelha.

- Seu pervertido!- eu ri dando um tapinha em seu ombro.- Mas acho que vou para o meu apartamento mesmo, tenho trabalho amanhã.

Ele fez um biquinho, mas acabou me dando um beijo breve e me soltou para pegar a sua camisa. Peguei minhas chaves que estavam na bancada da cozinha e o esperei na porta. Ele logo veio e a abriu.

- Você aceita sair comigo amanhã? 

- Claro! Mas para onde iríamos?

- A Dance Club. Eu não vou contar para ninguém onde vamos e nem levar meu celular para não sermos perturbados pelas chamadas de meu pai, que tal?- ele me olhou com aquela expectativa infantil que eu tanto amava.

- Mas é claro! Ás nove no hall?

- Sim! Estarei te esperando lá!- ele sorriu animado e me deu um beijo novamente. Então, ainda me olhando bobamente, foi para o elevador e sumiu dentro dele.

Entrei em meu apartamento, exausta. Aquela febrezinha tinha conseguido me derrubar mas.... Me sentia extremamente feliz, sorri o caminho inteiro até o banheiro onde tomei um banho relaxante, enquanto ainda lembrava de seu corpo tão perto do meu, seu lábios tão macios.... Seu sorriso fofo e sincero.. 
Estava apaixonada.....
Soquei a parede do box quando essa frase surgiu em minha mente. Que que eu vou fazer agora?!